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Como é doloroso perder alguém que se ama. São tantas as lembranças e a saudade que às vezes o coração para de bater e sofre como se estivesse apanhando.

Jepasa

A família da Carla e do Thomas, minha irmã, Paulo, Thomas, Scott, e Arianne estão reunidos na minha sala junto aos dois detetives particulares que contratei, já está dando 23:00 horas e nada de novidade sobre a Carla, tudo o que a Isabella me contou não foi útil. Ela ajudou Carla a fazer o vídeo depois, saiu escondida do apartamento, então é provável que estejam procurando ela, tirando isso ela não sabe de nada relevante, a não ser que o pai dela entregaria a Carla às 20:00 horas, isso quer dizer que fazem 3 horas que ela está com o filho da puta e isso fode com tudo. Isabella está no quarto de cima junto ao Samuel e Miguel, eu a mandei para lá só por precaução.

— Temos que ter alguma coisa, já se passaram três horas que ela foi levada e nada ainda — Gustavo fala nervoso.

— Cara relaxa um pouco que meu pessoal está fazendo de tudo, não tenho culpa se o cara que pegou ela é bom — Arianne fala sem expressão, onde recebe um olhar mortal de Gustavo, mas como sempre ela apenas revira os olhos e continua a fazer o que estava fazendo.

— Relaxar? Minha irmã foi sequestrada porra, essa é a última coisa que irei conseguir fazer — dizendo isso, ele sai da sala, batento a porta.

— Senhor? — Maria chama e me viro pra ela dando de cara com a Fabiana.

Que caralho essa mulher quer aqui? Ela já não fez merda demais não?

— O que você quer Fabiana? Eu não mandei você embora? — digo me controlando para não voar no meu pescoço.

Fabiana olha para todo mundo e faz a melhor cara de paisagem, e é nesse momento que Priscila desce as escadas e vem até mim, ela está com o rosto inchado de chorar, um pijama de fada e uma tiara de unicórnio, provavelmente porque Carla ama unicórnio, e uma pantufa de monstro S.A, uma verdadeira confusão. Priscila vem até mim onde eu a pego no colo, ela olha pra mim e passa a mão na minha barba.

— Cadê a mamãe, papai? Ela ainda não voltou? Eu tô esperando ela — diz com a voz embargada onde corta meu coração, eu disse mais cedo que a Carla já viria, pra ver se ela melhorava.

— O papai vai buscar ela filha, você só tem que ter paciência — falo tentando ser forte e passando a mão no seu cabelo.

Eu tô com saudades da mamãe — eu também, filha. Me controlo para não dizer.

Minha tinker bell, o que você acha de assistirmos um desenho até a mamãe chegar? — Sarah fala do meu lado pegando Priscila e subindo de novo pro quarto.

Solto um suspiro. Isso é uma merda.

— Desde quando ela chama a Carla de mãe? — me viro com a pergunta do Richard.

— Desde hoje de manhã, ela chorou muito e disse que a mamãe nunca a abandonaria — digo me lembrando de hoje mais cedo, e a vontade de chorar vem com tudo, mas eu me seguro.

— Me desculpa por ontem Rafael, de verdade — escuto a voz da Fabiana, mas nem dou o trabalho de olhar ou responder.

Escuto meu telefone tocar e vejo o "número desconhecido" aparecer, com chamada de vídeo, atendo na hora, mas não digo nada e logo depois a imagem da Carla aparece na tela. Ela está com o nariz sangrando, a boca com um corte maior que antes, o olho meio inchado, com sangue seco na bochecha, devido ao corte, e sem a parte de cima da roupa, onde dá para ver tudo, seus seios. Ela chora olhando para câmera e então o filho da puta entra. Ele é alto, cabelos na altura no ombro loiro escuro, barba um pouco grande, olhos azuis e o corpo coberto de tatuagens.

— Me desculpa Rafael, os seios dela estão aparecendo, mas eu não resisti — diz dando um sorriso nojento, enquanto passa a mão por eles, fazendo Carla fechar os olhos e morder os lábios, enquanto lágrimas caem sem parar, junto ao sangue de seus lábios.

Eu vou te matar seu desgraçado — grito revoltado e ele tem a audácia de dar uma gargalhada doentia, ele retira a mão sobre o seio de Carla e cheira o mesmo.

— Tenta a sorte — dizendo isso ele desliga.

Ele só não faz ideia, que já sei como o pegar.

HORAS ATRÁS.

Não consigo me mexer, nem abrir os olhos, logo depois que convenci a Isabella a fazer o vídeo e mandar para o Rafael, o cara do hospital que descobri que se chama Roger, me arrastou até a sala e me fez se comportar direito se não me mataria, então, eu, ele e Patrick (pai da Isabella) fomos para o estacionamento e me colocaram dentro do porta malas, me amarraram e venderam, não sei quanto tempo passou, só espero que Isabella tenha conseguido entregar o vídeo para o Rafael, eu a convenci logo depois que o Roger cortar meu rosto, eu prometi que o Rafael protegeria ela e Miguel, seu sobrinho. Saiu dos meus pensamentos quando percebo que o carro parou e já fico tensa e morrendo de medo, ouço passos e o porta mala é aberto, eles me tiram e demora uns segundos para conseguir firmar as pernas, eles me desamarraram e tiram a venda, onde vejo que estou no meio de uma floresta, literalmente.

— Anda, Fabian está morrendo de vontade de te ver — Roger fala sorrindo enquanto me arrasta.

É real, vou voltar para o monstro.

Andamos uns 2 km,até que vejo uma cabana de madeira velha e um homem na sua frente, ele está de cabeça baixa, porém dá para ver seus olhos que são azuis, ele está somente de calças jeans e seu peitoral é coberto de tatuagens, ele passa a mão na barba um pouco grande, seus cabelos são loiro escuro.

Paro de andar e meu corpo gela. É ele.O cara que me estuprou e acabou com minha vida. Esse é meu fim.

Sinto minhas pernas ficarem moles, junto ao meu coração disparado, lágrimas começam a cair como cascata pelo meu rosto, o homem sorri, como se estivesse gostando do meu sofrimento, e começa a andar em minha direção.

Não acredito, é ela, minha boneca.

Está vendo mamãe? É sua nora.

Carla está parada me olhando assustada, com medo, enquanto chora e morde os lábios, há como eu amo isso!

Balanço a cabeça e Roger já sabe o que fazer, ele puxa Patrick pelo braço e os dois entram da casa, ficando somente eu e minha boneca. Começo a andar devagar até Carla que vai andando para trás, até que se vira e começa a correr. Dou uma gargalhada. Eu amo isso. Eu não corro, apenas começo a caminhar em direção ao meio da floresta e começo a gritar. 

Boneca, isso é muito feio sabia? Correr do seu homem, quando ele só está com saudades — dou um sorriso e não paro de andar — Eu até gosto desse joguinho, da pressa e do caçador, porém agora eu só quero foder você, digo, fazer amor.

Dou um sorriso, quando escuto um barulho de galho se quebrando, é sempre assim, quanto mais elas tentam não fazer barulhos, mas fazem. Vou andando sem fazer barulho, até que vejo Carla em pé, atrás de uma árvore com os olhos fechados.

— Achei você! — grito e ela tenta correr, porém, sou mais rápido e a pego pelo braço e puxo para mim — Tava com saudades, boneca e você?— dou um cheiro em seu pescoço e logo em seguida dou uma mordida, apenas parando quando sinto o gosto metálico de sangue na minha boca, Carla se debate em meus braços, mas sou mais forte. Tiro minha cabeça sobre seu pescoço e lambo os lábios, gemendo quando limpo a boca e sinto o sangue novamente, eu adoro isso!

— Vai pro inferno — diz com raiva, mas vejo medo e dor em seus olhos.

Eu vou, mas te levo comigo — dizendo isso, a arrasto até a cabana, onde encontro Marcelo no sofá bebendo enquanto segura sua arma, ele assim que me nota, olha para o corpo da Carla com um olhar safado. E isso me irrita, mas não digo nada.

Roger está sentado na mesa enquanto come uma maçã, Patrick está ao lado da filha, eu deveria ter pegado a outra, na aparência as duas são iguais, mas a outra é virgem, e isso é incrível. Uma virgem é incrível. Emburro Carla e ela para no meio da sala, pego minha arma e miro nela que arregala os olhos, mas eu abaixo a arma e dou um sorriso.

— Podemos ir agora? — me viro para Patrick — Já fiz tudo o que o senhor mandou.

— Claro, podem ir — dou espaço para os dois passarem.

Ele se levanta e ajuda sua filha, já que ela está toda machucada, e os dois saem, porém, assim que chegam na porta eu atiro nos dois.

— Velho babaca.

Olho para Carla que está com os olhos arregalados e encolhida, e um Marcelo passando as mãos pelo seu corpo. Não aguento de raiva e dói três tiros nele, que vai duro no chão.

— Ah! — Carla grita e vejo sangue em todo seu rosto.

Caralho, o que eu fiz? Marcelo é meu irmão.

É tudo culpa dessa puta.

Morrendo de raiva dela, eu jogo Carla no chão, subo em cima dela, dou três muros no seu rosto, puxo e bato sua cabeça no chão, arranco sua blusa, sutiã e colar, e dou dois moro em cada seio, me levanto e começo a chutar ela, até começar a sair sangue da sua boca.

— Para caralho, você vai matá-la e não queremos isso ainda — Roger me puxa e tenta me acalmar.

— Eu matei o Marcelo, por culpa dela — digo fervendo de raiva.

— Foda-se, ela vai ter o que merece mais não agora, o chefe foi claro, não a matar, não até Rafael chegar — diz me lembrando do acordo que fiz com um doido milionário há duas semanas, que quer mais do que qualquer coisa a destruição do Rafael, eu particularmente não ligo para dinheiro, mas o Roger me convenceu e eu acabei aceitando.

— Tô pouco me fudendo — tento voltar e matar a vadia, mas ele me segura.

Sua mãe não gostaria que a matasse, não agora — diz me fazendo parar.

Não, ela não gostaria. Carla vai sofrer, como minha mãe.

Respiro fundo, ando até Carla e a faço ficar de pé, a coloco numa cadeira e ligo para Rafael.

3 HORAS DEPOIS.

— Eles chegaram — Roger fala.

Dou um sorriso.

Olho em volta e vejo Patrick e sua filha do lado da Carla assustada, que só sabe chorar e Marcelo, eu coloquei sentado no sofá com sua arma em seu colo.

— Maravilha — vou até Carla e a arrasto até o meio da sala, ela está pelada, não a fudi, ainda, o babaca do chefe não deixou, mas ele não falou nada de fazer isso quando ela estiver morta.

Sorrio!

Pego o taco de beisebol e olho para ela.

— Não se preocupe, você já vai encontrar minha mãe e depois eu prometo que te fodo — dou um sorriso e Carla me olha assustada, com raiva e medo.

— Está preparado? — Roger pergunta com a metralhadora na mão.

— Que os jogos comecem — dou um sorriso e dou o primeiro acerto com o taco em Carla.

Agora sim, a festa começou.

Irei sentir sua falta Boneca.

Quando o desgraçado ligou para mim, eu reparei que o colar que dei para Carla estava jogado no chão, então mandei Charles checar se o rastreador estava funcionando, e graças a Deus estava. Eu dei o colar para Carla, há três semanas, quando o medo de algo acontecer com ela aumentou, porém no momento da pressão não me deixou pensar sobre o colar. Mas, agora estamos eu, Richard, Gustavo, Thomas, Charles, Ariane e Clark indo encontrar minha mulher. Só espero não ser tarde demais.

Estou chorando no meu quarto quando a porta se abre e eu limpo meu rosto correndo, e uma mulher que nunca vi antes entrar. Ela é linda, é loira dos olhos azuis, alta, corpo lindo e um sorriso lindo, ela parece uma Barbie. Ela está com os olhos cheios de água e o seu sorriso é triste.

— A senhora está bem? — pergunto, ela não responde, só vem até mim e se senta na minha cama.

Eu sei que não deveria falar com estranhos, mas eu não tenho medo dela, eu tenho dó, ela parece tão triste.

— Estou sim, mas gostaria de saber o porquê de você está chorando, as princesas não choram — diz com a voz doce, enquanto seca meu rosto.

Ela é tão gentil ao limpar meu rosto, que me dá vontade de chorar, ela me lembra a mamãe Carla, ela tinha o mesmo toque que ela.

— Minha mamãe foi embora, e eu estou com saudades, meu pai falou que foi buscar ela, mas eu tô com uma sensação ruim — digo chorando de novo.

A última vez que senti isso, eu tinha cinco anos e foi quando o seu Pedro (marido da Maria) morreu, eu gostava tanto do seu Pedro.

— Qual seu nome? — pergunto antes que ela fale alguma coisa.

— Fabiana.

— Fabiana, você acredita que minha mamãe vai morrer? — ela me olha assustada, desvia os olhos, mas logo depois volta a me olhar.

— Eu não sei meu amor, mas você tem que ter fé que o papai do céu irá trazer sua mamãe — diz, dou um sorriso e beijo sua bochecha.

— Obrigada Fabiana, você pode me encontrar na sala de cinema? — pergunto e ela balança a cabeça, se levanta e vai para porta, mas eu a chamo, Fabiana se vira para mim. — Eu não sou uma princesa, sou uma fada.

Fabiana dá um sorriso e sai. Me levanto e me ajoelho no chão, e fecho os olhos.

— Papai do céu, sou eu a Priscila, eu sei que já falei com o senhor hoje, mas a tia Geovana falou que eu posso falar quantas vezes quiser com o senhor, então eu vim pedir de novo pro senhor trazer minha mamãe de volta, para mim e meu pai. Ela é a melhor mãe do mundo, o senhor que me deu ela, lembra? Então não pode pegar de volta, é errado. Eu lembro de pedir uma mamãe pro senhor e logo depois o senhor me deu a tia Carla, minha mamãe. Ela lê histórias para mim, penteia meu cabelo, me ajuda a se vestir, faz dia de meninas comigo, me leva pra escola, e depois dela nunca mais ninguém da escola foi mal comigo e, meu papai está feliz. Minha mamãe é minha melhor amiga, eu não posso ficar sem ela, então o senhor poderia me devolver ela de novo? Eu sinto falta dela. Era só isso mesmo, há e vê se o senhor não esqueça de fazer calor hoje, se não as pessoas da rua vão passar frio. Eu te amo, papai do céu.

Abro meus olhos, me levanto e vejo minha vovó Sarah chorando enquanto me olha, corro até ela e há abraço.

— Chora não vovó, daqui a pouco a mamãe volta e eu vou voltar a ser a Butterfly.

Mamãe tem que voltar.

Eu estou com muito medo, mas eu não posso falar para a vovó Sarah, senão ela vai chorar mais.

Finalmente estacionou no local indicado pelo GPS, e vejo uma cabana de madeira velha, saio do carro, pego minha clock38 e me posiciono.

— Lembre-se que se ela tiver aqui você terá que cumprir o que prometeu — olho para Ariane, que está segurando sua pistola e olhando para frente.

— Sim, eu sei e irei cumprir.

Assim que termino de dizer, nós começamos a andar sentido a cabana, mas paramos assim que tiros são disparados contra nós.

— Caralho, o elemento surpresa se foi — Clarke fala com raiva, ele sempre está com raiva, mas tenho que concordar com ele.

— Eu e Richard iremos despistar eles, e então logo depois vocês entram. — Charles fala e todos acenam.

Os dois começam a despistar eles, até que os tiros vão para o outro lado e para, só então começamos a andar até a cabana, e eu com pressa, não penso duas vezes e arrombo a porta, e vejo algo que faz meu sangue gelar. No centro da sala está Fabian Castro batendo com um taco de beisebol na Carla, que está pelada, toda suja de sangue e desmaiada. Não penso duas vezes e atiro nele.

1 — Por ele ter estuprado minha mulher.

2 — Por ferrar com seu psicológico.

3 — Por todas as garotas que ele já machucou e matou.

4 — Por todos os pais, amigos, das suas vítimas.

5 — Por minha família.

6 — Por mim.

7 — Por todas as outras garotas que ele não irá machucar.

Fabian cai duro no chão e eu corro até a Carla.

— Carla? Pequena? — chamo por ela, mas não acontece nada, nem um sinal de vida.

Tiro seu cabelo do rosto e vejo que ela está com sangue saindo da cabeça, rosto inchado, boca aberta e os olhos, aberto sem vida.

— SOCORRO! — grito, e ao fundo ouço Ariane chamar uma ambulância. — Carla? Pequena? Você não pode me abandonar, somos uma família, eu você e Priscila, você não pode nos deixar, eu não consigo viver mais sem você. Por favor, não me deixa, EU TE AMO, somos uma família.

Choro, sem vergonha de alguém estar vendo.

Minha mulher está morrendo.











Eu não digo nada!!!

O que vocês estão achando do livro? Comentem bastante e votem, só assim eu irei postar o próximo capítulo!!!

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Beijos e até a próxima!

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