Capítulo 6 - Confronto de titãs

Pelo caminho encontrou Eleanor, uma das ciganas da festa, e perguntou-lhe onde ficava o quarto do velho Joe. Ao chegar lá bateu à porta e o velho Joe rapidamente a abriu.

- Ah Fiona, o que te traz por cá? - perguntou com o seu sorriso simpático, mas desdentado.

- Preciso de falar consigo, é importante. - disse Fiona.

O velho Joe abriu espaço para ela entrar, ao entrar no quarto viu que quem ocupava a outra cama era o tal rapaz loiro que dançou consigo no outro dia. O nome dele era Sam e era neto do velho Joe.

- Diz lá então o que te apoquenta minha linda.

Fiona respirou fundo antes de prosseguir:

- Eu queria saber se na noite de antes de ontem para ontem viu Doug e Catherine entrarem no quarto dele.

O velho Joe alisou a rala barba grisalha e fitou Fiona com os seus olhos sábios e simpáticos.

- Vi, de facto vi. Eu e o meu neto Sam estávamos a regressar ao nosso quarto quando os vimos juntos e, embora não me orgulhe do que fiz a seguir, nós seguimo-los aos dois e... Não sei se deva dizer ou não.

- Diga, por favor diga.

- Através da fechadura eu pude ver Catherine a despir-se e a despir Doug de seguida, ele estava quase inconsciente mas ainda tentou resistir o rapaz, mas não valeu de muito pois ela prendeu-lhe as mãos. Depois subiu para cima dele e saciou a sua vontade. - explicou o velho Joe fitando Fiona com pesar.

- Então sempre é verdade o que ele me contou, ela é que o forçou.

- Sim, foi o que eu vi e Sam pode confirmar que ele também viu. Eu já ouvi falar de Catherine lá de onde venho, ela trabalhava num bordel que era gerido pelos tios.

- Os tios obrigavam-na a prustituir-se?! - perguntou Fiona chocada.

- Não. Ela fazia-o por vocação, fazia porque gostava do que se fazia lá. Eu ouvi dizer que ela planeava ir para Palma de Maiorca com um dos homens com quem ela dormiu mas que este a abandonou no porto deixando-a sem nada, então ela embarcou para cá, deitou o olho ao teu amigo e não descansou enquanto não o levou para a cama.

- Isso é mesmo verdade?

- É, ela mesma já tentou ir para a cama comigo mas eu recusei e mandei-a meter-se na vida dela. E conheço mais homens com quem ela já fez isso: o Malcom, o Barnaby, o Peter e o Stan. - disse Sam suavemente citando nomes de alguns homens do grupo de ciganos.

- Obrigada pela ajuda. Preciso de ir agora. - disse Fiona dirigindo-se à saída.


Não sabia onde havia de encontrar Catherine, mas tinha de a encontrar. Entrou no seu quarto e viu-a sentada no toucador a pentear o cabelo.

Catherine virou-se para Fiona e sorriu-lhe como se tudo estivesse bem, mas não estava. Viu-a aproximar-se e quando ela chegou perto Fiona acertou-lhe uma bofetada vendo os seus dedos marcados na face da mentirosa e o seu olhar incrédulo.

- O que é que se passa contigo, estás louca!? - perguntou Catherine indignada.

- Tu devias era ter vergonha na cara de seres assim uma vadia oferecida!? - vociferou Fiona furiosa.

- Mas com que direito é que me podes chamar de vadia oferecida?!

- Não é o que tu és? Diz-me uma coisa, tu vais para Nápoles porque gostas da cidade, ou é porque o Doug também vai para lá? - perguntou Fiona com o olhar a pegar fogo.

- O que o Doug tem a ver com isto? - perguntou Catherine fazendo-se de desentendida.

- Não te faças de parva que eu estou sem paciência. Vais ou não vais para Nápoles por causa do Doug? RESPONDE VÁ!!

- Porque pensas isso?

- Porque será? Vejamos, porque ele é bom rapaz, porque ele é divertido, ou se calhar será pelo facto de tu teres começado a interesar-te por ele e o teres levado para a cama.

Catherine fez uma cara chocada que deu vontade a Fiona de lhe acertar outra bofetada.

- Achas mesmo que eu iria para a cama com um desconhecido?!

- Eu estou farta que te faças de sonsa! Eu sei bem do que estou a falar porque o Doug contou-me tudo à bocado. Por isso continua a negar a ver se adianta. - desafiou Fiona.

- Bem se ele te contou então eu admito. Sim eu fui para a cama com o Doug mas foi tudo por iniciativa dele. - disse Catherine com uma naturalidade irritante.

Fiona apressou-se a acertar outra bofetada em Catherine, desta vez com mais força do que a primeira.

- MENTIROSA! O que é que ganhas em mentir? NADA! Eu sei como tudo se passou, eu sei que tu o embebedaste até à inconsciência e depois abusaste dele a teu bel prazer.

- Bem ele é um bom mentiroso. - disse Catherine calmamente.

- TU NÃO TE ATREVAS A CHAMÁ-LO DE MENTIROSO SUA NOJENTA!! - gritou Fiona fora de si. - Aqui a mentirosa és tu minha cara. O velho Joe viu tudo o que se passou. Viu-te a levá-lo para o quarto, despí-lo e viu tu aproveitares-te dele com ele quase inconsciente. Devias ter vergonha!

- E tu devias ser mais esperta pois não devias acreditar no que o velhote diz, ele já está meio gagá.

- Ai sim, então presumo que o neto dele, o Sam, também esteja gagá pois ele viu exatamente o que o velho Joe viu. Aliás ele contou-me que já tentaste fazer o mesmo com ele, com o Malcom, com o Barnaby, com o Peter e com o Stan. - disse Fiona com desdém e repulsa.

Catherine viu que não valia a pena continuar a negar, mas ainda assim não se deixou afetar pelas palavras da espanhola.

- Está bem, é verdade, eu levei o Doug para a cama após o embebedar de propósito. Mas digo-te uma coisa fofinha, mesmo com Doug quase inconsciente foi uma maravilha, e eu sei que se ele estivesse sóbrio também teria gostado tanto quanto eu. - disse Catherine com ar de superioridade e triunfo aproximando-se de Fiona desafiadoramente.

Com a última gota de paciência esgotada, Fiona atira-se a Catherine agarrando-a pelos cabelos puxando-os com força. Catherine desfere uma bofetada em Fiona atordoando-a um pouco, mas por pouco tempo. A morena também dá uma bofetada em Catherine, arranha-a recebendo arranhões dela também. De repente um par de braços fortes envolve-a pela cintura puxando-a para longe, mas mesmo assim continua a debater-se contra a nojenta mentirosa.

- Para com isso Fiona, acalma-te! - disse Doug tentando acalmá-la.

- Larga-me Doug. - pediu Fiona desesperada. Voltou-se para Catherine que também tinha Sam a segurá-la, ao lado a ver tudo estavam o velho Joe e Malcom. - Alguma das coisas que me disseste eram verdade ou mentiste-me o tempo todo?

- Algumas sim, outras não, mas permanecerás na ignorância. Mas lá no fundo não faz diferença porque já lá estás. - disse Catherine fazendo Fiona tentar novamente lançar-se a ela.

- Cala-te fedelha, tu e eu vamos ter uma conversinha. - disse o velho Joe para Catherine. - Tragam-na.

Agarrando-a um em cada braço Sam e Malcom arrastaram-na para fora do quarto com ela aos gritos e pontapés. Fiona ficou quieta com Doug agarrando nos seus braços agora com menos força, e não sabendo porquê começou a chorar. Doug virou-a de frente para si e embalou-a nos seus braços sentando-se na cama junto com ela.

- Tem calma, não adianta ficares assim por causa dela não vale a pena. - disse Doug com voz suave beijando-lhe o cabelo.

- Desculpa, eu não podia deixá-la ficar a rir-se, não podia. Desculpa se te desiludi. - disse a soluçar fitando Doug.

- Que disparate, tu nunca me desiludes. Nunca. - retrucou Doug voltando a abraçá-la.

Deixou-se aninhar nos braços de Doug disfrutando do seu abraço. Gostava muito dele, mas era só como amiga, apenas fez o que fez porque ele não merecia nada disto e Catherine não merecia sair vitoriosa desta, e felizmente não saiu.

- Queres que fique aqui contigo? - perguntou Doug junto ao seu ouvido.

- Não, prefiro ficar sozinha um bocado. - recusou Fiona forçando sorriso, sem sucesso.

- Tudo bem, vou ver como está o velho Joe a sair-se com a Catherine. É melhor trancares a porta para o caso de ela voltar e querer a desforra. - aconselhou Doug beijando-lhe a testa.

Logo a seguir saiu do quarto e Fiona trancou a porta como ele disse, foi até à janela e fitou a vista através dele. Depois de amanhã de manhã o Aquarius aportava em Marselha. Tinha ainda um dia inteiro para levar com a cara de Catherine, e que Deus a ajudasse para não a esfolar viva.

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