Difficulties



— John?

— Sim?

A bela moça de longos cabelos castanhos e olhos verdes como esmeralda, olhava para mim de um jeito carinhoso. A luz do amanhecer era a única iluminação naquele momento, a doce brisa do campo refrescava o local.

— Sabe um fato interessante sobre esse livro? Ele sempre consegue surpreender o leitor de todas as maneiras possíveis... — Ela abre um enorme sorriso no rosto — É bem legal, não acha?

— ... Sim, é muito legal. — Digo, enquanto dou um leve sorriso para a mesma.

A morena logo me puxa para um abraço apertado e caloroso, o que me faz ficar sem ar. Ela adora esse carinho, já que ela não ganha nem pouco... Eu queria oferecer mais afeto a ela do que eu já ofereço, mas parece que nunca é o suficiente...

Os sorrisos Dela Parecem Tão... Falsos

Quando ela não está passando o tempo comigo, eu a encontro no mesmo lugar, a varanda. Olhando para o nada, com um olhar vazio e perdido. Me pergunto, o que deixou ela assim?



Eu estava a alguns passos da minha casa, a dor no peito não parava e minha ansiedade só aumentava. Hoje é sexta, Ele está em casa hoje.

Depois de tudo que aconteceu hoje, eu ainda vou ter que aturar ele e suas gritarias, que merda. Assim que eu me aproximo da porta, eu já escuto ele e Caio discutindo.

Tentei não ligar para o que estava acontecendo quando entrei em casa, mas parece que foi em vão.

— Ei, John! Aonde você pensa que está indo?

— Ha! Vai meter o John na história também?! Que palhaçada — Dizia enquanto cruzava os braços e o olhava com deboche.

— O que você quer comigo? — O encarava sem nenhuma expressão no rosto, não estava a fim me meter na discussão deles.

— Você tem noção do horário? Eu pensei que tinha sido bem claro sobre esse tipo de comportamento, espero que você nem esteja Indo encontrar aquele bando de fudido. Quer dá uma de Caio agora? — Ele puxou meu braço com força, com muita força.

— ... Eu tive que resolver uma coisa... — Digo bem baixo, quase sussurrando.

Eu queria poder reagir, poder gritar com ele, dizer que ele não tem direito algum de encostar um dedo em mim, mas eu simplesmente não consigo.

— Ei Irmãozinho, por que não fala mais alto? Parece que o BEBADO do nosso pai não consegue te ouvir!

— Já chega, eu vou fazer vocês dois medrincas me respeitarem, cansei das suas brincadeiras.

Ele aperta mais e mais o meu braço.

Eu tentava me soltar, mas parecia que nada adiantava, ele era forte. Caio, que já estava sem paciência, empurrou aquele Animal Para longe.

Consegui me soltar, mas parece que ele não iria desistir fácil. Os dois partem um para cima do outro, eram chutes, socos para todo o lado. E eu só fiquei lá, em pé, assistindo a tudo sem consegui mexer um músculo ou desviar o olhar.

Por quanto tempo isso ira durar? Até quando eu terei que ficar assistindo isso? Essas perguntas passam pela minha cabeça todos os dias, toda hora, sempre.

Até que tudo para por um instante, quando pequenas gotas vermelhas carmesins caem sobre seu rosto.

Agora é meu fim.

Bom, meu não, de alguém.

Eu continuava paralisado, eu tentei ir na direção deles, mas o choque foi tão grande que meu corpo não me obedecia de jeito nenhum, enquanto a expressão de choque era evidente em meu rosto, e os gritos de Anne ecoaram pela casa. Eu deveria fazer algo.

O Canalha acertou Caio em cheio no rosto, o deixando inconsciente.

— O QUE VOCÊ FEZ?! — Era a voz da minha mãe, que olhava para a situação desesperada. Ela e Anne correram em direção a Caio, tentando acordá-lo.

— Por que estão agindo assim? Foi só um soco, o garoto vai ficar bem — O bicho falava as olhando com desgosto, tranquilo.

— Só um soco?! Você o deixou inconsciente Roberto!! — Ela alterou a voz, o encarando com fúria.

— Hã?

Ele se aproxima dela em passos lentos. Assustada, ela tenta se afastar, mas parece que foi em vão. Ele a puxa pelos cabelos, a fazendo o olhar bem nos seus olhos.

— Você alterou sua voz perto de mim?Sua Vadia!

Sem saber o que fazer, eu pego Anne pela mão e a afasto de perto deles. Ela é nova demais para suportar isso, ela não para de gritar, berrar e se debater para fazer algo. Mas eu não posso deixar ela fazer isso, já basta minha mãe sofrer nas garras desse... Monstro.

Não posso mas ficar nesse lugar.

— Anne,Vá para o seu quarto.

— Mas... — Ela me encara assustada

— Vai logo! — A Solto, ela me olha uma última vez antes de subir as escadas, com aqueles olhares apavorados. — .. Tranque a porta. — Foi a última coisa que eu disse, a pequena afirmou com a cabeça e subiu as escadas com pressa.

Eu evito olhar para os meus pais a todo o momento, não quero vê isso.

Espero Anne subir toda a escada e se trancar no quarto, para garantir que ela não espie pela escada.

Assim como eu fazia.

Fui até Caio, tentando ignorar o caos ao redor, mesmo sendo difícil me segurar para eu mesmo não tentar bater nele. Peguei-o e o coloquei nos meus ombros, o levando em direção a escada. Quando cheguei, não me aguentei e olhei para minha mãe, que continuava sendo agredida...

isso me doeu tanto.

Tentei ignorar de novo, e levei meu irmão para seu quarto, onde tentei cuidar dos ferimentos, que eram múltiplos.

— Por que tinha que ser assim?... — murmurei para mim mesmo, sem esperança de resposta, de ajuda, de nada.

A única que poderia me salvar não está aqui, me pergunto onde está. Ela é como um anjo, que vem para nos livrar desse inferno.

Queria sumir, queria fugir, eu queria muitas coisas, mas me concentrei em cuidar dos ferimentos, e tentar não chorar. Eu preciso ser forte.

[...]

Depois de quase todos os ferimentos cuidados, eu peguei o frasco de vinagre na caixa de primeiros socorros — pra quando alguém desmaia —, coloquei um pouco num pedaço de algodão e coloquei perto do nariz de Caio, para que ele acordasse.

— O que esta fazendo?... — O mais velho abre os olhos lentamente, encarando-o seu irmão com uma expressão confusa.

— Cuidando de você, não é obvio?

— Hm... Essa é nova — Ele da uma risada forçada, enquanto olha para os machucados — ... Aonde ele esta?

— La embaixo... — Digo, tentando me concentrar nos machucados — Se não se importa, poderia me contar o porquê daquela discussão?

— Ha, e isso importa para você? Pensei que você não gostasse de se meter nessas coisas.

— Ta bom, não precisa me contar, vou descobri de um jeito ou de outro. — Termino de fazer o curativo em volta da cabeça dele — Mas na proxima, tenta não ser o "machão".

— Awn, você ta preocupada comigo princesa? — Ele me olha com deboche e logo começa a gargalhar bem alto.

— ... Nem sei porque tive a compaixão de te ajudar — Me levanto da cadeira, dando um tapa na sua nuca — E cala essa boca vai.

Levantei e fui em direção a porta, quase abrindo-a, mas Caio se pôs sentado na cama, e fui ajudar.

— Bom... Foi mal — ele disse, meio sem graça, olhando pro lado. Quanto orgulho, céus. — Só não quero meter você nessas coisas, nem a Anne, nosso pai é um vagabundo e não é culpa de vocês, mas meu dever como mais velho é proteger vocês, entende?

— Hm... — respondi, apenas fazendo que sim.

Ele podia ser um babaca, mas é um babaca protetor, pelo menos.

— Falando em Anne, cadê a mini peste?! — só agora ele se tocou nisso?.

— No quarto, trancada, por segurança. — respondi, me levantando e sentando na cama também. — Eu também sou mais velho, sabe. — falei, tentando aliviar esse clima tenso.

— Ha, sei. — ele disse, dando um riso e um soco de leve no meu braço. — Vou buscar Anne, você fica aqui, ok? — completou, se levantando com certa dificuldade.

— Não pode Caio, você tá machucado, eu vou. — eu disse, me colocando de frente pra ele, mas ele apenas desviou e foi até a porta.

— Calma senhorita enfermeira — falou brincando —, você já fez o bastante, fique aqui eu vou buscar ela, então passamos a noite aqui. Se as coisas se complicarem é meu trabalho intervir. — disse e abriu a porta, fazendo que alguns gritos de xingamentos pudessem ser ouvidos, abalando um pouco nós dois, mas ele apenas sorriu e completou: — E outra, meu time me chamava de "Placa de Titânio" — terminou e saiu pela porta, me deixando só.

Eu me jogo na cama, olhando para o teto, quando foi que começamos a ser unidos desse jeito? Já consigo imaginar o porquê...

Perdido em meus pensamentos, sinto meu celular vibrar varias e varias vezes, que merda ta acontecendo? Retiro o celular do bolso, olhando para as notificações na tela.

Eram só mensagens do Matt

Como eu devo encarar ele depois disso? Por que eu devo encarar ele? Eu quis me afastar certo? Então por que...

Mais mensagens, ele parece desesperado.

O que eu faço? Eu deveria deixar pra lá, seria o mais óbvio a se fazer.

Certo?

Peguei o celular, encarei um pouco antes de desbloquear, uma mistura de nervosismo, ansiedade e confusão explodia em mim, mas lá estava eu, indo ler as mensagens.

Quando eu fiquei assim?

_"John???"_

_"John pelo amor de Deus você tá aí???"_

_"Joooohhnnnn você tá bem?!"_

_"Por favor... Responde John... "_

_"Talvez eu tenha pisado na bola, por favor, só me diz que você tá bem"_

_"John, por favor, eu me preocupo, me desculpe por me intrometer, mas eu me preocupo, só me diz se você tá bem! "_

_"Bom.... Me desculpe John, boa noite... "_

...

Mas que..?

Eu sei, ele é enérgico, alegre e tals mas... Ele se importa tanto assim? Por quê?

Eu deveria responder, ele parece tão... Triste.

Eu ia começar a digitar, mas a porta foi aberta, Caio entrou com Anne no colo, escondendo seu rosto no ombro dele, e não haviam mais sons. Não sei se me preocupava, ficava aliviado, ou triste pela minha visão.

Meu irmão mais velho todo ferido, e minha irmã mais nova chorando.

Tudo por um vagabundo violento, e uma mulher iludida.

Caio colocou Anne no chão, e ela correu logo para mim, me abraçando tão apertado que quase não consegui respirar.

— Eu fiquei com t-tanto medo... — ela disse, gaguejando e soluçando. — Não me deixe mais sozinha, idiota! — completou, me dando um tapa na nuca.

— Ei! Pirralha... — falei, colocando-a de frente para mim. — Foi para o seu bem, vai me agradecer um dia.

Recebi uma estirada de língua como resposta. Caio apenas ria de nós, depois de fechar a porta.

— Serve para você também! – falei olhando para ele, também lhe estirando a língua.

Acho que eu estava errado a respeito deles... Bom, só um pouco.

•••
Eae povo lindo! Demorou mais eu voltei
Eu deveria ter postado esse capítulo e outros a tanto tempo, mas ces sabem, às vezes da uma preguiça ewe.
Caso vocês não queiram esperar pelo lançamento dos capítulos aqui, não se esqueçam que a história é lançada no spirit! Eu to um pouco mais adiantada lá ;3.

Obrigada por ler mais um capítulo dessa história, sugestões e comentários são bem vindos, além de suas reações :3.

Até a próxima!

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