• Capitulo 92 •
Any Gabrielly
Meu pai ficou assustado com o tanto de informação que recebeu, mas resolvi contar tudo de uma vez e poupar acontecimentos futuros. Agora ele sabe das agressões e também da mãe do Josh.
Nesse pequeno tempo ele também me pediu desculpas, por ter gritado e ter dito o que disse na hora da raiva. Agora mais calma consigo entender um pouco ele, ambos erramos de certa forma...
Já passou mais tempo do que o Josh havia pedido, porém nem me preocupei muito, é sinal de que ele realmente está querendo saber da situação.
— Any vamos um pouco para casa, mais tarde voltamos. — disse meu pai e eu neguei.
— Pode ir e descansar, eu fico com os meninos. — ele se sentou do meu lado.
— Ele está bem e fora de perigo, você precisa se cuidar também. — soltei um suspiro.
— Me deixa passar só essa noite aqui. — ele ficou me olhando e logo minha visão foi desviada para a porta.
Úrsula passou e eu me levantei.
— Ele quer falar com você. — disse ela com uma voz fraca.
Seu rosto estava vermelho e ela logo se juntou às meninas que a envolveram em um abraço.
— Any vamos juntos. — disse Noah e eu segui olhando os quatro.
— Vamos. — digo lentamente. — Pai é sério, pode ir descansar, eu vou ficar bem. — forcei um sorriso.
Noah, Bay e eu seguimos até o quarto. O médico liberou, mas pediu para não ficarmos muito tempo.
Entramos e de pronto notei o rosto sério de Josh. Me aproximei dele e os meninos foram para o outro lado da cama.
— Como foi? — pergunto pegando sua mão.
— Não sei. — disse me olhando. — Eu não sei o que pensar. — disse confuso.
— Quer nos contar? — perguntou Bay.
Josh demorou um pouco, mas começou a contar tudo que sua mãe lhe havia dito.
Eu fiquei em choque com tudo, aquelas meninas realmente são irmãs do Josh... O pior é que eles se parecem, infelizmente puxaram o pai.
Josh está confuso pois realmente não sabe o que pensar de tudo isso. Por um lado está a mulher que deixou ele para cuidar de duas meninas, por outro está o cara que mentiu durante anos da vida dele, o que o fez ter raiva de sua mãe.
— O que você acha Any? — perguntou Noah me fazendo olhar ele confusa.
— Como assim? — pergunto.
— Você sabe como é um processo de adoção, pode demorar tudo isso? — encolhi os ombros.
— O juiz avalia de tudo, desde suas condições financeiras até o modo que você lida com crianças. — assentiram. — Eu não duvido da mãe do Josh, até porque ela é americana e realmente conseguir algo assim é demorado, mas quem tem que ver isso é você loirinho. — digo olhando ele.
— Vocês tem noção de que eu realmente tenho duas irmãs? — disse ele incrédulo.
— Mas te falar, são bonitas. — disse Bay nos fazendo rir.
— Tira o olho das minhas irmãs, seu safado. — disse rindo. — Eu sinceramente não sei como agir, a história dela pode ser verdade, mas foram 11 anos...
— Se contar com a mentira do seu pai. — digo e ele me olha. — Olha loirinho, eu não tenho mãe, se por um acaso assim do destino ela aparecesse e me explicasse sua situação na época eu no máximo iria apurar os fatos. — digo olhando ele.
— Sem perdão? — mordi o lábio inferior diante de sua pergunta.
— Acho que colocar alguém no orfanato não tem perdão, a menos que eu seja fruto de algo feito sem o consentimento dela. — assentiu. — Mas tudo nessa vida merece uma segunda chance. Uma coisa é certa, eu jamais irei atrás da verdade. — sorri sem mostrar os dentes.
— No caso, a sua mãe está aqui. — disse Noah. — Você pode tentar viver isso até os seus dezoito ou você pode perdoar ela aos poucos e ver como são as coisas com ela ao seu lado. — Josh ficou em silêncio.
— Pensa assim Josh. — digo e ele me olha. — Você tem duas irmãs para proteger de marmanjos. — ele soltou uma risada. — E também. — aproximei meu rosto do seu. — Você sempre vai poder contar com a gente. — dei um selinho.
— Ew. — rimos pela fala dos meninos e eu me separei.
— Mas ela está certa. — disse Bay. — Estamos juntos nessa, o que você decidir terá nosso apoio. — ele sorriu.
— Eu acho que só preciso colocar as ideias no lugar mesmo. — assenti. — Obrigado pelo apoio mesmo assim. — sorrimos.
— Inclusive. — disse Noah batendo uma palma. — Sabe quem veio falar com a gente enquanto você estava aqui Any? — neguei. — Seu pai! — arregalei os olhos.
— Por que não me disseram isso antes? — eles riram. — Não tem graça. Ele brigou? Falou algo?
— Ele só quis saber se estávamos com o Josh quando ele, bom, você sabe. — disse Bay e eu assenti. — Dissemos que sim e ele quer conversar com a gente também.
— Meu Deus. — digo lentamente e eles riem. — Por que vocês estão achando graça?
— Porque sabemos que ele não vai proibir nada, no máximo nos dar um sermão. — disse Bay e eu cruzei os braços.
— Bom que não estou na merda sozinho. — encarei Josh. — Nós vamos juntos agora. — revirei os olhos e caminhei pelo quarto para me sentar na poltrona. — Vocês vão amanhã para a escola?
— Eu não. — digo encostando minha cabeça no apoio. — Tenho um loirinho para cuidar. — escuto sua risada.
— Nós vamos, vai que tem avaliação. — disse Noah fazendo Josh puxar o ar de uma vez com um pequeno barulho.
— Eu vou reprovar o ano. — disse ele desesperado.
— Josh seus batimentos. — digo vendo o medidor subir. — Meu pai vai amanhã falar com a diretora e explicar sua situação, fica calmo. — ele me olhou.
— Agradece ele depois. — sorri fraco.
Josh Beauchamp
Os meninos conversaram mais um pouco comigo, ao que parece Any já sabia de tudo mas ficou na dela... Eu agradeci por eles terem contado, entendi porque ambos estavam com medo de algo pior acontecer.
Alguns minutos depois, Noah me cutucou de leve e apontou para Any.
Virei meu rosto e vi que ela dormia na poltrona.
— Ela não descansou? — pergunto baixo.
— Não. — disse Bay olhando ela. — Desde que chegamos ela está assim. Noah e eu acompanhamos o sofrimento dela e não foi nem um pouco fácil. — mordi o lábio inferior.
— Me sinto péssimo por ter deixado chegar nesse ponto. — digo olhando ela dormir.
— A gente sabe e ela também. — olhei Noah. — Any se culpou por não ter conseguido te ajudar. — neguei.
— Ela não tem nada a ver com isso.
— E ela sabe, mas o desespero tomou conta de todos. — assenti. — O lado bom é que agora você está bem e saudável. — soltei uma risada.
— E com um pai morto. — digo olhando eles. — É horrível falar isso, mas só por saber que ele não está mais aqui...
— Todos temos o que merecemos. — disse Bay sério.
— Não sei como interpretar isso. — disse Noah nos fazendo rir.
— Vão lá chamar o pai dela. — digo para os meninos. — Ela tem que descansar.
— A gente se vê daqui a pouco então. — assenti e eles saíram.
Fiquei olhando Any encolhida naquela poltrona e acabei sorrindo. Como pode alguém tão delicada ter sofrido tanto e ainda sim ser forte...
Não demorou muito e alguém bateu na porta. Segundos depois ela foi aberta e eu vi Beto passando por ela.
Apontei com a cabeça para Any e ele fechou a porta rindo.
— Acho que alguém se entregou ao cansaço. — digo vendo ele se aproximar.
— Pois é. — parou ao meu lado. — Como você está? — cruzou os braços me olhando.
— Ainda sinto dor, de vez em quando me mexo e sinto incomodar. — assentiu. — Agora sobre as outras coisas, é muita coisa em tão pouco tempo, só preciso colocar as ideias no lugar.
— Você aguentou tudo isso calado Josh. — disse me olhando. — Talvez eu nunca entenda o fato de vocês terem tanto medo em dizer a verdade, mas quero que saiba que pode contar comigo. — sorri sem mostrar os dentes.
— Eu realmente sinto muito por tudo. — digo e ele fecha os olhos. — Mas eu amo ela, e diante de tudo isso só ela foi minha paz. — me olhou.
— Jamais imaginei que veria minha filha nessa situação. — disse olhando Any. — Sofrendo tanto ao ver alguém importante com risco de vida. Me partiu o coração ver ela daquele jeito, e me partiu mais ainda ao saber que eu quase separei ela do menino que ela ama. — me olhou. — A gente tem que conversar ainda Josh, mas por enquanto sua recuperação é prioridade.
— Obrigado. — ele sorriu. — Leva ela para casa, ela precisa descansar em um lugar mais confortável. — rimos.
— Eu já tentei, mas ela não quer sair daqui. — soltei uma risada e ele foi até ela. — Any? — agitou ela de leve e a mesma se assustou.
— Hm? — resmungou confusa e seu pai riu.
— Vamos para casa, depois você volta. — ela negou.
— Quero ficar com o Josh. — abri um sorriso.
— Mas o Josh quer que você descanse. — disse ele me olhando.
— Josh não sabe o que fala. — abri a boca e seu pai riu.
— Josh está do seu lado. — digo e ela me olha.
— Aí merda. — disse me fazendo rir. — Estou em processo de acordar ainda, não leva isso a sério.
— Ah claro. — digo e ela se levanta. — Mas é sério, vai descansar. — negou. — Gaby. — olhei ela sério. — Vai descansar.
— Que saco. — choramingou me fazendo rir. — Amanhã eu estou aqui bem cedo. — assenti. — Tchau loirinho. — me deu um selinho demorado e se afastou.
— Bom descanso Josh. — disse Beto e eu sorri vendo eles saírem.
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