Capítulo 53
Ah, teu beijo me dеixou de cara
A nossa química é rara
Nossa diferença é mara
(Diferença mara - Juliette)
***
Eu estava sozinha no meu quarto, deitada na cama, quando vi a porta do quarto se abrir e Juliette aparecer ainda sonolenta ali.
- Achei que fosse te encontrar no sofá comigo, assim que eu acordasse. - ela coçava os olhos.
Depois daquela DR que trocamos no sofá, voltamos a nos acomodar no mesmo e assistir TV. Em determinado momento, notei que Juliette acabou cochilando durante o programa que assistíamos. Tomando todo cuidado para não acordá-la, eu me levantei do sofá deixando Juliette dormindo sozinha na sala, enquanto que vim ficar no meu quarto.
- Resolvi vim pra cá e te deixar sozinha pra que dormisse com mais conforto no sofá.
- Você ainda tá chateada comigo pelo lance de horas atrás.
Ela mais pareceu afirmar do que propriamente, me perguntar isso
A bem da verdade é que eu ainda estava chateada mesmo, mas não queria dizer para ela. Apesar de ter aceitado sinceramente, o pedido de desculpas dela, eu não podia evitar de ficar chateada com o que ocorreu. Mas ia passar, já estava passando.
- Não, Ju. - menti enquanto forçava um sorriso para que ela acreditassem em mim.
- Sei...
Ela se aproximou e sem dizer nada se sentou na cama. A gente ficou se encarando em silêncio até que sem mais nem menos, aquele sonho que tive com ela veio povoar minha mente naquele instante. Flashes dela comigo naquela cama, a gente se beijando, eu descobrindo cada pedacinho do corpo dela escondido sob suas peças de roupa, a maciez da pele dela em contato com a minha... Meu Deus! Eu precisava fazer aquilo virar real.
- O que foi? Por que tá me olhando tanto assim?
Ao invés de respondê-la, eu me sentei na cama ficando bem de frente para Juliette e em seguida, a beijei. E beijei da mesma forma como aconteceu no sofá quando a gente quase foi além dos beijos.
De repente, eu já me sentia 100% preparada para ter minha primeira vez com a Juliette. Eu a queria, queria dar esse passo com ela ali e naquele momento!
Fui avançando sutilmente para cima dela até fazê-la deitar na cama e assim tê-la sob mim. Que se dane o mundo lá fora daquele quarto. Eu só conseguia pensar em mim e Juliette juntas naquele momento.
Senti as mãos dela agarrarem meu rosto enquanto que as minhas apertavam levemente sua cintura, ao mesmo tempo em que nossas línguas travavam uma batalha quase insana dentro de nossas bocas unidas em um beijo arrebatador.
Não preciso nem dizer que aquilo tudo fez meu corpo se acender feito uma lâmpada ao toque no interruptor. E isso só me deu mais certeza ainda de que eu queria aquilo tanto quanto Juliette. Meu corpo estava falando aquilo. E o corpo dela também, mas creio que ela meio que se assustou com isso, pois interrompeu o nosso beijo imediatamente.
- Espera, Sarah...
- O que foi?
- Você sabe bem pra onde as coisas vão se a gente continuar, não é?
- Sei. E é isso que eu quero, Ju. Eu quero você! Quero ter minha primeira vez com você. - confessei, escondendo o rosto no pescoço dela para beijá-lo. Acho que nunca quis tanto uma garota como eu queria a Juliette naquele instante. Era ela a garota certa para aquele momento especial.
- Mas assim?? Agora?
As perguntas dela me fizeram cessar os beijos que lhe dava no pescoço e levantar a cabeça para encarar Juliette.
- Sim. Você não quer mais?
- Não é isso. É que... Você me pegou desprevenida.
- Eu sei que disse há dois dias que não estava preparada... Mas agora sinto que tô, mesmo um pouco nervosa e apreensiva por conta da minha inexperiência, eu quero muito que isso aconteça agora. Quero muito ter a minha primeira vez com você. E espero não te decepcionar, já que não tenho experiência alguma nisso, ao contrário de você.
Eu torcia para o meu nervosismo não acabar estragando as coisas e me atrapalhando na hora H. Seria terrível acabar cometendo alguma estupidez que tornasse desastrosa a nossa primeira vez.
- Você não vai me dizer nada?
Ela permanecia calada somente me olhando desde que eu despejei tudo aquilo em cima dela há uns segundos.
- Eu preciso te contar uma coisa antes. - ela me murmurou séria e logo em seguida, me empurrou de leve de cima dela e saiu da cama.
Fiquei sem entender nada.
- Contar o quê? Você não quer mais, é isso?
Me pus de joelhos na cama e fitei Juliette, aguardando por sua resposta.
- Não, não é isso. É outra coisa, importante por sinal.
- O que é essa coisa importante, então?
Eu não fazia ideia o que ela queria me dizer. Juliette estava séria demais e ao lhe encarar bem nos olhos pude ver certo constrangimento. Ela parecia brigar consigo mesma para me contar o quê quer que fosse.
Ainda levou um par de segundos para ela me responder o que lhe perguntei. E quando Juliette fez isso, eu confesso que fiquei surpresa com o que ouvi dela.
- Eu sou tão inexperiente nisso tudo quanto você, Sarah.
Seus olhos se desviaram de mim e encararam o chão do quarto.
Eu fiquei sem ação por longos segundos depois disso.
- Espera aí. - me pronunciei, tocando minha nuca com uma das mãos. - Você tá querendo me dizer que é...
- Sim... Também sou virgem como você!
Totalmente sem jeito, ela se apressou em dizer aquilo sem esperar que eu completasse a pergunta.
Por essa eu não esperava mesmo. Ela era virgem que nem eu. E eu achando que ela fosse certamente, mais experiente que eu naquilo, mas não.
- Você não vai dizer nada?
Ela me olhou, lançando-me a mesma pergunta que fiz a ela momentos atrás.
Sinceramente, eu não tinha ideia do que dizer depois dessa 'revelação'. Tudo que não esperava era ouvir aquilo!
- Você me pegou de surpresa. - confessei, dando um suspiro enquanto saía da cama. - Caramba! Eu achei que você...
- Não fosse mais virgem? É, eu percebi. Por que achou isso?
Como eu ia explicar para ela aquilo sem ofendê-la?
- É que... Você... Parece... Tão...
Eu tentava achar palavras para explicar aquilo, mas não achava.
- Tão...?
Dei dois passos até ela e parei há pouca distância dela com as mãos na minha cintura.
- Olha, eu não sei explicar exatamente, mas só achei que você não fosse mais.
Se antes eu estava nervosa, depois de saber disso fiquei mais ainda. Saber que aquela também seria a primeira vez dela, triplicou meu nervosismo. Era muita responsabilidade aquilo. Algumas garotas tendem a fantasiar esse momento e mesmo a Juliette não sendo igual a grande maioria das garotas, ela também devia fantasiar da maneira dela com esse momento, assim como eu fantasiava também.
- Acho que eu meio que te decepcionei com isso, não é?
- Não, Ju. - juntando minha testa à dela, eu apressei-me em responder.
Jamais aquilo que ela me revelou me
decepcionaria. Pelo contrário, me deixou feliz. Apesar do impacto e do nervosismo que aquilo me causou, era muito bom saber que eu seria a primeira com quem ela teria relações.
- Como foi que eu não me apaixonei logo por você, hein?
Ela sorriu.
- Eu implicava tanto com você que tudo o que queria de mim era distância.
Inevitavelmente, a gente sorriu juntas disso. É, realmente, ela implicou bastante comigo, mas o efeito disso acabou saindo ao contrário, algum tempo depois de já estarmos convivendo juntas.
- Além do mais, você estava caidinha pela sua vizinha. - ela fez uma careta ao comentar isso, algo que me fez sorrir. - Portanto, você e eu era quase impossível de rolar.
Naquela época era mesmo. Mas agora nada parecia mais certo do que a Juliette e eu, juntas.
- É, eu estava, mas isso já virou passado. - pisquei para ela e lhe abracei logo em seguida, escondendo o rosto na curvatura do seu pescoço e sentindo o perfume bom da pele dela. Ela tinha um cheiro só dela. Um cheiro muito melhor do que qualquer perfume de loja cara.
- Acabei estragando o clima entre a gente, né?
Ela sussurrou, deslizando as mãos pelas minhas costas com carinho.
- Não. - murmurei de olhos fechados e entorpecida pelo cheiro dela e suas mãos macias subindo e descendo por minhas costas.
- Acho que sim, só que você não quer admitir. Mas eu precisava te contar isso antes que a gente estivesse, você sabe...
Abri meus olhos e me afastei só um pouco dela para encará-la nos olhos.
- Eu sei. Fica tranquila. - dei um beijo em sua testa.
- Você nem deve estar querendo mais que a gente faça isso agora, né?
Querer, eu ainda queria, mas algo me dizia que ela parecia não está tão segura para isso, como senti que estava da outra vez.
- Você quer? - respondi com outra pergunta.
- Eu te perguntei primeiro, quatro olhos. - ela me golpeou de leve no braço e eu sorri.
- Ok!... Eu ainda quero. Sinto muita vontade. - afirmei, segurando seu rosto entre minhas mão e encarando sua boca. - Mas... Sinto que você não tá tão afim quanto na vez do sofá, tô enganada? - encarei seus olhos agora.
- Tá. Completamente enganada. - minhas sobrancelhas se arquearam em surpresa ante sua pronta resposta. - Eu quero!
- Realmente quer mesmo? Se você não estiver afim pode dizer sem problema.
- Mas que parte do: "Eu quero!"... Que você não entendeu?
Eu sorri da aparente zanga dela ao falar. Bom... Se ela estava dizendo que queria, não ia contesta-la mais para não fazê-la mudar de ideia. Então, eu lhe beijei, mas logo já interrompia aquilo ao ter uma ideia.
Seria tanto a minha primeira vez quanto à dela e uma ocasião especial como essa, pede por uma "produção" mais romântica e propícia à esse momento, coisa que o meu quarto não proporcionava a gente naquele instante.
Eu precisava ajeitar isso e criar o clima perfeito para um momento como aquele. Eu quero que a Juliette lembre desse dia, de maneira bonita. E que guardasse a lembrança para sempre, assim como eu pretendia guardar.
- Eu sei que você vai achar estranho o meu pedido, mas... Preciso que saía do quarto e me deixe sozinha só um instante pra eu fazer uma coisa.
- Fazer o quê? - ela tinha na testa um vinco de total estranhamento àquilo que lhe disse, mas antes que eu abrisse a boca para lhe responder, a vi de repente abrir um sorriso. - Já sei. Você acabou de se lembrar que não está com a depilação em dia, não é Carolline?
- Já pensou em seguir a carreira de comediante? Acho que teria futuro com essas suas piadinhas.
Ela riu.
- Então por que eu tenho que sair?
- Surpresa. Agora... Vai, saí.
Eu meio que a expulsei do quarto. E assim que ela saiu, eu tratei de arrumar tudo. Era para ser especial e seria, pelo menos, essa era a minha intenção que fosse.
Troquei o lençol da cama por outro. Fechei as cortinas. Liguei o abajur e acendi algumas velas aromáticas que minha mãe insiste em deixar guardadas na gaveta do armário do banheiro. Até então, eu não via serventia alguma para aquelas velas, mas agora descobri uma bem apropriada.
Enquanto terminava de deixar tudo perfeito, agradeci ao fato de hoje minha mãe ter compromisso e sair bem mais tarde do trabalho. Pois desse modo, Juliette e eu teríamos à tarde toda para esse momento. Por falar na Juliette, eu a ouvi reclamar e bater na porta umas três vezes do lado de fora do quarto, alegando que estava cansada de esperar. Até parece que ela estava ali há tanto tempo. Só fazia uns cinco minutos mais ou menos que ela já esperava.
Assim que terminei tudo e aprovei o que fiz, fui até a porta. Ao abri-la, encontrei uma Juliette com cara de poucos amigos e já sem muita impaciente.
- Até que enfim, Sarah. Juro que se demorasse mais um pouco, a minha vontade ia passar e você teria que se resolver sozinha com a sua vontade.
Que mal-criada!
- E o que faríamos com toda essa arrumação que preparei? - contei mostrando à Juliette o que tinha arrumado.
- Ôh!
- Eu queria criar um clima especial pra um momento especial... com uma garota especial!
Acho que agradei, pois vi Juliette sorri para mim enquanto entrava no quarto e meio que admirava o que eu tinha preparado às pressas. E quando já ia perguntar se ela gostou, fui presenteada com um beijo dela.
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Hoje vai ser só esse, meus amores. A autora aqui não tá legal. Só vim aqui rapidinho postar esse capítulo para não deixar vocês sem nada. Além do mais é o único que já estava antecipadamente pronto e revisado.
Amanhã se eu tiver melhor, prometo que recompenso vocês.
Um xero.
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