Capítulo 27

Ethiena ria como uma tola, recordando de seus momentos uma hora atrás, caminhando no corredor com uma roupa diferente da que entrou na sala do Concelho Pequeno. Descobriu que a Rainha, Helena de Teodoro, era muito... exigente.

Após se contentar com a expressão fofa de seu marido em seu escritório, revelou a ele que precisava ir. No dia anterior, logo após retornar da Mansão do Imperador, recebeu uma mensagem de umas das damas de companhias de Helena. A mulher desejava encontrá-la depois do horário do almoço, para um chá pós-refeição — cultural em Lisbona.

Ângela e Nice a ajudaram mudar as roupas, vestindo-a com um vestido que desenhou ela mesma e mandou confeccionar. Suas vestimentas inspiradas em algo discreto dos anos de 1920 sempre causavam impacto; além de começar a ser o novo interesse das Damas da Corte. Ela havia visto algumas mulheres mudarem os babados e espartilhos, para modelos parecidos com os dela.

— O que devo saber sobre aquela mulher? — perguntou a Ângela, quando caminhava da Ala do Imperador para a Ala da Rainha. — Aliás, alguém me explica essa hierarquia entre as mulheres da Corte?

Ângela deixou um risinho escapar, caminhando ao seu lado.

— Imperatriz é o posto da favorita do Imperador; geralmente, uma posição muito alta, apesar de que abaixo do Imperador — Ângela explicou. — Rainha é um status usado para a segunda favorita do rei. Muitos Imperadores a usaram para manter suas favoritas, enquanto Imperatrizes eram matrimônios forçados por alianças políticas. E no caso de nosso Linden, que abdicou o concubinato, o título é passado para a Primeira Princesa ou, se ainda estiver a viver, antiga Imperatriz. A Rainha é uma ajudante da Imperatriz, na maioria das vezes.

Ethiena entendeu.

— O que mais tem a dizer sobre Helena Teodoro? Além de que ela é uma racista, e certamente vai me tirar do sério — ela disse, suspirando com a certeza que sentiria dores de cabeça mais tarde.

— Helena possui muitos conhecidos como Imperatriz — informou Nice —, mas nunca teve uma relação de amizade com ninguém por causa de sua personalidade maligna. Todos sussurram que seu objetivo fora manter sua Dinastia perto do trono, e dar à luz ao suposto rival herdeiro à Linden.

Ela balançou a cabeça.

— Assim dizem, que os filhos homens que carregou no ventre, nenhum fora gerado por Rui I. Se os tivessem dado à luz, como casada e oficialmente a preferida do Imperador, os filhos homens de Helena seriam os herdeiros ao trono. Uma tristeza para Vita, mas um alívio para todos, nasceram todos natimortos.

Vita era o deus da Vida, pelo que Linden havia lhe explicado.

— Minha Imperatriz — Ângela disse em tom de aviso —, Helena tem uma personalidade muito malvada e sinistra. Tenho cá, que és desprovida de sentimentos de ternura e afeição. Completamente sem coração. Ela há de fazer qualquer coisa em troca de não perder o poder de Imperatriz. Além disso, a megera é superinteligente e rápida de intuição. Chamar-te, quer dizer que está a planejar algo.

Ethiena olhou Ângela pelo canto dos olhos, percebendo que se aproximavam do lugar indicado para o encontro. Desfrutariam de um chá nos jardins da Ala da Rainha, acompanhadas dos perfumes das flores de primavera.

Percebeu que se sentiu um pouco nervosa, mas sem qualquer resquício de medo.

Parecia que Walles havia ensinado algumas lições a Ethiena, que trazia sempre a mente o medo e a tensão que sentia. Sentimento que, logo, expulsava de sua cabeça.

Evitando pensar, marchou como uma flor adorado pelo sol, orvalhada pela manhã, delicada ao toque do vento — e ela estava exagerando —, pelos gramados verdes-esmeraldas entre os passeios no chão.

Assim que fora anunciada por alguém, Ethiena notou a presença de Helena Teodoro. A mulher estava vestida com o mais belo vestido da Corte, um vermelho preenchido de babados e laços, embora lhe fizesse parecer uma bruxa má. Sua coroa estava em sua cabeça, ouvira alguém mencionar em algum momento que a mantinha para que todos lembrassem que ela era a autoridade máxima.

Seus gélidos olhos azuis a encontraram assim que Ethiena caminhou feito uma fada para a cadeira vaga ao lado dela. E a Flor Exótica parou antes de se sentar, cumprimentando a Rainha ao erguer a saia e curvar-se com respeito.

— É um prazer aceitar uma sesta contigo, Vossa Alteza — Ethiena enfatizou seu pronome de tratamento, rebaixado de Majestade para Alteza.

Quando ergueu o rosto, percebeu que a incomodou. Seu olhar em suas roupas, que influenciava a moda na Corte, também gelou ainda mais seus olhos. Percebendo que se incomodava por tão pouco, Ethiena sentiu vontade de provocar e brincar com ela como um ratinho preso nas garras de um gato.

Sorriu de leve, sentando-se na cadeira de jardim.

— Não me há prazer em recebê-la, Imperatriz — Helena disse, tratando o título de Ethiena com desprezo. — Convidei-a cá, apenas para tu saberes teu lugar.

— Uau, bastante direta ao ponto — Ethiena sorriu, olhando ao redor da mesa, não havia chá. — Nem um bolinho vai me oferecer, antes de começar a me desacatar?

Ela sorriu, fazendo um movimento com a mão. Uma de suas damas de companhia trouxera um bule e apenas uma xícara. Servindo-a enquanto Ethiena arqueava uma sobrancelha ao vê-la preenchê-lo de um líquido rosado. Cheirava ao chá de bela, uma flor que crescia em uma das sete colinas que se estendia ao redor de Lisbona — havia provado em sua primeira sesta[1] junto de Linden uma semana após voltar ao palácio.

— O sangue do Imperador anterior nem sequer esfriou, e tu casaste com teu filho — disse ela, bebericando seu chá. — Tal ato pode ser considerado como um pecado imoral. O que me surpreende que o muito religioso Linden arque Walles há de ter concordado com tal relação.

— Nunca me casei com Rui I, além de que fui... roubada — o seu lado feminino se contorcia com aquela mentira. — Rui tramou para me tirar de Linden, muito antes de me declarar sua concubina. A imoralidade vem da parte do antigo Imperador.

A resposta foi tão convincente, que ela não disfarçou o desgosto. Ethiena sentia uma aura estranha emanando dela. Se lembrava bem, era o fluxo sentimental, coisa que uma Santa da Vida conseguia sentir melhor do que as pessoas comuns. Pequenas mudanças não passavam despercebidos.

Seu professor de magia havia lhe dito que Walles era tão coberto de miséria e sentimentos de desesperança, além de corrupção, que pervertera qualquer um de seus julgamentos. Seus erros, na maioria das vezes, era uma consequência daquelas energias negativas.

Agora, Ethiena conseguia sentir e, resolvida desde que saiu de Walles, usaria seus dons para manipular, persuadir e nunca mais repetir o Inferno de Portuália.

A Rainha parecia o tipo que cairia fácil em qualquer lorota que dissimulasse.

— Tenho certeza, Alteza, que está preocupada de que alguém possa caluniar sua Majestade — Ethiena sorriu. — Caluniar por desejar a "esposa" do pai, mas não se preocupe. A própria Igreja já nos abençoou. Assim também o povo nos aprovou. Somos como um conto de fadas, e o antigo Imperador o vilão que foi abatido.

Ela ficou tão vermelha de raiva, que precisou tomar um gole de chá. Ethiena queria rir, pois era muito fácil provocá-la.

— Preocupa-me, que estão a falar mal de meu adorado marido falecido — Helena hesitava ao chamá-lo de adorado. — Mas as minhas queixas maiores são a tomar ciência do que aconteceu em Walles. Ninguém esteve a investigar os motivos por exatamente alguns momentos antes das explosões, estavam vós e Príncipe Linden fora de vistas? Soube por sussurros, que saíram um tempo antes de Walles queimar em chamas.

— Talvez, Deus nos tirou de lá, apesar de que não sou tão religiosa para acreditar assim — Ethiena sorriu. — Linden e eu tivemos assuntos a tratar e assim saímos do Concelho antes das explosões.

— É uma explicação bastante ingênua.

— Deveria enfeitar a verdade feito um pavão?

Ethiena engoliu em seco, odiando ter de se explicar e recordar aquelas terríveis memórias.

— É uma questão bastante justificável, que uma esposa se questione pela morte de seu marido — ela suspirou. — Mas me pergunto o quanto se irritou pelo fato de que Rui fugiu de Lisbona para visitar alguém que não era sua esposa oficial, apenas uma Dama Régia, quebrando as próprias regras da Igreja. Como uma esposa ciumenta, o que você quer parecer, eu ficaria primeira muito puta da vida com meu marido se a coceira nas calças comichasse mais que a própria segurança.

Ele foi até lá para contar-lhe que era Pedro, seu noivo. Sentiu uma pontada de dor no coração, voltando duas casas ao recordar da tristeza que invalidou por semanas.

Sentir o fluxo sentimental, como seu professor de magia chamou, não era uma exclusividade da Santa da Vida. Por isso Linden sempre a provocara, quando percebia qualquer mudança de interesse sentimental. Muitos manipulavam sem comentar que existia tal... habilidade. Na verdade, era quase um tabu mencioná-lo. Com os dons nublados, Ethiena entendia o porquê foi tão pisada e desprezada em Walles — o porquê Qiteria a traiu.

E a julgar pelo olhar da Rainha, iria por aquele mesmo caminho se não tomasse cuidado. A linda mulher havia notado a súbita mudança em seu coração.

Ethiena ergueu as mãos, se isentando de suas próprias culpas. Tratou de trazer ao coração o deboche, que era seu muro de proteção contra o fluxo sentimental alheio.

— Eu não tenho nada a ver com o que aconteceu ao Imperador — disse ela. — Além, disso, Rainha Helena, aceitei o seu convite para tentar uma segunda vez pedir a você um acordo de paz.

A mulher bufou, bebericando seu chá. Quando recebeu um presente, que Ângela repousou na mesa ao sinal da mão de Ethiena pedindo para entregá-la.

— O que há de ser isso? — Helena arqueou uma sobrancelha.

— Uma oferta de minhas boas intenções — sorriu a Imperatriz. — Sei que a sesta são momentos aprazíveis, e adoro passar uma hora relaxando com Linden. Então, suponho que todos nós gostamos de passar momentos adoráveis com nossos próximos. É um chá raro, o encontrei em um dos poucos momentos que fui permitida ir à cidade.

Era verdade, Ethiena havia encontrado uma loja velha, que perdia espaço para as lojas que se abasteciam em alimentos industriais. Mas o motivo de definhar, além da falta de clientes, era que uma mulher era dona da loja. Se perguntava o que aconteceria, quando esfregasse as novas leis trabalhistas na cara daquela gente atrasada e preconceituosa.

Para sua sorte, gostava da dona da loja, uma mulher chamada Celina, que também gostou dela e ofereceu um presente muito caro — que a enriqueceria para sempre se soubesse quão caro era. Linden quem a informou, quando ela mostrou para ele. Ethiena quis devolver, mas quando recebeu o convite aquela manhã, pensou que ele seria de ajuda e pagaria o valor devido à Celina.

— Chá de Obbanga. — A Rainha se certificou, enrugando a testa. — Uma raiz extraída das terras áridas de Ebone.

Ela fechou a linda caixa que valia mais que o apartamento de Ethiena, quando vivia no outro mundo.

— Lugar de onde tua raça miserável há muito deste mundo foi extirpada — disse com um tom tão irritante, que Ethiena não freou seu fluxo sentimental sair. Sua aura mais completa de ódio e desprezo.

Sabia que se irritaria daquela forma em algum momento.

— Se não lhe agrada, então, o levarei de volta — Ethiena segurou o ar.

— Não me agrada, mas hei de aceitar o presente — a Rainha bufou. — Obbanga cresce em terra suja, mas haveríamos de concordar, que até na sujeira alguma riqueza a de se apreciar.

Ethiena se recostou em sua cadeira, sentindo seus ombros endurecer.

— Pode me insultar, Rainha, mas estou mesmo aqui para conservar a paz — bufou. — Todos devem fofocar às minhas costas, não me importo, sobre todos os meus erros em Walles. Estive o tempo todo tentando ser a melhor, a adorada, a bondosa. Aquela que ia ser amada pelo povo, e às vezes até sonhava com isso. Mas cometi deslize atrás de deslize, até chegar à beira do desespero. Isso, certamente, não vai se repetir. Não tenho tantas expectativas e nem a necessidade em acertar.

Rainha ficou olhando Ethiena por alguns segundos. Então, ela havia feito um dossiê sobre toda a vida de Ethiena Sá. Sabia o que havia acontecido, e a Imperatriz conseguiu notar em seu olhar que a julgava fraca. Havia um pouco de desprezo também.

A mulher riu como se a desgraça fosse doce.

— Ora, vejam — conteve seus risos, olhando para suas damas de companhias. — Estou tão surpresa. O que devo fazer, sentir pena de ti, apertar tua mão e fingir que meu marido não morreu por tua causa?

Traduzindo, pensou Ethiena, ela a odiava porque Rui morreu e perdeu seu poder máximo por causa de Ethiena.

— Eu penso, Alteza, que não vai gostar de me ter como sua inimiga — sorriu, exausta de fingir sorrir. — Walles me ensinou muita coisa, porém, também, me deixou fervendo. Você não vai gostar de mim, pegando fogo.

A mulher riu, olhando para o lado, para todas as pessoas ao redor delas: guardas reais, criadas, damas de companhias...

Ethiena percebeu que caiu em uma armadilha.

Se algo acontecesse a ela, sem que tivesse feito, certamente seria acusada. Dali em diante, seria um passo para fazer as pessoas suspeitarem se não tinha culpa pela morte do Imperador.

Era melhor manter o fluxo sentimental brando. Aquela mulher era mais astuta do que transparecia.

— Que seja como "você" quiser — a Rainha debochou. — Mas não hei de me aliar a ti.

Ethiena novamente se confortou na cadeira

— Seria bom para todo mundo, se nos entendêssemos.

De repente, ela se surpreendeu quando uma das criadas se aproximou, servindo uma xícara que repousou na mesa de jardim. Era o amargo chá de carvi, vindo de Franceia. Ethiena o detestou, embora fosse o favorito de Linden. Ela ficou ainda mais impressionada com o atrevimento da criada, uma dama de companhia linda feito uma rosa.

— Estive ansiosa, Imperatriz, para conhecê-la — disse com um sorriso debochado. — A vi de longe, e me atacava-lhe a curiosidade em ver tua pele mais de perto. Dizem que uma Flor Exótica é tão linda por causa do tom levemente dourado de sua pele. Pensei que assim haveria em ser, mas não é tanto quanto imaginei.

Ethiena respirou fundo. Pelo visto, perceberam que ela prendia o ar cada vez que falavam de sua pele. Odiava aquelas malditas racistas. Talvez muitas não o fossem, mas aquilo a incomodava e iriam usar palavras cruas e frias para irritá-la.

Negros haviam sofrido tanto em seu mundo, não impressionava que em um universo paralelo não fosse diferente. Isso, certamente, não conseguia engolir, embora acreditasse que era exatamente o que elas queriam. Tirá-la do sério, para cometer outro deslize ameaçando, jogando aquela xícara de chá amargo — quente e borbulhante — na cara da Rainha, para escaldar camada por camada de sua pele.

Ethiena riu mentalmente com prazer daquela visão.

Porém, preferiu conservar a paz. Decidiu, desde que voltou a Lisbona, que seria uma Imperatriz. E usaria o posto para ajudar e mudar aquela maldita sociedade que às vezes a fazia acreditar que foi parar no inferno.

— Bom, ainda que se negue, vou insistir até que aceite a paz, Rainha — Ethiena inspirou profundamente, retomando sua compostura.

Entretanto, olhou para a doce e jovem dama de companhia.

— Soube que tenho autoridade maior que a sua, Alteza — disse, com um pouco de veneno na ponta da língua. — Então, gostaria que sua dama de companhia a partir de hoje me servisse. Qual é o seu nome, menina?

A dama ficou verde feito uma banda de abacate. Ethiena sentiu seu fluxo sentimental girar, mudando da confortável permissão em desacatá-la, para um medo tão profundo que começou a tremer.

— M-meu n-nome é... — ela gaguejou. Apertou o lábio, determinada a não tremer. — Chamo-me Lucila.

— O que há com a Lucila, para querê-la, Majestade? — A Rainha olhou com desprezo para a moça.

Ethiena a espiou, sorrindo feito um demônio.

— Nada, gostei como serve chá — riu. — Parece bastante adorável.

A rainha, como se Lucila tivesse se manchado com alguma sujeira de esgoto, olhou a menina de cima a baixo, então bebericou seu chá.

— Vá em frente — bufou. — Se há alguém em minha corte de teu interesse, a mim não serve mais.

Lucila ficou desolada. Não escondeu o fluxo e tampouco a expressão que mergulhou em seu rosto feito uma sombra.

— Ótimo — Ethiena sentiu pena da jovem dama de companhia.

Então, olhou para a Rainha, observando seu rosto bonito.

— Por que me convidou, Alteza? — Ethiena perguntou, curiosa. Ainda não sabia o que ela queria. Além de armar armadilhas.

— Almejei ouvir de ti quem tu realmente és — ela sorriu. — Algumas palavras, e é muito fácil sabermos com quem lidamos.

— Oh, espero que tenha causado uma boa impressão — respondeu com ironia.

O sorriso dela esticou tanto atrás da borda de sua xícara, que Ethiena pensou que estava conversando com uma cobra o tempo todo.

— Muito bem — a Rainha ergueu-se de repente. — Estou bastante satisfeita.

E Ethiena bastante curiosa sobre o que tirou de conclusão sobre ela. O que usaria a seu favor para causar intriga, contendas, brigas que ela se remexia para não vir logo, enquanto estava em lua de mel com Linden. Sua paz estava tão boa.

Helena de Teodoro não se curvou enquanto saía da mesa. Colocou um sorriso grande na cara, e suas bochechas estavam coradas.

— Minha cara, não gosto de ti, mas desde que meu corpo não pertence apenas a mim, talvez a emoção fale por mim — falou alto, para que todos escutasse. — Perdoe-me pela cena que acabei por fazer em tua cerimônia de casamento. Sabe como são as mulheres grávidas.

Aquela bomba explodiu mais forte que a bomba mágica em Walles. Deflagrou longe pela extensão do coração de Ethiena.

Ela voltou mais duas casas em direção a tristeza, notando o corpo dela. Usava roupas volumosas, não percebera a barriga avantajada. Que indicava que Pedro, não Rui, havia livremente deitado com ela.

E a julgar como a Rainha riu, deliciando com a expressão de Ethiena, sabia toda a verdade.

Ela sabia tanto que iria tão longe ao ponto de chutar o joelho de Ethiena, vendo-a cair de volta no precipício após causar seu desequilíbrio. Assistiria à queda com aquele sorriso de cobra esticando por todo seu rosto, burlando da queda. Rindo da dor que Ethiena demorou meses para começar sentir cicatrizar.

— Haveremos de nos encontrar outra vez, minha Imperatriz — a Rainha bufou, fazendo um sinal para suas damas de companhia a acompanhar. Uma delas havia impedido Lucila de seguir.

Um calafrio desceu frio por seu corpo. Conviver com aquela mulher em suas costas, ainda não conseguia vislumbrar quão perigoso seria.

Ethiena se largou em sua cadeira, sem conseguir olhar para a Rainha partir. Lágrimas queimaram nos cantos de seus olhos, mas não os deixou cair. Ficou ali, se perguntando quão sujas seriam as suas novas batalhas.

[1] Sesta é uma breve cochilada no início da tarde, geralmente depois do almoço. Neste contexto, Portuália absorve duas culturas, que também é a Cispania (Hispânica). Eles adaptaram a Sesta para uma espécie de relaxamento, acompanhado de chá calmantes, enquanto jogam conversa fora.

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Nota da Autora

Capítulo de hoje postado, tem visita aqui em casa, capaz de esquecer, então já adiantei. Essa história está ficando maior do que previ, kkkkk. Preciso começar acelerar, por isso vou cortando alguns detalhes (como as aulas de magia, e as maquinações antes da conclusão). 

Confesso que detestava o que estava escrevendo, mas agora que voltei a focar em A Flor Exótica, até que estou me sentindo satisfeita. No planejamento original, Walles aconteceria em 10 capítulos kkkk. No primeiro de tudo, nem existia Walles. Mas achei que ficaria muito clichê colocar ela num harém, e ter aquele competição feminina tola. Algo tipo A Rainha Ester ou parecido. Enfim....

Ethiena (Ágata) é uma das minhas heroínas favoritas, embora não ganhe da Amanda (Parceiro das Estrelas - outra história minha).

Por ter ficado um tempo sem escrever, mudou tudo o que pretendia. Então me perdoem, se houver erros de continuidade do começo para segunda fase, hahaha. Se houver, me deem um toque.

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