Capítulo 14 - Probadita de Mi - Parte 2

POV Miguel

Ficamos mais um tempinho ali deitados, Mia acariciando o meu peitoral e eu os seus cabelos, até que comecei a sentir sua pele gelar sob as minhas mãos.

-Princesa, vamos pro quarto? Você tá ficando gelada... - Comentei.

-Uhuum - Concordou preguiçosa - Mas eu quero colo... - Pediu manhosa, com um sorriso lindo no rosto, erguendo os braços como uma criança pedindo colo. Quem poderia resistir? Eu certamente não.

Fiquei de pé a pegando no colo e ela não tardou em passar os braços entorno do meu pescoço e repousar a cabeça no meu peitoral no curto trajeto até o meu quarto, onde a coloquei deitada na cama e observei seu corpo perfeito ainda vestido com a cinta-liga que ela precisaria tirar para ficar mais confortável. Ergui uma de suas pernas, desprendendo vagarosamente a cinta-liga e deixando meus dedos roçarem em suas pernas enquanto puxava a meia que a cobria, repetindo o mesmo processo na outra perna e deixando beijinhos em toda a sua extensão quando terminei. Mia me olhava sob os cílios e após deixar um beijinho em seu pé esquerdo, quando finalizei o processo, ela desceu o pé arranhando o meu peitoral e esbarrando propositalmente no meu pau que ganhava vida novamente me fazendo soltar um gemido baixo.

-Você quer fazer de novo? - Questionou com um olhar malicioso que percorria meu corpo.

-Eu sempre quero, mas você tá dolorida...

-Verdade... Mas eu queria tanto... - Concluiu com um suspiro resignado e uma carinha de dar dó que me fez sorrir.

-Vou te fazer gozar de novo. - Decidi me inclinando para puxar aquela micro calcinha que era a última peça de roupa que cobria o seu corpo.

Voltei a pegar suas pernas, uma de cada vez distribuindo beijos e mordidas dos seus pés até o interior de suas coxas, ouvindo seus suspiros baixos e caindo de boca naquela boceta deliciosa que já estava encharcada a minha espera.

-Que saudade de sentir o teu gosto... Você é tão doce! - Exclamei.

-Ai amor, que delícia...

Sua aprovação me fez ter mais fome ainda e movimentei minha língua alternando entre movimentos circulares no seu clitóris e em penetrá-la, sugando o seu gosto. Os gemidos que tomavam o quarto era a prova do quão perto ela estava e quando uma de suas mãos se emaranhou nos meus cabelos forçando minha boca de encontro a ela, intensifiquei os meus estímulos à fazendo explodir nos meus lábios alguns instantes depois. Assim que Mia recuperou o fôlego, me olhou com um sorriso satisfeito no rosto. Ou assim eu imaginava.

-Foi ótimo gatito, estava com saudades da tua boca, mas eu realmente queria te sentir dentro de mim mais uma vez... A gente pode fazer devagarinho... - Falou manhosa com um sorriso tímido nos lábios que me fez sorrir abertamente.

-Own a minha princesa quer fazer amor devagarinho? - Disse distribuindo beijinhos por todo o seu rosto, enquanto ela ria, até chegar à boca onde aprofundei o beijo a procura da sua língua.

- Sim bebê. - Respondeu me puxando para cima do seu corpo, enrolando suas mãos no meu pescoço e suas pernas na minha cintura.

-Eu amo você. Amo todas as tuas versões. Amo você safada me pedindo pra te comer e amo você toda meiga querendo fazer amor devagarinho. - Confessei a beijando e deslizando as mãos pelo seu corpo. Suguei o seu pescoço, o lóbulo da orelha, desci pelo vale entre os seus seios e abocanhei um deles enquanto massageava o outro, deixando mais algumas marcas para a coleção que se formava ali. Ela se esfregava contra mim e o contato do meu pau ereto com sua boceta encharcada sem nenhuma barreira quase me fez perder a cabeça. Procurei rapidamente um preservativo dentro da gaveta da mesa de cabeceira antes que eu fizesse uma loucura. Coloquei a camisinha e estimulei lentamente a sua entrada com a cabeça do meu pau, penetrando-a lentamente. Mia gemeu e se contraiu fazendo uma careta.

-Princesa, tá te machucando e eu não coloquei nem metade ainda, você não vai aguentar tudo. - Falei acariciando o seu rosto e sendo fuzilado pelo seu olhar por dizer que ela não aguentaria.

-Aguento sim, dói só no começo, vai devagarinho. -Respondeu manhosa e eu segui entrando polegada por polegada até estar inteiro dentro dela com um suspiro de alívio.

-Tudo bem amor?

-Sim, pode ir. - Autorizou e eu comecei a me mover lentamente até que ela estivesse acostumada quando aumentei um pouco o ritmo dos movimentos.

-Deus do céu, como eu amo você. - Suspirou entrelaçando nossas mãos. Fizemos amor lentamente, matando toda a saudade acumulada nos últimos dias, explodimos juntos em um orgasmo libertador e exaustos dormimos o resto da noite abraçados.

Na manhã seguinte, como de costume, acordei primeiro que Mia que estava deitada com o rosto enfiado na curva do meu pescoço, uma de suas pernas jogadas sobre as minhas e uma mão repousando no meu peito. Parecia um anjo dormindo e eu a conhecia muito bem para saber que ela ainda demoraria para acordar, ainda era cedo a julgar pela fraca luminosidade que entrava pela janela e ela não acordaria antes do horário do almoço. Minha namorada era dorminhoca naturalmente e, levando em consideração a noite movimentada que tivemos, hoje ela estaria ainda mais cansada. Me desvencilhei lentamente de seu corpo para não a acordar e Mia resmungou algo incompreensível, virando de lado e voltando a dormir abraçada ao meu travesseiro. Cobri seu corpo com o edredom e deixei um beijo nos seus cabelos, pegando minha roupa e itens pessoais para me vestir no banheiro e não fazer barulho no quarto.

Preparei café e torradas para mim, sem me dar ao trabalho de fazer para Mia, que certamente pularia essa refeição e iria direto para o almoço. Aproveitei que ela estava dormindo para ligar para minha mãe e desejar feliz aniversário, já que ela não poderia saber que minha namorada estava em casa comigo. Fiquei olhando um jogo de futebol que passava na TV e quando percebi que passava das onze fui para cozinha organizar nosso almoço. Tinha sobrado bastante lasanha de ontem, então preparei apenas arroz para acompanhar, suco de laranja natural e fiz brigadeiro para sobremesa porque eu conhecia bem a namorada que tinha. Quando terminei voltei a olhar o jogo de futebol que já estava no fim. Alguns minutos depois, Mia apareceu na sala vestindo apenas a minha camiseta, com os cabelos bagunçados e com a carinha amassada de sono. Sorri para ela que não tardou em se aconchegar no meu colo escondendo o rosto na curvatura do meu pescoço e esfregando os olhos como um bebê. Eu amava esses pequenos detalhes que me faziam ficar cada vez mais apaixonado.

-Bom dia meu amor, dormiu bem? - Questionei e ela assentiu ainda escondendo o rosto. - Temos alguém com preguiça por aqui? - Ela assentiu novamente e eu sorri beijando sua testa e acariciando os seus cabelos.

-Faz muito tempo que acordou? - Perguntou alguns minutos depois. Era sempre assim, ela precisava de uns minutinhos silêncio e carinho até despertar bem.

-Bastante, têm umas três horas. - Respondi e ela arregalou os olhos.

-Deus do céu, você levantou de madrugada! - Falou e eu ri do seu exagero.

-Já preparei nosso almoço, tá com fome?

-Tô faminta!

-Então vamos lá na cozinha que vou alimentar a minha bebê. - Falei ficando de pé atrás dela e a abraçando por trás.

Servi nossos pratos e coloquei no micro-ondas para aquecer, enquanto Mia servia suco para nós.

-Você não vai sentar amor? Eu te alcanço o prato quando terminar de aquecer. - Disse quando percebi que Mia bebericava seu suco em pé e vi seu rosto ser tingido de um vermelho vivo. - O que foi? Por que tá com vergonha?

-É que tá um pouco desconfortável pra sentar... - Confessou corando e sem encarar os meus olhos.

-Hummm, isso quer dizer que você foi muito bem comida ontem à noite. - Respondi lhe dando um sorriso malicioso e ela se tornou ainda mais vermelha. - Amor, não precisa ficar assim, o que eu faço com você? Ontem à noite estava me pedindo pra te bater e agora tá com vergonha...

-Para Miguel! -Falou braba e eu vi que havia cutucado a onça com vara curta. - Não vou te pedir mais nada também, você só fica me deixando constrangida... - Completou e saiu da cozinha emburrada.

-Não amor, volta aqui... Desculpa, desculpa, desculpa... - Disse a abraçando por trás e distribuindo beijinhos, ela parou de andar, mas não desfez o bico dos lábios - Sinto muito, não vou mais te constranger, ok? Eu amo quando você fica solta e me pede essas coisas, fico louco de tesão, quero que siga pedindo e não precisa ter vergonha por isso. - Confessei e puxei seu lábio inferior que formava um beicinho entre os dentes o desfazendo e a beijando, sentindo Mia se render me correspondendo. - Vem, vamos almoçar, você senta no meu colo, ok? -Mia assentiu e se acomodou no meu colo ainda muda. - Tá confortável assim? 

Segui com o meu monólogo e ela confirmou com a cabeça de novo.

-Sabe, um passarinho me contou que quem dá muito gelo no namorado não ganha sobremesa... -Falei e ela ergueu os olhos interessada - E acontece que tem uma tigela de brigadeiro pronta...

-Tá falando sério? Você fez brigadeiro pra mim? - Perguntou desfazendo o bico rapidamente e esquecendo magicamente o gelo que estava me dando.

-Claro que fiz! - Respondi rindo e beijando sua bochecha - Você não tem nem vergonha na cara, né? É igual criança, se rendeu por um doce.

-Não qualquer doce! É o melhor brigadeiro que eu comi na vida!

-Quer dizer que toda vez que eu fizer merda, basta fazer brigadeiro pra ti e estou perdoado? - Ergui as sobrancelhas em sua direção.

-Depende da merda... Mas sempre ajuda a melhorar o meu humor. - Disse com um sorriso safado no rosto.

-Você é muito cara de pau, isso sim! - Respondi com uma mordida na sua bochecha.

Após o almoço, Mia lavou a louça enquanto eu guardava e depois comemos o brigadeiro abraçados no sofá assistindo série. No meio da tarde, ela ligou para a minha mãe e as duas ficaram quase quarenta minutos no celular com Mia a atualizando sobre as novidades das últimas semanas, já que fazia algum tempo que elas não se falavam. Eu massageava seus pés que estavam no meu colo entediado com aquela conversa e me mantendo mudo para não nos dedurar. Tomamos banho juntos e após o jantar nos deitamos bem agarradinhos na minha cama, o tempo estava mudando e o frio que se instalou fez Mia grudar em mim como um macaquinho.

-Deus do céu Mia, como você pode ter os pés tão gelados? - Reclamei quando ela enfiou os pés, que mais pareciam duas pedras de gelo, entre as minhas pernas para aquecer.

-Não sei amor, mas é sua função aquecê-los pra mim. - Respondeu desaforada.

-E onde diz isso?

-Eu tô dizendo, e a palavra de Mia Colucci é lei. - Disse empinando o nariz com ar de superioridade.

-Ah é? Quero só ver se você vai se achar tão superior assim depois do que eu fizer... - Me ergui na cama a olhando de forma ameaçadora.

-Não tenho medo de você. - Respondeu mantendo a pose.

-Você realmente não deveria ter falado isso. Agora aguente as consequências. ATAQUE DE COSQUINHAS. - Falei indo para cima da minha namorada e fazendo muitas cosquinhas. Mia se contorcia na cama e tentava fugir sem sucesso, eu era muito maior, ela não tinha nem chances.

-Ai Miguel, para! - Pediu entre uma gargalhada e outra - Amor, por favor, chega! Eu me rendo. - Implorou.

-Como é? Não ouvi direito... - Me fiz para implicar com ela.

-Eu falei que ME RENDO!

-Boa menina. - Elogiei, a abraçando novamente e beijando seu rosto que estava vermelhinho pelo riso.

Continuamos abraçados olhando série até que percebi que minha namorada não prestava mais a atenção na TV e me olhava com uma expressão que eu ainda não havia conseguido decifrar.

-Você não tá gostando desse episódio, amor? - Perguntei intrigado.

-Nem sei o que tá acontecendo, não prestei atenção. - Confessou.

-E eu posso saber o que tá deixando a minha princesinha tão distraída? - Falei sorrindo e apertando o seu nariz, recebendo um tapa no braço em resposta. Ela sempre fazia isso quando eu implicava com seu nariz.

- Você jura que não vai debochar de mim? - Questionou fazendo bico.

-Juro amor! Pink promise! - Prometi curioso.

-Bem, é que eu queria pedir uma coisa... - Confessou corando e desviando o olhar do meu constrangida, me fazendo entender tudo. Afinal, só havia um assunto que ainda era capaz de deixar Mia Colucci com vergonha.

-Entendi... Você quer fazer amor? - Perguntei a ajudando para evitar que ela se sentisse ainda mais tímida.

-Querer, eu quero, mas não vou conseguir, ainda tô muito dolorida... Então eu queria... Bem... - Tentou falar e seu rosto adquiriu a coloração de um tomate.

-Você quer que eu te faça gozar com os meus dedos ou com a minha boca? - Sussurrei no seu ouvido, segurando o riso pelo seu constrangimento. Mia era uma caixinha de surpresas, falava abertamente sobre seus desejos quando estávamos transando e depois morria de timidez para tocar no assunto.

-Com a boca. - Confessou escondendo o rosto com as mãos e eu rolei me colocando por cima dela e retirando a minha camiseta que era única peça a cobrir o seu corpo. Beijei a sua boca com intensidade e desci mordidas pelo seu pescoço, chegando ao seu colo, onde as marcas avermelhadas de ontem se transformavam em um tom arroxeado em alguns lugares. Suguei seus seios com vontade, puxando um dos mamilos entre os dentes e a ouvi suspirar.

-Ai amor, não morde, meus seios também tão doloridos. - Reclamou.

-Assim pode? - Questionei substituindo os dentes pela língua e ela assentiu em concordância, gemendo baixo. Desci meus lábios pela sua barriga chapada, circulando a língua no seu umbigo e descendo mais, onde flexionei suas pernas as apoiando nos meus ombros, expondo sua boceta para mim.

Lambi toda a sua extensão e fui testando os movimentos, descobrindo o que era desconfortável devido a sua intimidade sensível, e o que lhe proporcionava prazer. Mia gemia baixo com o lábio inferior preso entre os dentes e a cabeça jogada para trás de prazer e quando suguei seu clitóris com um pouco mais de pressão, se desmanchou nos meus lábios chamando o meu nome.

-Eu estava com saudade de sentir a sua boca. - Disse me olhando tão intensamente que os seus olhos mais pareciam dois faróis.

-E eu com saudade do seu gosto. - Respondi com o ego inflado por saber que ela gostava tanto assim do meu oral. - Eu sou todo teu e você pode me pedir o quiser, quando quiser.

-Eu sei... É que às vezes eu sinto vergonha... - Confessou.

-Mas não precisa sentir bebê. Na verdade, nem precisa me pedir nada, eu sou todo teu pra você fazer o que quiser de mim. - Falei e a observei dar um sorriso tímido, eu a conhecia bem demais para saber que ela queria falar mais alguma coisa. - O que você quer, amor?

-Eu quero chupar você também. Posso? - Falou olhando para o meu pau que estava ereto após se animar com o oral que fiz nela. Senti meu coração acelerar as batidas e minhas bolas pulsarem com tal pedido.

-Porra! É claro que pode! Faça isso, por favor! - Praticamente implorei, morrendo de expectativa para sentir a sua boca quente de novo.

Mia desceu da cama se ajoelhando no chão e eu me posicionei na sua frente a encarando com tesão. Primeiro ela me masturbou lentamente, com bem mais destreza do que da última vez, pressionou a glande com o polegar e deu uma pequena chupada com a boca. Gemi em desespero. Logo ela desceu a boca, engolindo tudo que conseguia e não pude deixar de perceber que meu pau batia praticamente na sua garganta. Eu ia enlouquecer com essa menina, era o segundo boquete dela e já estava fazendo praticamente uma garganta profunda?

-Porra amor, você vai me matar! - Urrei apertando o lençol com uma das mãos e segurando os seus cabelos com a outra, orientando seus movimentos.

-Gatito, me diz o que você quer que eu faça, me fala como você gosta. - Pediu.

-Merda Mia, eu tô enlouquecendo, você é perfeita, tá perfeito desse jeito. - Exclamei tentando controlar os meus gemidos.

-Você me diz pra eu pedir o que quero quando é comigo, fala que eu não preciso ter vergonha de dizer, mas quando é ao contrário você nunca pede! - Reclamou e ela tinha total razão. Eu morria de tesão com qualquer coisa que Mia fazia, então não via motivo para pedir algo, além de ter medo de que ela pudesse fazer apenas para me agradar. Mas aquele argumento me convenceu, talvez se eu falasse ela perderia um pouco a timidez de me pedir o que quer.

-Ok, você quer que eu peça? - Forcei minha mão entre os seus cabelos para que ela me encarasse.

-Quero. - Me olhou ansiosa passando a língua sobre os lábios.

-Chupa as minhas bolas. - Falei observando a sua reação ao pedido, porém me surpreendendo mais uma vez, Mia não hesitou. Alucinei ao sentir sua língua macia estimulando aquela área enquanto sua mão continuava me masturbando. Eu não ia durar muito. - Amor, eu vou gozar. - Avisei controlando os gemidos.

-Você quer gozar na minha boca? - Questionou com as sobrancelhas unidas e com uma carinha de interrogação que demonstrava que ela realmente estava em dúvida sobre o que fazer com aquela informação. Não sabia se continuava atendendo ao meu pedido anterior ou se deveria voltar a me colocar na boca. Mia era adorável, como ela conseguia oscilar entre a mulher fatal que me matava de prazer e a menina fofa em questão de segundos?

-Eu quero gozar nos seus seios, posso? - Pedi permissão e ela pareceu ficar ainda mais confusa.

-Pode, mas o que eu tenho que fazer? - Perguntou e eu sorri da sua expressão.

-Vem aqui. - A posicionei como queria para que seus seios ficassem na altura do meu pau. - Segura assim. - Instrui posicionando suas mãos de forma que ela apertasse os seios os unindo e gemi em antecipação. Eu estava quase gozando e só foi necessário eu fazer mais algumas bombadas sobre o meu pau que me derramei sobre ela com um urro de prazer.

-Tudo bem amor? - Perguntei admirando aquela visão maravilhosa que era ver o meu gozo escorrer por entre os seios dela.

-Tudo ótimo. - Respondeu sorrindo. - Fiquei feliz por você ter me pedido o que queria. - Sorriu de canto e não aguentei aquela carinha, me inclinando para selar os seus lábios.

-Vêm, eu vou limpar você. - Peguei Mia no colo nos direcionando para o banheiro, onde tomamos um banho relaxante.

Ao retornar para o quarto, retirei o jogo de lençol que estava sujo o levando para a lavanderia e colocando um limpo no lugar. Mia penteava o cabelo em frente ao espelho vestida com mais uma das minhas camisetas que ela havia pego no armário e, assim que terminou, voltou a se aconchegar comigo na cama onde dormimos pelo resto da noite.

Na manhã seguinte, como de costume, acordei primeiro e repeti a rotina do dia anterior. Após tomar café, resolvi dar uma organizada na sala que tinha tigelas de brigadeiro, cobertores e algumas peças de roupas nossas espalhadas pelo chão. Estava na lavanderia estendendo o lençol que havia acabado de lavar, quando olhei para o lado e dei um pulo de susto. Minha mãe estava parada na porta da cozinha me analisando com um olhar interrogativo.

-Nossa, mãe! Que susto! - Exclamei levando a mão ao peito sentindo meu coração pulsar rápido. - Você não ia voltar só amanhã?

-Tudo isso é vontade de me ver? - Brincou sorrindo e eu ri culpado em resposta, a abraçando e beijando sua testa. - Resolvi vir antes pra poder passar o domingo do meu aniversário com você. - Explicou e eu passei a mão entre os meus cabelos nervoso. Seria perfeito passar o domingo com a minha mãe, mas a presença da minha namorada dormindo no quarto ao lado me deixava ansioso por sua reação.

-Onde tá a Lolly? - Questionei tentando mudar o assunto.

-Encontrou a filha da nossa vizinha no play, ficou lá em baixo brincando com ela. - Respondeu ainda me avaliando e percebendo o meu nervosismo. - Não precisa ficar nervoso desse jeito, para de passar a mão nos seus cabelos antes que você fique careca. Eu sei que a Mia tá aqui.

-Q-que? Como? - Perguntei arregalando os olhos pelo susto e ela riu.

-Eu conheço você Miguel. Nunca na sua vida você trocou um jogo de lençol por livre e espontânea vontade. - Falou apontando pro lençol que eu havia acabado de colocar no varal. - Além disso, tem uma caixa de camisinha na mesa da sala que eu espero que você guarde antes que Lolly veja e faça perguntas que você não vai querer responder.

-Desculpa, eu vou guardar. - Pedi imaginando a cena da minha irmã me questionando o que era um preservativo e me sentindo corar pela primeira vez na vida. Mia se sentiria vingada se me visse agora.

-Tudo bem, você não tinha como saber que íamos voltar antes. - Me tranquilizou. - Filho, o Franco sabe que Mia está aqui? - Questionou ficando séria novamente.

-Saber, ele sabe... Mas ele pensa que você e Lolly ficaram o fim de semana todo com a gente. - Confessei constrangido.

-Deus do céu, eu não quero confusão com ele Miguel. - Advertiu preocupada.

-Não vai acontecer nada mãe, ele não vai descobrir e se isso acontecer a culpa é minha e da Mia, você não sabia de nada. - Tranquilizei e minha mãe assentiu.

Ficamos na cozinha conversando, enquanto ela preparava o nosso almoço, animada por que hoje teríamos toda a família reunida depois de muito tempo. Minha mãe sentia muito a falta de Mia que tinha se tornado uma presença constante na nossa casa, o que acabou por deixá-las ainda mais próximas. Eu iria acordar Mia quando a comida ficasse pronta para que pudéssemos almoçar juntos, mas por milagre ela acordou antes, surgindo na porta da cozinha com a carinha de sono e vestindo só uma camiseta minha, sem notar a presença da minha mãe.

-Bom dia minha filha, que saudades de você! - Exclamou a minha mãe fazendo Mia a notar no ambiente e arregalar os olhos assustada e, posteriormente, virar um pimentão ao perceber a roupa que estava usando.

-O-oi Helena! - Gaguejou com a voz rouca pelo sono. - Eu também estava morrendo de saudades de você. - Afirmou sincera, recebendo um abraço e um beijo da minha mãe. - Não sabia que você vinha hoje.

-Eu não vinha, mas queria passar ao menos um dia do fim de semana do meu aniversário com vocês. Que bom que você tá aqui com a gente. - Respondeu e eu fiquei extremamente grato por ela ter agido com naturalidade, o que deixou minha namorada mais calma. Alguns minutos depois, Mia retornou ao quarto para se vestir adequadamente e eu aproveitei para agradecê-la.

-Mãe, obrigada por ter agido naturalmente com a Mia, ela estava muito constrangida por você ter nos visto assim.

-Que isso meu filho, Mia é como se fosse minha filha, eu jamais a deixaria constrangida propositalmente. Além disso, ela já é da família e essa casa é dela também, por mim ela pode aparecer quando quiser, a hora que quiser e ficar quanto tempo quiser. - Falou e eu sorri em resposta.

Passamos um dia maravilhoso juntos, almoçamos em família e após nós ajudarmos a organizar a cozinha, assistimos um filme que Lolly queria muito ver, entre risadas. No final do dia, infelizmente, precisei levar a minha namorada para casa e ela se despediu da minha mãe e de Lolly cabisbaixa.

-Não fica assim querida, logo você vai estar frequentando essa casa diariamente de novo. - Tranquilizou a minha mãe a beijando na testa quando saímos.

Foi mais difícil ainda a nossa despedida em frente à sua casa, enrolamos o quanto conseguimos, até que Josy apareceu nos avisando que Franco já estava impaciente com o tempo que estávamos parados dentro do carro e Mia desceu contrariada. Nos despedimos e eu garanti a ela que daríamos um jeito de nos ver amanhã. 

POV Mia

Cheguei em casa cabisbaixa por não saber ao certo quando teria um tempo de qualidade com o meu namorado novamente. Abracei e beijei minha família que estava reunida na sala, conversando amenidades.

-Como estava o aniversário da Helena, filha? - Questionou meu pai.

-Maravilhoso! Miguel fez lasanha e brigadeiro no sábado e hoje Helena preparou um risoto que só ela sabe fazer, sinto que vou explodir de tanto que comi. - Respondi puxando uma almofada para me acomodar melhor no sofá, afinal ainda me sentia dolorida pelo fim de semana intenso.

-E você fez o que, Mia? Só comeu? - implicou Roberta com um olhar debochado e eu joguei uma almofada nela que se protegeu com os braços rindo.

-Eu lavei a louça sua imbecil! Não é porque eu não sei cozinhar que fico sem fazer nada. - Mostrei a língua para ela que riu mais ainda da minha cara indignada.

Após o jantar, no qual eu comi muito pouco devido a quantidade de comida que eu havia ingerido na casa de Miguel, fui para o meu quarto organizar as minhas coisas e tomar um banho. A madrugada chegou, toda a minha família já dormia e eu só conseguia me revirar na cama sem sono nenhum. Eu havia dormido tarde todas as noites do fim de semana e agora meu corpo se recusava a retornar a rotina normal. Suspirei frustrada e sentei na cama, desistindo de tentar dormir e procurei meus fones de ouvido na gaveta da mesa de cabeceira para que eu pudesse ouvir música. Contudo, ao abrir a gaveta meus olhos bateram instantaneamente na sacola com minhas compras da farmácia da semana anterior que se encontrava ali e que possuía no interior uma nova caixa de anticoncepcional e um pacote de absorventes. Pacote esse que, diga-se de passagem, estava intacto. Fechado. Lacrado. Arregalei os olhos em desespero, sentindo meu coração saltar dentro no peito com tanta velocidade que a qualquer momento saltaria para fora do meu corpo.

-Calma Mia! Respira... - Conversei comigo mesma na tentativa de me acalmar, porque no estado que eu me encontrava não conseguia nem raciocinar. Respirei fundo inúmeras vezes, utilizando técnicas do yoga, e quando senti que estava razoavelmente melhor comecei a fazer cálculos. Cálculos de quando eu deveria ter menstruado. Cálculos de quanto tempo eu estava atrasada. Cálculos que não me ajudaram em nada, me deixando ainda mais confusa.

Minha menstruação sempre foi desregulada, então não poderia me basear por ela, contudo, uma das vantagens que me fizeram optar pela pílula anticoncepcional era justamente essa: regular o ciclo menstrual. Eu lembrava especificamente das palavras da médica que disse que a menstruação deveria descer entre o segundo e o quarto dia de pausa entre as cartelas, eu sabia que hoje era o sétimo porque amanhã eu iniciaria a nova caixa e não havia nem sinal dela aparecer. Corri para o banheiro com a esperança de que ela aparecesse magicamente, mas minha calcinha continuava intocada, nem uma gota de sangue sobre o tecido branco. Comecei a buscar então, sinais de que ela poderia estar perto de chegar: eu normalmente tinha muita cólica, mas esse mês elas ainda não haviam aparecido. Em contrapartida, eu sentia os meus seios mais inchados e sensíveis, meu humor estava mais sensível e eu, definitivamente estava comendo bastante. Sintomas de uma TPM comum, mas que com uma olhada no google, era fácil concluir que eles também se encaixavam perfeitamente com os de uma gestação inicial.

Eu estava completamente ferrada. Era o meu fim. Meu pai com certeza me mataria e se por misericórdia divina eu sobrevivesse a ele, minha mãe faria questão de terminar com o que sobrou. Minha família trocaria o orgulho pela faculdade de moda e meus primeiros passos como estilista, pela decepção do futuro abandonado por uma gravidez na adolescência. Eu sempre sonhei em ser mãe, em sentir uma vida se desenvolvendo dentro de mim, imaginava um bebê gordinho com os olhos verdes de Miguel e de como eu daria todo o carinho e proteção que conseguisse, de como eu seria presente e não deixaria que meus filhos fossem criados por empregados. Não me entendam mal, eu sempre quis ter filhos, mas aquele definitivamente não era o momento para isso.

O RBD estava fazendo sucesso, a gravação do próximo álbum era uma realidade e turnês estavam sendo agendadas. Como eu daria conta disso grávida? Era impossível. Além disso, Miguel estaria presente nos shows, pois não poderíamos deixar a banda desfalcada sem dois integrantes e eu ficaria em casa sozinha com o bebê, imaginando quantas mulheres gostosas estavam dando em cima dele, enquanto eu estava gorda e coberta de vômito e leite. Ao pensar nisso, me senti extremamente culpada e tive a certeza de que seria uma péssima mãe. Como eu poderia não estar feliz? Eu estava me comportando igual a Marina e isso me fez ficar ainda mais desesperada. E se eu não amasse o meu bebê?

Quanto mais eu pensava, mais desesperada eu ficava. Meu rosto já se encontrava lavado por lágrimas e eu não conseguia mais controlar os soluços. Peguei o meu celular e, com alguma dificuldade pelas lágrimas que embaçavam a minha visão, fiz uma chamada de vídeo para Miguel. Foda-se que eram três horas da madrugada. Esse assunto era muito mais importante do que o horário.

Miguel possuía o sono leve e após alguns segundos ele atendeu a chamada com a expressão confusa logo se transformando em assustada por me ver daquele jeito.

-Pelo amor de Deus, o que aconteceu, princesa? - Questionou preocupado, acendendo a luz do seu quarto e eu consegui o ver melhor.

-A-amor é q-que eu p-percebi... - Comecei a explicar entre soluços.

-Amor, calma! Eu não tô conseguindo entender nada do que você tá falando. - Pediu carinhoso. - Olha pra mim, você tá machucada fisicamente? - Questionou e eu neguei com a cabeça. - Alguém da sua família tá machucado? - Voltei a negar com a cabeça e ele soltou um suspiro aliviado. - Então fica calma meu amor, que seja qual for o motivo que te deixou desesperada desse jeito nós vamos resolver, ok? Respira fundo, toma uma água... - Instruiu e eu fui seguindo as suas orientações, me acalmando aos poucos por ouvir o som da sua voz me apoiando.

-Miguel... - Comecei receosa. - Eu acho que posso estar grávida. - Falei rápido arrancando o curativo de uma vez só. Miguel ficou imóvel por alguns segundos, assimilando a notícia, mas para a minha surpresa ele manteve a serenidade e a calma, bem diferente de como eu havia ficado quando percebi a possibilidade.

-Ok, por que você acha isso? Sua menstruação tá atrasada? - Perguntou mantendo a calma.

-Eu deveria menstruar entre o segundo e o quarto dia da pausa do anticoncepcional... Amanhã já é o oitavo e eu tenho que voltar a tomar, mas ainda não menstruei. - Expliquei enquanto ele me olhava atento. - Bom, e teve aquela vez na viagem que a gente não usou camisinha... - Falei já sentindo meus olhos nublarem de novo.

-Princesa, fica calma, você não tá sozinha e eu acho que é muito cedo pra você pensar em gravidez, são poucos dias de atraso, não sofre por antecedência.

-Não é só isso, eu também comi igual a uma porca esse fim de semana na tua casa, eu ando chorando por qualquer coisa, meus seios estão sensíveis e eu durmo demais... - Enumerei todos os fatores que me faziam ter quase certeza de uma gravidez, mas Miguel continuava tranquilo.

-Bebê, você sempre foi uma bela adormecida, te conheço há três anos e você sempre dormiu desse jeito, esse sintoma não conta. - Apontou. - Quanto a você estar comendo mais e chorando com facilidade, você sempre fica assim quando tá de TPM, bebê... E bom, seus seios estão sensíveis do tanto que eu abusei deles no fim de semana.

-Pode até ser, mas é muita coincidência... Sem falar que eu coloquei no google o que tô sentindo e todos os sites apontaram gravidez! - Exclamei e Miguel sorriu. Como ele conseguia rir em meio ao caos? Pelo amor de Deus!

-Princesa, independente dos sintomas que você colocar no google, ele sempre vai dizer que você tá grávida ou com câncer. Isso não conta.

-Eu também não tô sentindo nada de cólica, nenhuma dorzinha! Você sabe que normalmente eu fico imprestável de dor. Como você explica isso? - Perguntei já me estressando por ele ter uma desculpa para tudo que eu estava sentindo.

-Bom, pra isso eu não sei, mas não adianta você ficar nervosa desse jeito por uma suposição. - Respondeu calmamente. - E princesa, se você estiver mesmo grávida eu tô aqui do seu lado... Ok, não é o momento que planejamos, mas também não é o fim do mundo, pensa que é um adiantamento dos nossos planos... Já imaginou uma mini Mia correndo pela casa? - Perguntou sorrindo o que me fez dar um sorriso em resposta.

-Não é tão fácil assim... Meu pai vai me matar! - Choraminguei.

-Vai ser difícil no começo, mas seu pai vai ter que aceitar. - Concluiu – Como eu disse antes, não foi como planejamos, mas vamos dar um jeito. O dinheiro que temos guardado pra comprar nossa casa vai ajudar no início, o RBD tá vendendo bem, podemos alugar um apartamento e nos manter tranquilamente sem ajuda de ninguém. Eu sei que não foi o que você sonhou, talvez a gente precise abrir mão da nossa casa própria e do casamento que sonhamos, pelo menos no começo, mas com o tempo as coisas vão se ajeitando.

-Com você falando parece tudo tão simples... - Disse secando uma lágrima que escorria. - Mas eu morro de medo, não é só os sonhos materiais que vou abrir mão, se fosse só a festa de casamento e a casa tudo bem... Mas envolve outras coisas, eu não daria conta de cursar a faculdade e cuidar de um bebê, ia precisar trancar o curso ao menos no início. Sem falar que também não poderia manter o RBD e você não poderia abandonar já que seria nossa principal fonte de renda... Eu vou acabar sozinha em casa com esse bebê sem saber o que fazer, já me sinto uma péssima mãe! - Desabafei sentindo a garganta apertar pelo choro que retornava.

-Amor, eu entendo a sua preocupação e entendo o seu desespero, mas você tá nervosa por algo que nós ainda nem temos certeza. Se, hipoteticamente, você estiver mesmo grávida eu vou estar contigo! Você NUNCA vai estar sozinha, ok? Eu posso abandonar o RBD sim, posso arrumar outra fonte de renda e, como eu disse, temos um dinheiro no banco, eu posso vender o carro... Tem muitas possibilidades. - Enumerou. - E eu tenho certeza que você vai ser uma ótima mãe, vamos aprender juntos, estudar, nos informar e vamos dar o nosso melhor pra esse bebê. Amor ele vai ter de sobra e é isso que importa. - Sorriu me tranquilizando. - Além disso, você não precisa trancar a faculdade. - Completou e eu ergui as sobrancelhas confusa. - Eu tranco e fico com o nosso filho, levo ele em todos os intervalos pra você amamentar se for preciso, mas não vou deixar você abrir mão de mais esse sonho.

-Você faria isso? - Questionei emocionada. Por mais que eu soubesse que não estaria sozinha e que Miguel seria um ótimo pai, jamais imaginaria que ele me falaria isso, que abriria mão da sua faculdade para que eu pudesse cursar a minha. - Não é justo amor, você é mais velho que eu, tá esperando por isso há tanto tempo... Além disso, eu sou a mãe.

-E daí? Eu sou o pai e tenho tanta responsabilidade quanto você! Você não fez esse filho sozinha amor e, com toda a certeza, não vai criá-lo sozinha. O que não é justo, é você por ser mulher precisar abrir mão de todos os teus sonhos porque engravidou, enquanto eu vivo a minha vida normalmente. Você já vai fazer a parte mais difícil, o resto é minha responsabilidade. - Concluiu mantendo a calma que ele apresentou durante todo o nosso diálogo, como se eu tivesse falado que iríamos adotar um cachorro e não que possivelmente iríamos ter um bebê que alteraria toda a nossa vida planejada. Miguel demonstrou uma maturidade que eu não estava esperando, óbvio que eu sabia que teria seu apoio incondicional, mas pensei que inicialmente ele iria surtar como eu, jamais imaginei que ele me tranquilizaria dessa forma e ainda abriria mão de seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus. Nesse diálogo eu pude entender o significado de companheirismo e tive a certeza de que, independentemente do que o nosso futuro reservasse, eu jamais estaria sozinha.

-Nossa amor, não sei nem o que dizer. Não sei o que fazer. - Respondi ainda perdida com todas as informações e possibilidade que rodavam na minha mente, me impedindo de formular uma linha raciocínio coerente.

-Bom, eu sei. Primeiro de tudo, você vai tentar se manter calma, ok? - Falou e eu assenti em resposta, mesmo duvidando que fosse conseguir cumprir essa promessa. - Você não vai iniciar a nova cartela de anticoncepcional até excluirmos a possibilidade de gravidez, nós vamos desligar agora, eu vou pegar o carro e vou ir pra sua casa ficar com você e, assim que amanhecer, vou comprar um teste de gravidez pra tirarmos essa dúvida. Depois disso pensamos no que fazer. - Explicou tudo calmamente como se ele já tivesse preparado o script antes.

-Você vai vir pra cá agora? Amor, é madrugada! - Falei confusa, pois por mais que eu quisesse e precisasse muito sentir o seu abraço, seria loucura ele sair da sua casa no meio da madrugada para me encontrar. Se alguém nos pegasse não teríamos como explicar.

-Foda-se que é madrugada. Não tô nem aí para o que o seu pai possa pensar, falar ou fazer. Isso não é importante agora. A única coisa que me importa é que você tá desesperada, aos prantos e sozinha trancada em um quarto, quando você não precisa passar por isso sem apoio. Você precisa de mim e eu vou até aí para enfrentarmos isso juntos, ok? - Respondeu com uma determinação que ninguém seria capaz de contrariar.

-Tá, vou te esperar lá em baixo. Você vai demorar? - Questionei sentindo uma necessidade absurda de tê-lo perto de mim.

-Não meu amor, é só o tempo de tirar o pijama e tô aí. Fica calma, ok? Eu amo você. - Respondeu compreensivo.

-Ok, amo você também. Obrigada por estar aqui. - Me despedi encerrando a ligação e descendo para esperá-lo.

Levou no máximo quinze minutos para que Miguel estacionasse o carro em frente à minha casa, mesmo que fosse um pouco distante, a ausência de trânsito da madrugada fez o trajeto ser feito rapidamente. Contudo, para mim esses quinze minutos pareceram uma eternidade, minha mente voltou a trabalhar e quase todo o trabalho que meu namorado teve me acalmando foi perdido. Quando abri a porta para que ele entrasse, já me sentia uma bomba prestes a explodir de tanta tensão. Me joguei em seus braços, permitindo que toda a angústia que estava presa no meu peito saísse de dentro de mim, o meu choro copioso de medo e angústia saía alto e não sei como ninguém nos ouviu. Miguel apenas me abraçou forte me deixando chorar e encharcar sua camiseta, acariciou os meus cabelos e beijou inúmeras vezes a minha cabeça até que eu me acalmasse e apenas algumas lágrimas silenciosas escorressem pelo meu rosto, acompanhadas de alguns soluços que eu não conseguia controlar.

Miguel me arrastou escada acima, entrando no meu quarto e passando a chave na porta para nos dar privacidade. Sentou na minha cama e me puxou para o seu colo onde continuou me tranquilizando, repetiu tudo que já havia falado no telefone, que eu não estaria sozinha e que daríamos um jeito. Em nenhum momento parou de acariciar o meu cabelo e, quando eu queixei de dor de cabeça pelo choro, ele surgiu com um copo de água e um paracetamol que, segundo ele, não faria mal eu tomar se estivesse grávida. Assim que o primeiro raio de sol surgiu, ele saiu em busca de uma farmácia para comprar o tão temido teste de gravidez e eu o aguardei em casa completamente ansiosa. Meia hora depois, ele já entrava no meu quarto com duas caixas em mãos.

-Comprei de duas marcas diferentes, não sabia qual era melhor. - Explicou me entregando a sacola.

Assenti e li atenta as instruções de uso, me dirigindo ao banheiro e realizando os testes conforme o indicado. Nem morta eu conseguiria ficar ali esperando o resultado, então deixei os dois palitinhos em cima da pia e voltei para o quarto para aguardar o tempo necessário abraçada a Miguel. Nesse momento, talvez devido a adrenalina de que em alguns minutos todo o meu futuro seria definido, meu choro voltou com tudo e as tentativas do meu namorado para me tranquilizar já não surgiam tanto efeito. Presos nos nossos próprios dramas, não percebemos quando a porta do quarto se abriu e Alma passou preocupada.

-O que tá acontecendo? Pelo amor de Deus Mia, dá pra ouvir seu choro do corredor. - Disse preocupada, fechando a porta atrás de si e vindo na nossa direção. Eu olhei para Miguel em um pedido mudo para que ele falasse algo, eu não teria a mínima condição de elaborar uma resposta adequada no momento e estava morrendo de medo do olhar de decepção que estava prestes a receber da pessoa que mais me compreendeu na vida. Alma me orientou de todas as formas possíveis, forneceu toda a ajuda necessária e, mesmo assim, não foi suficiente.

-Mia acredita que tem a possibilidade de ela estar grávida. - Miguel respondeu calmamente e eu senti meu choro intensificar por Alma saber dessa possibilidade.

-Ok, por que ela acha isso? - Questionou Alma diretamente para Miguel, percebendo que eu não tinha a menor condição de responder algo e meu namorado explicou tudo que eu havia lhe dito antes, desde o atraso da menstruação até os sintomas que eu vinha sentindo. Quando terminou, Alma perguntou se era a minha primeira pausa desde que iniciei a pílula e eu assenti em resposta.

-D-desculpa, eu sei que te decepcionei, você me orientou tanto e mesmo assim eu... - Me desculpei incapaz de encará-la, mas Alma não me deixou terminar de falar.

-Shiuu meu anjo, não fala bobagem. Olha pra mim. - Pediu e eu a olhei nos olhos pela primeira vez desde que ela entrou no quarto e, para minha surpresa, não havia decepção ou mágoa no seu olhar, havia compreensão e amor, fazendo com que eu sentisse ainda mais vontade de chorar. - Você não tá sozinha, eu não tô te julgando aqui e eu vou te ajudar independente de qual for o resultado daquele teste no banheiro, ok? - Assenti me jogando em seus braços e sendo recebida em um abraço forte. - Não podemos confiar cem por cento no resultado do teste de farmácia, então vou te levar pra fazer um exame de sangue depois, ok? - Questionou e eu e Miguel assentimos em concordância.

- Acho que já passou os cinco minutos, vou ver qual o resultado. - Miguel informou me abraçando forte e beijando a minha testa e eu fiquei de pé, incapaz de aguardar sentada. Foi com desespero que vi Miguel saindo do banheiro com os dois testes em mãos e um rosto indecifrável. O olhei em expectativa, desesperada para que ele acabasse com aquela agonia. - Os dois deram negativos. - Falou e eu respirei aliviada me jogando em seus braços e chorando, dessa vez, era de alívio.

Vi Alma suspirar, também aliviada, pela minha visão periférica e senti Miguel ainda acariciando os meus cabelos, enquanto eu terminava de inutilizar sua camiseta. Ficamos sozinhos no quarto por alguns instantes, enquanto Alma ligava para o laboratório questionando se eu poderia ir coletar o exame de sangue e eu tentei melhorar um pouco a minha fisionomia, lavando o rosto com água gelada, penteando os cabelos e trocando de roupa, contudo, nada seria capaz de esconder o rosto inchado após uma noite inteira de choro. Assim que ela retornou, nós três nos dirigimos ao laboratório onde foi realizada a coleta e fornecido um login para que pudéssemos ter acesso ao resultado do exame pelo site assim que saísse. Alma também conseguiu um encaixe com a minha ginecologista, argumentando que mesmo que o resultado fosse negativo, eu precisaria consultar para descobrir o porquê minha menstruação estava atrasada. Permanecemos nós três no meu quarto, atualizando a página do laboratório sem parar em expectativa, até que meu namorado arregalou os olhos e avisou que o resultado havia saído.

-Pelo amor de Deus amor, fala logo! - Pedi ansiosa e pude perceber que Alma estava tão nervosa quanto eu.

-Calma amor, tá carregando. - Explicou e aqueles segundos foram os mais longos da minha vida, até Miguel suspirar e falar aliviado. - Veio negativo.

Alívio. Felicidade. Alegria. Qualquer palavra existente era incapaz de expressar o que eu sentia nesse momento. Era uma sensação de que o mundo finalmente estava no lugar e que nenhum dos nossos planos seriam alterados. Nós teríamos nossos quatro bebezinhos sim, mas no momento correto, quando pudéssemos dar o nosso máximo para eles.

-Eu te falei que você estava surtando antes do tempo, amor. - Disse Miguel me envolvendo em um abraço, enquanto Alma exclamava um "Graças a Deus" para ninguém em especifico.

Assim que assimilamos a informação e que eu consegui me acalmar um pouco, Alma ficou em pé a nossa frente, que continuávamos sentados na cama e começou a falar:

-Quando eu descobri que estava grávida da Roberta, tudo que eu recebi de todos que eu amava foi julgamentos. Meus pais gritaram comigo, meu namorado disse que não estava preparado pra ser pai e que no máximo registraria a criança... Eu me vi sozinha, desamparada e jurei pra mim mesma que eu nunca faria algo assim com a minha filha, que eu seria uma mãe diferente. - Confessou nos encarando, mas logo começou andar de um lado para o outro, nervosa. - Por isso Mia, que até o momento daquele resultado vir negativo, tudo que você recebeu de mim foi apoio e compreensão, porque é assim que deve ser. Eu te disse um milhão de vezes e repito: independente do que acontecer ou do que você fizer, eu sempre vou estar aqui te apoiando. Então, pode ter certeza que se você estivesse grávida eu iria te apoiar incondicionalmente, e que se isso voltar a acontecer, você não precisa ter medo em me procurar, tudo bem? - Explicou e eu assenti. - Mas acontece que, graças a Deus, você não está grávida. Eu não me arrependo de ter tido a minha filha, mas passei muito trabalho, precisei abrir mão de muita coisa para criá-la e não quero que vocês passem pelo mesmo. Então agora, vocês dois vão ficar aí sentados e vão me ouvir. - Falou e eu apertei a mão de Miguel nervosa com o que viria.

-Vocês não passaram de dois irresponsáveis! - Disse mudando completamente o tom de voz e eu me retraí junto a Miguel que apertou minha coxa em apoio. - Pelo amor de Deus, eu fiz tudo que precisava ser feito! Levei você no médico, orientei sobre métodos contraceptivos, instruí como usar da maneira correta, comprei MILHARES de camisinhas de todos os tipos, tamanhos e sabores e entreguei na MÃO de vocês! A única coisa que vocês precisavam fazer era usar a porra da camisinha! - Alma não chegava a gritar, mas era um tom de voz mais elevado que ela nunca havia usado comigo. Sentia meus olhos marejarem porque eu sabia que ela estava certa. Não foi falta de orientação, foi irresponsabilidade. Miguel percebeu que eu estava prestes a voltar a chorar e tentou interceder ao meu favor.

-Você tá certa, mas talvez esse não seja o melhor momento pra essa conversa, nós só esquecemos a camisinha uma vez e Mia tá muito sensível, tá prestes a voltar a chorar e... - Tentou seguir falando e foi interrompido por Alma que parecia ainda mais possessa.

-Vocês só podem estar de brincadeira comigo! Esqueceram APENAS uma vez? Pois eu tenho uma grande novidade pra vocês: basta UMA VEZ para engravidar! - Apontou. - E outra coisa, vocês por acaso acham que o anticoncepcional é mágico? Eu falei que levava um tempo até começar a fazer efeito, então se foram irresponsáveis ao ponto de esquecer a porcaria do preservativo, ao menos me façam o favor de usar a pílula do dia seguinte! - Bufou e agora as lágrimas já escorriam silenciosamente pelo meu rosto. Miguel as limpou com os dedos e tentou me defender de novo, mas nem teve tempo de iniciar a falar, sendo cortado por Alma antes. - Eu sei Miguel, sei que ela tá chorando e acredite em mim: eu odeio tanto quanto você vê-la assim. Só que eu prefiro que ela chore agora e não repita o erro depois, do que a ver inconsolável como estava, no momento que eu entrei nesse quarto essa manhã, quando ela pensou que estava grávida! Acredite em mim, ela vai se sentir melhor comigo gritando agora do que se eu a tivesse consolando e apoiando por uma gravidez não planejada! - Explicou e eu assenti, pois era exatamente isso que eu sentia. Olhei para Miguel em agradecimento porque sabia que ele estava preocupado comigo e a última coisa que ele queria era que eu chorasse mais.

-Miguel, a responsabilidade da prevenção é dos dois e isso que eu vou falar agora não isenta Mia da culpa dela, porque ela foi muito bem orientada e sabia o que fazer, mas eu estou decepcionada com você. – Alma voltou a falar - Você é mais velho, tem mais experiência do que ela que ainda tá descobrindo um mundo novo. Por mais que você estivesse disposto, e eu sei que estava, a assumir e ajudar de todas as formas possíveis na criação dessa criança, uma gravidez não planejada é MUITO mais complicada pra mulher do que pro homem. Então, se você se preocupa tanto assim com os sentimentos e com a saúde mental da tua namorada, me faça o favor de pensar com a cabeça de cima e usar a porcaria da camisinha, ao menos enquanto o anticoncepcional não faz efeito. - Miguel assentiu e baixou os olhos, aceitando o sermão, assim como eu. Nós merecíamos e sabíamos disso. Alma seguiu falando mais do mesmo, visivelmente a mensagem principal do sermão já havia sido passada, mas ela ainda estava muito nervosa e deixamos com que ela colocasse pra fora. Esse foi o nosso erro. - ...Vocês têm noção do que uma gravidez não planejada pode significar na vida de vocês?

-COMO É QUE É? - Demos um pulo na cama ao perceber que meu pai estava em pé na porta do quarto, analisando a cena. No momento, Alma estava falando de como a gravidez atrapalharia a minha vida, eu estava sentada com o rosto inchado, vermelho e lavado de lágrimas, enquanto Miguel, ao meu lado, não parecia mais feliz após as verdades que Alma nos jogou na cara. Para quem via a cena de fora, era fácil deduzir que eu estava grávida, e era aquilo que meu pai pensava naquele momento. Me encolhi ainda mais de encontro ao meu namorado, pois agora sim eu tinha certeza que a coisa iria ficar feia. - VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA MIA? ME RESPONDE! - Gritou ao não obter resposta e eu escondi o rosto no peito de Miguel que me puxou de encontro a ele, me abraçando forte.

-Não, não está. A possibilidade foi cogitada, mas ela já realizou todos os testes possíveis e não, ela não está grávida. - Respondeu o meu namorado sem se deixar abalar pelo tom usado pelo meu pai.

-E VOCÊ ME FALA ISSO NA MAIOR TRANQUILIDADE? QUE HAVIA ESSA POSSIBILIDADE?... - Se deixasse meu pai seguiria gritando eternamente e só Deus sabe o que ele poderia falar. Um de seus defeitos era falar coisas sem pensar nos momentos de raiva, coisas que poderiam magoar muito outras pessoas e eu não estava preparada para lidar com mais aquela mágoa no momento. Felizmente, Alma intercedeu ao meu favor.

-CHEGA! - Gritou Alma após algumas tentativas mal sucedidas de interromper o surto do meu pai, o fazendo escutar. - Chega! Para de gritar que isso não vai levar a nada! Ela não está grávida e eu já gritei bastante com os dois, tenho certeza que eles entenderam muito bem e que isso não vai se repetir. Então não tem necessidade nenhuma desse surto!

-Você só pode estar brincando comigo! Minha filha poderia ter acabado... - Começou a falar, ainda furioso, mas sem elevar o tom de voz. Entretanto, não conseguiu terminar a frase, sendo interrompido por Alma novamente.

-Chega, Franco! Depois nós dois conversamos a sós! - Afirmou, não dando chance para discussão e se virou encarando Miguel, falando diretamente com ele agora. - Miguel, tire a Mia daqui, faça ela se acalmar e a leve na consulta que eu consegui pra ela hoje às 14h, Mia sabe onde é. - Instruiu e meu namorado não perdeu tempo em pegar a minha bolsa e me retirar dali. Nem bem chegamos ao corredor e eu já ouvia a discussão entre Alma e meu pai, que no momento estava indignado por ela ter dito para Miguel sair comigo, enquanto eu ainda estava de castigo e não deveria sair de casa.

Eu estava agindo tão no automático, anestesiada pelos últimos acontecimentos, que Miguel abriu a porta do carro para mim, prendeu o meu cinto de segurança e dirigiu até um parque que tinha ali perto, onde sentamos na grama abraçados, sem que eu dissesse uma palavra. Meu namorado deixou que eu colocasse meus pensamentos no lugar, em silêncio, apenas me fazendo companhia, se mostrando presente, em uma afirmação muda de que eu nunca estaria sozinha. Se afastou apenas uma vez, retornando com um sorvete de morango, o meu preferido.

-Você não comeu nada hoje princesa. Sei que não deve estar com fome pelo nervosismo, mas precisa por algo no estômago. - Falou me estendendo o sorvete. Eu amava sorvete de morango, mas o nó no meu estômago ainda estava presente e eu duvidava que conseguisse fazer descer algo.

-Acho que eu não consigo comer, amor- Falei fazendo uma caretinha.

-Mas precisa comer, bebê. Faz um esforço, ok? Por mim? - Pediu todo fofo me dando uma colherada na boca que fui incapaz de negar. Devagar, e com muita chantagem emocional, ele me fez comer todo o sorvete.

Quando chegamos na consulta médica, Miguel entrou comigo e me ajudou a detalhar tudo que havia acontecido: a transa sem camisinha, a menstruação atrasada, os sintomas que eu pensava ser de uma gestação e, por fim, os testes com resultados negativos. A médica ouvia atentamente, fazendo algumas anotações, logo me pedindo para passar na outra sala, onde eu coloquei um avental que possibilitava que ela me fizesse um ultrassom transvaginal. Miguel ficou ao meu lado, segurando a minha mão, enquanto eu fazia caretas pelo desconforto gerado pelo exame. Ele até perguntou se não havia outro método que fosse menos desconfortável para mim, mas a doutora explicou que esse era o que proporcionava melhor visualização do útero e dos ovários.

No final, a médica descartou completamente a possibilidade de uma gestação, afirmou que o meu útero estava com o endométrio espesso e pronto para descamar a qualquer momento, era uma questão de horas até a minha menstruação descer. Justificou o atraso por meu corpo ainda estar se acostumando aos hormônios presentes no anticoncepcional, o que também explicava a ausência de cólicas, visto que um dos motivos pela minha escolha por esse método era justamente por ele ajudar com a dor. Obviamente, todos os outros sintomas eram advindos da TPM que estava mais forte do que nunca. Terminou me orientando a manter relação com preservativo por pelo menos três meses após o uso contínuo e de forma correta da pílula e me informou sobre as medicações que poderiam cortar o efeito da mesma.

Saímos do consultório de mãos dadas, finalmente tranquilos após tudo que aconteceu. Paramos em uma cafeteria para comermos, visto que nenhum dos dois havia comido muita coisa hoje e, assim que fui ao banheiro fazer xixi, percebi a coloração avermelhada característica sujando minha calcinha. Sorri. Era oficial: eu não estava grávida. Miguel ficou fazendo hora comigo na rua, evitando me deixar em casa onde uma zona de guerra me aguardava, mas não podíamos evitar para sempre. Ele queria descer comigo, mas achei que sua presença irritaria ainda mais o meu pai, visto que sua visita ainda estava proibida pelo meu castigo que, eu suspeitava, que iria se estender por muito mais tempo após os últimos acontecimentos. Entrei em casa e, como de costume pelo horário, toda a minha família estava reunida na sala, mas diferente dos outros dias o clima era pesado e se assemelhava ao de um velório. Meu pai, para a minha surpresa me ignorou completamente, nem olhou na minha direção. Roberta e Josy me olhavam de maneira solidaria e carinhosa, mas o único olhar que realmente me importava no momento, era o da pessoa que nunca havia soltado a minha mão, que estava sempre ao meu lado, me apoiando em tudo, mas sem deixar de puxar a minha orelha quando necessário: Alma. A olhei, sorrindo aliviada e sentindo meus olhos marejarem de emoção, ela ficou de pé e eu me joguei nos seus braços dando a notícia mais esperada do dia.

-Eu menstruei! - Exclamei feliz em meio ao abraço, sem me importar que os outros ouvissem. Alma sorriu e beijou a minha bochecha, Josy e Roberta soltaram risos mais esganiçados, achando muito engraçado a felicidade que eu demonstrava por estar sangrando e meu pai continuou olhando para a TV como se eu não estivesse ali, mas por mais que ele disfarçasse, pude perceber um pequeno sorriso no canto dos seus lábios.

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Olá traumadinhxs! Está aqui a parte 2 desse capítulo gigante cheio de reviravoltas! O que acharam? Pensaram que a Mia pudesse realmente estar grávida? Não se preocupem que no futuro teremos sim nossa família comercial de margarina cheia de bebês fofos, mas ainda não era o momento adequado pra essa gravidez. Foi só um susto que deixou o nosso casal ainda mais unido.

Deixem estrelinhas, comentários e sugestões. Volto assim que conseguir. Beijinhos  

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