• Capitulo 38 •

Josh Beauchamp

Acho que nunca vivi uma adrenalina tão louca como essa.

A imagem da Any de biquíni não saía da minha cabeça. Pode ser porque sou homem e não consigo controlar os hormônios? Pode! Mas cara, Any realmente é uma garota incrível, que não importa o que aconteça, ela vai te fazer se sentir bem.

Me senti um pouco sem graça vendo ela sair da piscina pois achei que ela não iria gostar, mas ver que ela mentiu só para me virar e olhar ela novamente me fez ficar aliviado. Ela sabe do potencial que tem, da beleza que carrega e do quão incrível é estar ao seu lado...

Estou sim apaixonado por ela, inclusive me sinto como um adolescente do primeiro ano que se apaixona pela primeira vez e fica todo bobo vendo a garota na sua frente.

Iniciar uma guerra de travesseiros tem tudo para dar errado, mas só em saber que Any se sentia culpada tanto quanto eu, me fez entender que ambos erramos, que por incrível que pareça ambos queriam consertar isso, porque de alguma forma sabemos que nossa rotina não será a mesma quando tudo isso acabar.

Não quero ela fora da minha vida, somente ela me fez enxergar as coisas de outra forma. Hoje até consegui fazer um trabalho sem pensar muito.

Ela acredita em mim...

Com tudo isso, pela primeira vez em anos, sinto a necessidade de beijar alguém, desejo sentir seus lábios junto aos meus e o calor do seu corpo. Poderia ter beijado ela agora sem muita enrolação, mas com ela quero ir com calma, mesmo que minha intuição me diga que o beijo dela deve ser maravilhoso, sei que é seu primeiro e que deve estar nervosa.

Ouvir aquela batida na porta fez meu coração disparar e automaticamente sair de cima de Any. Estou quase achando que o destino não quer que isso aconteça.

Olhei para Any que encarava a porta, poderia até jurar que ela está brava com a situação.

Vi ela se levantar e seguir até a porta.

— Oi Jade. — segurei o riso pelo desapontamento em sua voz.

Já imaginava que ela queria esse beijo, mas não imaginava que iria ficar tão triste por ter sido interrompida pela segunda vez e pela mesma pessoa.

— O almoço está servido senhorita. — Any assentiu.

— Josh, vamos? — perguntou indo pegar seu notebook.

Da primeira vez que quase nos beijamos ela até que lidou bem depois, pensei que iria ficar um clima estranho, mas não ficou. Talvez aquelas conversas aleatórias tenham sido por isso, ela queria evitar pensar no assunto.

Saímos do quarto em silêncio e seguimos para almoçar.

Dessa vez Any só focou na comida, tanto que nem me olhava. Não quero esse desconforto nela, porém também não quero perguntar como se sente.

Erick foi o primeiro garoto o qual ela se apaixonou, isso tudo devido aos estudos e a forma a ser tratada. Não duvido do fato dele realmente ter se apaixonado por ela, por trás de toda aquela timidez na escola existe uma menina sensacional.

A culpa vai te consumindo aos poucos, no momento em que você vê o tamanho do problema e na consequência de tudo você se toca do babaca que foi. Erick se arrependeu, mas isso não mudou o fato de que ele conquistou Any apenas com um propósito, entendo o lado dela, é como se ela tivesse se apaixonado por uma mentira.

Se isso não for pra frente — o que acho que é quase certeza —, ainda quero manter minha amizade com ela. Por mais que eu goste e tenha que aturar ela com outro, não consigo mais imaginar o futuro sem ela para conversar... Any já é quase meu ponto de paz no meio de tantos caos.

Soltei um suspiro na mesa e Any me olhou.

— Posso te pedir uma coisa? — assentiu me olhando.

— Mas juro que se for da festa eu enfio esse garfo em você. — apontou me ameaçando e eu ri alto.

Por mais que tenha ficado um clima estranho agora, ela sempre dá um jeito de virar o jogo. Não importa como, ela vai fazer você rir...

— Amanhã, quando eu for falar com a diretora. — encarei meu prato sem graça. — Você pode me esperar?

— Vai te deixar mais tranquilo? — olhei para ela e assenti. Any deu um pequeno sorriso e eu retribuí o gesto. — Espero sim.

— Obrigado. — voltamos a comer.

Em momento algum me esqueci dessa maldita conversa, meu futuro vai ser decidido ali, se continuo vivo ou não...

Queria muito conversar com a Any, contar sobre minha vida e minha real situação com meu pai, mas algo me diz que ela vai ficar com pena, e isso é algo que não quero.

Noah e Bailey só sabem porque nas vezes que apanhava aparecia roxo na escola. Sempre dizia que era uma briga qualquer, mas de tanto eles insistirem acabei contando. Aquele foi o apoio que precisei, não cheguei a chorar, ou descontar a raiva toda de uma vez, mas ambos me disseram que para o que precisar posso contar com eles.

Noah uma vez me disse que eu precisava liberar isso, que eu precisava aceitar a vida que levava e decidir um rumo das coisas. Isso nunca aconteceu, devido a tudo isso veio a sensação de sufocamento.

Depois da minha conversa com Any cheguei a olhar o céu, não era tão bonito quanto o da casa dela, mas me fazia bem. Fechava meus olhos e imaginava Any do meu lado ainda segurando minha mão...

— Vamos Beauchamp! — sou tirado dos pensamentos com Any arrastando a cadeira e colocando o guardanapo sobre a mesa.

— Claro professora. — rimos.

Hoje novamente vamos estudar física, amanhã tem aula dele então é sempre bom.

A gente conversou menos dessa vez, Any novamente deixou uma música passando na tv e me fez alguns exercícios. Confesso que dessa vez ela pegou pesado, não entendia porra nenhuma do que estava ali.

— A gente está mesmo estudando física? — ela riu.

— Esses exercícios são do começo do ano Josh, as coisas que o professor andou passando foram revisão, estou sentindo o cheiro de uma avaliação. — olhei para ela ainda mais nervoso.

— Obrigado, me deixou mais tranquilo. — riu novamente.

Voltamos a explicação e ela ficou colada comigo, a todo momento perguntava algo e ela só desistiu da sua lição.

No nosso intervalo contei para ela que hoje teve uma avaliação de química e que me saí bem. Any me parabenizou e disse que sabia que eu me sairia bem sem ela.

Por fim consegui entender tudo o que ela me passou, foi difícil, mas consegui.

Terminei de organizar meus cadernos e coloquei na bolsa.

Any me acompanhou até a saída e novamente paramos na porta do carro.

— Nem acredito que entendi aquilo. — digo e ela ri.

— Não desmereça meu trabalho Joshua. — revirei os olhos.

— Não me chame de Joshua, Gabrielly. — rimos. — Boa noite.

— Boa noite. — dei um beijo em sua bochecha e entrei no carro.

Estar com ela é como me desligar do mundo, só sei disso porque no caminho para casa o meu nervosismo com amanhã voltou à tona. Não posso reprovar esse ano!

A confissão da paixão finalmente foi certeira *palmas* Agora só falta o beijo quase impossível... KKKKKKKK

Xoxo - Sun⭒

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