Josh Beauchamp

Terça-feira.

Talvez eu tenha ficado com um leve receio de falar com o pai de Any depois da nossa conversa de ontem, só que nunca vou conseguir pedir ela em namoro e viver com esse passado... Preciso falar.

Parando pra pensar agora, é a primeira vez que me pego pensando em namoro, achei que iria viver pra sempre nas festas.

O prazo de uma semana me parece bom, até lá terei tempo para pensar nas melhores palavras, só espero de verdade que nada dê errado!

Terminei de arrumar minhas coisas na lava louça e sai de casa.

Ontem meu pai chegou um pouco depois de mim, comeu e foi para o quarto. Eu fiquei estudando um pouco até me dar sono, senti foi falta do cafuné de Any.

No caminho encontrei os meninos do outro lado da rua e esperei eles virem ao meu encontro.

— Fala aí. — dei um toque na mão dos dois.

— E aí, como foi ontem? — perguntou Noah.

Ontem quando cheguei na escola contei por cima o que havia acontecido no domingo à noite. Os meninos me disseram que sentiam muito e que não era uma boa assistir aula, porém eu disse que estava "bem". Noah me levou para dar uma volta enquanto Bailey ia ficar de olho nos passos de Jace... Por isso cheguei um pouco tarde.

— Desabei. — digo em um suspiro.

— Como assim desabei? — perguntou Bay. — Você não foi estudar? — assenti.

— Não… — disse Noah nos fazendo olhar ele. — Chorou na frente da Any? — assenti.

— Não sei como ela consegue lidar comigo. — digo chutando de leve uma pedra na rua. — Ontem não consegui me concentrar na matéria, ela notou e parou.

— E aí? — disse Bay. — Cadê a parte que você chora? — soltei uma risada fraca.

— Ela colocou um par de luvas de boxe em mim e me fez socar um saco de boxe. — encarei a escola na minha frente e paramos juntos de andar. — A minha vida inteira eu estava vendo ali, bem naquele saco. Descarreguei tudo ali e quando me dei conta. — encolhi os ombros.

— Você sabe que pode contar com a gente pra tudo, não sabe? — disse Noah e eu assenti. — Sabemos como é difícil você demonstrar seus sentimentos a ponto de chorar, fico feliz em saber que finalmente descarregou. — sorri.

Um carro parou ao nosso lado e junto dele uma música alta abafada. Nós três olhamos o carro e quando a porta abriu meu coração até acelerou.

Any Gabrielly, de cabelo solto e duas trancinhas na sua franja... Que garota incrível!

— Olá meninos. — disse Any e a música parou.

A porta do motorista abriu e logo depois tenho a visão do pai de Any totalmente vestido de social vindo em nossa direção.

— Josh. — disse sorridente e olhei Any rapidamente.

— Olá. — digo cumprimentando ele.

— Pai, esses são Noah e Bailey, melhores amigos do Josh. — disse Any e ele logo sorriu estendendo a mão para os meninos.

— É um prazer meninos. — disse Beto.

Any me olhou e notei seu rosto preocupado. Já até sabia o motivo.

— Josh fala muito do senhor. — arregalei os olhos encarando Noah. — Não mais do que da sua filha, mas acontece não é? — meu Deus!

— Já te disseram que você fica lindo calado? — digo para Noah e Beto da risada.

— Só espero que seja coisa boa. — disse Beto me olhando.

— Na verdade são agradecimentos. — disse Bailey nos fazendo olhar ele confuso.

— Como? — Beto disse rindo.

— Ah, por colocar essa menina no mundo. — Any e eu nos olhamos após a fala de Bay.

Quando menos esperamos nós dois explodimos de rir. Não é possível cara.

— Pai, bom trabalho. — Any abraçou ele ainda rindo.

— Boa aula meu anjo. — deu um beijo na cabeça dela. — Boa aula meninos.

— Obrigado. — dissemos juntos.

— Te amo. — disse Any em português. Acabei sorrindo porque entendi o que ela disse, isso fez parte das minhas pesquisas sobre o idioma...

— Também te amo. — sorriu dando a volta e entrando no carro novamente.

Vimos o carro sumir da nossa vista e Any se virou nos olhando.

— Achei que tivesse contado para eles. — cruzou os braços me deixando confuso.

— O quê? — pergunto e ela ri.

— Meu pai, eu... — abri a boca quando entendi.

— Não. — digo e os meninos me olham. — Não queria me meter na sua vida. — ela estreitou os olhos e negou lentamente.

— O que meu Deus? — disse Noah.

— Ah. — Any olhou eles. — Sou adotada.

— O quê? — disseram juntos nos fazendo rir.

— Surpresa. — balançou as mãos fingindo empolgação. — Não façam essas caras. — passou ao lado deles e entramos juntos na escola.

— Você não pode soltar a bomba e sair assim. — disse Noah abraçando ela de lado.

— Ué Noah. — Any deu risada. — Só disse que sou adotada, não tem nada de mais. — viramos o corredor.

— Mas é que assim... É um choque. — disse Bay fazendo ela rir alto. — A gente não sabe o que falar.

— Não precisam dizer que sentem muito. Sou feliz com meu pai, não quero saber dos meus pais de sangue e... — parou para pensar. — E acho que só. — rimos.

— Não contei nada porque achei ser pessoal. — digo e eles assentiram.

— Não tenho vergonha, mas é que não acho necessário sair falando isso aos quatro ventos. — paramos no corredor da sala.

— Você está certa. — disse Noah. — Mas que bom saber que você foi adotada por alguém como ele. — ela sorriu. — Josh realmente falou muito, e tipo, relação de pai e filha. — ela me olhou.

— Vocês não imaginam o amor que ele tem por mim. — abaixou a cabeça. — Não esperava encontrar vocês ali. — suspirou.

— Por quê? — perguntou Bay e Any nos olhou.

— Acho bom a gente conversar no intervalo, aproveito e chamo o Krys para vocês conhecerem ele melhor. — sorriu fraco.

Eu sei qual vai ser o assunto, Any já está com medo da reação do seu pai comigo, imagina ele saber que Noah e Bay estavam juntos nesse rolo todo.

A gente está aumentando cada vez mais nossa bola de neve, daqui a pouco vai juntar, eu, Noah e Bay para ir na casa de Any falar com seu pai sobre tudo... Eu daria risada se não fosse trágico!

⋆ Eu imaginando os três indo de terno na casa da Any para falar com o pai dela KKKKKKKKKKK

Xoxo - Sun⭒