Capítulo 17 - Hace Un Instante


Feliz aniversário para o ídolo mais sensato que nós poderíamos ter.

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POV Miguel

Durante o resto da semana que se seguiu a minha vida girou entorno do bem estar de Mia, a empresa foi esquecida e eu passava os meus dias lhe dando todo o amor possível, acompanhando-a nas sessões de terapia, me certificando de que ela havia tomado os remédios na hora certa e insistindo arduamente para que ela ingerisse um pouco que fosse de comida, essa última sem muito sucesso, devo admitir. Inicialmente, achávamos que sua dificuldade em comer se dava pela amigdalite, contudo, os dias foram passando, a febre cedendo e ela nem reclamava mais da dor no local da injeção, mas continuava se negando a se alimentar veementemente, para o meu desespero.

Alma, Roberta e Josy vinham ao meu apartamento diariamente visitá-la e, em um desses dias enquanto Mia tomava banho, compartilhamos a nossa preocupação quanto a alimentação da minha namorada. Tentamos de tudo: Lupita aparecia diariamente trazendo algum prato favorito de Mia, já Roberta pensava que a chave para o sucesso era fazê-la experimentar sabores diferentes e minha casa se tornou um festival de comidas exóticas que ela se ocupava em descobrir em cada ponto distante da Cidade do México. Eram estratégias completamente opostas, a única coisa que elas possuíam em comum era o fato de que elas terminavam esquecidas no fundo da geladeira e praticamente intocadas por Mia.

Quando eu já estava quase arrancando os meus próprios cabelos de desespero por vê-la emagrecer visivelmente a minha frente sem conseguir fazer nada, minha mãe teve a maravilhosa ideia de tentar incluí-la no processo de produção dos pratos, ela jurava que havia funcionado com Lolly quando ela era menor e passou por um período com restrições alimentares. Desse dia em diante, a cozinha da minha casa se tornou uma versão do Master Cheff com Mia, minha mãe e Lolly envoltas em receitas e ingredientes, das quais eu sempre me tornava a cobaia no jantar. Confesso que nem todos os pratos eram muito apetitosos, ontem por exemplo Mia inventou de cozinhar enfrijoladas sem muito sucesso e eu precisei de toda a minha força de vontade para comer até o fim, mas eu comeria até baratas vivas se isso significasse que Mia estivesse feliz.

Outro fato que estava me incomodando profundamente nos últimos dias, era a insistência absurda da Marina em tentar falar com a minha namorada. O celular dela tocava dia e noite com o nome "Mãe" brilhando no visor, chamadas essas que ela ignorava magistralmente sem tecer nenhum comentário sobre o assunto. Ela evitava falar sobre isso, sei que o tópico era abordado minunciosamente nas sessões de terapia, das quais ela saia exausta mentalmente, então ela preferia não comentar sobre o assunto comigo e eu respeitava sua vontade. Era como o elefante na sala: nós sabíamos que ele estava ali, mas não falávamos sobre ele. Mia também evitava Franco, mesmo que menos friamente que Marina, pois ele apareceu alguns dias por aqui para vê-la, sem muito sucesso em conseguir manter um diálogo já que ela ficou o tempo todo agarrada firmemente em mim, sem dirigir um olhar ao pai. Entretanto, ele considerava estar no lucro visto que com Marina ela nem mesmo atendia as ligações.

No momento, eu estava sentado no sofá assistindo uma partida de futebol, minha mãe e Lolly haviam ido ao mercado e Mia tomava banho, quando seu celular vibrou ao meu lado com mais uma chamada proveniente daquela que se dizia sua "Mãe". Sem aguentar mais aquela falta de noção, não consegui resistir e em um impulso atendi a ligação.

Ligação On

-O que você quer? - Perguntei grosso.

-Oi... Miguel, eu poderia falar com a Mia? - Questionou com toda a delicadeza que ela nunca se dirigiu a mim na vida.

-Não, não poderia. Acho que o fato dela não ter atendido as nove mil ligações anteriores deixou bem claro que ela não quer falar contigo. Então você poderia me fazer o favor de ser grata por nós não termos aberto um boletim de ocorrência te acusando de lesão corporal e deixar Mia em paz?

-Miguel, eu não queria ter feito isso, eu perdi o controle... - Começou com aquela ladainha que eu não estava nenhum pouco disposto a ouvir, então a cortei rapidamente.

-Olha, poupe as suas desculpas pra alguém que acredite nelas. Sejamos sinceros aqui Marina, nós nunca fomos com a cara um do outro, eu mantinha a minha educação em respeito a Mia e ao amor que ela tem por ti, mesmo que você não mereça, mas isso acabou no momento em que você ergueu a mão pra ela!

-Eu...

-Cala a boca que eu não terminei de falar! - Ergui o tom de voz perdendo o pouco controle que eu tinha ouvindo a voz daquela jararaca. - Eu te odeio e você sabe disso, então eu vou te avisar só uma vez... Se você ousar encostar UM dedo sequer na Mia novamente, você vai se arrepender de ter nascido. E sim, isso é uma ameaça, você entendeu?

-Miguel, eu já disse que sinto...

-Eu não quero saber! A única coisa que eu quero ouvir da tua boca é se você entendeu? - Questionei áspero.

-Sim, eu entendi.

-Ótimo! Pare de ligar pra Mia! Se em algum momento ela quiser falar com você novamente, ela vai te procurar... Seja adulta uma vez na vida e arque com a consequência dos teus atos! - Terminei desligando o celular na cara dela.

Ligação Off

Respirei fundo inúmeras vezes tentando me acalmar, a vontade que eu tinha era a de atravessar a cidade e destruir a cara dela como ela merecia. Entretanto, por mais que Mia estivesse magoada no momento, isso a destruiria, afinal, Marina era mãe dela, apesar de tudo, e amar os pais é algo meio nato do ser humano, não tem muito o que se possa fazer.

Depois dessa ligação nada amigável entre nós dois, ela finalmente pareceu criar um pouco de noção e parou de ligar incansavelmente para Mia, que ia melhorando a passos lentos. Com o passar dos dias, eu precisei retornar a empresa e ela ocupava seu tempo com as irmãs e com Lolly que se tornou sua fiel escudeira. As duas sempre se deram muito bem, mas a relação se estreitou muito nesses últimos dias, elas estavam sempre juntas fazendo as mais diversas atividades - cozinhavam, gravavam tutoriais de maquiagem e em certo dia quando cheguei do trabalho, me deparei com a sala do apartamento transformada em um verdadeiro ateliê de moda. Desenhos de roupas estavam espalhados em cima da mesa de centro junto a diversos lápis de cor e canetinhas, Lolly estava em pé em cima de um banco vestindo o que, acredito eu, se tornaria um vestido, enquanto Mia prendia diversos alfinetes em sua volta. Assim que entrei, troquei um sorriso e um olhar profundo com a minha mãe que admirava as duas escorada na porta do corredor. Por mais que as coisas estivessem muito complicadas, aquela cena me trazia esperança de que aquela Mia feliz e alegre estava presa em algum lugar ali dentro e que ela estava cada vez mais perto de renascer.

Estava cada vez mais próximo de começar nossas aulas na faculdade e isso me causava um sentimento dúbio: esperança por acreditar que de alguma forma isso se tornaria uma distração para Mia que superaria de vez a fase obscura que estava vivendo e, por outro lado, eu sentia medo. Medo de como poderia ser quando Mia retornasse ao mundo real e como ela lidaria com a repercussão da matéria da revista. No momento, a estávamos blindando de qualquer julgamento que ela pudesse sofrer, ficávamos quase sempre em casa, ela evitava as redes sociais e a assessoria do RBD era responsável por responder toda e qualquer nota relacionada a ela. Me assustava o fato de que ela voltaria a enfrentar o mundo real e que eu não poderia fazer nada para evitar que ela pudesse sofrer. Com esses pensamentos em mente, adentrei o meu apartamento após um dia exaustivo de trabalho, sorrindo instantaneamente com o som que me atingiu naquele instante: Mia gargalhava. Eu simplesmente não lembrava qual havia sido a última vez que eu a havia ouvido gargalhar, na verdade, ultimamente dava para contar nos dedos as vezes que ela sorria. Gargalhar era como ganhar o prêmio da mega-sena.

Sem fazer barulho, me dirigi para o local de onde os sons provinham, me encostando na porta na cozinha e admirando a cena a minha frente. A cozinha estava completamente tomada por farinha, pelos ingredientes dispostos em cima da mesa, deduzi que elas estavam tentando preparar algo para o jantar, contudo, em algum momento a ideia deu errado e agora eu observava uma guerra de farinha. Sim, uma guerra de farinha entre Mia, Lolly e minha mãe, acreditem se quiser. As três riam, correndo pela cozinha e se atirando farinha que grudava por onde pegava, elas estavam completamente sujas, o cabelo castanho claro da minha namorada se tornara branco escondido atrás de uma grande camada de farinha. Não resisti ao vê-las tão felizes e saquei o celular do bolso gravando um stories daquele momento especial sem que elas vissem, no vídeo Mia gargalhava como há tempos não fazia, enquanto Lolly jogava uma bola de farinha no seu rosto. Postei nos stories do instagram, marcando Mia e escrevendo: "Eu faço qualquer coisa para te ver sorrindo assim!". Era uma promessa, no que dependesse de mim ela nunca mais pararia de sorrir.

Assim que guardo o celular no bolso novamente, Lolly corre em minha direção na tentativa de escapar da minha namorada e a bola de farinha que era dirigida a ela me atinge em cheio no rosto. Fecho os meus olhos rapidamente, tentando me livrar do excesso de farinha com as mãos e, quando os abro, meu coração se aquece mais um pouco. Mia me encara com os olhos arregalados e uma das mãos cobrindo a boca, como uma criança pega fazendo arte, as bochechas vermelhinhas pela correria que elas estavam a fazia ficar ainda mais fofa. Estreito meus olhos em sua direção, fingindo estar brabo, a fazendo arregalar ainda mais os olhos azuis e disparar em fuga quando saio correndo em seu encalço. Mia gargalha mais uma vez quando enlaço os braços em sua cintura fina a erguendo do chão.

-Oi princesa! Pelo visto a tarde foi divertida. - Digo baixinho no seu ouvido, aproveitando para mordiscar o lóbulo de sua orelha e espalhar beijinhos suaves pela nuca, afastando seus cabelos para o lado e observando uma nuvem de farinha despencar pelo movimento.

-Oi meu amor, como foi o trabalho? - Responde virando de frente para mim, enquanto as mãos delicadas se dirigiram para a minha nuca e brincaram com o pé do meu cabelo.

-Não tão divertido quanto a guerra de farinha de vocês. - Respondo sorrindo pelo o esforço que ela fazia, ficando na ponta dos pés na tentativa de alcançar a minha boca. Afasto as pernas para ficar da sua altura e facilitar o seu trabalho e Mia encaixa os lábios macios nos meus, em um beijo suave com gosto de farinha. - Baixinha. - Brinco com ela e é sua vez de estreitar os olhos em minha direção.

Sinto o impacto de uma nova bola de farinha batendo nas minhas costas e quando eu viro me deparo com o olhar travesso de Lolly.

-Agora você vai ver... - Ameaço, correndo pela cozinha e reiniciando a brincadeira que durou mais alguns minutos.

No final, nós quatro estávamos completamente sujos, assim como a cozinha que eu me ofereci gentilmente para limpar. Eu seria capaz de organizar a casa toda se isso significasse que Mia havia se divertido um pouco que fosse.

Faço mais um stories, dessa vez uma selfie de nós quatro sujos de farinha e publico escrevendo "Cercado pelas mulheres da minha vida." Mia reposta os dois stories em seu perfil e essa foi a primeira publicação que ela fez em suas redes sociais depois do que aconteceu.

Decido pedir pizza, visto que o nosso jantar se perdeu em meio a brincadeira, e após tomarmos banho, comemos juntos sentados no tapete da sala ao redor da mesa de centro. Mia comeu apenas um pedaço, mas ultimamente isso já era considerado uma vitória.

-O que foi amor? - Questiono quando percebo que ela está há alguns segundos encarando a tela do celular, com medo que ela estivesse lendo hate nas redes sociais. Ela me entrega o celular, permitindo que eu veja o que prendia sua atenção, e percebo que é uma resposta de Franco no instagram ao stories que Mia repostou, dizendo: "Fico muito feliz em te ver sorrindo outra vez, eu jamais poderia ter afastado de ti o motivo desse sorriso, sinto muito por isso. Eu errei, mas foi tentando acertar. Quando você estiver pronta pra conversar, eu estou aqui te esperando. Te amo".

Não era novidade as tentativas de aproximação do meu sogro que estava visivelmente arrependido, entretanto, era a primeira vez que Mia demonstrava alguma emoção.

-Você vai responder? - Questionei, sem conseguir decifrar sua expressão facial.

-Não sei... Fiquei feliz pela mensagem, me senti mais tranquila por ver que ele não tem a intenção de nos separar mais. Mas acho que ainda não tô preparada para perdoar tudo. - Diz sentando de lado no meu colo e se aconchegando nos meus braços.

-Você pode responder exatamente isso, amor. Não precisa esquecer tudo de uma hora pra outra. - Aconselho apertando meus braços ao seu redor.

Por mais que eu estivesse muito brabo com Franco, sabia que Mia nunca seria cem por cento feliz se não resgatasse a relação deles, então iria apoia-la em qualquer decisão que tomasse. Inclusive, estava tentando me preparar psicologicamente para o momento em que ela decidisse perdoar Marina, porque eu não tinha dúvidas que em algum momento isso iria acontecer.

Mia me mostrou novamente o celular, com a reposta enviada ao seu pai: "Eu também te amo, mas ainda tô muito magoada com tudo que aconteceu." Ainda não era um perdão, mas era muito mais do que Franco recebia dela em semanas, então tenho certeza que ele considerou uma conquista. Beijei os seus cabelos em uma aprovação silenciosa a sua atitude.

POV Mia

Os dias continuaram passando depressa e o início das aulas chegou. Infelizmente, o prédio em que eu teria a maioria das minhas aulas ficava do outro lado do campus, distante de Miguel e dos meus amigos. Eu estava nervosa com a perspectiva iminente de enfrentar o mundo real, não sei se estou preparada para a enxurrada de críticas que virá em minha direção, mas tentava disfarçar ao máximo porque não queria dar ainda mais preocupação para Miguel.

Eu estava fazendo terapia que já mostrava resultados, mas se não fosse o apoio incondicional que recebi do meu namorado eu não teria conseguido. Miguel foi o meu verdadeiro príncipe azul, cuidou de mim de uma maneira que eu nunca fui cuidada por ninguém, nem quando era criança. Estava comigo em todos os momentos, ia comigo a terapia, me dava os remédios na hora correta, me ajudava com o banho, me carregava no colo para todos os lugares quando o meu pé ainda estava imobilizado pela torção e até comida na boca ele tentou me dar para me fazer comer, tudo com um cuidado que transborda amor e que fez com que eu me sentisse a pessoa mais amada do mundo. Dessa forma, eu sabia que o estava sobrecarregando e não queria dar mais uma preocupação.

Suspirei, olhando o relógio e vendo que ainda tinha alguns minutos antes de começar a primeira aula e aproveitei para passar no banheiro. Depois de fazer xixi e lavar as mãos, saí distraída enquanto sacudia as mãos por não ter encontrado papel para secá-las e, foi nesse instante, que o meu martírio começou.

-Ora, ora... Veja se não é a ninfetinha da Mia Colucci. Gata, você topa ir comigo em uma boate hoje? Tenho certeza que te deixo muito mais satisfeita do que o corno do seu namorado... - Uma voz desconhecida me alcançou enquanto eu tentava escapar daquele lugar. Meus olhos marejaram no mesmo instante em que aquelas palavras absurdas atingiram os meus ouvidos e se instalaram no meu coração e, diferente da Mia do passado que os enfrentaria, eu baixei a cabeça e sai a passos rápidos em direção a sala de aula, enquanto ouvia outro garoto responder o amigo.

-Ihh, acho que ela não tá afim Otávio, mas não se preocupe, é só você se tornar professor ou namorado de uma de suas amigas que ela vem correndo... - Exclamou e a risada alta do grupinho que os acompanhava me atingiu como facas que perfuravam a barreira que eu passei semanas erguendo na tentativa de me proteger.

Respirei fundo e discretamente sequei o canto do olho por onde escorria uma lágrima traiçoeira, apressando a caminhada e entrando dentro da sala de aula como se ela fosse o meu refúgio. Queria desesperadamente ficar sozinha, mas para o meu azar a sala já estava cheia. Assim que entrei, atrai os olhares de todos como se tivesse três cabeças ou algo assim, os cochichos e troca de olhares começaram instantaneamente. Tentei ignorar mais uma vez, fingindo não perceber, e analisei o local a minha volta. As mesas eram grandes, com cadeiras dispostas em dupla e eu não precisaria ter dois neurônios para perceber que ninguém ali estava disposto a sentar comigo, por isso procurei uma das mesas vazias que ficava no canto mais longínquo que podia.

Saquei o meu celular da bolsa, rolando o feed do instagram sem realmente prestar atenção em nada, apenas para me sentir menos excluída no ambiente.

-Olá, posso me sentar ao seu lado? - Levo um susto, erguendo a cabeça para ver quem era o dono da voz grossa que me chamava. Encaro por um momento o homem ao meu lado, ele era lindo, cabelos escuros e olhos azuis contrastando com a pele clara. Tudo bem que eu sou apaixonada por Miguel, mas isso não me deixa cega.

Primeiro eu penso que ele vai me humilhar mais um pouco e fazer alguma piada sobre querer me comer em uma boate, mas seus olhos transmitem paz e é o primeiro olhar que eu recebo hoje que me direciona empatia ao invés de julgamento. Então, meio desesperada por apoio nesse momento e com medo de enfrentar o resto do dia sozinha, eu assinto e ele senta ao meu lado.

-Meu nome é Ian Somerhalder, é um prazer te conhecer. - Diz ele, sorrindo simpático e erguendo a mão para me cumprimentar.

-Olá, sou Mia Colucci. - Respondo, aceitando seu aperto de mão, me apresentando mesmo que eu duvidasse que ele não soubesse quem eu sou, visto que meu nome dominou os tabloides de fofoca nas últimas semanas.

Ouço as conversas paralelas aumentarem ao meu redor e uma das meninas comenta alto propositalmente para que eu ouça.

-Cuidado pessoal, Mia Colucci já chegou atacando. - Fala enquanto o resto da turma a acompanha em uma risada. Eu tento esconder o meu rosto com os meus cabelos, tentando não demonstrar o quanto esses comentários me afetavam.

-Você não deveria dar importância pra o que essas pessoas falam. - Diz Ian suavemente e eu ergo o rosto para olhar nos seus olhos. - Você sabe quem você é, os teus amigos e a tua família sabem quem você é e só isso que importa. O resto do mundo só tem inveja da mulher linda, talentosa e determinada que você é e estão fazendo de tudo para te impedir de voar, porque sabem que se você alçar voo, o mundo todo cai aos teus pés. - Termina seu discurso de uma maneira suave e, dessa vez, sinto meus olhos marejarem de emoção por ouvir palavras tão bonitas depois de toda a humilhação vivenciada até agora.

-Nossa, você não sabe o quanto eu precisava ouvir isso. Tá sendo bem difícil conseguir lidar com todo esse julgamento, mas de certa forma eu estava blindada pela proteção da minha família nas últimas semanas... Hoje eu cheguei aqui e fui bombardeada de todos os lados. - Confessei.

-Olha, eu não vou dizer que sei o que você tá passando porque só você sabe o que tá sentindo... Mas posso te garantir que as pessoas também falam de mim. Eu sou um homem heterossexual cursando faculdade de moda, você pode imaginar, não é? Eu não precisei nem sair de casa para ser julgado, afinal meu pai foi o primeiro a apontar o dedo. O melhor conselho que eu posso te dar é: ignore! Viva a sua vida e seja feliz, porque a opinião dessas pessoas não importam. - Conclui sorrindo e me dando esperanças de que a faculdade não seria um inferno, afinal.

Com Ian ao meu lado, o dia passou mais rápido do que eu imaginei. Se tornou mais fácil ignorar os comentários a minha volta com as suas piadas sem graça e cheias de ironia. Conversamos sobre tudo e, incrivelmente, tínhamos muitas coisas em comum, no final do dia eu já tinha a impressão de que o conhecia há anos.

Estávamos sentados em um banco em frente ao campus, esperando Miguel que estava vindo me encontrar. Ian fez questão de ficar comigo, argumentando que não me deixaria enfrentar os abutres sozinha. Eu estava tão distraída rindo de mais uma piada sem graça que meu colega contava que nem percebi Miguel se aproximando, só o vendo quando ele parou ao meu lado. Sua expressão facial demonstrava que ele não havia gostado muito da minha mais nova amizade, mas ignorei esse fato, porque no momento eu só precisava sentir a segurança dos seus braços.

Ver Miguel depois desse dia impossível me fez perceber o quanto eu estava exausta emocionalmente. Me mantive forte o dia todo, mas tudo que eu precisava era do meu porto seguro para desabar. Dessa forma, levantei rápido me jogando em cima do meu namorado que me segurou no susto. Enfiei o rosto na curva do seu pescoço, sentindo o seu cheiro e me acalmando instantaneamente.

-O que aconteceu, princesa? - Disse carinhoso, beijando os meus cabelos. O tom de voz preocupado, deixando qualquer chateação, que ele pudesse ter sentido por ciúme de Ian, de lado ao perceber que eu não estava bem. Eu queria contar tudo a ele, reproduzir as palavras horríveis que eu ouvi, mas assim que eu começasse a falar não iria conseguir conter as lágrimas que segurei o dia todo e eu não queria fazer isso no pátio do campus.

-Foi um dia complicado pra ela, as coisas não foram muito fáceis, mas forte do jeito que é essa menina, óbvio que ela sobreviveu. - Explicou Ian me poupando de entrar em detalhes no momento e Miguel estreitou os braços ao meu entorno. - Bom, agora que você tá em boas mãos, eu vou indo. Foi um prazer te conhecer Mia, nos vemos amanhã.

Ergui o rosto do peito do meu namorado para respondê-lo.

-Muito obrigada Ian, de verdade. Eu não teria sobrevivido ao dia sem você. - Confessei sincera, me soltando momentaneamente de Miguel para abraça-lo rapidamente em agradecimento.

-Teria sim, não se menospreze desse jeito. - Afirmou beijando a minha testa antes de se afastar.

No trajeto para casa, relatei tudo que havia acontecido no dia ao meu namorado e, como o previsto, não consegui conter as lágrimas. Ele me confortava como podia, com sua mão direita apertando a minha coxa ou segurando a minha e a levando aos lábios, onde deixava beijos delicados. Eu sabia que ele estava morrendo de ciúme de Ian, eu o conhecia como a palma da minha mão mesmo que ele tentasse disfarçar, mas também percebi que ele fez o possível e o impossível para não surtar quando percebeu que Ian havia, de certa forma, me protegido durante o dia. A cada dia que passava, eu tinha ainda mais certeza de que Miguel era o meu príncipe azul.

POV Miguel

Como o previsto, o início da faculdade foi conturbado para Mia e eu tinha vontade de socar o rosto de cada um que a ofendeu ou a deixou triste. Tive que me controlar muito ao vê-la chorar e a ouvir me contar tudo que falaram dela e como insinuavam que ela ia transar com qualquer um. Felizmente, ou não, ela tinha feito um amigo que a defendia e a apoiava.

Ian Somerhalder era o motivo das minhas noites em claro nas últimas semanas. Na primeira vez que o vi, todo cheio de gracinhas para cima da minha namorada eu quase infartei, já seria ruim o suficiente o ver arrancando uma gargalhada de Mia o que raramente acontecia ultimamente. Mas, além disso, o desgraçado ainda a abraçou e beijou a sua testa NA MINHA FRENTE. O que ele não deveria fazer pelas costas?

Eu quis surtar e iniciar uma briga naquele instante, mas aí percebi o quanto Mia estava frágil e como ele era a única pessoa que a havia estendido a mão na turma dela, por mais que eu achasse que havia segundas e até terceiras intenções da parte dele, mesmo que Mia negasse e afirmasse veementemente que ele a via apenas como uma amiga.

Dessa forma, eu não poderia ser egoísta e preferir ver Mia triste, sozinha e fragilizada apenas por causa do meu ciúme bobo. A minha prioridade era a felicidade dela e sempre iria ser. Contudo, isso não me impedia de morrer por dentro cada vez que ela sorria ao falar o nome dele, como ela se empolgava ao me relatar detalhadamente os dias no campus citando "Ian" a cada segundo. Além disso, Mia melhorava da sua recaída da depressão a olhos vistos, a razão dizia que era efeito da terapia e dos remédios, já o meu coração tinha certeza que era pelo sentimento que ela desenvolvia por Ian.

Não me entendam mal, eu confiava em Mia cegamente, tinha certeza que ela nunca me trairia. Além disso, ela não teria muito tempo para isso, visto que estava grudada em mim em todos os seus horários livres. O meu medo não era ser traído. O meu medo era que ela se apaixonasse por ele e decidisse terminar comigo. Eu não era cego, via a amizade e a intimidade dos dois crescer a cada dia que passava e tinha pesadelos que isso se transformasse em amor.

Ao mesmo tempo que isso me matava por dentro, eu tinha noção que não tinha o direito e, muito menos moral, para interferir nas amizades dela. Ainda mais a vendo feliz depois de tanto tempo. Então, não falava nada, guardava todos os meus sentimentos dentro de mim e fazia o possível para que eles não explodissem.

Eu não queria chatear Mia com as minhas paranoias, mas ao mesmo tempo, já não aguentava mais e sentia que isso estava impondo uma certa distância entre a gente. Já não conversávamos mais com a facilidade que fazíamos antes e a rotina corrida não facilitava. Além disso, não tínhamos qualquer relação mais íntima há mais de um mês, não que eu estivesse cobrando algo porque partiu de mim respeitar o tempo dela se recuperar. A questão não é ficar sem sexo, a questão é que isso contribuía ainda mais para a distância entre nós.

Era sexta-feira, hoje Mia tinha aula no período da noite e eu vinha para casa mais cedo e depois voltava para buscá-la. Véspera de fim de semana e horário de pico, era receita para trânsito infernal e todo o tempo parado no congestionamento foi o suficiente para eu surtar um pouco mais. Minha cabeça fervilhava com todos esses pensamentos quando cheguei no apartamento, cumprimentei rapidamente minha mãe e Lolly, mas logo me tranquei no quarto ligando o notebook para fazer algo da faculdade que ocupasse a minha mente com alguma coisa que não fosse minha namorada me abandonando. De tempos em tempos eu olhava o relógio e o whatsapp para ver se Mia já havia avisado para ir buscá-la, mas ainda faltava cerca de uma hora para o fim do horário de aula quando ela adentrou a porta do quarto me deixando surpreso.

-Amor, você tentou me ligar? Eu tô cuidando o celular toda a hora e não vi você pedindo pra te buscar... -Expliquei preocupado que ela tivesse ficado esperando por minha culpa e conferindo no celular mais uma vez que não tinha mensagens.

-Eu não te liguei amor, a aula acabou mais cedo hoje. - Comentou se inclinando sobre a cadeira que eu estava para selar meus lábios, enquanto deixava a bolsa, celular e cadernos em cima da prateleira.

-Por que não ligou, amor? Eu já te falei mil vezes que não gosto que você pegue uber de noite... E ainda não me enviou nem a placa do carro! - Briguei porque eu realmente morria de medo que algo acontecesse, infelizmente, existem muitas histórias de abuso contra mulheres em corridas de aplicativo. Por isso, sempre que eu podia preferia eu mesmo ir buscar Mia, e se eu não pudesse, sempre pedia que ela me mandasse print com a placa, modelo do carro e nome do motorista, além de compartilhar sua localização em tempo real.

-Calma bebê, não precisa se preocupar, eu não vim de uber. Ian ia passar aqui na frente e eu aproveitei para pegar uma carona. - Explicou tranquilamente e aquilo foi o suficiente para eu gelar. Ian, sempre Ian.

-Humm. - Exclamei sem condições alguma de falar mais alguma coisa sem explodir.

-Eu vou tomar um banho, ok? - Falou ficando atrás da cadeira em que eu estava sentado, me abraçando por trás. Eu assenti em concordância. - Você não quer ir comigo? - Questionou mordiscando meu pescoço e deixando claro que o convite para o banho envolvia mais coisas. Isso era tudo que eu queria há alguns minutos atrás, mas depois do balde de água fria de saber que ela havia pego carona com Ian, eu não tinha condições alguma de fazer amor.

-Agora não, ainda vou terminar essa tabela aqui antes de ir. - Inventei a primeira desculpa que me veio à mente e desviei o olhar do dela, não querendo ver seu rosto com a expressão de decepção pela rejeição. Eu era um merda por machucá-la assim e não a culparia se ela quisesse me trocar por Ian.

-Ok. - Respondeu seca se trancando no banheiro.

Assim que me vi sozinho desabei, permitindo que as lágrimas rolassem pelo meu rosto. Eu simplesmente não aguentava mais, por que eu não conseguia ser o namorado compreensivo que Mia merecia?

POV Mia

Após um dia exaustivo, comemoramos muito quando o último período terminou quase duas horas mais cedo. Eu já estava sacando o celular da bolsa para chamar Miguel, quando Ian me falou que estava indo para a casa do irmão que fica perto do apartamento do meu namorado. Então aceitei a carona, na tentativa de dar um descanso para Miguel. Eu tinha consciência de que o estava sugando, o coitado estava sempre exausto ultimamente, com olheiras gigantes e sobrecarregado com o trabalho, faculdade e comigo que demandei bastante cuidado nos últimos tempos. Então, qualquer descanso que pudesse dar a ele, eu daria para conseguisse se recuperar.

Cheguei em casa largando as chaves em cima do aparador e encontrando Helena e Lolly na sala, beijei o rosto das duas, sendo recebida com carinho, mas estranhei não ver Miguel ali. Ele ainda não havia chegado?

-Miguel ainda não chegou? - Questionei, franzindo o cenho.

-Chegou sim, já tem um tempo. Tá trancado no quarto desde então, o achei tão mal humorado. Vocês brigaram? - Comentou minha sogra.

-Não diretamente... Andamos um pouco afastados pela nova rotina, mas nada demais. - Expliquei preocupada com aquela informação. Eu havia percebido que havíamos nos afastado um pouco, mas achei que isso seria até bom para ele já que eu tinha passado um mês literalmente grudada nele e dependendo de ajuda para tudo. - Bom, vou descobrir o que tá acontecendo.

-Ok meu amor, boa sorte! - Helena brincou. - Eu e Lolly já jantamos, deixei comida pra vocês no micro-ondas, se eu acordar amanhã de manhã e ela ainda estiver ali eu vou ficar braba. - Avisou e eu sorri, porque "Helena" e "braba" na mesma frase era algo impossível de acontecer. Minha sogra era um doce de pessoa.

-Pode deixar que mais tarde nós comemos. Só vou tomar um banho e tranquilizar Miguel antes. - Prometi antes de me dirigir ao seu quarto, que agora era nosso, visto que mais da metade do seu armário era ocupado por coisas minhas.

Miguel estava trabalhando quando eu entrei e quase surtou por pensar que eu havia vindo de uber. Sorri, achando fofa sua preocupação e logo o tranquilizei avisando que tinha pego carona. Contudo, ele continuou estranho, distante e meu mundo desabou por completo quando ele recusou tomar banho comigo.

Isso nunca tinha acontecido antes, nós não transávamos há mais de um mês e eu tinha acabado de pedir quase que literalmente para que ele me comesse. E ele recusou. Não consegui esconder a minha cara de desespero e fugi para o banheiro.

Em baixo do chuveiro, eu deixei que a água caísse lavando as minhas lágrimas, enquanto eu pensava que Miguel já deveria ter outra. Era óbvio, primeiro eu achei que ele estava respeitando o meu tempo e por isso não insistia para que fizéssemos amor, mas agora tudo deixava claro que não era isso. A distância imposta nas últimas semanas, o silêncio e a desculpa de que estava cansado. Óbvio, ele estava cansado de mim! Quem não estaria? Eu tinha sido uma verdadeira sanguessuga nos últimos tempos, sugando toda energia que ele tinha.

Quando eu finalmente consegui controlar os meus soluços, sai do banho e vesti uma camiseta de Miguel que encontrei pendurada no banheiro, ainda com o seu cheiro, na tentativa de ganhar algum alento. Ciente que meu rosto demonstrava o quanto eu havia chorado, me dirigi ao quarto determinada a ter uma conversa definitiva, mas nada poderia me preparar para a cena que eu encontrei.

Miguel estava sentado na cama, abraçado aos joelhos, com a cabeça baixa, literalmente aos prantos. Ele tentava abafar os soluços sem muito sucesso e eu me desesperei, afinal, só havia visto Miguel chorar dessa forma em duas ocasiões: quando ele descobriu a verdade sobre o pai dele e quando eu descobri sua traição.

-Miguel, amor... -Chamei e ele ergueu a cabeça me dando a visão dos olhos vermelhos que indicavam que ele já chorava há algum tempo. - O que tá acontecendo? - Questionei me sentando em sua frente, mas ele não respondeu mais nada, apenas me olhou fixamente e naquele momento, se eu tinha alguma dúvida do motivo de suas lágrimas, elas foram completamente sanadas. - Você quer terminar comigo, não é? - Questionei já sentindo as minhas próprias lágrimas brotarem de novo e escorrerem pelo rosto.

-O que? - Me olhou com a testa franzida pela minha suposição.

-Você quer terminar comigo... Eu sabia, só estava em negação, mas é óbvio que você iria se cansar, eu só te dou trabalho e... - Desembestei a falar rapidamente com as palavras entrecortadas pelos soluços que ressurgiam como uma fênix.

-Cala a boca, não fala bobagem, amor! - Miguel cortou o meu discurso, me impedindo de seguir falando. - Pelo amor de Deus, nunca ouvi tanta bobagem na minha vida! É óbvio que eu não quero terminar contigo, eu sou completamente louco por você, sua doida. E eu vou ficar muito brabo se você repetir mais uma vez que dá trabalho, porque isso é uma grande mentira, não fale bobagens! - Exclamou indignado como se eu tivesse acabado de falar o maior absurdo do universo.

-Você ainda quer ficar comigo? - Achei melhor confirmar, tentando controlar os soluços que saíam meio descompassados.

-É claro que sim sua doida, não existe possibilidade de existir um mundo em que eu não queira ficar com você. - Falou carinhoso me puxando para os seus braços e eu me permiti ser abraçada, encharcando sua camisa com lágrimas de alívio, enquanto sentia ele beijar a minha cabeça.

-Shiuuu, se acalma princesa... -Acariciou meus cabelos e me consolou até que eu conseguisse me controlar. - De onde você tirou um absurdo desses?

-Você tá estranho nas últimas semanas, eu sempre te pergunto o que aconteceu, mas você só diz que tá cansado e hoje você não quis nem tomar banho comigo! - Acusei, já sentindo mais lágrimas se formarem.

-Shiuu, não precisa mais chorar, eu não vou a lugar algum a não ser que você queira. - Explicou me acalentando.

-Eu nunca vou querer que você vá! - Falei, erguendo o rosto para ver os seus olhos que ainda estavam agoniados. - Amor, se você não quer terminar, o que tá acontecendo? - Questionei, e ele permaneceu em silêncio como se uma batalha acontecesse dentro da sua mente e ele tentasse se decidir se me contava ou não. - Miguel, por favor, nós não podemos ter segredos entre nós... Lembra que foi exatamente isso que fez o nosso namoro dar errado no início. - Argumentei, o lembrando das nossas inúmeras brigas do início da relação motivadas pela falta de diálogo entre nós.

-Ok. - Ele suspirou tomando coragem para prosseguir. - É que na verdade... Eu... Eu estou morrendo de ciúme de você com Ian! Pronto, é isso! - Confessou e foi como se um peso fosse arrancado do meu coração. Eu estava pensando em mil coisas horríveis e na verdade tudo se resumia a ciúme? Não aguentei e gargalhei, vendo Miguel me dirigir um olhar indignado.

-Eu não acredito, amor! Você me deixou preocupada! Eu estava imaginando um monte de coisa horrível... Bebê, eu sou completamente e inegavelmente apaixonada por você! Não tem porquê sentir ciúme! - O tranquilizei ainda tentando conter o riso.

-Não é bem assim, Mia... Eu confio em você, sei que você nunca me trairia, mas vocês tão cada vez mais amigos, passam os dias juntos, tem mil coisas em comum, e se você se apaixonar por ele? - Questiona preocupado, com o rosto coberto de tensão e eu preciso me segurar para não rir novamente.

-Amor, isso não vai acontecer pelo simples fato de que eu já sou apaixonada por você, seu caipira! Ele é só meu amigo, um amigo importante, mas apenas amigo! - Passo a mão pelo seu rosto, secando uma lágrima que escapou pelo canto do seu olho, demonstrando o quanto ele estava sofrendo com aquele sentimento.

-De dez palavras que você fala quando chega em casa, onze tem o nome de Ian. Você tá sorrindo mais, já presenciei mais de uma vez vocês se abraçando e hoje ainda pegou carona com ele! O que você quer que eu pense? - Desabafa e eu finalmente consigo ver o seu ponto de vista. Se fosse ao contrário, eu certamente pensaria bobagem, mas com a confusão que estava a minha vida eu nem tinha percebido que minhas atitudes o estavam magoando.

-Amor, ele é a única pessoa que fala comigo na minha turma, é óbvio que tudo que eu te contar do meu dia vai envolver o nome dele. Eu tô sorrindo mais, porque felizmente a terapia tá funcionando, assim como os remédios e o seu apoio incondicional. E eu vim de carona com ele pra te ajudar, você tá super sobrecarregado e eu te atrapalho demais! - Explico mais uma vez, elucidando todos os pontos para tentar tranquilizá-lo.

-É isso que você não entende! EU sou o teu namorado, teu noivo, eu QUERO que você me peça as coisas! Se você acha que isso é dar trabalho, então EU QUERO QUE VOCÊ ME DÊ TRABALHO! - Explode frisando as palavras necessárias para me fazer compreender o seu lado.

-Certo, desculpa por não ter te ligado, mas como eu ia saber que você estava com ciúme? Eu fiz na melhor das intenções, pra te ajudar! Eu ainda não tenho bola de cristal, Miguel. Você precisa me dizer o que sente! - Argumento, deixando claro que entendo a sua chateação e até dou razão para ele ter ficado chateado, mas eu não tinha como adivinhar o que ele pensava.

-Eu não me sentia no direito de me intrometer... Ele é teu amigo, te faz bem. Eu não sou teu dono, não tenho o direito de interferir nas suas amizades. - Explica com uma maturidade que ele não teria há algum tempo atrás e eu sinto orgulho da sua evolução.

-Você tem razão, não tem o direito de interferir nas minhas amizades. Mas você também é meu namorado e não apenas tem direito, como deve, me falar o que te incomoda... - Explico paciente. - Então, sabendo como você se sente, vou evitar pegar carona com ele ou o abraçar. Simples assim, vamos achar um meio termo, não vou deixar de ser amiga dele, mas tem certas coisas que eu não me importo de abrir mão. Eu já estive no seu lugar, Miguel. E por mais que Ian não seja o diabo encarnado na terra como Sabrina, eu não desejo pra ninguém a insegurança e o medo que eu sentia em te ver com ela. - Conclui estremecendo pelas lembranças daquele tempo.

-Eu sinto muito, queria poder voltar no tempo. Nem que eu vivesse mil vidas seria o suficiente pra me desculpar com você. - Confessa com os olhos verde oliva me transmitindo tanta agonia e arrependimento que até me arrependo de ter tocado no nome da bruxa adolescente.

-Não vamos mais falar disso, já passou. Vamos deixar o passado ficar no passado e vamos nos concentrar em viver o futuro, pode ser? - Questiono me aproximando um pouco mais dele, e devagar me acomodo no seu colo, segurando o seu rosto entre as minhas mãos, enquanto selo nossas bocas diversas vezes.

-É o que eu mais quero. - Responde baixinho com nossas bocas tão próximas que eu sentia o seu hálito na minha pele.

Selo novamente nossos lábios, me demorando mais um pouco antes de me afastar, apenas sentindo a explosão de sensações que nossas bocas coladas proporcionavam em mim. Ainda segurando seu rosto entre as minhas mãos, deslizo o meu nariz no dele, o sentindo tão meu que meu coração galopava no meu peito.

Miguel leva as suas mãos a minha cintura a segurando com força e me apertando contra ele, fazendo com que eu me acomode melhor no seu colo e o monte. Com a nova posição, a camiseta que eu usava sobe, deixando minhas coxas ainda mais expostas e meu namorado não perde tempo em repousar as mãos ali acariciando-as e observando minha pele arrepiar instantaneamente.

O suspiro que escapa por entre os meus lábios é instantâneo e é inevitável conter o impulso de forçar o meu corpo contra ele, rebolo no seu colo sedenta pelo contato íntimo que não tínhamos há tempos. Miguel solta um rugido em resposta e sinto seu pau ganhar volume de encontro a minha calcinha que começava a ficar úmida. Ele leva as duas mãos a minha bunda apertando forte e intensifica o nosso beijo que se torna tão agressivo que sinto nossos dentes se chocarem um contra o outro, gemo em sua boca e pego a barra de sua camiseta para retirá-la, Miguel ergue os braços para facilitar o meu serviço e quando finalmente toco seu peito nu, uma corrente elétrica percorre o meu corpo fazendo com que eu me esfregue com mais vontade sobre ele.

Rapidamente Miguel dá o mesmo destino a camiseta que eu vestia e desce os lábios mordendo o meu pescoço, meu colo e atingindo o vale entre os meios seios, antes de os abocanhar e os sugar com vontade, como se fosse um animal desesperado pelo seu alimento preferido. Seu pau, agora completamente ereto, massageia o local exato que me faz ficar ainda mais molhada e o ouço rugir quando rebolo com mais rapidez.

-Eu deveria deixar você de castigo e parar nesse exato momento... - Ameacei, relembrando as últimas vezes que tomei a iniciativa de fazermos amor e fui cortada por "ainda estar doente" e, a mais recente, que eu ainda não havia digerido: sua recusa em tomar banho comigo.

-Por que? - Questiona me olhando com interrogação e mordiscando um dos meus mamilos no caminho.

-Por que você acha? - Pergunto cínica. - Faz um mês que você me enrola. Ok que eu estava doente, mas não tem desculpa pra você não querer tomar banho comigo hoje... - Me queixo com voz de bebê, fazendo drama.

-Eu estava puto contigo àquela hora, amor. -Diz rindo. - Mas prometo te compensar por todo o tempo perdido, vou fazer você gozar bem gostoso tantas vezes essa noite que você será incapaz de contabilizar. - Me lança um olhar malicioso e um arrepio percorre o meu corpo com sua promessa.

-Hummm, então você pode começar a pagar sua dívida nesse momento, porquê eu tô louca pra gozar. - Mordo seu lábio inferior.

-Puta merda, Mia. - Exclama, ao mesmo tempo que estoura minha calcinha com as mãos e abaixa sua bermuda e cueca de uma só vez.

Sua brutalidade parecia ter uma conexão direta com a minha boceta que estava completamente molhada. Admirei seu pau duro saltar na minha frente assim que ele foi liberto das roupas. Lambi os lábios involuntariamente ao ver como ele era bonito, ok que eu não tinha visto outros paus na minha vida, mas duvido que exista algum mais perfeito do que o do Miguel que se mostrava majestoso a minha frente, brilhoso pelo líquido pré-ejaculatório que era liberado pela glande. Minha boca secou, mas Miguel captou o meu olhar e antecipou as minhas ações, me impedindo de continuar com os meus planos.

-Não, hoje não. Hoje o prazer vai ser todo teu. - Avisa, tentando me masturbar com os seus dedos, mas é a minha vez de o impedir. Eu estava desesperada para sentir o seu pau. Se não fosse na boca, então seria na minha boceta.

Ele me deixa assumir o comando e como estou por cima, fica fácil fazer o que eu quero. Seguro firme o seu pau o esfregando no meu clitóris e sentindo minha lubrificação escorrer por cima dele.

-Porra, Mia. Você tá tão molhada, tá me melando todo. - Ofega levando as duas mãos a minha bunda, apertando-a com força.

Gemo em desespero e me estico levemente para pegar o preservativo na mesa de cabeceira que ficava ao lado da cama. Miguel me olha com um tesão absurdo, deixando que eu tome conta de tudo. Rasgo o envelope com os dentes, pegando a camisinha e desenrolando sobre o seu pau o ouvindo gemer com o movimento. Eu nunca havia feito isso antes, mas vi Miguel fazer tantas e tantas vezes que já me sentia expert no assunto.

Me masturbo um pouco mais, enquanto meu namorado chupa o meu pescoço e esmaga meus seios com as mãos me arrancando um gemido de um misto entre dor e prazer. Eu não aguentava mais e, sem que Miguel esperasse, paro de me masturbar e me encaixo sobre ele sentando com tudo.

-Own. - Exclamo pela fisgada inesperada que sinto entre as pernas seguida de uma dor nada prazerosa que lembrava muito a minha primeira vez.

-Pelo amor de Deus, Mia! Você vai se machucar assim! - Miguel me repreende ao mesmo tempo que segura a minha cintura me puxando para cima e saindo do meu interior.

-Não... Volta aqui, já vai passar! - Choramingo, porque por mais que tenha doído, eu sabia que era momentâneo e que logo o prazer tomaria conta.

-Calma, amor! - Diz beijando meu rosto em um carinho para me consolar. - Doeu muito? - Questiona, preocupado.

-Não. - Respondo rapidamente, mas ele estreita os olhos em minha direção sabendo que eu estava mentindo. - Ok, doeu um pouco. - Digo, amenizando.

-Desculpa, eu não percebi que você ia sentar, se não teria te ajudado. - Fala carinhoso e eu o lanço um olhar de interrogação. - Amor, você já é apertada ao natural, faz tempo que nós não fazemos nada, você não deixou nem eu meter meus dedos antes e senta rápido desse jeito, nessa posição... Não pode, bebê. Tem que ir com calma. - Explica paciencioso e eu me repreendo por não ter pensado nisso.

-A culpa não é sua, eu que estava desesperada pra te sentir dentro de mim. - Respondo. - Aliás, ainda tô... - Digo lhe lançando um olhar malicioso.

-Gulosa. - Devolve o olhar com malícia, mas me impede quando eu tento nos encaixar novamente. - Calma! Deixa eu te ajudar antes que você se machuque mais. Prometo que depois te deixo fazer o que quiser. Pink promise! - Me olha sorrindo e eu não consigo resistir a sua carinha fofa e assinto em concordância.

-Chupa! - Ordena enquanto dirigi dois de seus dedos a minha boca e eu obedeço os chupando da maneira mais sensual que consigo, deixando meus dentes o arranharem quando ele os tira. Miguel os dirige para a minha boceta, primeiro acariciando por fora, prendendo meu clitóris entre eles, me fazendo gemer em ansiedade, e quando percebe que o problema não é lubrificação, os enfia dentro de mim devagar. Em determinado momento solto um novo ofego, agora não chegava a ser uma dor, apenas um incômodo.

-Tá doendo? - Questiona movimentando os dedos lentamente.

-Não... No início teve um desconforto, mas já melhorou. Eu quero mais! - Peço choramingando mais uma vez e rebolando nos seus dedos.

-Meu Deus, eu criei um monstro! - Diz rindo para me provocar. - Você é muito gulosa, meu amor. Me quer todo dentro de você? - Pergunta e seu tom de voz muda instantaneamente de brincalhão para malicioso.

-Quero, por favor! - Meu orgulho fica de lado rapidamente e eu imploro.

Miguel nos encaixa mais uma vez e me ajuda a sentar lentamente, controlando a minha descida com as mãos na minha cintura. Dessa maneira, sinto-o me preencher milímetro por milímetro e sorrio feliz quando o sinto todo dentro de mim.

-Pronto, minha linda. Era assim que você queria? Eu todo dentro de você? - Questiona massageando um dos meus seios e beijando meu rosto até chegar no lóbulo da minha orelha, onde deixou uma mordida.

-Era... Bem assim! - Rebolo devagar no seu colo, acostumando mais uma vez com o seu tamanho e quando o desconforto some de vez eu me descontrolo e quico rapidamente. - Nossa, Miguel! Que gostoso... Porra! - Gemo já sentindo o primeiro orgasmo da noite se formar de maneira absurdamente rápida. A saudade que eu sentia do seu corpo e todos os estímulos que ele me proporcionava, estava me tirando do eixo.

-Mia, olha pra mim! - Ordena e leva os dedos ao meu clitóris em mais um estímulo que me faz soltar um gritinho de desespero. - É em mim que você tá sentando bem gostoso agora, não é? É o meu pau que tá preenchendo toda essa tua bocetinha deliciosa e é pra mim que você vai gozar. Você é só minha! - Afirma autoritário e eu entendo que essa é uma marcação de território pelo ciúme louco que ele sente de Ian. Mesmo sabendo que é possessivo demais ele dizer isso, não consigo me importar. Na verdade, acho até excitante, porque é verdade. Eu pertenço a ele e ele pertence a mim.

-Sim Miguel, eu sou sua, apenas sua! - Afirmo dando razão ao seu sentimento de posse. - Anh, merda! - Gemo ao sentir o orgasmo tão próximo que perco o movimento das pernas. - Eu vou gozar, amor. Me fode porque eu vou gozar só pra você!

Miguel geme alto e, segurando minha cintura, toma o controle das investidas me fodendo rápido e com força e é só isso que eu preciso para me perder no primeiro orgasmo da noite. Mordo o seu pescoço na tentativa de abafar o som dos meus gemidos que saíam altos. Ele continua se movendo lentamente dentro de mim enquanto me recupero, o sinto duro, pulsando no meu interior e é só isso que basta para eu voltar a me excitar.

-Tudo bem? - Questiona carinhoso, beijando a minha testa e eu abro um sorriso gigantesco em sua direção.

-Tudo perfeito! Eu tô no meu lugar preferido do mundo todo! - Confesso sorrindo.

-Em cima de mim? - Beija os meus lábios contendo o riso.

-Na verdade é você dentro de mim. Se eu tô em cima, em baixo, do lado... É um mero detalhe! - Explico e Miguel gargalha.

-Safada! - Morde o meu nariz me provocando. - E agora, em que posição a senhorita quer ficar? Ainda temos muitos orgasmos pela frente... - Me olha malicioso.

-Eu quero que você me coma de quatro. - Peço já ofegante pelos movimentos que se intensificavam aos poucos.

-Seu pedido é uma ordem e será, literalmente, um grande prazer obedecer. - Brinca sorrindo. - Levanta. - Ordena com um tapa na minha coxa e eu não sou nem louca de não obedecer.

Observo curiosa ele ficar de pé ao lado da cama e me posicionar de quatro na beira do colchão com ele se colocando em pé atrás de mim.

-Ah, porra... - Gemo ao senti-lo me invadir lentamente naquela nova posição.

-Tudo bem? - Questiona delicado e eu sei que assim que eu assentir ele vai mudar sua postura completamente. Eu confirmo com a cabeça, aguardando ansiosa a sua explosão. - Me responde, amor. Posso foder?

-Sim, me fode, por favor! - Confirmo o autorizando.

Desse momento para frente foi uma insanidade, só senti ele segurar firme a minha cintura e meter rápido e com força, acertando um lugar exato dentro de mim que me tirou de órbita. Eu não sei o que mais aconteceu. Não sei se ele levou a mão ao meu clitóris para me masturbar ou se desferiu tapas na minha bunda, coisas que costumava fazer quando transávamos nessa posição. Não sei se eu gemi baixo ou se gritei o seu nome. Não sei se aceitei o seu ritmo ou se implorei por mais. A sensação era tão forte que eu esqueci até o meu nome. Tinha consciência apenas da corrente elétrica que provinha do meio das minhas pernas e se direcionava para todo o corpo, fazendo com que todos os meus músculos tremessem em um orgasmo após o outro, sem me deixar recuperar o controle do meu corpo.

Em algum momento, que eu não vi por estar muito ocupada gozando enlouquecidamente, Miguel alcançou o seu orgasmo, se livrou da camisinha e me puxou para deitar no seu peito onde ficou acariciando os meus cabelos. Foi nesse instante que eu comecei a parar de gravitar e voltei ao planeta terra.

-Uau. - Foi tudo que eu consegui dizer, erguendo minha cabeça do seu peito e encarando aqueles olhos verdes que eu amava e me olhavam com adoração. Não deixei de perceber que minha voz saiu levemente rouca e uma parte de mim começou a surtar. Eu gritei a ponto de perder a voz? Pelo amor de Deus, minha sogra dormia no quarto ao lado e Lolly logo em frente. Tinha que existir um santo padroeiro das namoradas desesperadas após ter orgasmos múltiplos que eu pudesse rezar para me salvar desse constrangimento na manhã seguinte.

-E então? Tô perdoado pelo período que te deixei na seca? - Questionou com um sorriso convencido no rosto, se esticando para selar meus lábios com delicadeza.

-Você se acha né? - Provoquei gargalhando, enquanto ele unia os dedos me mostrando que se achava "só um pouquinho". - Você é um bobo, mas falando sério agora, eu não sei nem descrever o que foi isso. Eu perdi a noção do que acontecia ao meu redor, só tinha consciência dos orgasmos vindo um atrás do outro. - Confessei ainda em choque pela sensação.

-Bom assim? - Beijou meus cabelos onde fazia um leve cafuné e eu assenti. - Mas aquela vez que transamos no estacionamento da empresa você também teve mais de um orgasmo, não? - Perguntou curioso e eu sorri por perceber que ele lembrava de quantos orgasmos eu tinha tido em um transa aleatória de meses atrás.

-Sim, mas hoje foi diferente, mais intenso ou durou mais tempo. Não sei explicar porque simplesmente perdi a noção de tudo, só sei que nunca senti algo assim antes. - Explico e sinto seu sorriso se ampliar contra a minha cabeça, onde ele repousava sua boca.

-Eu percebi que você meio que saiu de órbita, não lembrava de isso ter acontecido antes. - Comenta.

-Não aconteceu, hoje foi a primeira vez e acho que isso é um sinal pra você perceber que sou só sua! - Brinco sorrindo e me apoiando nos braços para que pudesse alcançar a sua boca em um beijo suave.

-Linda e minha! - Afirma correspondendo ao meu beijo.

-Sua e completamente apaixonada por você. - Rebato, rindo, e observo seus olhos brilharem em minha direção, livres da agonia que estava presente anteriormente e que estava sendo o motivo dos meus pesadelos.

Dessa forma, pelo menos momentaneamente, o universo tinha encontrado seu equilíbrio novamente e meu conto de fadas continuava firme e forte, apesar dos percalços no caminho. E eu tinha certeza que nós venceríamos qualquer obstáculo que aparecesse, afinal, ninguém consegue lutar contra quando o universo conspira ao nosso favor.

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Olá traumadinhxs, que linda semana essa, não é? Finalmente os dias de glória chegaram por aqui e Anahi foi a responsável por me inspirar a escrever esse capítulo. Prometi no twitter que se o fonfon responder a patroa eu posto outro ainda essa semana (Eu que lute pra cumprir a promessa se ele responder pq não tenho nada pronto lkkkkkk) - Aliás, quem não me acompanha por lá, me siga porque seguido solto novidades sobre a fic (meu @ é marb_nina). Maaaas falando do capítulo, me contem o que acharam? Estamos bem próximos de uma passagem de tempo e de chegarmos na segunda fase da fic. Deixem entrelinhas, comentários e sugestões. Vocês não tem ideia do quanto o feedback de vcs nos inspiram e nos incentivam a continuar.

Ps. Ignorem os erros de português porque a Anahi me pegou desprevenida e escrevi esse capítulo no meio de uma viagem no bloco de notas do celular.

Ps 2. Algumas pessoas perceberam o meu furo no capítulo 15 em que eu ressuscitei o Gaston sem mais nem menos kkkkk Gente, a autora aqui simplesmente esqueceu que ele tinha morrido na novela kkkkk Tô tentando fazer a fic o mais fiel possível, mas faz muito tempo que vi a novela completa pela última vez, normalmente revejo só a história de mym, então relevem essas discordâncias e me concedam licença poética pra alterar algumas coisas hhaahhaahha

Beijinhos e até a próxima 💙

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