Capítulo 49
N/A: Salve, salve, minha gente. Chegay!
Quem quer ver o circo pegar fogo? 🙋🙋🙋
Simbora ler!
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O papel do jogo que eu segurava, virou uma bola, pois de raiva amassei aquela merda todinha.
A cena de Pocah beijando Juliette era tudo o que eu não queria estar presenciando. A minha vontade era de ir lá nas duas e afastar de forma bruta a Pocah da Juliette, mas a segunda fez isso por mim e de maneira bem mais educada do que eu faria.
- Pocah calma aí!
- Estava morrendo de saudades de você, gatinha.
Mais uma vez, ela agarrou Juliette e beijou-a, só que dessa vez eu resolvi intervir nessa. Não tenho sangue de barata para ficar vendo outra garota - que pode ser até minha amiga como for, mas era outra garota - beijar a MINHA garota.
- Aí, Pocah! Vai devagar com essa saudade toda. - bati no ombro dela, interrompendo assim o beijo que ela dava na MINHA GAROTA!
Juro que se não fosse o fato dela desconhecer sobre Juliette e eu, e também dela ser minha amiga, eu dava um chega para lá bem dado nela. Mas vamos tentar ser pacíficas. Tudo bem, que eu sei que ela não vai ser nada pacífica comigo quando souber que Juliette está comigo, mas enfim... vou ser com ela.
- Qual é, Sarah?! Vai ficar me atrapalhando, mesmo?!
Ela me disse em tom de brincadeira e rindo para mim, mas eu não via graça alguma ali.
- Pocah, você tá muito afoita.
- É que eu tô com saudades de você, Ju. Por acaso não sentiu minha falta, gatinha?
- A gente precisa conversar.
Juliette disse a minha amiga.
- Claro que a gente precisa 'conversar', gatinha.
O sorriso cheio de segundas intenções que eu vi na Pocah, não me agradou nada. Certamente, a 'conversar'' que ela tinha em mente ter com Juliette, não era exatamente a mesma conversa que eu sabia que minha hóspede ia ter com ela.
- Aí, Sah, será que dava pra você deixa a gente à sós pra conversar, amiga. Ou será que vai querer bancar a "vela"?
É o cúmulo, eu sendo expulsa da minha própria sala pela minha amiga, para que ela ficasse a sós com a MINHA garota.
Olhei disfarçadamente para Juliette e pelo gesto quase imperceptível que ela fez com a cabeça, eu pude sacar que ela queria que eu saísse, pois ia contar a Pocah sobre a gente, só que não queria fazer isso na minha presença.
Nada contente com isso e tudo mais que já tinha acontecido ali, eu saí da sala em direção às escada para seguir para o meu quarto, sem dizer nada, absolutamente nada!
Ao entrar no quarto eu atirei na parede a bola de papel que ainda segurava. Logo depois fiquei andando de um lado para o outro para tentar me acalmar, já que por dentro me consumia de raiva e ciúmes.
Quando eu consegui ficar mais calma alguns bons minutos depois, me sentei na cama e agora movida a curiosidade, eu fiquei a pensar em como estavam as coisas na sala.
Como será que estava a conversa de Juliette com Pocah?
Será que ela já tinha contado sobre a gente?
Qual teria sido a reação da Pocah quando soube disso?
Eu não devia ter subido, devia ter ficado na sala com Juliette para junto com ela contar sobre a gente a Pocah. Só espero que ela...
- Ô SARAH! DESCE AQUI. AGORA!
Era a voz da Pocah gritando da sala. Pelo tom irritado e bem alterado, ela já devia estar ciente da verdade.
- SUA COVARDE FURA OLHO, DESCE AQUI! ANDA, ANDRADE!
Levantei da cama e saí do quarto no mesmo instante. Ela podia ser minha amiga, mas eu não ia admitir que me ofendesse dentro da minha própria casa, ainda que ela tivesse razão de me insultar e ofender.
- Eu tô aqui, Pocah! - disse descendo as escadas.
- Ah, pensei que a bonita ia ficar escondida lá no quarto.
- Não tenho porquê me esconder.
E eu não tinha mesmo. Se eu não fiquei ali para contar a ela sobre Juliette e eu, não foi por covardia e sim, porque a própria Juliette não me deixou ficar.
- É muito cínica mesmo.
Eu a vi vir furiosa em minha direção.
- Pocah! Deixa a Sarah em paz. - Juliette a segurou pelo braço antes que Pocah chegasse perto de mim.
- Me solta, Juliette.
- Não! E quer saber? Acho melhor você ir. O que a gente tinha pra conversar já conversamos. Agora vai!
- Eu não vou sem antes acertar as contas com essa fura olho, que eu pensava que fosse minha amiga.
- Pocah, eu sou sua amiga. Continuo sendo.
Ela riu alto, mas era um riso sem um pingo de humor e sim, de ironia, deboche e escárnio mesmo.
- Amiga não apunhá-la a outra pelas costas como você fez comigo ao se meter com a minha garota. Como pôde fazer isso, hein Sarah?
- Eu não fiz de propósito, Pocah. Aconteceu. Eu gostei dela e...
Eu não tive tempo de completar, pois ela conseguiu se desvencilhar da Juliette muito rápido e veio até mim, me acertando um tapa forte no lado direito do meu rosto, que fez meu óculo voar longe.
- Isso é pra você aprender a não se meter com a garota de uma "amiga".
Cara que mão pesada ela tem. Meu rosto ardia em chamas pelo tapa. Se duvidar, Pocah deixou os cinco dedos carimbados na minha cara.
- Você é louca? Saí de perto dela. - Juliette empurrou Pocah para longe de mim. - Sarah tá tudo bem? - ela indagou, deslizando a mão sobre o local que Pocah me acertou.
- Vai ficar. - murmurei a ela. Em seguida encarei minha amiga que me olhava com ódio nos olhos. - Pocah não precisa ser assim.
- Esse tapa ainda foi pouco pra você e o que me fez.
- Eu sei que tá me odiando...
- Você não faz ideia do quanto. Minha vontade é te dar mais tapas nessa sua cara de pau.
- Não se atreva a se aproximar dela de novo, Pocah ou eu juro que quem vai ser estapeada será você e por mim. - Juliette a ameaçou quando minha amiga fez menção de vir até mim e ela.
- Você e ela se merecem mesmo. Duas traidoras de marca maior.
- Acho melhor você ir embora daqui. Agora, Viviane!
- Não, Juliette, calma. - intervi. - Pocah espera. - pedi. Eu precisava explicar meu lado para ela. - Eu quero conversar direito com você.
- Ela acabou de te acertar um tapa e você ainda quer conversar com ela, Sarah? Você é masoquista por acaso?
Será que era tão difícil da Juliette entender que eu me sentia na obrigação de falar com a Pocah? Ter uma conversa descente com ela.
- Ela é idiota e com certeza, quer mais um tapa nessa cara de cínica dela. Só pode!
- Não é nem uma coisa e nem outra. - respondi para ambas. - Pocah, a gente tem que conversar.
- Mas eu não quero papo contigo. E quer saber? Pra mim deu. A amizade acabou aqui, Andrade. E antes que me mande embora uma terceira vez, Juliette, já tô indo.
- Ótimo, porque já vai tarde.
- Adeus.
Vimos Pocah seguir irada até a porta e sair dali batendo-a fortemente.
- Se arrependimento matasse, eu juro que agora cairia mortinha aqui por ter dado trela pra essa sua amiga troglodita.
- Eu te disse que ela não reagiria bem quando você contasse pra ela. Ai, meu rosto! - reclamei, tocando a pele que ainda ardia enquanto me sentava no sofá.
- Tá doendo muito?
- Na verdade tá é ardendo demais. E acho que cortou por dentro da boca, porque tô sentindo um gosto de sangue.
- Droga! Vou pegar gelo pra você colocar aí onde ela te acertou, tá?
Apenas assenti para Juliette que saiu em direção à cozinha. Não demorou quase nada para ela estar de volta segurando uma 'trouxa' que fez com um guardanapo, a qual continha gelo dentro.
- Toma. - me estendeu a trouxinha e coloquei sobre o rosto.
- Meu óculos. Você vê por aí? Não sei onde ele foi parar.
Ela se levantou e começou a procurar meu óculos e o encontrou aos pés da estante. Voltando para o sofá, Juliette colocou o óculo em meu rosto.
- Deixa eu ver como está seu rosto aí.
Tirei a trouxinha e pela careta que Juliette fez ao ver não devia estar legal.
- Ruim? - indaguei.
- Diria que péssimo. Seu rosto tá marcado com os dedos dela.
- Imaginei. Só não contava que ela tivesse a mão tão pesada assim. Caramba!
- Ela não tinha nada que fazer isso. Agressão não ia resolver nada.
Com certeza!
- Eu queria ter tido a chance de conversar direito com ela.
- Com ela, eu não digo, mas com a mão dela, certamente você falaria. Bem que você falou que ela teria uma péssima reação.
- Pois é. E você achando que eu estava exagerando.
- Você precisava ver como ela ficou quando eu contei da gente pra ela. Simplesmente, ela pirou.
- Mas como é que você contou isso?
Ela falou que a princípio relutou e não quis contar, para evitar confusão, já que ficou temerosa da reação de Pocah ao lembrar do que eu e Gil lhe dissemos. E por isso mesmo, ela apenas tinha em mente terminar com Pocah e pronto. Mas quando minha amiga insistiu por uma boa razão para ela estar terminando com a relação delas sem aparentemente motivo algum. Então, Juliette se viu na obrigação de falar a verdade. E foi exatamente o que fez.
- Talvez eu devesse dar um tempo e só então procurá-la pra uma conversa.
- Conversar o quê, me diz? Ela não quer conversa com você, criatura.
- Eu preciso explicar pra ela que não foi de propósito que você e eu...
- Sarah... - ela me interrompeu. -... Minha mãe costuma dizer que têm coisas que a gente não explica, porque não tem exatamente explicação. E essa me parece uma dessas coisas. Deixa assim que é melhor, quatro olhos. Não tenta explicar nada pra Pocah. Explicar pode só complicar mais as coisas e ainda te arranjar outro tapa na cara.
Acho que ela não podia ter sido mais enfática e eficaz em um argumento como aquele.
Talvez, realmente, ela tivesse razão mesmo. Tentar explicar aquela situação toda para a Pocah fosse no fim das contas, acabar complicando ainda mais as coisas ali.
- Sabe que quando você quer, você consegue ser mais centrada do que eu mesmo seria?
- Vou levar isso como elogio.
- Mas é.
- Agora me diz como a gente vai explicar para sua mãe essa marca vermelha na sua cara?
- Não faço ideia, mas a gente vê isso depois.
***
O lado bom daquilo tudo que houve é que agora eu podia ficar com a Juliette sem o peso de estar traindo a Pocah, pois ela e Juliette já haviam terminado.
Mas todo lado bom tem seu oposto, que nesse caso era: a perda da amizade com Pocah. Ela é uma ótima amiga.
Sinceramente, eu torcia para o tempo ajudar a amenizar a situação. Quem sabe, ele não fizesse Pocah um dia, mais lá para frente deixar a raiva de lado e me perdoar por te "tirado" Juliette dela.
- Ju, eu quero que você não mencione pra minha mãe sobre a briga com a Pocah. - pedi à ela enquanto estávamos deitadas no sofá com Juliette trocando mensagens com uma das primas.
- Por que não?
- Ah, pra evitar que essa situação cresça mais do quê deve. Pode fazer isso por mim?
Ela levantou a cabeça do meu peito e se virou, ficando de lado naquele apertado espaço que tínhamos ali no sofá.
- E se ela perguntar como foi com a Pocah? O que vamos dizer?
- Podemos inventar alguma coisa. Sei lá... dizemos que ela não gostou, mas aceitou.
- Você acha que ela vai engolir isso?
- A gente tenta. Não custa nada tentar. Tá bem?
Ao invés de me responder, ela largou o celular sobre meu peito, tirou meu óculos e colocou nela, depois me perguntou como tinha ficado.
- Juliette, você não respondeu o que eu te perguntei.
Sentia que ela queria fugir da conversa. Mas não ia deixar.
- Tá, eu não vou contar nada. Satisfeita?
- Agora sim.
- E aí, você não disse como fiquei com seu óculos.
Ela tinha ficado linda. Na verdade, ela ficava linda de qualquer jeito! Com óculos ou sem.
- Ficou linda.
- Mentirosa.
- Não. Sério, você ficou linda.
- Hãham!... Sabia que eu já usei óculos? - ela contou, recolocando o óculos em mim.
- Não diga? Você já foi quatro olhos também? - zombei dela que imediatamente me bateu de leve no ombro por isso. - Ei, olha a agressão?!
- Você mereceu por me zoar.
- Ah, então eu não posso te zoar, mas em compensação, você pode deitar e rolar em cima de mim?
- Claro!
Ela afirmou com um largo sorriso.
Que cara de pau dela admitir isso assim, na minha cara, a milímetros de distância dela.
- Isso não é justo, sabe né?
- A vida nem sempre é justa, bebê.
Ela riu dando de ombro.
- O que você tinha? E por que deixou de usar óculos? - resolvi voltar ao assunto de antes.
- Eu tinha astigmatismo.
- É o que eu tenho.
- Olha só... tínhamos algo em comum, quatro olhos. - eu ri. - Então, meu caso era passível de correção através de cirurgia, mas não era uma obrigatoriedade era uma opção, já se eu não quisesse, poderia conviver com o problema ao usar óculos ou lentes corretivas. Mas como eu não queria usar óculos e tampouco lentes, falei com meus pais que queria fazer a cirurgia corretiva. E cá estou enxergando muito bem.
- Que bom pra você.
- Seu caso não se resolveria com cirurgia também?
- Sim.
- Então por que não faz? Você fica tão melhor sem os óculos.
- Ficou é?
Sorri para ela que assentiu também sorrindo.
- Tenho medo de cirurgia.
- Medrosa.
Horas depois minha mãe chegou e a primeira coisa que ela notou foi a vermelhidão em um lado da minha face, até porque seria impossível não notar aquilo. Na mesma hora ela me questionou a respeito do que tinha sido aquilo. Imediatamente, Juliette tomou a dianteira da resposta, inventando que tinha me acertado um tapa forte e sem querer ao lhe fazer cócegas em sua barriga.
- Céus! Foi forte mesmo.
- É que ela não sabia que eu não suporto nada essa brincadeira, então acabei acertando-a em cheio e sem querer. Mas já pedi mil desculpas pra ela, não foi?
- Foi. E eu já desculpei.
Ela era rápida para inventar mentira. Se não fosse ela ali, eu ainda estaria pensando em algo para inventar a minha mãe.
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