• Capitulo 91 •

Nota: É aqui que o felizes para sempre acaba?

Any Gabrielly

O quadro de Josh pode ter estabilizado, mas não sei se é bom o coração dele acelerar desse jeito.

Segui em direção a Úrsula e tirei ela do quarto rapidamente.

— Preciso falar com ele. — disse com a voz embargada.

— Escuta. — passei a mão na cabeça. — Você realmente deve precisar, mas não deveria ter chegado assim sem bater, ele acabou de descobrir que o pai morreu.

— E o que eu vou fazer? — coloquei uma mão na cintura.

Odeio usar certas coisas ao meu favor, porém sei que se eu pedir o Josh vai escutar ela...

— Vou falar com ele. — digo fechando os olhos rapidamente. Espero que ele não me odeie por isso. — Só me espera aqui.

— Tudo bem. — ela passou a mão no rosto e eu entrei no quarto.

Josh estava com os olhos fixos na parede e suas mãos fechadas.

— Any o que essa mulher está fazendo aqui? — disse sem me olhar e eu notava o tom irritado de sua voz.

Me aproximei de sua cama.

— Ela quer falar com você. — digo e ele me olha.

— Mas não quero falar com ela. — mordi o lábio inferior. — Any não me pede isso.

— Mas...

— Mas nada! — me encolhi com seu pequeno grito.

— Acho melhor te deixar sozinho. — me virei para sair, mas ele segurou minha mão.

— Desculpa. — fechei os olhos. — Gaby não me pede isso, eu odeio aquela mulher. — assenti de costas. — Olha pra mim. — me virei lentamente.

— Você não precisa falar com ela. — suspirei. — Só escuta. — negou.

— A gente já conversou sobre isso. — disse ele com uma voz baixa.

— Mas ela que está aqui. — olhei nossas mãos. — Só quero te poupar de algo pior, a guarda vai ser dela.

— Fica aqui comigo então. — sorri fraco.

— Prometi que não ia sair do seu lado. — levei minha outra mão no seu rosto. — Mas eu acho que você precisa estar sozinho com ela.

— Mas eu não quero. — fiquei encarando ele para convencê-lo a mudar de ideia... — Não gosto disso. — soltei uma risada fraca.

— Estarei do outro lado daquela porta. — dei um selinho nele. — Você só precisa escutar.

— Mais um por favor. — dei risada e dei outro selinho nele. — Avisa ela que eu não vou falar nada. — assenti. — E que ela tem 15 minutos. — revirei os olhos.

— É lindo, mas é exigente. — ele deu risada e eu me despedi com mais um selinho.

Abri a porta e Úrsula ainda estava lá. Assim que me viu se aproximou e eu pedi calma com a mão.

— Ele não quis? — perguntou com um ar triste.

— Convenci ele. — ela abriu um pequeno sorriso. — Mas ele não quer falar com você, conte o que tem para contar e não insista. — ela assentiu.

— Obrigada. — forcei um sorriso e abri a porta para ela.

Olhei a hora no meu celular e já passava das 12h. Preciso comer alguma coisa e descansar...

Voltei para perto de todos e Bia já estava de volta.

Me reuni com os meninos e decidimos contar para todos que Úrsula é a mãe de Josh...

Josh Beauchamp

Minha porta foi aberta e logo vi ela entrando no quarto.

Lentamente ela se aproximou e parou ao lado da minha cama.

— Não acredito que ele fez isso com você. — ela aproximou sua mão do meu rosto, mas eu desviei. — Desculpa. — fechei os olhos respirando fundo.

Eu realmente não sei o que passa na cabeça de uma pessoa voltar e achar que vai estar tudo bem, por mim nem escutava ela, já disse o que penso sobre segunda chance...

— As pessoas tendem a dizer que o início de um casamento sempre é maravilhoso. — olhei para ela que começou a falar. — Com Ron e eu, não foi diferente. Quando fizemos dois anos de casados eu engravidei de você. Aquele sem sombras de dúvidas foi o dia mais feliz da minha vida. — disse com lágrimas nos olhos.

— Os meses foram passando e eu notava que seu pai não estava tão animado com essa notícia. Conforme ia passando, ele ia se afastando. — respirou fundo.

— Eu estava no sexto mês de gestação e tínhamos uma viagem planejada. — desviei o olhar. — Estávamos animados, seria nossa primeira vez como turistas no Brasil. — ao ouvir isso, prendi minha respiração.

— Ficamos por volta de duas semanas. — sua voz ficou fraca. — Lá eu completei 7 meses com você na minha barriga, mas em uma noite nós acabamos discutindo...

— Por quê? — pergunto interrompendo ela.

— Porque eu comemorei pelo sétimo mês. — olhei ela. — Eu queria acreditar que seu pai só estava nervoso com tudo isso. Na nossa penúltima noite ele saiu de casa irritado. Fiquei preocupada, mas acabei pegando no sono e no dia seguinte ele já estava de volta, e o que me deixou surpresa, totalmente melhor. — mordi o lábio inferior confuso.

— Voltamos para Los Angeles e ele até começou a falar com você na minha barriga. Quando completei 9 meses e duas semanas, vi uma ligação no celular do seu pai e ele estava no banho. Atendi achando estranho o número não ser daqui. — ela começou a chorar. — Uma moça... falou rapidamente que precisava falar com ele pois havia engravidado. — arregalei meus olhos.

— Espera o quê? — ela passou a mão no rosto. — Ele traiu você? — assentiu controlando o choro.

— Naquele momento eu fiquei desesperada e minha bolsa estourou. — fechei minhas mãos com força. — Seu pai me levou correndo para o hospital. Você nasceu saudável e eu esperei me recuperar para ter uma conversa com ele.

— Quando questionei, ele me disse que era mentira, que o número nem era daqui e poderia ser trote. — ela respirou fundo novamente. — O número voltou a ligar, eu salvei e fui saber por conta própria o que se passava.

— Quando ele saiu para trabalhar, liguei para a pessoa. O inglês dela não era bom, porém entendi perfeitamente. No dia que seu pai saiu, ele havia me traído com essa moça no Brasil. — fechei os olhos com força.

Não posso acreditar que realmente existe um cara babaca a esse ponto, ainda pior, com minha mãe grávida...

— Ao que parece ela não tinha como cuidar da criança, por isso o desespero em falar com seu pai. — olhei ela que parecia mais calma. — Eu era mãe, já imaginei o meu desafio ao cuidar de alguém, imagina para ela que não tinha ninguém.

— Escondido do seu pai, mantive contato com ela. Expliquei a minha situação e ela disse que sentia muito, pois o mesmo não havia falado sobre ser comprometido.

— Para variar. — digo seco.

— Você foi crescendo e eu já não sentia a mesma coisa pelo seu pai, tudo o que eu tinha era raiva. — neguei lentamente. — Ele descobriu sobre minhas ligações, me mandou parar e eu disse que não.

As pequenas lembranças das discussões dos dois voltou aos poucos na minha cabeça...

— Quando você completou 4 anos, ela me ligou pedindo ajuda. As meninas estavam bem grandinhas.

— Espera. — interrompi ela. — Você disse meninas? — assentiu. — Eu tenho duas irmãs? — pergunto surpreso. — Como ele escondeu isso de mim? Por que você não me contou? — ela negou fechando o olhos.

— Seu pai ameaçou tirar você de mim. Ele começou a jogar na minha cara que tudo o que eu tenho é dele. — neguei lentamente.

— Será que pode me dizer de uma vez porque foi embora? — olhei ela novamente.

— A mãe das meninas havia morrido. — arregalei os olhos. — Quem me ligou foi um rapaz do hospital, o Marcus. — andou pelo quarto. — Sarah deixou um bilhete com o meu nome, me implorou para cuidar das meninas porque ninguém ia conseguir. — parou e voltou a me olhar.

— Você foi embora para o Brasil? — pergunto encarando ela. — Você passou por aquela porta e tudo o que me disse era que ia visitar uma amiga.

— Eu não podia te dizer a verdade, seu pai não podia saber. — neguei.

— Por que não voltou? — pergunto irritado.

— As meninas foram mandadas para um orfanato e eu precisava fazer isso, por mim e por ela. Viajei para o Brasil com meu dinheiro e tentei ao máximo não gastar muito... Marcus por sorte falava inglês e conseguiu me ajudar. Achamos o orfanato e eu vi as duas. — ela sorriu em meio às lágrimas. — Elas são tão lindas.

— Você adotou as duas? — assentiu.

— Mas foi um processo demorado, as meninas tinham 3 anos e eu não tinha cidadania brasileira. — assenti. — Foi tudo graças ao Marcus.

— Está com ele? — assentiu. — Foi por isso que não voltou?

— Josh seu pai descobriu tudo. — se aproximou. — Ele me tirou tudo, bloqueou meus cartões e eu não tive como voltar... A adoção das meninas demorou quase 4 anos... — arregalei os olhos.

— Enquanto o processo não era finalizado, elas podiam ficar com a gente algumas vezes, assim elas foram adquirindo um carinho maior. A adoção delas foi concluída quando ambas tinham 6 anos. — o pior é eu saber que isso realmente pode demorar, ainda mais com a situação dela.

— A senhora ao menos me ligava? Perguntava de mim? — assentiu.

— Seu pai não me atendia de forma alguma, meu número chegou a ficar bloqueado e eu não tive condições de vir pra cá, não sem as meninas.

— E o que fez?

— Comecei a trabalhar como babá. No começo foi bem difícil, até porque eu não falava português. — riu fraco. — Mas eu não podia desistir, queria voltar para Los Angeles, queria te ver.

— Meu pai me falou que você tinha entrado em contato comigo.

— Foi quando eu ameacei ele. Estava com tanto medo de perder você que não agi do jeito certo. Liguei para o irmão dele, o mesmo parece ter passado o recado e Ron me ligou de volta.

Aos poucos tudo foi se encaixando e para variar a culpa é toda daquele cara. Além de abandonar duas filhas, ele teve a coragem de deixar minha mãe sem nada no Brasil, ainda mentiu pra mim dizendo que minha mãe havia se mandado com um cara e que não dava a mínima para mim.

Foi diante de tudo isso que adquiri raiva por ela, porque ela simplesmente me largou para ficar com um cara... Mas esse cara nunca nem existiu, meu pai fez a minha cabeça para eu nunca querer saber da mulher que me colocou no mundo.

A troco de quê?

Agora ele morreu, minha mãe voltou e eu descobri que tenho duas irmãs por parte de pai... Minha cabeça está uma confusão só.

— Eu sinto muito por tudo Josh. — disse me olhando. — Deveria ter sido forte, mas deixei o medo falar mais alto. Fui fraca e abandonei o meu menino. — neguei.

— Por favor, me deixe sozinho. — digo com a voz fraca.

Olhei ela que não discutiu, apenas assentiu com seu rosto vermelho e se dirigiu até a porta.

— Me faz um favor. — ela parou e me olhou. — Avisa a Any que quero ver ela. — após dizer isso ela saiu do quarto.

Analisando...

Xoxo - Sun⭒

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