Silhueta
Uma pequena criança surge no corredor, de encontro com a visão periférica de Isabelly. Parecia querer dizer algo, estava inquieto, com um toque de pavor.
A garota se direciona para a aparição e arregala seus grandes olhos verdes, piscando freneticamente em seguida, sem entender os sinais que o menino lhe dava.
— O que foi? — indaga um de seus colegas, mas a garota apenas desvia o olhar.
— Han... Nada — pronuncia de forma atrapalhada.
Isabelly se vira novamente para onde o pequeno menino havia aparecido, mas ele não estava mais lá.
A adolescente não entendeu a situação de forma completa, mas já estava começando a desconfiar de tudo que estava acontecendo em volta dela e de seus amigos naquela noite.
Mal sabe ela que estava suspeitando de algo que era verdade.
• • •
— Meus pais foram viajar por curto período —, começava a narrar Giovanni — na época não estava com muita vontade de acompanhá-los, então simplesmente fiquei em casa. Como passatempo e forma de me sentir menos sozinho, coloquei um filme qualquer, mas, para minha infelicidade, dentro de alguns minutos tive a típica sensação de estar sendo observado.
Olhei ao meu redor de forma tensa e me deparei com uma silhueta parada em pé, próxima a mim. Com medo, liguei a luz rapidamente, mas não havia nada no local.
Não sabia se havia sido coisa da minha cabeça, se havia visto formas que não existiam, que não estavam lá realmente, mas por prevenção fui à casa de um amigo.
Assim que retornei, minha casa estava uma bagunça tremenda. Com certeza foi algo que me desestabilizou, pois eu tinha certeza de que a casa estava em perfeito estado quando saí. Tentando ignorar o ocorrido, arrumei a casa, deixando-a em perfeito estado, como se não tivesse tido nenhuma intervenção inesperada.
O restante do dia foi extremamente tranquilo, nada apareceu até o anoitecer, pois, em meio a escuridão do meu quarto me deparei com a mesma silhueta de anteriormente, era com toda certeza, mais negra que a noite, se destacando com facilidade.
Como me encontrava exausto no momento, me enrolei o máximo que pude, de forma que me sentisse seguro e adormeci.
Passado o tempo, de modo completamente imprevisível, acordei e me deparei com um quarto completamente revirado.
Cansado da tal atitude, decidi permanecer acordado, o que por certo lado não foi algo muito bom.
A cada hora a silhueta parecia estar mais próxima.
Porém, para meu alívio, me lembrara que meus pais voltariam na madrugada daquele mesmo dia, o que não faltava muito.
Quando o relógio marcava quatro horas da madrugada, a minha "companhia" já estava próxima a minha cama, próxima o bastante para que eu conseguisse enxergar um sorriso dentre aquela estranha forma.
No momento que a tal presença estava extremamente próxima a mim, meu pai gritou por meu nome, pedindo ajuda com as bagagens.
Fingi dormir.
Pela minha resposta silenciosa, meu pai adentrou meu quarto e acendeu a luz, fazendo a forma desaparecer repentinamente.
Aquela coisa nunca mais me atormentou, pois me recuso a ficar em casa enquanto minha família viaja, desde desse ocorrido eu os acompanho para todo lado — Giovanni finaliza, sorrindo para descontrair.
Todos os amigos comentam com o garoto sobre sua história, menos Isabelly, ela estava intrigada.
Encarava suas curtas unhas cor carmesim, pensativa.
Olhou de relance para o local em que estava o garotinho, se assustando sigilosamente em seguida, pois ele estava lá novamente, mais aflito.
Baseado na experiência da leitora Emilly Souza (CryBaby5800).
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