Capítulo 4
Eu abro os olhos, desistindo de tentar dormir mais um pouco, e me rendendo a minha mente que já está ligada a horas, pois ela resolveu que eu iria ficar acordado pensando em quem é que tentou me matar, por que essa pessoa decidiu fazer isso e como ela passou por todos os meus sistemas de segurança, já que nem mesmo Josephine conseguiu passar por todos sem soar o alarme e me acordar.
Eu me levanto da cama, e saio do meu quarto, indo na direção de Megan para ver se está tudo bem.
Como eu imaginava, Megan está completamente apagada e jogada na sua cama, o que me faz rir um pouco antes de descer as escadas, com o intuito de preparar um café e comer alguma coisa.
- Pelo visto eu não fui o único que não conseguiu dormir.
Eu digo, quando entro na cozinha e vejo Josephine, com as roupas que eu comprei para Lize, tirando alguns waffls da máquina e colocando em um prato do lado do bule de chá.
- Bom dia para você também. E sim, você não foi o único, eu não consigo parar de pensar em quem explodiu aquela bomba.
Josephine diz, e o ódio nas suas palavras é tão nítido que eu fico feliz por Megan ainda estar dormindo .
- Eu vou mandar a Eloise comprar um chipe para você poder ligar para o seu padrinho.
Eu digo, e Josephine concordar com a cabeça ao mesmo tempo em que coloca o prato com weffls na mesa, o que me faz pegar uma xícara de café junto com um weffle.
- Bom dia!
Megan diz animada, quando entra na cozinha, quebrando assim o silencio onde Josephine e eu nos afundamos.
- Bom dia princesa.
Eu digo para Megan, que logo se joga dramaticamente no meu colo, enquanto fala com Josephine, que me surpreende ao abrir um sorrio enorme e realmente sincero, ao mesmo tempo em que puxa uma conversa com Megan sobre a trança já toda bagunçada que Josephine fez ontem no seu cabelo e que Megan se recusou a soltar antes de ir dormir.
Eu deixo Megan se espreguiçar no meu colo, antes de me levantar para preparar o seu café da manhã, enquanto minha filha e Josephine continuam com uma conversa sobre penteados que Megan está simplesmente apaixonada, principalmente porque Josephine parece saber fazer todos eles.
Ainda com a cabeça girando eu sirvo minha filha, que me deixa a cada minuto mais confuso, já que para cada três palavras de Josephine, Megan diz dez, e isso me faz pensar que eu tive medo de deixar Josephine perto de Megan já que ela poderia fazer algo contra minha filha, mas agora eu sei que quem está correndo perigo sou EU, porque eu não sei se vou conseguir aguentar Josephine Langford tagalerando com Megan o dia inteiro...
●●●
Eu observo o rosto de Josephine ficar tenso, enquanto ela escuta o que o padrinho tem a dizer do outro lado da linha.
Depois do nosso café da manhã, que resultou em Megan usando o cabelo meio preso e meio solto que Josephine fez, eu liguei para Eloise e pedi que ela comprasse um chipe de celular, que Josephine está usando neste eexato momento.
- Eu vou dar o recado, e tem sim uma probabilidade de nós chegarmos aí ainda hoje.
Josephine Langford diz, e eu olho para ela sério e exigindo com o olhar que ela me diga que merda o padrinho está falando do outro lado da linha.
- Tá bom, se cuidem você aí, eu vou falar com o Fiennes Tiffin.
Josephine diz, alguns minutos antes de desligar a ligação e se livrar tanto do celular descartável quanto do chipe.
- Você vai me fazer perguntar sobre o que vocês falaram ?
Eu pergunto ríspido, e Josephine abre o seu sorriso provocativo, ao mesmo tempo em que olha para fora da cozinha, onde nós estamos, para se certificar de que Megan não está prestando atenção em nós, mas sim no seu desenho.
- Certo, eu tenho um braço direto nos negócios e ela quando soube da explosão foi até a sua casa para tentar me encontrar e descobrir o que aconteceu.
A Inanna acabou se encontrando com o seu braço direito, Titan, que ela disse que havia acabado de chegar de uma viagem de negócios e estava absolutamente perdido.
Josephine diz, e eu não consigo disfarçar o meu semblante a tempo de deixar transparecer todos os meus pensamentos.
Merda, eu havia me esquecido completamente de que eu havia mandado Titan, meu braço direito, para fazer algumas negociações no meu nome.
- Ralaxa, por mais que tenha sido tentador, e isso foram palavras de Inanan, ela e Titan não se mataram e eles estão agora na minha casa, junto com o meu padrinho. Já que alguém poderia tentar invadir a mansão e nós ja temos estragos o suficiente para lidar.
Agora vem o ponto dois, quem fez isso.
Josephine diz, e só o fato de ela abaixar a voz para que Megan não escute já faz os pelos na minha nuca se arrepiarem.
- O seu padrinho descobriu quem foi?
- Bom, quem foi não, mas ele descobriu quem está envolvido.
Ninguém mais ninguém menos, que Michel Donovam, o chefe da máfia que vive competindo com a sua máfia.
Josephine diz, e eu automaticamente digo uns dez palavrões que Megan só vai aprender a partir dos 16.
- Pois é, meu padrinho ainda não conseguiu descobrir o porque que ele também tentou me matar, mas levando em consideração que eliminar nós dois faria com que o Donovam virassem o maior chefe da máfia já parece razão o suficiente para mim.
Mas, o pior mesmo, é que o meu padrinho não faz a menor ideia de quem arquitetou tudo isso, ele só sabe que o Donovam é peixe pequeno no esquema.
Porra, se o chefe da máfia é peixe pequeno então quem será o peixe grande.
Minha cabeça gira na tentativa de achar uma resposta para essa pergunta, e pelo silêncio da parte de Josephine eu sei que ela está tão perdida e confusa quanto eu, e isso a deixa ainda mais puta. É, pelo menos temos isso em comum.
- Escuta, o meu padrinho acha uma boa ideia nós voltarmos para a cidade grande.
O Donovam aparentemente vai estar na boate dele amanhã, e essa é uma boa chance para eu enquadra-lo. Mas eu vou entender se você quiser fingir que está mesmo morto.
Josephine diz, e eu olho para ela sem entender muito bem o que ela está querendo dizer.
- Como assim?
- Como assim o que, Hero? A anos você pensa em fugir das obrigações da Máfia e essa é a sua melhor e única chance desde a Lize.
Josephine diz, e eu tentou ignorar o nó que se forma na minha garganta, não só porque ela tem razão, essa de fato pode ser a minha melhor chance, mas só de pensar que podem me descobrir e por isso pegar Megan e fazer o mesmo que o que aconteceu com Lize...
- Não, Eu não tenho opção. Se eu me fingir de morto então Megan e eu não teremos vida, não uma que valha a pena sem Lize. E eu não vou arriscar que Megan tenha o mesmo destino.
Eu digo, sem me importar muito que Josephine veja a minha vunerabilidade, até porque, a essa altura do campeonato, nós dois já estamos bem vuneraies.
- Sabe, eu posso ficar com a Megan se você quiser.
Se você decidir fugir, eu ficaria com Megan, a faria minha sucessora e a manteria sobe a minha proteção.
Josephine diz, e eu arregalo os olhos ao mesmo tempo em que sinto minha Boca ficar completamente seca.
- Eu jamais abandonaria Megan. Nem hoje e nem nunca, mesmo que fosse o meu sonho fugir disso tudo, eu nunca seria capaz de abandona-la!
Eu não fiz isso a quatro anos atrás e não vou fazer agora.
Eu digo, sem me importar que eu soe ríspido ou até mesmo furioso por Josephine seque considerar que eu seria capaz de abandona minha filha.
Mas, embora eu fique esperando que Josephine fique inrritada por eu falar grosso com ela, tudo o que surge em seus lábios é um sorriso sincero, e isso me deixa bem confuso.
- Por que você faria isso ? Megan não é nada sua e você nem mesmo gosta de mim para se comprometer com isso.
Eu me pego perguntando para Josephine, que tira o sorrio do rosto no mesmo instante, e me encara por longos minutos, com o rosto mais frio e indecifrável que uma pedra.
- Isso não é da sua conta.
Mas... eu faria pela Megan, não por você porque de fato não gosto de você, mas faria pela Megan e pela Lize.
Josephine diz, e eu rio com escárnio quando ela diz que realmente não gosta de mim, apesar de ainda ficar confuso por ela estar disposta a se comprometer a cuidar de Megan por causa da mesma e por Lize.
Josephine e Lize nunca foram amigas, elas nem se quer tiveram uma conversa. Quer dizer, elas não tiveram, não é?
Eu penso em perguntar isso para Josephine, mas como sei que ela não vai me contar nada mesmo eu resolvo manter a pergunta para mim, pelo menos por enquanto.
- Eu vou arrumar uma mala para a Megan, se quiser ajudar em alguma coisa pode ir fazendo algo para comer . Nós saímos depois do almoço.
Eu digo, e Josephine me encara com tanto deboche que eu posso jurar que ela vai dizer que não obedece ordens de um Fiennes Tiffin, mas como a conversa sobre o seu possível contato com Lize ainda pode escapar a qualquer momento da minha boca, Josephine se levanta da mesa e vai até a bancada da pia, o que me faz ficar ainda mais curiosos sobre ela e Lize.
Ainda tentando entender que tipo de contado ambas devem ter, eu subo as escadas, pronto para fazer uma mala de roupas para Megan e também uma para mim, afinal, não sabemos a onde isso tudo vai dar.
●●●
- Um clássico!
Josephine diz, quando me vê retirando o plástico que envolve meu carro, revelando assim um modelo agora azul Royal e também novas placas, já que não adianta mudar a cor e deixar as mesmas placas.
- Pois é, as vezes o clássico é a melhor alternativa.
Eu digo, e Josephine ri, ao mesmo tempo em que prende as armas que eu havia guardado na mala nos espaços do carro, para que em uma emergência elas estejam mais perto de nós.
- Nós vamos para a casa da tia Jo agora, mas eu prometo que nós vamos continuar a salvo, tá bom ?
Eu pergunto para Megan, que apesar de agarrar a bolça cor de rosa mais contra o corpo concorda com a cabeça, o que me faz beijar a sua testa e fechar a porta do carro.
Eu me certifico de que minha casa está trancada, e assim que eu me dou conta, Josephine já está ocupando o assento do motorista, o que me faz ocupar o do passageiro.
Na mesma hora, Josephine liga o carro e nós nos afastamos da casa que eu comprei, com a ajuda de Titan, escondido do meu pai para que eu, Megan e Lize pudéssemos formar uma família. É, isso é que significa o tiro sair pela culatra.
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- Bem vindos a minha humilde casa!
Josephine diz, e eu rio um pouco, porque " humilde" definitivamente não é a palavra que define a mansão de Josephine, mas acho que eu não poderia falar nada, não quando a minha mansão que foi bombardeada era tão grande quanto essa casa.
Um sensor de reconhecimento facial libera a passagem dos portões de ferro, e assim que Josephine passa pelos mesmos eu sinto algo que tenho quase certeza de que ela sentiu ao me seguir até o meu carro no dia anterior.
É, agora não tem mais volta, agora eu estou seguindo e confiando em Josephine Langford, espero que eu não me arrependa, mas sinceramente? Aquela parte do meu instinto, que sempre me livrou de problemas e me manteve vivo, me diz que eu não vou me arrepender...
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