Recordação de um relógio
O tempo navega
Dentro de seu próprio tormento
Preso no relógio da sala
Tic-tac tic-tac...
No passo das formigas.
Os poemas estão mudos
- Meu Deus! Eles não dizem nada!
Na minha infância eu me recordo
De como era misterioso
E eterno
O tic-tac daquele relógio...
E a marcha das formigas
Pequenas como grãos de açúcar
Sobre o chão recém encerado.
Naquele vermelho todo,
Que para elas era sem fim,
As formigas se desesperavam
Corriam apressadas
Como se buscassem sair...
A eternidade do tempo
Respingava nos instantes
Cada vez mais molhados
Os ponteiros pesavam...
A eternidade das formigas
Era sua busca
Queriam escapar
Só não sabiam para onde
- E nós, sabemos?
Talvez o mistério
De todas as coisas
Esteja no que não dizem
Os relógios
As formigas
Os poemas.
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