[009] "Eu cansei"
Elizabeth
Estava de volta à aquela escola, mas dessa vez, junto do Klaus e da Rebekah. O plano para surpresa de ninguém era pegar a duplicata, e por algum milagre que só o divino explica, deu certo. Resolvi que não ficaria por dentro dos detalhes, queria ficar o mais longe possível do Klaus no momento, desde que descobriu que a Elena continuava viva, ele enlouqueceu, o querido que antes já era maníaco por essa maldição, pela duplicata e essas coisas, triplicou depois da surpresa que o Stefan estava escondendo. Em relação a esse tópico, eu, que sempre sou a rainha do tabuleiro, sou transformada em uma peça qualquer, e eu não sou uma qualquer. Não sou, nunca fui, e jamais serei, porque eu sou Elizabeth Mikaelson, a dona dessa porra toda, e se Klaus pensa que eu vou sentar e esperar ele voltar atrás de mim, está muito enganado.
Eu estava sentada na arquibancada fazendo umas ligações importantes sobre meus negócios e para ver como estava minha cobertura temporária, já que pretendia ir lá ainda hoje e olhando a galera arrumar as coisas para a noite do trote, ao mesmo tempo. E como meu timing parece estar certo sempre, na hora que me liberaram a retornar para a cobertura o louco do Klaus entrou arrastando a duplicata, não pretendia ficar para ver aquele show de horrores e saí dali, o que não passou despercebido pelo mesmo, mas como ele é homem, não fez nada. E curiosamente, estou achando engraçado o Damon não aparecido até agora. Peguei meu carro e fui direto para minha cobertura, assim que cheguei, tomei um banho digno e depois fiquei deitada na cama olhando pro teto e lembrando de como era bom o tempo em que eu morava em Nova Orleans.
flashback on
Nova Orleans - 1722
Tínhamos acabado de chegar em Nova Orleans, uma colônia francesa nos Estados Unidos. Estávamos chegando "fugidos" da Europa. E como nada para os Mikaelson é convencional, chegamos e já estávamos em uma espécie de "casamento arranjado" entre um lobisomem e uma das brechas da natureza. Uma híbrida de lobisomem e bruxa. Por coincidência, assim como eu. A diferença entre nós duas, é que além de eu ser muito mais bonita, eu fui amaldiçoada com o vampirismo, mas não perdi as outras duas partes. E foi justamente nessa festa de casamento, que Klaus se apaixonou pelo que era proibido. Chegamos a causar uma guerra, Rebekah novamente encontrou o amor, e novamente o perdeu, assim como Klaus. Sua amada foi explodida na sua frente. Assim como a cidade que tanto amávamos.
flashback off
Umas horinhas depois, me levantei da cama e resolvi voltar para a escola, só para ver como tudo estava mesmo. Entrei em uma sala aleatória e dei de cara com Tyler, Caroline e Rebekah.
Elizabeth - opa... - atraí a atenção deles - o que tá acontecendo?
Caroline - ai meu deus, Elizabeth.
Elizabeth - oi barbie - fui até ela e a abracei - dá pra alguém me dizer o que tá acontecendo?
Rebekah - Nik transformou o Tyler em um híbrido e agora ele está em transição. - falou sem dar muita importância
Elizabeth - ai meu deus - soltei um suspiro, era só o que faltava - e cadê aquele imbecíl?!
Rebekah - com a duplicata - me deu um sorrisinho sarcástico
Elizabeth - por que será que isso não me surpreende ein?! - fui até o Tyler - olha, vai ficar tudo bem Tyler, você não vai morrer... espero eu. Vou dar um jeito nisso - só foi eu finalizar a frase que do nada o imbecíl entrou na sala.
Klaus - o veredito tá dado, a bruxa original disse que a duplicata tem que morrer. - sério que ele contatou a doida?! Aiai viu
Rebekah - nós podemos matá-la?! - perguntou com um ânimo fora do comum, psicopata mimada, eu ein
Klaus - não, eu acho que ela quis dizer ao contrário. É um palpite. - Rebekah agarrou Caroline - é sangue da Elena, bebe.
Caroline - Não Tyler, não! - apenas observei tudo, calada. Me julguem de péssima amiga, dessa vez eu deixo.
Klaus - se ele não se alimentar morre de qualquer jeito, considere uma experiência. - ele deu o frasco com sangue e o Tyler bebeu, começando a se "transformar".
Elizabeth - deu certo. - pensei alto.
[...]
Depois do sucesso da transformação do Tyler, Klaus levou Elena ao hospital para drenarem o sangue dela. Bom, só fui porque eu estava com bastante fome e tava com preguiça de pegar fresco. Saí do hospital indo para o estacionamento, joguei uma bolsa de sangue pra Rebekah que sorriu. Ela é a única "irmã" que eu tenho, tenho que valorizar e cuidar, mesmo sendo mimada. Me escorei num carro afastado deles e fiquei apenas observando eles conversando, nem me importei em escutar qual era o assunto. Até que Rebekah saiu de cima do carro
Rebekah - Liza? - ela me chamou então eu fui até ela, pois é muito boazinha eu.
Elizabeth - fala
Rebekah - você vem?
Elizabeth - depois. - lhe dei um sorriso fraco
Rebekah - tá bom, se cuida tá? - ela era chatinha, mas se preocupava as vezes.
Elizabeth - pode deixar - lhe lancei uma piscadela, vendo a mesma sair logo em seguida.
Klaus - olha só quem resolveu chegar na festa
Damon - onde ela está?! - Damon apareceu exasperado
Klaus - Elena?! ela tá doando sangue pra uma grande causa. Não posso deixar você atrapalhar.
Damon - então vai ter que me matar - ele rangeu os dentes
Klaus - eu adoraria matar você! Mas, acontece que eu fiz um juramento para o seu irmão, e eu mantenho a minha palavra. Mas pensando melhor, eu acho que ele não tá se importando muito... - eles começaram a brigar e fui pra perto interior, até porquê estávamos no estacionamento de um hospital
Damon - não quer notícias do seu amigo Mikael? - quando ouvi aquele nome, eu fiquei estática e confusa, e Klaus assustado.
Elizabeth - o que? - como o Damon sabe do Mikael?
Klaus - o que sabe do mikael? - o nervosismo do Klaus era palpável
Damon - só que ele sabe que você está aqui.
Klaus - tá blefando. - juro que vi uma gota de suor escorrer pela lateral do rosto do Klaus
Damon - Katherine e eu o encontramos, considere nossa vantagem - Klaus arremessou Damon em um carro e saiu em seguida.
Elizabeth - Damon, ei, Damon, olha pra mim - ele me olhou recuperando o foco - vai buscar a elena, rápido! - ele levantou e foi atrás dela.
Klaus - pega suas coisas Liza, nós vamos sair daqui.
Elizabeth - não. Eu não vou - o olhei nos olhos, e na hora pude ver o medo passar por eles.
Klaus - ele vai matar você!
Elizabeth - não, ele vai matar você! Ele é meu pai Klaus! E se quer saber, eu cansei, realmente cansei de ficar fugindo. Você sempre fica se mudando, fugindo, e no meio disso eu sempre sou deixada em segundo plano, sempre. Eu cansei de tentar ser alguém pra você, de tentar fazer você me ver como uma prioridade. Eu cansei de ser a pessoa que você só procura quando faz alguma merda, sempre que você tem problemas você vem atrás de mim, e depois que eles se resolvem você parte pra próxima, você foge, roda o mundo inteiro fazendo isso. Mas eu não quero estar com você se sempre for assim. Eu amo você. Por toda minha vida eu amei você, e você diz me amar também mas não é recíproco, não pode ser, porque isso não é amor, quem ama não age assim. - limpei a lágrima que nem percebi que rinha caído, vou guardar minhas lágrimas para outro dia - tudo que eu quero Klaus, é ser feliz, e eu estava feliz na vida que eu vinha levando. - agora tinham lágrimas nos olhos dele - até que me surge Elijah, querendo minha ajuda pra você. - fui até ele - Klaus, eu não sou a Rebekah, eu não lhe prometi o sempre e para sempre. Eu dou aqui e agora o ultimato de que não vou a lugar algum, e só vou embora daqui para Nova York, depois que eu ver meu pai. - comecei a me afastar do mesmo, que me olhou aterrorizado, mas não se moveu - guarde suas lágrimas para outro dia. Até mais Nicklaus. - me virei para partir sem rumo, mas antes me lembrei - Diga a Rebekah para me encontrar depois.
Após esse monólogo todo, apenas saí andando até onde minhas pernas pudessem me levar, e por um acaso, esse lugar foi a pensão Salvatore. No momento eu precisava de alguém, alguém que não fosse da família, mas que tivesse se tornado família, bom, pelo menos pelo telefone virou. A única pessoa que poderia me manter em pé agora, é a mesma que a algumas semanas atrás eu já teria matado. Eu precisava falar com o Damon, precisava dos conselhos dele, do colo dele, do abraço dele. Eu precisava do Damon. Bati na porta e em poucos segundos ele abriu.
Damon - Liz?! O que faz aqui? e por que está chorando? - eu tava chorando? Passei a mão na bochecha e senti o molhado
Elizabeth - me deixa ficar aqui? Por favor, só por hoje. Só vou ficar em Mystic Falls até o Mikael chegar. - ele me olhou surpreso - Depois disso eu vou voltar pra Nova York.
Damon - mas e o Klaus?
Elizabeth - é uma longa história. - meu semblante mudou e ele percebeu.
Damon - entra, pode ir pro meu quarto, depois eu mostro outro pra você. - me deu espaço pra entrar e assim fiz.
Elizabeth - ok - subi pro quarto dele e sentei na cama, encarando o chão até que o dono do quarto entrou.
Damon - o que aconteceu? - falou se sentando ao meu lado na cama.
Elizabeth - acho que preciso conversar. Ou melhor, me explicar né? - ele assentiu
Damon - como assim você quer ficar aqui até o Mikael chegar?
Elizabeth - eu queria te falar tudo agora, mas tem coisas que você ainda não pode saber. - mas eu precisava falar - Mas eu podia lhe falar, nem que depois eu lhe fizesse esquecer.
Damon - me fala.
Elizabeth - bom, a mãe dos originais não é bem minha mãe sabe? - a cara dele virou um ponto de interrogação - acho que a essa altura do campeonato, você deve saber que Klaus é o filho bastardo - ele assentiu devagar, assimilando tudo - eu também de certo modo. Pra não deixar na cara que ela tinha traído o marido dela de novo, ela passou o bebê do ventre dela para o de outra bruxa, e na barriga da tal bruxa, surgiu um bebê que era parte bruxa e lobisomem. Mas, é claro que aquela filha da puta não ia deixar a criança ser nem um pouco parecida com o verdadeiro pai. Ela lançou um feitiço para fazer com que esse bebê se parecesse com o marido dela, e para ele não desconfiar da nova traição, já que ela tinha dado a luz a poucos meses, esperou um tempinho e enganou a todos com um feitiço para "fingir" uma gravidez do que seriam gêmeos.
Damon - você era o tal bebê fruto da nova traição. Mas quem era o marido dela?
Elizabeth - Mikael. Mikael é o marido dela e consequentemente meu "pai".
Damon - uau. - eu podia ver as engrenagens travando e voltando na cabeça dele
Elizabeth - eu sei. Com Kol na barriga dela, ele pensou que ela estava grávida do Kol e de mim, mas eu estava na barriga da outra bruxa, e como o tempo de gestação dela não batia com o original que estava acontecendo na barriga da outra bruxa, ela deu a desculpa que eu nasci doente, sendo que era prematura. Mas depois que eu nasci, Mikael só tinha olhos pra mim, a filha preferida, boa em tudo que fazia, e a que ele não ligava pro que ela era de verdade. - sorri com as lembranças - Não poderia pedir um pai melhor.
Damon - tá certo, essa parte eu entendi. Mas por que você estava chorando?
Elizabeth - eu cansei e falei ao Klaus tudo que tava entalado. Por uns 900 anos eu ser vista por ele, ser alguém pra ele. Não aproveitei grande parte da minha vida até uns 100 anos atrás por ele, porque eu amava ele. Segui ele pelos quatro cantos do mundo, e mesmo que ele falasse que me amava, não agia como tal, e eu o amava... enfim, as coisas que fazemos por amor. - suspirei alto - Toda vez que ele tem problemas ele vem atrás de mim, depois que eu resolvo os problemas, ele segue como se nada tivesse acontecido e eu tô cansada, eu cansei disso. - nem percebi que estava chorando, só notei quando Damon passou a mão na minha bochecha
Damon - vem cá - ele me abraçou - eu sinto muito que tenha lidado com isso por tanto tempo sozinha. - ele apertou mais o abraço e fez um leve carinho nos meus cabelos, e meu deus, podia jurar que estava no paraíso ali.
Elizabeth - não sinta, eu faço isso a mil anos. - me aconcheguei melhor no abraço - Eu só preciso de você, um Bourbon e dormir. Eu tô acabada. - ele deu um beijo no meu cabelo e se afastou.
Damon - nunca achei que fosse ver a pessoa que eu jurava ser inabalável chorar - olhei pra ele - pode dormir aqui no meu quarto. Se quiser pode pegar uma das minhas camisas e se quiser tomar banho, tem uma toalha na pia. Eu sugiro você ficar um tempo por aqui, pode ficar quanto tempo precisar. - me senti tão... amada
Elizabeth - obrigada
Damon - vou ver como a Elena tá e depois eu volto - ele ia saindo do quarto mas voltou - não precisa agradecer por nada Liz. - ele saiu do quarto e eu fui no banheiro tomar um banho
[...]
Depois que acabei o banho e peguei uma blusa dele, eu me larguei naquela cama. Eu tava morta, literalmente, mas enfim. Depois de uns minutos, com os poucos resquícios de consciência que me restavam, pude sentir a cama afundar ao meu lado e o olhar dele sob mim. Depois disso eu apaguei por completo.
(...)
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(CAPÍTULO REVISADO)
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