Any Gabrielly

Seguimos até o restaurante que tinha próximo dali e meu pai e Bianca estavam quietos... Medo de ter rolado algo.

Entramos e logo fomos recepcionados. Bia disse que tinha uma pessoa esperando e a moça nos levou até a mesa.

Abri um sorriso ao ver Krys sentado na mesa e fiquei feliz porque é certeza que eles vão assumir que estão juntos... Se não for isso, eu subo nessa mesa e obrigo eles a se assumirem.

Abracei Krys e logo me sentei ao seu lado. Meu pai e Bianca ficaram na nossa frente e um garçom apareceu segundos depois.

Fizemos nosso pedido e eu esperei ansiosa encarando os dois na minha frente.

— Vocês estão estranhos. — digo olhando eles enquanto balançava meus pés. O assento era um pouco alto, o que resultava nos meus pés não encostarem no chão.

— É que não sabemos se é o melhor momento. — olhei meu pai confusa.

— É o melhor momento sim. — disse Krys. — Vai, desembucha. — soltei uma risada.

— Aí isso é muito estranho. — disse Bia rindo. — Any, Krys... — ela parou de falar.

Krys e eu nos olhamos e já entendendo a situação começamos a rir... Tipo, muito!

Pode ser difícil em uma situação dessa ter medo de assumir tal relação, porém se o medo deles for nós não aceitarmos, estão tendo medo atoa. Já considero Krys como meu irmão desde o primeiro dia que o vi.

— Vocês são uma figura. — digo tomando fôlego.

— A notícia é de que os dois estão juntos? — perguntou Krys e os dois se olharam.

— A gente não sabia como contar. — disse meu pai.

— Pra cima de mim Beto? — brinco e ele ri. — A gente não via a hora de ouvir isso. — digo e Krys ri.

— Então está tudo bem para ambos? — perguntou meu pai. Realmente não sei de onde ele tirou que isso mudaria algo.

— Claro! — dissemos juntos.

— Somos oficialmente irmãos! — digo animada para Krys e nos abraçamos.

Escutamos o riso dos dois e nos separamos.

Nosso pedido chegou e a gente começou a comer enquanto comentamos sobre coisas aleatórias, uma delas foi sobre morar juntos. Os dois pombinhos acham cedo, mas Krys e eu dissemos que eles estão velhos demais para pensar nisso. Levamos bronca dos dois.

Após isso voltei para o hospital, meu pai veio junto e Bia disse que ia para casa, acabou que Krys foi junto. Também recebi uma mensagem de Noah e Bay, os dois estão vindo ver o amigo novamente.

Ficamos sentados um pouco, Josh estava tendo uma refeição e fomos obrigados a esperar.

— Olá. — viramos o rosto ao mesmo tempo quando escutamos uma voz.

Meu queixo só faltou cair no chão quando vi Franklin. Gente, o cara tem o mundo nas costas de assuntos para resolver e arranjou tempo para ver o Josh? Meu Deus!

— Senhor Franklin. — meu pai se levantou e cumprimentou ele.

— Olá. — disse ele apertando a mão. — Olá Any. — sorri fazendo um pequeno cumprimento com a cabeça. — Vim trazer um pequeno presente de recuperação. — disse ele dando espaço para uma pessoa passar.

Pequeno presente? A cesta da duas de mim. Ao que vejo são chocolates e mais urso.

— Ele está comendo agora. — digo e a pessoa me entrega a cesta.

Vi por dentro do plástico que também havia uma carta, com a assinatura dele ainda. Que chique!

Sorri segurando a cesta com um pouco de dificuldade. Coloquei ela em cima do banco e voltei a olhar os dois.

— Tenho hoje e amanhã livre de qualquer forma. — disse ele olhando meu pai. — Enquanto Josh come gostaria de um café? — perguntou para o meu pai.

— Claro! — disse ele sorridente. — Any? — me olhou e eu neguei.

— Os meninos estão vindo. — digo e ele me dá um beijo na cabeça saindo em seguida.

Me sentei ao lado da cesta e só vi os chocolates importados. Quem pode realmente pode. Imagino o Josh com dó de comer isso de tão caros que são...

Meu olhar desviou no momento que vi uma pessoa passando com rapidez. Reconheci Maya de longe e me levantei.

— Onde pensa que vai? — a mesma parou de andar. Acho que ela não me viu sentada, visto que pareceu surpresa assim que me olhou.

— Ainda tem a decência de mentir? — se aproximou cruzando os braços. — Por que não disse que ele estava hospitalizado?

— Porque não é da sua conta. — digo simples. — Nem da sua e nem de ninguém daquele colégio. — ela revirou os olhos.

— Você quis tirar proveito da situação e jogar na minha cara que estava com ele. — gente, como consegue?

— Maya, para começo de conversa eu estou aqui com ele, então não, não menti. E segundo, não tenho motivos nenhum para querer jogar algo na sua cara. Josh e eu estamos juntos.

— Que se foda. — disse jogando os cabelos para trás. — Só vim visitar ele.

— Mas eu aposto que ele não quer te ver. — cruzei os braços.

— Acontece que você não é nada dele para me impedir. — soltei uma risada.

— Maya, estou te proibindo de entrar naquele quarto. — me aproximei falando muito sério.

Estou chegando no meu limite com essa menina.

— Que se dane você Gabrielly. — gritou. — Você não tem autoridade nenhuma para me impedir de ver o Josh.

— Mas eu tenho. — me virei no susto ao escutar uma voz atrás de mim.

— E quem é você? — perguntou Maya de forma debochada.

— Mãe dele. — deu um sorriso, mas logo ficou séria.

No mesmo instante vi Maya arrumar sua postura e limpar a garganta.

— Se a namorada do meu filho não quer que você veja ele, você não vai ver. — contrai meus lábios segurando o riso.

— Seu filho e eu somos amigos, tenho o direito. — abri a boca incrédula e me afastei.
Alguém traga o papel de trouxa do ano para essa garota.

— Você gritou com nossa cunhada. — disse Jojo me fazendo rir. — Se você tinha alguma chance de ver ele, acabou de ir para o ralo.

— Não fui com sua cara mesmo. — disse Sina e eu levei a mão na boca. — Quando ele sair daqui você vê ele. — sorriu debochada.

— É sério que não vão me deixar ver ele? — disse me olhando. — Any qual é? Estou preocupada assim como todos. — levei a mão no peito.

— Eu quase me importei. — digo fingindo lamentação. — Maya não é por mim, é por ele, Josh não quer te ver.

— E como você pode saber? — gritou me fazendo arquear uma sobrancelha.

— Está em um hospital, ao menos respeite. — disse Marcus. — E ela mesma já disse, só poupe o Josh.

— Quer saber? — digo cruzando os braços. — Vai ver ele Maya. — ela me olhou surpresa.

Maya não perguntou mais nada, apenas seguiu até o quarto.

Não duvido da preocupação dela, mas nem se eu quisesse teria pena desse ser. Deixa ela ouvir logo da boca do Josh o que tem para ouvir e assim deixar todos em paz.

Logo me sentei e as meninas vieram ao meu lado. Ainda acho que conheço elas, mas estou com medo de parecer uma retardada perguntando algo, então deixo quieto.

Josh Beauchamp

Após ter aquele lanche da tarde horrível, fiquei ansioso para ver Any. O médico me disse que ela já estava aí e queria me ver.

Duas batidas na porta e eu sorri, porém o mesmo se desfez ao ver que não era Any.

Não é possível.

— Ai meu Deus. — Maya disse preocupada enquanto se aproximava. — O que aconteceu com você? — tentou tocar meu rosto, mas afastei sua mão com a minha.

— Não interessa. — digo seco. — O que faz aqui?

— Vim te ver, fiquei preocupada quando descobri. — revirei os olhos. — Josh você sabe o que eu sinto por você...

— Maya não começa. — cortei ela. — Já tivemos essa conversa e você sabe que eu estou com a Any.

— É, mas isso é uma fase, você só está confuso. — soltei uma risada irônica. — Josh me deixa cuidar de você.

— Maya é sério, sai daqui. — ela negou. — Maya, o que é tão difícil você entender? Eu não sinto nada por você!

— Você nunca nem me deu uma chance.

— Porque não valia a pena! — digo alto. — Maya você é uma garota bonita, inteligente, você vai encontrar alguém que goste de você. — digo e ela nega.

— É de você que eu gosto.

— Isso só vai te fazer mal. — apertei o botão da cama subindo mais ela. — Eu amo a Any, nada e nem ninguém vai mudar isso.

— Por quê? — perguntou quase chorando. — O que ela tem que eu não tenho... — abaixou a cabeça.

— Eu só encontrei nela o que faltava em mim. — digo baixo. — Você mentiu pra mim Maya, nós nunca nos relacionamos mais de uma vez. — ela me olhou e eu vi algumas lágrimas descendo.

— Porque eu não queria te perder. — tocou meu rosto.

— Não dá para perder aquilo que não se tem. — tirei sua mão. — Se você realmente gosta de mim como diz, apenas fique longe. — negou novamente.

— Não pode me pedir isso. — disse chorando.

— Já pedi. — encarei ela. — Agora por favor, saia daqui.

— Josh...

— Maya sai! — digo apontando para a porta. — Não tente mais aproximação comigo. — ela apenas limpou o rosto e saiu do quarto.

A porta bateu com força e eu fechei os olhos soltando um suspiro alto. A gente sempre percebe as coisas tarde demais... Deveria ter percebido que todas as vezes que ela dizia não sentir nada por mim era mentira. Homens...

Após alguns minutos escutei batidas na minha porta. Abri os olhos e só vi uma grande cesta tomando a frente. Soltei uma risada ao reconhecer as pernas curtas de Any.

— Cadê o meu loi... — sua fala foi interrompida quando ela tropeçou nos próprios pé e quase foi ao chão.

Tive uma crise de risos e ela abaixou a cesta me olhando com um bico triste.

Eu amo essa menina!

⋆ Já beberam água hoje?

Xoxo - Sun⭒