• Capitulo 89 •

Any Gabrielly

Sei que o médico falou que ia fazer mais exames, porém eu acredito que aquele sonho foi um sinal, ele vai ficar bem.

Nesse momento me sinto leve, estava carregada de estresse, angústia, só queria que tudo passasse e finalmente passou.

Após alguns minutos fiquei conversando com Noah e Bay, ambos ainda estávamos intrigados com Úrsula.

Se ela for mesmo a mãe dele não teremos muito como discutir, a guarda é dela, embora eu queira ele do meu lado para cuidar…

Soltei um suspiro e andei até ela com os meninos.

Paramos na frente dos quatro que nos olharam.

— Veio dar mais sermão? — disse Sina me fazendo revirar os olhos.

— Não me culpe por estar no meu limite de estresse, estava preocupada com ele, cansada e me deixei levar, só isso. — digo olhando ela mas logo passo a olhar Úrsula. — Eu realmente não sei o que veio fazer aqui, mas só quero te pedir uma coisa. — ela se levantou. — Respeite o espaço dele.

— Eu só quero falar com ele, caso não queria me ver não irei insistir. — assenti lentamente.

— Esses são Noah e Bailey, melhores amigos do Josh. — digo e os dois cumprimentam ela com um aperto de mão.

— Como ele está? — perguntou Joalin se levantando.

— Ele acordou. — ambos abriram um sorriso. — O médico vai levar ele para fazer mais exames, mas sei que ele vai ficar bem. — sorri sem mostrar os dentes.

— Vocês poderiam. — iniciou Úrsula, porém parou.

— Nós poderíamos? — disse Noah esperando uma resposta.

— Me mostrar uma foto dele? — Noah, Bay e eu nos olhamos. — Por favor. — disse com a voz fraca e eu fechei os olhos pegando o celular.

Abri na galeria e procurei nossa foto juntos no dia do parque.

Entreguei meu celular para ela e olhei para as duas meninas que me encaravam. Assim que notaram que eu olhava desviaram o olhar e eu franzi o cenho confusa... Eu em.

Úrsula olhava a foto com uma mão na boca e vi uma lágrima escorrer.

— Ele está tão grande. — e grosso…

Virei minha cabeça para trás segurando o riso. O que esse menino fez comigo?

Respirei fundo e voltei a olhar ela que passava o dedo suavemente pela tela.

— Há quanto tempo estão juntos? — me olhou.

— Nos conhecemos há dois meses. — digo e ela assente. — Suas notas estavam péssimas e ele me pediu ajuda com isso. — ela me estendeu o celular.

— Ron não bebia na época que eu saí, não sei o que deu nele para fazer isso com o Josh. — estufei o peito para dizer um monte para ela, mas quem tem esse direito no momento é só o Josh...

— É o que acontece quando alguém é fraco demais para aceitar algo. — digo olhando para ela.

— Juro que quando sair daqui vou caçar esse desgraçado. — disse ela irritada.

— Vai ser meio difícil. — disse Bay. — Ele está morto agora. — Marcus, que era o único sentado, se levantou rapidamente.

— Não acredito. — disse Joalin.

— Foi vítima de um atropelamento. — disse Noah. — Talvez quando o Josh fugiu ele foi atrás bêbado e não viu o carro. — Úrsula colocou a mão na boca e ficou de olhos fechados.

— A gente espera que a senhora esteja preparada. — disse Bay e ela olhou para ele. — Josh não vai reagir bem com sua aparição. — ela ficou em silêncio.

— Licença. — digo indo até meu pai. — Bianca não voltou? — pergunto e ele se levanta de onde estava.

— Não, ela passou em casa, Krys queria tomar um banho e comer algo. — assenti. — E você precisa descansar. — alisou meu rosto.

— Eu só quero falar com ele, não vou sair daqui se ele não vier junto. — ele ficou me olhando e soltou um suspiro.

— E suas aulas?

— Eu já passei de ano, só estou indo por ir mesmo. — ele negou lentamente com um sorriso. — Mas o Josh... — digo ao me lembrar de que ele não pode perder aula.

— O que tem ele? — perguntou colocando as mãos no bolso da calça.

— Ele não pode perder aula, estava quase reprovando. — digo preocupada.

— Vou falar com a diretora, na verdade temos muito que conversar. — encarei ele e engoli seco.

Voltei a me sentar e os meninos logo se juntaram, disseram que Úrsula perguntou sobre Josh, mas evitaram falar muito.

Após alguns minutos o médico havia voltado, disse que Josh está bem e fora de perigo. Eu e os meninos nos abraçamos e perguntamos se podíamos ver ele.

— Josh já está falando, porém ainda não quer comer. — cruzei os braços. — Seu alimento tem que ser sopa pela inflamação na garganta.

— Coitado. — digo fazendo uma voz de pena e todos me olham. — Ele odeia sopa. — rimos.

— Ele está impossibilitado de mastigar, então não temos o que fazer. — assenti.

— Me deixa ir falar com ele. — digo e o médico me olha. — Talvez eu convença ele. — abri um sorriso.

— Vou liberar, mas só porque ele acordou quando estava lá. — soltei uma risada e acompanhei ele até o quarto de Josh.

Havia uma enfermeira no local, bonita demais para o meu gosto…

Josh realmente se negava a comer e eu acabei rindo.

— Eliza, pode sair por favor? — disse o médico atrás de mim e os dois me olharam.

Josh abriu um sorriso e eu estreitei os olhos encarando ele.

— Claro! — deixou a sopa ao lado. — Daqui a pouco nos vemos Josh. — disse com um sorriso.

— Joshua! — digo séria e me aproximo. — O nome do paciente é Joshua. — sorri debochada e ela saiu do quarto sem dizer mais nada.

— Dentro de meia hora eu volto. — disse o médico e eu assenti.

Parei ao lado da cama e a porta fechou.

— Ciúmes Gaby? — disse com a voz meio fraca.

— Eu não. — arrumei seu travesseiro. — Cuidando do que é meu. — ele riu. — E você precisa se alimentar.

— É sopa. — resmungou fechando os olhos.

— É, mas sua garganta está ruim, você não pode mastigar nada ainda. — negou.

— Eu consigo esperar dois dias para comer. — revirei os olhos.

Eu sei que vou me arrepender disso, mas não vejo muita escapatória...

— E um chá você quer? — Josh me olhou e eu sorri de canto.

— Quem está tirando a pureza da minha garota? — soltei uma risada alta. — Mas eu aceito viu... — mordeu o lábio inferior e eu me segurei para não dar um tapa nele.

— Então toma a sopa. — me olhou sério. — Josh por favor. — revirou os olhos.

— Me dá essa sopa. — abri um sorriso.

Peguei a bandeja e coloquei no seu colo novamente.

Fiz o Josh dar a primeira colherada e logo uma careta surgiu me fazendo rir.

— Não deve ser tão ruim Josh. — coloquei um pouco na minha boca e quase cuspi fora. — Credo, colocaram uma amostra do inferno aqui? — ele soltou uma risada.

— Viu? — limpei minha boca.

— Mas você precisa tomar loirinho. — digo dando outra colher para ele.

Foi com um pouco de luta, mas ele tomou tudo.

Também evitei tocar em qualquer assunto que eu tenha descoberto, quero poupar ele no momento.

Após alguns minutos tirei a bandeja de seu colo e levei um canudo na sua boca para ele tomar o suco.

— Daqui a pouco o médico vem. — digo olhando os aparelhos.

Josh tinha um pequeno tubo em seu nariz, acredito que seja para ele respirar melhor já que as agressões não foram poucas...

Tinha visão dos seus braços e eles estavam com bastante hematomas roxos. Seu rosto ainda estava um pouco inchado, e se notava os curativos pelos ferimentos e cortes que teve.

Resolvi andar pelo quarto e olhei um pouco para me distrair.

As cortinas estavam fechadas e também tinha uma televisão na frente da cama.

— Posso abrir as cortinas? — pergunto olhando ele que nega. — Não ligo para sua opinião. — digo e ele ri.

Abri só um pouco a cortina e olhei lá fora.

O dia estava bem feio, nada de sol e céu limpo. O dia estava nublado e as nuvens com sua cor cinza, dando a entender que a qualquer momento vai chover.

Me virei para olhar Josh e o mesmo abriu um leve sorriso.

— Obrigado por não sair do meu lado. — me aproximei.

— Te disse que não ia sair. — sorri e alisei seus cabelos. — Me diz uma coisa. — me sentei no pequeno banco. — Foi você que acertou uma garrafa na cabeça do seu pai? — Josh fechou os olhos e eu segurei sua mão.

— Ele ia me matar Gaby. — contrai os lábios sentindo meu peito apertar. — Me desculpa não te contar...

— Ei, calma. — me levantei colocando minha mão no seu rosto. — Está tudo bem, tá? — me olhou e vi uma lágrima descer.

Limpei rapidamente com o polegar e dei um selinho demorado nele.

— Estamos juntos nessa. — digo próxima ao seu rosto e dei outro selinho nele. — Mas a polícia quer falar com você. — arregalou os olhos.

— Eles vão me incriminar? — neguei.

— Tem um advogado cuidando disso. Foi em legítima defesa e eles só querem te ouvir. — assentiu.

— Fica aqui comigo. — apertou minha mão.

— Não sei se vou poder. — suspirei.

— Eu vou chantagear eles, você vai ficar. — soltei uma risada. — Quero que você esteja aqui para escutar tudo logo. — assenti sentindo um nó na minha garganta.

Noah e Bay já me disseram o que eu tinha que saber, mas eu quero descobrir como que o Josh chegou nesse estado aqui, e também como ele conseguiu fugir…

O único crime que o Josh cometeu foi de roubar meu coração...

Xoxo - Sun⭒

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