Capítulo 9 - A Tu Lado - Parte 2
POV Mia
Miguel questionou se eu gostaria de passar em algum lugar antes ou se iríamos direto para o hotel, falei para irmos direto porque estava morrendo de fome, o fazendo rir e me colocar em suas costas enquanto eu ria dessa mania dele. Fomos assim até a frente do hotel, onde ele me colocou no chão e entramos de mãos dadas, pegando o elevador e finalmente chegando em frente ao nosso quarto. Procurei o cartão magnético dentro da minha bolsa e quando a porta abriu fiquei completamente estática e sem reação: o quarto estava a meia luz, com diversas velas espalhadas pelo ambiente, pétalas de rosa decoravam a cama formando as letras em M&M em seu centro, a mesa em nossa varanda estava posta com um jantar à luz de velas e eu conseguia ver uma garrafa de espumante em um balde de gelo, mas o que mais me cativou foram as inúmeras fotos nossas fixadas na parede formando um enorme coração. Ofeguei pela surpresa, já sentindo meus olhos encherem de água novamente, porém dessa vez eram lágrimas pelo motivo certo, eram lágrimas de amor, de alegria, de emoção, demonstrando que valeria a pena enfrentar o que ou quem fosse para ficar com o homem que eu amo.
Busquei Miguel com o meu olhar, rindo e chorando ao mesmo tempo, e o vi sorrindo para mim, me aproximei do local onde estavam as fotos e pude perceber que havia legendas escritas embaixo pela letra dele e fui incapaz de impedir as lágrimas de escorrerem naquele momento.
-Amor... Meu Deus, que lindo...
Miguel se aproximou ainda sorrindo e foi apontando as fotos uma por uma enquanto falava sobre elas nos fazendo recordar todos aqueles momentos especiais que vivemos juntos:
-Essa foi uma das primeiras fotos que tiramos oficialmente como um casal, você me deixou desesperado nesse dia Mia, eu procurei você por todos os lugares e quando finalmente te achei, você olhou pra mim com esses teus olhos hipnotizantes, que eram sempre tão alegres, mas que naquele momento me encaravam com agonia... A única coisa que pensei foi que eu precisava fazê-los brilhar com alegria novamente... Você estava tão fofa, tão menininha e foi só eu te presentear com um balão e um sorvete que você voltou a sorrir... - disse sorrindo e eu já podia ver o sinal de emoção nos seus olhos, mostrando que eu não seria a única a chorar ali.
-Na verdade o que me fez voltar a sorrir não foi o balão, muito menos o sorvete, foram os teus beijos. - Confessei rindo e Miguel gargalhou.
-Não acredito que gastei dinheiro te comprando presentes quando na verdade o segredo era só te beijar...
-Bobo. - Brinquei dando um tapinha em seu ombro que o fez se esquivar rindo e voltando a apontar as fotos.
-Esse dia foi quando eu oficialmente te pedi em namoro e quando você me confessou que nunca ninguém havia te beijado de língua antes de mim. Você pode imaginar o tamanho que o meu ego ficou depois dessa confissão, não é? - Questionou rindo enquanto eu gargalhava - Você me pegou muito de surpresa aquele dia, eu jamais imaginaria que a menina mais maravilhosa da escola não tinha beijado antes.
-Nenhum menino me atraía amor, na época eu pensava que existia algum problema comigo, não entendia o porquê das minhas amigas beijarem um monte de gente e acharem isso bom enquanto os poucos beijos castos que eu já havia trocado me faziam ter vontade de vomitar e não de deixar alguém enfiar a língua na minha boca... Mas hoje eu entendo que eu estava esperando você. - Confessei sorrindo por não ter cedido a pressão das minhas amigas para beijar alguém, pois eu tinha certeza de que esse passo seria com alguém especial, e foi.
-E quando eu te beijei você teve vontade de vomitar? - Questionou com um sorriso cafajeste no rosto, porque é óbvio que ele sabia que eu tinha gostado, enquanto apertava forte a minha cintura e puxava meu lábio inferior com os dentes em uma amostra do quão bons eram nossos beijos.
-Você é muito cara de pau Miguel, você sabe que eu gostei, quer me ouvir te elogiar? - Questionei rindo e dando um tapinha no ombro dele o fazendo se esquivar de mim.
-Quero... Quero muito ouvir o que o amor da minha vida sentiu quando eu nada delicadamente enfiei a língua na tua boca.
Gargalhei porque não foi nada delicado mesmo. Nosso primeiro beijo, e consequentemente meu primeiro beijo de verdade, foi qualquer coisa, menos delicado ou romântico. Estávamos discutindo quando a tensão sexual falou mais alto e nos beijamos de forma agressiva.
-Tá bem, vou elogiar só porque você tá merecendo depois de todas essas surpresas – falei rindo, mas logo ficando séria novamente para mostrar que o que eu ia falar não era brincadeira – Foi incrível amor, não posso negar que foi completamente diferente do que eu sonhava, afinal eu imaginava algo extremamente romântico e carinhoso, mas a vida me surpreendeu e eu simplesmente não conseguia entender todas as sensações que aquele beijo me proporcionou. Foi tão maravilhoso que apenas de lembrar dele, eu sentia a corrente elétrica percorrendo o meu corpo novamente e o meu estômago ser preenchido por borboletas. Você foi um ótimo professor.
Conclui deixando selinhos nos seus lábios enquanto ele tinha os braços em torno da minha cintura. Observei quando o sorriso que ele tinha no rosto mudou de presunçoso para malicioso em questão de segundos, me preparando para o que ele diria.
-Hummm, eu te ensinei outras coisas depois, também fui um bom professor nisso?
-Com certeza, tanto que me tornei uma aluna bem aplicada e não apenas vou querer repetir as aulas, como também aprender conteúdos novos... - Respondi ciente de que deveria estar um pimentão, pois sentia que o meu rosto pegava fogo nesse momento, mas Miguel não pareceu se importar exclamando um "Porra, Mia" enquanto me beijava de uma forma faminta e grudava nossos corpos me fazendo sentir como apenas aquela conversa foi o suficiente para deixá-lo excitado. Ele foi parando o beijo aos poucos em uma visível tentativa de recuperar o controle.
-Você ainda vai me deixar louco menina! Eu tenho um roteiro a seguir aqui e você me provocando desse jeito me faz querer pular tudo que eu planejei!
-Eu não tô fazendo nada, a gente só estava tendo uma conversa inocente... - falei com um sorriso angelical no rosto e Miguel gargalhou ao ouvir a palavra "inocente".
-Sei, quem vê de fora até acredita nessa tua carinha de anjo. Mas vamos retornar para a minha programação antes que você me tire do foco... Essa daqui – apontou para a foto em preto e branco – foi a primeira foto nossa que usei como plano de fundo no celular...
-...Mas logo foi substituída por essa, nós ainda não tínhamos assumido publicamente nosso namoro em consideração à Celina, mas era bem óbvio que não conseguíamos esconder de ninguém o quanto estávamos apaixonados. Lupita nos flagrou nesse momento no pátio da escola, onde você ria de alguma bobagem que eu tinha falado... Nesse momento, a minha filosofia de vida se tornou fazer você rir assim sempre. O seu sorriso ilumina o meu dia e toda vez que eu acordava a primeira coisa que via era ele estampado no plano de fundo do meu celular, ela ficou ali por meses, inclusive quando estávamos brigados porque eu era incapaz de iniciar um dia sem admirar o seu sorriso.
Miguel conseguia transformar uma conversa maliciosa em uma extremamente romântica, ou vice-versa, em questão de segundos. Toda excitação que eu estava sentindo, deu lugar a uma emoção gigante ao ouvir suas palavras, como não se apaixonar por ele? Contudo, tinha a absoluta certeza de que já retornaríamos aos momentos picantes ao analisar a próxima foto que havia ali, já sentindo minhas bochechas esquentarem ao lembrar do dia em que nós tivemos a nossa primeira seção de pegação que não envolveu apenas beijos inocentes.
-Nesse dia, você ficou me provocando durante a aula inteira, a cada cinco minutos você virava pra trás e me encarava, cruzava as pernas fazendo a saia subir e expor essas lindas coxas nuas, óbvio que eu não fui o único menino da sala a observar essa visão e eu fiquei completamente puto de ciúmes... Foi a primeira vez que trocamos carícias mais ousadas, quando nos encontramos eu só pensava nos olhares daqueles idiotas em cima das tuas pernas e não resisti a apertá-las enquanto te beijava. Eu achei que você fosse me parar, mas você não disse nada e soltou um gemido baixinho quando as apertei pela primeira vez, sentindo a tua pele arrepiar sob o meu toque, você me deixou completamente louco e eu continuei a acariciá-las e apertá-las como um modo de demarcar que embora eles tivessem olhado, só eu poderia tocar, só eu ouvia os teus gemidos, só eu enfiava a língua na tua boca... Eu apertei tanto que não sei como você não ficou marcada.
-Eu fiquei – falei rindo – precisei usar meia calça por uma semana pra ninguém perceber a marca dos teus dedos... Eu também achei que iria te impedir, estava pronta pra isso, mas quando você apertou foi tão bom, eu não entendia muito bem o meu corpo na época, mas analisando hoje acho que aquela foi a primeira vez em que fiquei excitada, eu nunca tinha sentido isso e eu simplesmente não consegui pedir pra você parar. Lembro de ficar encantada porque você "me respeitou" e mesmo eu deixando você tocá-las não tentou avançar a partir dali.
Miguel gargalhou com essa confissão e levou um tempo se recuperando até apontar para a próxima foto.
-Nesse dia nós já estávamos assumidos, teu pai já sabia e eu passava os fins de semana na tua casa, mas claro que só podíamos ficar no quarto se a porta ficasse aberta. Aqui eu não fui tão respeitador assim e foi a primeira vez que passei a mão na tua bunda - nós dois gargalhamos dessa vez, lembrando desse dia fatídico - E pela quantidade de sangue que tá se concentrando no seu rosto nesse momento, devo presumir que você se lembra que foi a primeira vez que tive uma ereção nas nossas seções pegação e precisei esconder com esse urso uns minutos depois quando seu pai invadiu o quarto...
-E também foi nesse dia que o meu pai começou a fingir que não havia reparado no que estávamos fazendo, porque era impossível não perceber – afirmei rindo – Eu devia estar um pimentão de tão vermelha, nós dois escabelados pelos puxões de cabelo durante os beijos e você com um urso enorme no colo e a maior cara de culpado...
Dava muita nostalgia de lembrar desses momentos e nós dois éramos incapazes de parar de sorrir apaixonadamente um para o outro.
-Você me confessou que tudo que queria de presente nesse aniversário era dançar comigo e me beijar mais uma vez... Acredite quando eu digo que eu estava desesperado por isso, eu só conseguia pensar na sensação de sentir os teus lábios nos meus de novo. Você estava ainda mais linda e eu tentei muito ser responsável e não te beijar enquanto eu acreditava que você estava bêbada, mas você é uma diaba Mia, você me faz perder completamente o controle, eu não conseguia ter um pensamento coerente com você me olhando daquele jeito.
-Quando eu digo que eu faria qualquer coisa por um beijo seu você deveria acreditar... - respondo rindo por lembrar da loucura que Roberta me ajudou a armar para eu conseguir ficar com Miguel no nosso aniversário.
-Não estávamos juntos aqui, mas eu era incapaz de me manter distante de você. Quando nos chamaram para uma foto da turma eu imediatamente te procurei com os olhos para ficar perto de ti na foto, eu como o idiota apaixonado que sou, recortei todos os outros deixando apenas nós dois. - Falou e foi a sua vez de corar pela confissão que fazia, não resisti e apertei aquelas bochechas o fazendo rir.
-Quando eu te vi sentada ao meu lado naquele avião, só conseguia pensar que estava sonhando. Ainda não acredito que você abriu mão de ir pra Disney com as tuas amigas para ir pra Monterrey comigo. Você nem sabia se eu não seria um imbecil e te rejeitaria, você arriscou no escuro, sozinha, sem mala, sem teu pai saber... Foi aqui que começou a nossa jornada de loucuras e a nossa dívida eterna com Roberta por nos ajudar.
-Foi a melhor decisão que eu tomei na minha vida. Eu viajei mais da metade do mundo com o meu pai, conheço diversos países e pontos turísticos e te digo com convicção que NUNCA fui tão feliz na minha vida como nessas férias em Monterrey contigo e com a tua família. Foi nesse mês que eu percebi que dinheiro e luxo não trazem felicidade. Eu fui mais feliz dormindo em um colchão no chão ao lado da cama de Lolly, ajudando a sua mãe com as tarefas da casa e comendo cachorro-quente com você na praça em frente ao seu prédio, do que fui a minha vida inteira dormindo na minha cama de luxo na mansão do meu pai e jantando nos melhores restaurantes que o dinheiro pode pagar.
Falei em um desabafo sincero dos meus sentimentos mais profundos, pois foi naquele mês que eu pude ter pela primeira vez uma rotina familiar, onde fazíamos as refeições juntos, nos ajudávamos nas tarefas domésticas e fazíamos passeios simples que me mostraram que a felicidade está nas pequenas coisas. Sorri ao lembrar de Miguel pedindo para o passageiro da frente tirar nossa foto no avião, eu fiquei louca de vergonha, mas ele argumentou que precisávamos de uma foto do dia da nossa reconciliação, na época eu achava bobagem, mas hoje eu fico extremamente feliz por termos esse momento tão especial registrado.
-Acredito que essas aqui dispensem comentários - falou rindo – Foi nossa maior loucura, nossa maior felicidade, as melhores férias das nossas vidas... Ah se Cancún falasse...
-Eu fugiria mil vezes se fosse na tua companhia amor... - me inclinei selando nossos lábios - Sinto muito por não termos aproveitado a viagem da maneira que você queria, mas estou tentando compensar agora...
-Deixa de ser boba amor – respondeu negando com a cabeça - Você não tem que se desculpar por nada, se alguém precisa pedir desculpa sou eu por ter forçado a barra em algum momento, nessas horas os hormônios falavam mais alto e eu deixava de raciocinar – fala rindo – Eu estava desesperado por você, tínhamos ficado um mês mal conseguindo nos beijar direito porque a minha mãe não desgrudava, quando chegamos em Cancún e pela primeira vez na vida ficamos sozinhos, sem nenhuma supervisão, as carícias foram avançando e eu perdia o controle, mas hoje eu entendo que aconteceu como tinha que acontecer, foi perfeito da maneira que foi e bem... não podemos dizer que não tiramos nenhum proveito um do outro... - completa Miguel e nós rimos juntos por lembrar das nossas pegações em Cancún. Não aconteceu sexo, mas não posso dizer que nossa intimidade não tenha evoluído muito naquela viagem, pois foi a primeira vez que não tinha o risco de alguém entrar no local e nos surpreender o que me deixou um pouco mais tranquila em trocarmos algumas caricias mais ousadas. Tenho certeza de que era a isso que Miguel se referia quando falou, pois foi durante essa viagem que ele tocou meus seios pela primeira vez me dizendo que poderia viver mil anos e sempre lembraria da sensação.
-Essas foram as duas primeiras fotos que eu imprimi nossas... A primeira ficava colada dentro do meu armário na escola e a segunda em um porta-retrato ao lado da minha cama.
-Em ambas eu estava no lugar que mais amo no mundo... – comentei e Miguel me olhou com uma cara confusa, pois uma foto foi tirada na escola enquanto a outra foi na minha casa - ... nos seus braços! - completei com um sorriso bobo vendo que ele era refletido no rosto do meu namorado.
-E aqui quando você me provou que estaria ao meu lado na saúde e na doença, mesmo quando a doença foi você quem causou por me deixar pegar chuva. - falou apertando o meu nariz em uma clara provocação.
-Você mereceu – respondi rindo e me esquivando do seu aperto – Nossa, você me fez passar muita raiva aquela vez! Fico braba só de lembrar! - exclamei recebendo beijinhos que eu entendi como uma clara tentativa de me subornar para eu esquecer os momentos em que passei raiva por causa dele. - Você tá tentando me fazer esquecer?
-Depende... Tá funcionando? - questionou com um sorriso maroto no rosto que me fez rir abertamente e o puxar para um beijo de verdade.
-Você pintou o cabelo e eu em um claro déficit momentâneo de sanidade permiti que me convencesse a descolorir um pouco do meu também, o que me obrigou a usar capuz sempre que podia... Deixar você fazer isso foi a maior prova de amor que eu poderia dar. - Falou indignado por lembrar de quando descolorimos o cabelo junto e ele precisou aturar zoação de todo o colégio por isso. - Mas falando sério, você fez isso pra eu ficar tão feio que nenhuma menina iria olhar pra mim, não é? - brincou.
-Ain bebê, você é lindo de qualquer forma! - me inclinei selando seus lábios - Entenda que foi como se nós tivéssemos feito uma tatuagem juntos! Eu jamais faria uma tatuagem, primeiro porque meu pai me mataria e segundo porque eu morro de medo de agulhas, então ao invés de pintarmos a pele, pintamos o cabelo. - Conclui sorrindo enquanto Miguel negava com a cabeça ainda se questionando o porquê de ter feito isso.
-Eu amo essa foto porque ela mostra o seu coração meu amor. Reflete toda a beleza do seu interior, o quanto você se importa com os outros e a felicidade que emana contagiando a todos. Mesmo que eu esteja com uma cara péssima, esse seu sorriso é capaz de ofuscar tudo em volta. Eu daria tudo apenas para te ver sorrir.
-Essa foto foi o primeiro ensaio oficial que fizemos para a divulgação de RBD, você imagina a minha surpresa quando eu chego em casa e vejo ela em um porta-retrato na sala? Minha mãe recortou a revista e colocou a foto lá, junto com milhares de fotos antigas minhas e da Lolly... Então além dela representar um momento especial pra nossa carreira, ela também é especial pro nosso relacionamento, porque foi aqui que eu percebi que você não tinha conquistado apenas a mim, mas também a minha família.
Miguel seguiu detalhando todas as outras fotos de diversos momentos especiais que vivemos, tinha fotos nossas em eventos familiares, na escola, em shows, algumas que foram tiradas aleatoriamente na minha casa, outras que tiramos na casa dele. Rimos juntos ao ver uma foto tirada no quarto dele em Monterrey onde eu usava um chapéu de piloto que ele tinha em uma prateleira, pois quando criança o seu sonho era ser piloto de avião, me emocionei ao ver a imagem do nosso momento no balanço logo após ele ter sido sequestrado e a foto em que nos beijávamos no show quando ele recuperou a memória. Logo voltei a sorrir em meio às lágrimas com a sequência de imagens que vinha a seguir de momentos bobos em que fazíamos caretas para a câmera. Essa sequência de imagens me emocionou muito porque era uma clara demonstração de que apesar de todas as dificuldades que a vida poderia nos trazer, nós iríamos conseguir superá-las juntos e voltar a ser extremamente felizes.
Quando Miguel terminou de descrever os momentos das imagens que estavam diante de nós, eu já não conseguia mais conter as lágrimas que eram um misto de felicidade, emoção e gratidão por tudo que havíamos vivido. Saber o ponto de vista de Miguel sobre aqueles momentos, os detalhes de como ele se sentiu, do que estava pensando... foi absolutamente incrível, eu me senti amada, desejada como nunca antes e com certeza isso me deixou mais segura em relação ao nosso namoro.
Logo fui conduzida para a mesa maravilhosa que estava montada na varanda, de onde podíamos sentir a brisa da maresia. Eu argumentei que nossos trajes não estavam adequados para um jantar tão bem elaborado por ele, eu queria tomar um banho, me arrumar para estar à altura da surpresa, afinal tínhamos passado a tarde inteira na praia, tomado banho de mar e o meu cabelo parecia um espanador de tanto vento e areia que tinha pegado durante o dia, porém Miguel foi irredutível e afirmou que ele havia preparado um roteiro e que primeiro iríamos jantar e que depois ele mesmo iria me dar um banho maravilhoso. Meu namorado disse essa última frase com um sorriso malicioso que deixava bem claro o que ele pretendia com esse banho e apenas isso foi o suficiente para me deixar completamente excitada e ansiosa por esse momento.
Miguel estourou o champanhe e brindamos o nosso amor a meia luz, a única claridade do quarto era proveniente das inúmeras velas que estavam distribuídas pelo ambiente e pela luz da lua que penetrava pela enorme porta. O jantar consistia em uma massa à carbonara deliciosa, o que só comprovava que ele me conhecia muito bem, pois essa é a minha comida favorita. Miguel contou que Roberta tinha ficado braba porque ela queria algo mais sofisticado para o jantar, como frutos do mar por exemplo, mas que ele insistiu para que fosse o meu prato favorito. Eu sorri boba ao perceber que ele havia planejado cada detalhe e que tinha escolhido a dedo tudo que estava ali apenas para me agradar. Jantamos em meio a conversas bobas, recordando momentos do passado e fazendo planos para o futuro, enquanto eu tentava desesperadamente conter a excitação que havia se apossado do meu corpo logo após as conversas que tivemos. A promessa maliciosa de Miguel de que me daria banho foi o estopim para que o desconforto que eu sentia no baixo ventre se intensificasse ainda mais e eu esfregava as coxas embaixo da mesa em uma tentativa falha de conter os meus impulsos e de não atacar Miguel antes do jantar terminar. Precisou de toda a minha força de vontade para que eu não o atacasse, afinal não queria interromper o jantar que ele havia preparado com tanto carinho. Contudo, ele estava me deixando louca, não sei como ele conseguia estar ainda mais lindo com aqueles cachos fora de ordem caindo na testa, a barba por fazer e as maçãs do rosto levemente coradas pelo sol que pegamos à tarde.
Soltei um suspiro de alívio quando finalmente acabamos de jantar e Miguel me guiou em direção ao banheiro com meu corpo vibrando em expectativa ao que se seguiria. Abri a porta e mais uma vez naquele dia arfei surpresa ao me deparar com o banheiro igualmente decorado, com inúmeras velas que deixavam o ambiente com uma iluminação agradável e com a banheira cheia, repleta de espuma e com algumas pétalas de rosa vermelhas flutuando na água. Ciente do sorriso que ameaçava a rasgar o meu rosto, ergui a cabeça e olhei para Miguel que me admirava refletindo o mesmo sorriso bobo que eu.
-Gostou amor?
-Meu Deus, eu amei bebê, eu realmente não estava esperando... Como você conseguiu organizar tudo isso se passamos o dia todo fora?
-Roberta me ajudou mais uma vez – falou sorrindo – Eu pedi ajuda para planejar uma surpresa pra você ainda antes de virmos, eu queria ter feito algo assim na nossa primeira vez, mas tudo aconteceu tão naturalmente que não consegui, então agora eu quis te surpreender dando todas as flores e corações que você merece.
-E você conseguiu. Estou muito surpresa e muito feliz. Eu amo você mais do que qualquer coisa nesse mundo. - Sussurrei baixinho não dando tempo de ele responder, enlaçando meus braços no seu pescoço, grudando nossos corpos e ficando na ponta dos pés para alcançar a sua boca e iniciar um beijo apaixonado.
Quase que instantaneamente Miguel retirou o vestidinho que eu usava por cima do biquíni e levou suas mãos a minha bunda apertando com força me fazendo arfar. Logo sua boca desceu pelo meu pescoço, mordendo e chupando o local que me fazia arrepiar e, desesperada como eu estava, me apressei em retirar sua camisa correndo as unhas pelo seu peitoral e descendo em direção a bermuda para abri-la. Miguel riu da minha clara afobação e falou:
-Parece que temos alguém com pressa aqui, humm? - Constatou mordiscando o lóbulo da minha orelha – Toda apressadinha, toda inquieta durante o jantar... Você tá desesperada pra que eu coma você, não está? - sussurrou e eu apenas gemi em resposta me agarrando ainda mais a ele e levando uma das minhas mãos às costas para puxar o cordão que prendia a parte superior do meu biquíni o soltando, em uma clara confirmação que sim, eu estava desesperada para que ele me comesse.
Acontece que eu estava simplesmente louca para senti-lo dentro de mim desde a nossa pegação na praia. O orgasmo que tive foi maravilhoso, mas não foi o suficiente para conter a inquietação no meu baixo ventre, eu precisava de mais, meu corpo precisava de mais, pois a restrição dos toques e o fato de precisarmos nos controlar para que ninguém nos visse acabou comigo. A vontade que eu tinha era a de pular toda e qualquer preliminar para que pudesse finalmente senti-lo entrar em mim, mas aparentemente Miguel queria me torturar, pois mesmo que eu estivesse visivelmente desesperada, ele continuava com as mãos deslizando suavemente pelas minhas costas o que me fez esfregar os seios nus no seu peitoral tentando algum alívio para os meus mamilos que imploravam por atenção. Miguel soltou um gemido áspero com o ato e voltou a falar:
-Responde Mia! Me fala que você quer que eu te foda... Me fala o que você quer! - rugiu autoritário me fazendo choramingar e deixar a vergonha de lado para pedir o que eu queria e evitar mais torturas.
-Por favor amor, me fode! - choraminguei escutando Miguel gemer ao ouvir minhas palavras enquanto eu retirava a mão dele que se encontrava na minha cintura a guiando de encontro a um dos meus seios reforçando o meu pedido.
Miguel o apertou com força, primeiro esfregando meu mamilo intumescido contra a palma da mão e posteriormente o prendendo entre os dedos o beliscando sem delicadeza me fazendo gemer alto.
-É assim que você quer? - questionou enquanto eu assentia jogando a cabeça para trás, oferecendo meu pescoço para Miguel que descia a boca naquela região arrastando os dentes por onde passava – Como você quer que eu foda você? Com carinho...? Devagar...? Com força...? - cada opção que ele me dava era acompanhada de um chupão no meu pescoço me fazendo ter dificuldades para pensar.
-Ai amor, não sei, você não tá me deixando pensar... - reclamei com uma voz manhosa ouvindo Miguel sorrir e parando de massagear meu seio. Soltei um gemido frustrado.
-O que você tá fazendo? - perguntei indignada por ele ter ousado parar com as carícias. Estava tão bom!
-Estou deixando você pensar! - respondeu com um sorriso cínico na boca que dava vontade de bater, mas também dava vontade de beijar. Revirei os olhos, colocando novamente sua mão sobre o meu seio e me apressando em responder antes que ele tivesse a audácia de parar de novo.
-Você é injusto, eu gosto de todos os jeitos... - reclamei sentindo-o voltar a me massagear – E-eu quero que você comece devagar, com carinho... e depois quero que você me foda com força... - Respondi gaguejando ao sentir Miguel intensificar suas carícias a cada palavra que eu falava, ele soltou a parte de baixo do meu biquíni e quando eu senti seus dedos me acariciando e espalhando minha umidade me arrependi de ter pedido para que ele começasse devagar, eu não ia aguentar – Na verdade acho que quero com força... - exclamei em meio a um gemido e Miguel riu - Não importa o jeito, eu gosto de todas as maneiras, só POR FAVOR me fode logo!
-Seu desejo é uma ordem princesa... - exclamou se livrando rapidamente da sunga que era a única peça de roupa que nos separava, entrando na banheira e me puxando para o seu colo, fiquei ajoelhada dentro da banheira com uma perna de cada lado de sua cintura.
Ele emaranhou uma de suas mãos dentre os meus cabelos enquanto a outra segurava forte a minha cintura, inclinando meu corpo para trás e descendo beijos molhados do meu pescoço até, finalmente, chegar aos meus seios onde se demorou mais sugando e mordendo meus mamilos e arrancando de mim gemidos altos enquanto eu me esfregava no seu colo, sentido seu membro completamente ereto massagear meu clitóris. Não aguentei mais, puxando sua cabeça para beijá-lo com desespero e descendo a minha mão para o encaixar em mim, contudo para a minha surpresa Miguel me impediu, me fazendo gemer frustrada e o encarar com um olhar de interrogação.
-Camisinha amor... - explicou enquanto esticava o braço para pegar um preservativo sobre a bancada da pia e se erguendo um pouco para colocá-lo. Quem iria imaginar que seria Miguel o responsável que lembraria da camisinha enquanto eu era a desesperada para transar logo? Se contar ninguém iria acreditar. Assim que deslizou a proteção sobre seu membro, Miguel retornou a nossa posição inicial exclamando um "Pronto" que me fez pensar que agora finalmente ia, mas logo parou de novo me fazendo rir de nervoso essa vez.
-Eu posso saber o que aconteceu dessa vez? Poxa, eu até pedi por favor... - reclamei em uma voz que era uma mistura de risada, choro e dengo. Miguel riu alto e voltou a falar enquanto enfiava os dedos dentro de mim me fazendo gemer ansiosa.
-Calma amor, a água pode atrapalhar a lubrificação, eu só tô tentando não te machucar, é a primeira vez que a gente faz assim.
-Porra Miguel, tem praticamente uma cachoeira escorrendo no meio das minhas pernas, eu posso te garantir que lubrificação não é um problema no momento, então você pode fazer o favor de me comer ou eu vou precisar implorar mais? - reclamei indignada e no mesmo momento que terminei a frase senti Miguel me erguer pela cintura e se afundar com força dentro de mim em um movimento brusco que me fez literalmente gritar.
Eu me assustei com o grito que soltei porque simplesmente foi muito instintivo, ele saiu sem que eu percebesse em resposta a uma sensação que eu ainda não havia sentido, aquele movimento pegou em algum ponto em que misturou dor e prazer de uma forma que eu necessitava sentir de novo. Contudo não foi apenas eu quem se assustou, Miguel que nunca havia me visto gritar daquela forma interpretou como se fosse uma exclamação de dor e não de prazer, visto que ele também nunca tinha me penetrado tão bruscamente e sempre começava devagar até sentir eu me acostumar com seu tamanho.
-Mas que merda amor, eu falei pra você que na água era diferente e você me provocou até eu perder o controle... Tá doendo muito? - questionou com uma carinha de preocupação de dar dó, me fazendo selar nossos lábios com carinho e responder contendo o riso.
-Não amor, não tá doendo, não doeu...Foi bom! Você pode fazer de novo? - perguntei fazendo minha melhor cara estilo gato de botas do Shrek, aquela que convencia a qualquer pessoa a fazer o que eu quisesse. Miguel balançou a cabeça rindo como se não estivesse acreditando no que estava acontecendo, exclamando um "Você ainda vai me matar!" ao mesmo tempo que segurava a minha cintura com força a imobilizando, enquanto arremetia forte dentro de mim em uma sequência de repetições do movimento que eu havia pedido, abandonando todo o controle que lhe restava.
Já sabendo o que iria sentir dessa vez, dei o meu melhor para não deixar escapar mais nenhum grito, e gemia mordendo os meus lábios e apertando fortemente os ombros de Miguel na tentativa de descontar todo o prazer ali. Estava com a cabeça jogada para trás e os olhos fechados de tanto prazer quando senti a mão de Miguel puxar o meu lábio inferior liberando-o da mordida, abri os olhos o encarando e o ouvindo falar:
-Eu quero ouvir você amor... É a primeira vez que a gente transa que não precisamos nos preocupar em tentar ser discretos porque alguém pode nos ouvir – explicou – Eu quero te escutar, geme pra mim? - perguntou beijando o meu pescoço.
-Sim, só pra ti... Meus gemidos são só seus... - afirmei o sentindo mudar os movimentos para mais lentos, porém mais profundos, me permitindo gemer alto dessa vez e escutando um "Isso!" como resposta de Miguel.
-Rebola! - ordenou Miguel com um tapa estalado na minha coxa enquanto soltava a minha cintura e me dava o controle da transa. Ofeguei me apoiando em seus ombros e iniciando os movimentos, rebolando assim como ele havia ordenado o vendo jogar a cabeça para trás e gemer.
-Assim? - perguntei manhosa.
-Nossa, sim... Gostosa - gemeu mais uma vez apertando as minhas coxas com tanta força que seria capaz de deixar as suas impressões digitais no local - Você tem noção do quanto é gostosa? Nossa, eu sou muito sortudo...
Continuamos nesse vai e vem, comigo rebolando no seu colo sem conter os meus gemidos que tomavam conta do ambiente, assim como ele pediu, até que o prazer começou a se tornar grande demais e sabidamente eu perdia qualquer controle sobre o meu corpo quando isso acontecia.
-Amor... - chamei manhosa tentando manter o ritmo dos movimentos enquanto Miguel que tinha o rosto enfiado no meu pescoço, ergueu a cabeça para me ver e apenas com um olhar ele já sabia o porquê eu o havia chamado. Embora nossa vida sexual tenha tido um início recente, foi o suficiente para que nós já conhecêssemos muita coisa um do outro e ele definitivamente sabia que era praticamente impossível eu comandar quando estava perto gozar. Dessa forma ele voltou a segurar firme na minha cintura e arremeter com força novamente o que me fez aumentar a intensidade dos gemidos e puxar seus cabelos. Senti os espasmos tomarem conta do meu corpo ao mesmo tempo que Miguel gemia relaxando embaixo de mim e essa foi a primeira vez em que gozamos juntos.
Desabei mole em cima dele tentando recuperar o controle sobre o meu corpo e apoiando minha cabeça no seu peito. Miguel corria uma das mãos pelas minhas costas e com a outra mexia levemente nos meus cabelos em um carinho gostoso, eu podia sentir sua respiração ainda ofegante perto da minha orelha, suspirei me estreitando junto a ele aproveitando aquele momento em que eu sentia que nada mais no mundo importava, apenas nós dois na nossa bolha particular nos amando. Algo que eu descobri é que o momento pós sexo pode ser tão bom quanto o ato, talvez fosse esse o momento em que eu mais me sentia amada, eu simplesmente amava ficar assim com ele, aproveitando os carinhos, trocando olhares que falavam muito mais que palavras e beijos leves que não possuíam pretensão nenhuma, apenas para sentir o contato entre nossas bocas.
Alguns minutos depois, Miguel nos desencaixou se livrando do preservativo e logo retornando para junto de mim, me puxando novamente para os seus braços. Ficamos mais algum tempo apenas aproveitando o momento, quando por fim decidimos tomar banho, dessa vez banho de verdade. Miguel insistiu em me ajudar e eu aceitei sem pestanejar, pois não havia nada melhor do que a sensação de ser cuidada pela pessoa que você ama. Claro que essa não seria a primeira vez que ele me ajudaria com o banho, eu estava ciente que ele havia cuidado de mim na noite pós bebedeira, contudo minha memória daquele dia era completamente falha e eu queria guardar essa recordação agora que estava sóbria, ou quase isso, afinal tínhamos bebido uma quantidade considerável de champanhe.
Me deliciei com o cuidado que ele lavou o meu cabelo e estremeci ao sentir ele tocar delicadamente minha intimidade ainda sensível pelo último orgasmo. Depois que ele se deu por satisfeito e confirmou que eu "estava ainda mais cheirosa", em suas palavras, fiz questão de retribuir o favor, aproveitando para tocar aquele corpo que me deixava louca. Saímos da banheira algum tempo depois pois a água já estava fria e Miguel ficou preocupado que eu pudesse adoecer. Eu costumava ter amigdalite com frequência e meu médico inclusive havia sugerido uma amigdalectomia para a solução do problema, cirurgia essa que eu adiava o quanto podia devido ao meu medo de hospitais e agulhas, dessa forma meu namorado tinha verdadeira obsessão em fazer eu me cuidar para evitar uma nova infecção. Eu ria da sua preocupação, mas no fundo achava fofinho o cuidado que ele sempre tem comigo e a forma como esses pequenos gestos do cotidiano transparecem amor, além de comprovar que Miguel talvez seja a pessoa que mais me conhece, afinal ele sabe absolutamente tudo que me faz ficar doente e reconhece os sintomas logo quando eles aparecem, mesmo que estejam leves.
Retornamos para o quarto onde Miguel vestiu apenas uma boxer branca e eu me contentei com uma calcinha de renda e uma de suas camisas que já havia se tornado meus pijamas favoritos. Fazendo jus à obsessão que ele possuía em me cuidar, insistiu para que eu secasse o cabelo por já ser tarde da noite, protestei com um beicinho manhoso falando que não precisava secar já que estamos no verão, pois eu tenho muita preguiça de secar e íamos ficar apenas no quarto do hotel, não via problemas em deixá-lo molhado. Miguel revirou os olhos dramaticamente e veio em minha direção com o secador para que ele mesmo fizesse o trabalho. Inicialmente fiquei com medo que ele queimasse o meu cabelo ou fizesse um nó gigantesco nos fios, mas me abstive de qualquer comentário para não o magoar já que ele estava cuidando com tanto carinho de mim. Entretanto, fiquei impressionada com o jeito que ele levava e o cuidado que teve em desemaranhar os fios, me fazendo pensar que não era a primeira vez que ele desempenhava tal ato e incontrolavelmente uma pontinha de ciúme piscou dentro de mim ao imaginar que ele poderia ter feito o mesmo com suas ex-namoradas/ficantes. Rapidamente a paranoia se instalou dentro de mim, em um momento eu estava extremamente feliz por todas as maneiras diferentes que ele provou me amar no dia de hoje, e no próximo segundo meu cérebro já trabalhava em teorias da conspiração me fazendo ficar insegura novamente.
Minha mente era uma batalha entre o lado racional que dizia que ele me amava, que tudo que ele fez nessa viagem era prova disso, e o lado irracional que deixava o ciúme obsessivo tomar conta, me fazendo diversos questionamentos. Será que ele também secava o cabelo das outras? Mas já estávamos juntos há três anos e essa era a primeira vez que ele fazia isso comigo, e eu sabia que nenhum outro relacionamento dele foi tão duradouro quando o nosso, então porque ele fazia com elas e nunca fez comigo?
Enquanto minha mente lutava bravamente contra as minhas próprias teorias, Miguel terminou o seu trabalho desligando o secador e o silêncio tomou o quarto. Observei quando meu namorado franziu o cenho pelo silêncio repentino, afinal eu era uma tagarela nata e eram raros os momentos que o ambiente ficava silencioso, normalmente quando acontecia era porque havia algo errado.
-Posso saber porque a senhorita está tão quieta? Uma flor pelos seus pensamentos... - Questionou me analisando como se buscasse algo na minha expressão que explicasse o que estava acontecendo.
-Hummm, uma flor eu não aceito, mas se o pagamento for em beijos eu posso pensar... - Respondi sorrindo em uma tentativa de descontrair o ambiente, afinal eu tenho total noção de que não faz o menor sentido eu ter ciúme disso e eu não posso descontar as minhas paranoias no coitado do Miguel.
-Te dou quantos você quiser meu amor, inclusive estou ansioso para iniciar o pagamento adiantado...- Disse rindo e buscando os meus lábios onde nos beijamos calmamente, comigo repousando as mãos no seu peito e com ele acariciando a minha nuca – E então? Você acha que esse beijo foi bom o bastante para servir de pagamento?
-Foi maravilhoso amor, você pode levar todos os meus pensamentos com ele.
-Eu me contento com o motivo de você ter ficado tão reflexiva. - falou rindo, mas eu podia ver a tensão que ele tentava disfarçar por trás de seus olhos, fazendo com que eu me recriminasse por estragar esse momento tão especial por insegurança.
-Não era nada demais bebê... - tentei não dar tanta importância - Eu estava apenas pensando, você leva jeito para arrumar cabelo, já fez isso antes?
Miguel riu e franziu o cenho novamente ao ouvir meu questionamento, visivelmente ele esperava ouvir qualquer coisa, menos isso. Percebi que ele não entendeu o verdadeiro motivo que me fez realizar a pergunta e relaxou a postura quase instantaneamente me respondendo com tranquilidade.
-Bem, eu aprendi bastante com a minha irmã, como nós temos bastante diferença de idade eu acabava ajudando muito a minha mãe com ela, mas sei fazer só básico, secar, pentear e é isso. Lolly sempre ficava braba porque queria colocar mil enfeites e eu não conseguia colocar um prendedor sequer.
Nossa, eu me sentia uma verdadeira idiota nesse momento, tinha esquecido completamente da irmã dele, minha paranoia é tão grande que eu ignorei o fato de que existem mais mulheres na sua vida que não incluem relacionamentos amorosos. Agradeci mentalmente por ter perguntado e dessa forma retirado a sementinha da desconfiança que estava tentando se implantar dentro de mim. A Mia de antigamente não falaria nada, guardaria isso e aos poucos diversos pequenos mal-entendidos se acumulavam ao ponto de gerar uma briga gigantesca por absolutamente motivo nenhum, a não ser falta de diálogo. No início do nosso relacionamento, nós erámos exatamente assim, Miguel também tirava as próprias conclusões e não conversávamos sobre isso, gerando inúmeras DR's que nos fizeram terminar o namoro por diversas vezes. Com o tempo, fomos amadurecendo e juntos chegamos à conclusão de que precisávamos conversar sobre tudo que nos incomodava, sem deixar acumular nada, fato que melhorou demais o nosso namoro e nos fez perceber que o segredo de uma relação é o diálogo.
-Ah sim verdade, tinha esquecido da tua irmã... - comentei sentindo meu corpo relaxar instantaneamente, abrindo um sorriso de alívio. Miguel analisou a situação por um momento e finalmente entendeu qual era o verdadeiro problema ali.
-Amor, não vai me dizer que isso tudo era ciúme? - questionou rindo e eu corei imediatamente envergonhada.
-Desculpa, desculpa, desculpa... - respondi rindo e Miguel gargalhou me puxando para os seus braços e me apertando em um abraço enquanto distribuía beijos por todo o meu rosto.
-Princesa, você sabe que não tem motivo pra ter ciúme... Eu sou completamente louco por você.
-Eu sei amor. Sei que é irracional, sei que não faz o menor sentido, ainda mais por um motivo bobo como esse... Mas é incontrolável, quando percebo já estou imaginando mil coisas.
-Me diz o que eu faço com você? - perguntou rindo e eu me pendurei no seu pescoço buscando os seus lábios.
Após a minha pequena crise de ciúme ter se resolvido sentamos no sofá que havia no quarto onde nos deliciamos com a sobremesa e tomamos o restante do champanhe. Eu estava sentada com os pés no colo do Miguel que os massageava e tinha uma taça na mão bebericando o que havia sobrado da bebida. Nós não bebemos em grande quantidade, apenas uma garrafa de champanhe, Miguel aparentava estar completamente pleno, mas para mim que não estava acostumada a beber foi o suficiente para me deixar feliz. Eu estava longe de estar bêbada, acreditem quando eu digo isso pois nem se comparava ao estado que fiquei na festa, mas já podia sentir o efeito do álcool no meu organismo me deixando mais desinibida e feliz, tendo completa noção de que a minha voz estava saindo em um tom mais alto e o meu riso, mais estridente que o normal, preenchia o quarto.
Permanecemos no sofá conversando sobre diversos assuntos diferentes, estávamos felizes, rindo como dois bobos apaixonados e fazendo planos para o futuro. Em meio ao assunto, chegamos na questão da crise de ciúme de mais cedo e Miguel argumentou que eu não poderia reclamar por ele saber cuidar de cabelos pois isso seria extremamente útil no futuro quando tivéssemos nossaS filhaS. Ri da sua constatação e não pude deixar de notar o "s" no final das palavras e ao ser questionado meu namorado explicou que teríamos no mínimo três filhas e um filho. Realmente planejávamos ter uma família grande, mas era impossível determinar o sexo dos bebês, contudo Miguel estava convicto que seria assim e ainda afirmou qual seria a ordem de nascimento das crianças o que me fez gargalhar.
-Vai rindo Mia, você vai ver que vai ser assim... - Falou me provocando com uma carinha de brabo por eu estar duvidando dele.
-Ain amor, não fica assim, desfaz esse beicinho porque assim dá muita vontade de morder... - Entrei na brincadeira fazendo voz de bebê.
-Agora mesmo que eu não vou desfazer, quero que você morda. - Disse aumentando ainda mais o bico e puxando minhas pernas para que eu ficasse mais perto dele. Eu ri e me inclinei puxando o seu lábio inferior entre os dentes, ele correspondeu chupando o meu e o que se iniciou com uma brincadeira foi tomando outras proporções.
Quando me dei conta já estava sentada no seu colo com uma perna de cada lado do corpo enquanto trocávamos um beijo quente cheio de carícias ousadas. Não tínhamos praticamente roupa nenhuma nos separando e podíamos sentir o calor e a excitação que o outro emanava perfeitamente, o que incentivou nosso desespero. Pouco tempo depois e Miguel já tinha uma das mãos embaixo da camiseta que eu usava procurando minha intimidade com os dedos, eu simplesmente delirava com tudo que ele fazia comigo, mas eu queria retribuir de alguma forma, queria deixar de ser completamente passiva e lhe recompensar como prometi hoje pela manhã. Miguel sempre me tranquilizava dizendo que era maravilhoso de todas as maneiras e que eu não deveria me sentir pressionada para fazer nada que eu não quisesse, contudo, a questão era exatamente essa: eu queria fazer, porém na hora sempre me faltava coragem. Então aproveitando que eu estava um pouco mais desinibida pelo álcool, eu reuni toda a coragem que eu possuía para tentar ficar no controle da situação, dessa vez seria diferente.
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Oiii, como estão? Sobreviveram ao capítulo? 😂
Hoje é o aniversário de uma amiga que essa fic me deu de presente, uma leitora fiel, que não cansa de me incentivar e que comenta cada detalhe do capítulo deixando a autora aqui ansiosa pra ler os comentários. Feliz aniversário anninhaleandro ❤🎉🎁🎂
Esse capítulo é um presente de aniversário pra ela e por isso eu tentei reunir tudo que vocês me sugeriram e pediram nos comentários, tem um pouco de tudo: Miguel fofinho todo cuidadoso, crise de ciúme, surpresa e Mia finalmente se soltando... Como sempre eu acabei escrevendo demais e ficou a última parte do capítulo pra depois, mas vou deixar aqui um spoiler pra vocês: vai vir finalmente ai algo que vocês tem pedido muito pra Mia fazer, quem adivinha o que é?😈
Gostaram das fotos? 😍 Eu sinceramente queria por mais, mas o wattpad tem limite máximo de 20 fotos por capítulo. Vou deixar aqui os créditos de quem faz essas manips simplesmente PERFEITAS, deem uma olhadinha lá no insta deles, tem uma mais linda que a outra pra alimentar nosso coração traumado 💙
instagram: @/aya.mym e @/rbdsiempredul
Comentem bastantes, deixem estrelinhas e deem sugestões, esse capítulo é a prova que eu tô tentando seguir a maioria das sugestões que vocês deixam 😂😂😂
Beijoos e até breve 😘💙
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