Capítulo 12 - Es Por Amor

POV Mia

Os dias foram passando e consegui encontrar uma rotina confortável para curtir o último mês de férias antes do início da faculdade. As manhãs eram reservadas ao meu sono da beleza, porque dormir é uma das melhores coisas do mundo e eu realmente sentia falta de poder ficar um pouco mais na cama pela manhã. Após acordar, eu fazia academia com as minhas irmãs e Lupita, já aproveitando que estava no centro para encontrar Miguel na empresa e, assim, almoçávamos juntos diariamente na casa da minha sogra que ficava ali perto. As tardes eram reservadas para curtir a piscina e manter o bronzeado em dia, Roberta era extremamente criativa e o tédio, que antes dominava aquela casa, nunca mais esteve presente. Durante a noite aproveitávamos nossos momentos com toda a família reunida, com direito a seriado após o jantar, assim como essas famílias de comercial de margarina que eu sempre sonhei em ter. Nos fins de semana, Miguel e eu intercalávamos em ficar na minha casa ou na dele, o importante é que sempre estávamos juntos. Flutuando na minha bolha de felicidade, não percebi que se aproximava o fatídico dia do fechamento da fatura do meu cartão e, portanto, o dia que meu pai faria picadinho de mim e comeria no café da manhã. Convicta de que eu precisava do maior número de aliados para enfrentar a fera, procurei Alma para confessar a minha última loucura de amor.

No momento eu estava sentada no sofá analisando qual seria a melhor forma de abordar o assunto enquanto Alma folheava uma revista despretensiosamente.

-Eu conheço essa cara... - Alma afirmou me analisando desconfiada - Você tá com a cara igual daqueles cachorrinhos que sabem que aprontaram e que agora precisam desesperadamente de ajuda... O que você fez, Mia?

Deus do céu, ela me conhecia mesmo! Suspirei, dando o sorriso mais angelical que eu sabia fazer, antes de iniciar a falar.

-Bem... Eu fiz uma coisa que o meu pai não vai gostar e ele tá prestes a descobrir, então achei que eu deveria te avisar que os dias de paz estão contados nessa casa...

-E você só pensa em me contar depois que faz, não é?

-Se eu contasse antes você diria pra eu não fazer...

-Exatamente! E então nós seguiríamos vivendo nossos dias de paz.

-Alma, eu amo você, mas existem certas coisas que eu faria mesmo que você desaprovasse e essa era uma delas, então acho que não faria diferença eu contar antes porque eu não iria mudar de ideia....

-Ok encrenqueira, o que você fez dessa vez? - Questionou carinhosa, passando a mão delicadamente no meu rosto em um afago que me tranquilizava. Eu não estava sozinha. Eu nunca mais estaria sozinha independente do que eu fizesse.

-Eu e Miguel ficamos no mesmo quarto na viagem. - Confessei rapidamente, afinal, é como diz o ditado: melhor arrancar o curativo de uma vez.

-Ah, era só isso? - Questionou visivelmente aliviada me vendo assentir - Graças a Deus, achei que era coisa pior! Por que você acha que seu pai vai descobrir? - perguntou confusa.

-Nós estávamos em quatro em cada quarto, eu reservei um quarto de casal separado pra nós dois e o valor extra vai vir na fatura do cartão de crédito desse mês... Ele vai estranhar o valor muito acima da média e vai ver onde eu gastei, não vai ser difícil concluir que eu estava no quarto com Miguel.

Alma assentiu resignada e me olhou com compaixão.

-Você sabe que eu não vou conseguir livrar você de um sermão gigantesco e de um castigo, não é?

-Sei, mas não tem problema, eu fiz isso consciente dessas consequências. Pra mim basta saber que você vai estar do meu lado pra que eu possa reclamar bastante e me sentir menos sozinha com o gelo que ele vai me dar. - Confessei sorrindo fraco.

-Mas é claro que eu vou estar do seu lado, meu amor! Já te disse isso e repito quantas vezes forem necessárias pra entrar nessa sua cabecinha: não importa o que você faça, eu sempre vou estar aqui! - Disse me puxando para um abraço que confirmava tudo o que ela falou.

Alma até tentou me convencer a contar para o meu pai antes que ele descobrisse, mas eu sabia que um castigo seria inevitável e não estava nem um pouco ansiosa para antecipá-lo. Miguel já estava se preparando psicologicamente para sofrer nas mãos do meu pai na empresa, afinal esse foi o modo que ele encontrou de castigar o meu namorado quando achava necessário, o realocava momentaneamente para o arquivo morto da empresa onde ele passava os dias escaneando documentos antigos. Da última vez que fizemos algo que ele não gostou eu fiquei sem meus cartões de crédito por um mês e Miguel passou três dias seguidos no arquivo morto até retornar as atividades burocráticas da empresa quando a raiva do meu pai passou. Brinquei com o meu namorado que havia sido injusto, mas ele afirmou que três dias no arquivo morto equivalia há pelo menos dois meses sem cartão de crédito. Nossas apostas agora eram que ele deixaria Miguel ao menos uma semana por lá, visto que demoraria um pouco mais até que ele visse a cara do meu namorado sem imaginar o que nós dois fizemos sozinhos em um quarto de hotel.

Claro que levávamos tudo isso na brincadeira, nem um dos dois se arrependia dos momentos maravilhosos que tivemos juntos na praia e, obviamente, meu pai também não era nenhum sádico. Já estávamos acostumados a aguentar o gelo que ele distribuía por alguns dias até tudo voltar ao normal, com certeza não tinha como ser pior do que quando fugimos para Cancún. Ao menos isso era o que eu pensava, eu só não podia imaginar a cascata de coisas que se desenrolariam nas próximas três semanas e que formariam uma verdadeira tempestade que quando finalmente caísse levaria embora toda a calmaria que eu vivi nos últimos meses.

Primeira Semana

Estávamos Alma, Josy, Roberta e eu sentadas na sala conversando enquanto aguardávamos meu pai chegar da empresa para jantar. Contudo, logo que ele entrou pela porta principal percebemos o clima tenso que tomou o ambiente e Alma me lançou um olhar que falava mais que mil palavras: ele tinha descoberto.

-Eu posso saber o que significa isso? - Falou áspero, porém visivelmente tentando conter o tom de voz, jogando um papel dobrado ao meio em cima da mesa de centro a minha frente. Me inclinei pegando o papel e confirmando que se tratava da minha fatura de cartão de crédito.

-Pelo o que eu posso ver é a fatura do cartão de crédito. - Respondi cínica, recebendo um olhar reprovador de Alma que me dizia que aquele não era o melhor caminho a seguir se eu quisesse diminuir os meus problemas que já eram grandes. Esse é um dos meus defeitos, sou muito explosiva e podemos dizer que herdei essa característica do meu pai, então quando nós dois brigamos a coisa fica extremamente feia, porque Mia Colucci não abaixa a cabeça para ninguém mesmo estando errada, afinal, se eu baixar a cabeça a coroa cai.

-Não seja cínica comigo! Você sabe muito bem do que eu estou falando! Você pode me explicar como gastou dez mil dólares em uma viagem que estava tudo incluído no pacote, inclusive a sua alimentação?!

-Eu troquei de quarto e ele tinha uma diária um pouquinho mais cara.

-Um pouquinho? - Perguntou erguendo as sobrancelhas em um tom irônico.

-Ai pai, agora quem tá sendo cínico é você! Todos nós sabemos que a verdadeiro questão aqui não é o dinheiro, se você quisesse alugar aquele hotel inteiro por um ano não teria problema! - Respondi desaforada sem aguentar mais aquela ladainha de "o que significa isso?" evitando o assunto principal ali. Alma só faltou me engolir com olhos depois disso.

-Não fale assim comigo! Você me deve ao menos respeito, eu sou o seu pai e até a última vez que chequei ainda pagava as tuas contas, incluindo diárias de dez mil dólares! - Falou elevando o tom de voz e perdendo a paciência que ele tentava manter. Alma se levantou do sofá se posicionando ao lado dele e sussurrou um "calma" enquanto ele esfregava a testa tentando retomar o controle. - Qual era o problema com o quarto que já estava pago, Mia?

-Superlotação. Tinha gente demais. - Respondi simples, sabendo que ele não aceitaria essa resposta.

-Pelo amor de Deus, eram suas irmãs e sua melhor amiga! Você dormia com a mesma quantidade de gente no colégio e nunca foi problema!

-No colégio era diferente.

-Diferente por quê?

-Poxa pai, você sabe qual é a diferença! Não acredito que vai me fazer falar o que todo mundo aqui nessa sala já entendeu, só pega os meus cartões de crédito e vamos acabar com essa ladainha! - Não sei porque todo esse drama para aceitar algo que ele já sabia que tinha acontecido, pelo amor de Deus, meu pai não era nenhum sonso e Roberta não pegava leve nas piadas com duplo sentido em nenhum momento. Revirei os olhos e encarei minhas irmãs que analisavam a cena assustadas, afinal elas nunca tinham presenciado uma briga nossa.

-Mia, me fala QUAL é a diferença porque eu ainda não entendi!

Bufei irritada e perdi completamente a paciência que estava tentando manter, Alma bem que tentou me conter, mas quando dei por mim já tinha começado a falar e foi o suficiente para a sala se transformar em uma zona de guerra.

-A DIFERENÇA É QUE NA ESCOLA O MIGUEL NÃO PODIA DORMIR COMIGO! Satisfeito? Era isso que queria ouvir?

-Na verdade não - falou baixo e esfregou o rosto mais uma vez, aparentemente chocado - Vocês transaram?

-Não, passamos as noites jogando xadrez! - revirei os olhos - É óbvio que transamos!

Nesse momento meu pai caiu sentado no sofá que estava atrás dele levando a mão ao peito e sendo rapidamente socorrido por Alma e minhas irmãs. Roberta o abanava com o papel da bendita fatura do cartão, enquanto Josy lhe oferecia um copo de água. Eu permaneci no mesmo lugar, revirando os olhos, pois eu conhecia o pai que tinha, aquilo tudo se chamava drama, afinal, eu tinha muito bem de quem puxar as minhas crises de desmaio que sempre aconteciam em momentos bem oportunos.

-Você é praticamente uma criança! - Falou alguns minutos depois tentando se recuperar do choque. Roberta e Josy gargalharam nesse momento e foram repreendidas com um olhar de Alma.

-Também não exagera Franco, não estou dizendo que mentir sobre o hotel foi certo, mas você sabia que isso iria acontecer em algum momento... Eles namoram há mais de três anos, estão sempre juntos! - Disse Alma tentando fazer o meio de campo entre nós.

-Como eu ia saber? Eles passaram uma semana em Cancún e não fizeram nada, não tinha como eu imaginar que ela iria decidir perder a virgindade nessa viagem, não me preparei pra isso!

-Pai, se o motivo do surto for a minha virgindade não precisa se preocupar, porque ela já não existia antes da viagem! - Falei simples como se comentasse sobre o clima e meu pai voltou a cair sentado no sofá, sendo abanado por uma Roberta que tentava conter o riso.

-Mia, acho melhor você não falar mais nada. - Alma me repreendeu novamente.

-Certo, então se você se acha adulta pra decidir gastar dez mil dólares em um quarto de hotel sem necessidade, seja adulta pra arcar com as consequências dos teus atos! Vai ficar sem os cartões de crédito por três meses... - Suspirei revirando os olhos e colocando os meus cartões em cima da mesa de centro para que ele pegasse. Eu já esperava por isso e estava conformada com a situação. - Além disso, acabou os seus finais de semana com o Miguel, ele vem apenas almoçar no domingo aqui em casa e vai embora antes de anoitecer...

-O QUE? Você só pode tá de brincadeira comigo! - No início achei que ele estava apenas querendo me assustar, mas ao ver sua postura e expressão firmes, entendi que não era brincadeira e pela primeira vez naquela discussão eu me senti realmente abalada e isso só vez a revolta crescer dentro de mim. Ele queria me proibir de ver o meu namorado a noite para evitar que eu transasse, era isso? Não faz o menor sentido! Como é difícil ser eu!

-Você acha que eu estou com cara de quem tá brincando, Mia?

-Você sabe que isso não faz o menor sentido! Pra que tudo isso? Você não quer que ele durma aqui pra gente não transar? Pois vou te contar uma coisa, não sei se você sabe, mas não se faz sexo apenas a noite! - Respondi revoltada vendo meu pai ficar vermelho de raiva e pelo calor que eu sentia nas minhas bochechas tinha certeza que estava do mesmo estado.

-Eu já disse pra você me respeitar! Por causa da sua resposta desaforada vai sair de casa só pro que for estritamente necessário por um mês! - Falou firme e eu gelei sentindo meus olhos encherem de lágrimas pela primeira vez.

-Você só pode estar louco! Isso é cárcere privado!

-Quando você for maior de idade e pagar todas as tuas contas você sai quando quiser! Enquanto morar na minha casa e for sustentada por mim você é minha responsabilidade e me obedece!

-Alma...? - Tentei minha última e desesperada esperança, olhando para Alma como se ela fosse o meu bote salva-vidas e sentindo as lágrimas molharem o meu rosto por fim. Alma me direcionava um olhar de pena porque, assim como eu, ela sabia que pouco podia fazer em minha defesa naquele momento. Já não era uma situação fácil e tenho certeza que minhas falas deixaram o trabalho dela de advogada ainda pior.

-Franco, pelo amor de Deus, um mês é todo o resto das férias da menina...

-Ela já aproveitou muito bem as férias gastando dez mil dólares naquele hotel! Não precisa de mais férias! Além disso, ela não tem o menor respeito por mim, olha como ela falou comigo!

-Bom, se vocês me dão licença vou subir pro meu quarto. - Falei ao perceber que se eu ficasse ali a situação só pioraria. Além disso, sentia um bolo na minha garganta e tinha certeza que era questão de segundos até cair abertamente no choro e era orgulhosa demais para fazer isso na frente do meu pai e demonstrar o quanto suas ações me afetaram.

-Não vai jantar? - Questionou meu pai com um tom mais gentil dessa vez. Desde que eu tive depressão no ano passado e passei a comer muito pouco minha família é extremamente cuidadosa com a minha alimentação.

-Não, perdi a fome. - Falei simples, desviando o olhar e secando rapidamente uma lágrima que escorria pelo canto do olho.

-Claro querida, por que você não vai tomar um banho e eu já levo algo pra você comer no quarto? - Sugeriu Alma me abraçando e beijando a minha testa. - Prometo que fico com você até pegar no sono.

-Pode ser, obrigada! - Respondi sorrindo a abraçando forte e subindo as escadas rápido querendo fugir de lá.

Bastou apenas eu entrar no banho e sentir a água quente cair sobre mim que o choro que segurava veio forte. Me deixei chorar e colocar aquilo tudo pra fora, não queria guardar nenhum sentimento ruim dentro de mim. Por mais raiva que eu estivesse no momento, tinha consciência que ele era o meu pai e que não fazia por mal, também sabia que tinha uma parcela de culpa minha que era bem grande e por enquanto só me restava deixar a poeira baixar. Quando sai do banheiro Roberta e Josy estavam sentadas na minha cama e logo me deitei entre elas sendo consolada e recebendo um carinho gostoso nos cabelos. Elas me falaram que meu pai e Alma estavam discutindo por não concordarem em relação ao meu castigo e isso foi o suficiente para melhorar um pouquinho o meu humor, afinal, sempre foi meu sonho ter uma mãe que me defendesse das broncas do meu pai. Senti meu celular vibrar e vi que era uma chamada de vídeo do Miguel, logo minhas irmãs deixaram o quarto para que eu pudesse falar com o meu namorado.

-Oi gatito! - Falei manhosa.

-Oi meu amor, estava preocupado, você e sua família tinham sumido de novo... - Miguel falou recordando do nosso último pequeno desentendimento quando o deixei no vácuo por quase um dia inteiro e ele se preocupou. Me ajeitei melhor na cama acendendo a luz do abajur para que ele conseguisse me ver melhor e foi o que bastou para seu tom de voz mudar para preocupado. - Você estava chorando? O que aconteceu?

-Estava acontecendo uma pequena guerra aqui em casa... Meu pai descobriu sobre o quarto do hotel, não foi algo bonito de se ver. Já devo te alertar que você vai passar ao menos um mês no arquivo morto dessa vez – Disse tentando fazer piada para descontrair a situação, mas a verdade é que estava em pedaços por dentro.

-Eu não me importo de ficar um ano no arquivo morto se for pra te ver feliz bebê! - Falou fofo e eu sorri. Devia estar com uma cara realmente destruída para o meu namorado não estar reclamando de ir para o arquivo morto, afinal ele sempre reclamava dias a fio toda vez que meu pai o designava pra essa função.

-Vamos ver se você ainda vai estar com essa opinião daqui há um mês... - Brinquei sorrindo fraco.

-É claro que vou! Você é o meu amorzinho, sempre vou fazer tudo por você!

-Meu Deus, que dengo, você tá muito fofo hoje gatito!

-Tô com saudade da minha princesa, não vejo a hora de chegar sexta pra podermos ficar juntinhos... - Bastou ele falar essa frase que tudo que eu havia melhorado com sua ligação foi por água abaixo quando me lembrei que não nos veríamos na sexta e senti meus olhos lacrimejarem novamente. - Hey bebê, o que foi? Por que você tá chorando?

-Nós não vamos poder nos ver na sexta amor... - Falei sentindo meu choro voltar ao verbalizar a minha nova realidade – Aparentemente meu pai ficou realmente brabo e não tirou apenas os meus cartões como eu estava acostumada... Ele não quer que a gente passe mais os fins de semana juntos e eu não posso nem sair de casa pra ir almoçar contigo! Você só vai poder vir almoçar no domingo, mas precisa ir embora antes de ficar noite! - Falei indignada sentindo minha voz tremer pelo choro, tentando secar as lágrimas que não paravam de descer e vendo Miguel passar a mão entre os cabelos inúmeras vezes como fazia quando estava nervoso.

-Por quanto tempo?

-Um mês... - Respondi sentindo meu choro intensificar.

-Hey bebê, não fica assim, me mata ver você desse jeito e não poder nem te abraçar!

-Mas vamos ficar um mês praticamente sem nos ver amor, nós nunca ficamos tanto tempo assim longe um do outro! E se nesse meio tempo você esquecer de mim, ou cansar de me esperar e me trocar por alguma vadia que se atirar pra cima de você? - Falei soluçando.

-Pelo amor de Deus, não fala bobagem meu amor! Primeiro de tudo, olha bem nos meus olhos e escuta o que eu vou te dizer... - Miguel me esperou olhar pra ele pela tela do celular até voltar a falar – Eu NUNCA vou esquecer você! Você é a mulher da minha vida e é insubstituível, eu nunca amei ninguém como eu amo você e mesmo que a gente fique meses ou anos sem nos ver, isso não vai mudar! Você sempre vai ser a razão pela qual o meu coração continua batendo. - Sorri com a sua declaração que me deixou visivelmente mais calma e então ele continuou – E em segundo lugar... Nós vamos dar um jeito de nos ver, pelo amor de Deus, nós fugimos juntos pra Cancún e deu certo... Além disso, você é uma ótima atriz Mia, vamos dar um jeito de driblar o teu pai, não te preocupa com isso agora, ok?

-Ok... Eu amo muito você gatito! Queria um abraço teu agora! - Falei manhosa.

-E eu queria abraçar você agora. - Confessou.

Seguimos conversando por mais um tempo com Miguel tentando me acalmar e disfarçar o quanto ele ficou abalado com a notícia para não me afetar. A verdade é que eu e meu namorado já tínhamos aprontado muito na nossa vida juntos e já estávamos acostumados com as consequências que normalmente envolvia eu ficar sem meus cartões de crédito, o que eu já estava acostumada e pouco afetava a nossa vida juntos. Então, foi realmente um choque essa nova decisão do meu pai que nos afastava.

Algum tempo depois, Alma adentrou o meu quarto carregando uma bandeja com um sanduíche e suco de laranja, ela conversou um pouco comigo e com Miguel pelo celular e logo meu namorado se despediu dizendo que me deixaria comer e pedindo para que Alma cuidasse de mim por ele. Comi o meu lanche sob o olhar atento daquela que bem poderia ser o meu anjo da guarda na Terra e logo após fui acolhida no seu abraço ouvindo palavras de conforto e recebendo cafuné no cabelo. Ela disse que hoje meu pai estava muito nervoso, mas que assim que a poeira baixasse, ela tentaria interceder novamente em meu favor. Alma ficou até que eu adormecesse e então eu dormi até a manhã seguinte.

Os dias foram passando tediosos, eu não podia fazer praticamente nada e minhas irmãs em solidariedade a mim, se mantiveram o máximo de tempo em casa me fazendo companhia e me distraindo. Miguel, como o previsto, tinha sido despachado para o arquivo morto e só Deus sabia por quanto tempo ele permaneceria lá dessa vez. Contudo, ele nem se atrevia a reclamar, disse que preferia estar lá, pois dessa forma evitava o olhar assassino que meu pai começou a dirigir a ele após o ocorrido. Nossas ligações se tornaram cada vez maiores e já ficávamos horas conversando por chamada de vídeo durante a noite, mas nem isso era capaz de aplacar a saudade que eu sentia no peito, sendo assim, tentei aplicar nosso primeiro plano que consistia em eu fazer um draminha básico para tentar amolecer o coração duro do meu pai. Entretanto, não deu muito certo, pois Franco conhecia muito bem as minhas habilidades em fazer drama e por mais que ele soubesse que eu realmente estava triste, também tinha consciência que eu sobreviveria por um mês vendo o meu namorado uma vez por semana.

Dessa forma, pedi ajuda para as minhas irmãs que se tornaram as minhas mais novas parceiras de crime e juntas desenvolvemos um plano perfeito: ele não poderia me impedir de ir ao dentista, poderia? Isso com certeza se encaixaria em uma das saídas estritamente necessárias e, por isso, eu coincidentemente desenvolvi uma dor de dente classificada como insuportável.

-Não vai comer mais, Mia? - Perguntou Josy dando início ao nosso plano enquanto estávamos todos sentados na mesa almoçando.

-Até queria, mas não tô conseguindo mastigar direito, meu dente tá doendo muito. - Falei manhosa levando uma das mãos ao lado do rosto no suposto local da dor e atraindo a atenção de todos na mesa.

-Você não tomou o remédio que eu te dei? - Questionou Roberta ajudando na minha encenação.

-Tomei... Aliviou um pouco na hora, mas agora a dor tá voltando... - Respondi fazendo cara de choro e eu podia sentir meus olhos enchendo de água. Agradeci internamente pelas aulas de teatro que fiz na infância.

-Você não pode ficar sem comer e com dor filha, precisa ir no dentista ver esse dente. - Falou meu pai me dirigindo um olhar preocupado que quase me deu pena. Alma intercalava o olhar entre mim, Roberta e Josy visivelmente desconfiada, contudo, se absteve de comentários não prejudicando nosso plano.

-Eu não gosto muito de dentistas pai, você sabe que eu sempre morria de medo quando era criança... - Respondi mantendo a encenação.

-Eu sei, mas não pode ficar assim Mia, tem que ir ver o que é. Agenda um horário pra ver esse dente, hoje à tarde Alma e eu temos uma reunião fora da empresa e não conseguimos te levar, mas Peter pode te acompanhar.

Assenti ainda fazendo cara de dor e trocando um olhar com Roberta, pois não estávamos contando com a presença de Peter e por mais que ele me amasse como sua neta, não sei se estaria disposto a mentir para o meu pai e contribuir com meu encontro secreto. Assim que o almoço terminou, meu pai e Alma saíram juntos de casa e enquanto meu pai me desejou "boa consulta" recebi um "juízo" como advertência vindo de Alma, apenas sorri em resposta e ela balançou a cabeça sorrindo em negação. Agora que estávamos sozinhas eu precisava convencer Peter a me ajudar.

-Oi Peter. - Falei sorrindo e deixando um beijo em sua bochecha que foi retribuído com um meio abraço e um beijo na testa. Peter trabalhava com meu pai desde antes de eu nascer e tecnicamente era o meu motorista responsável por me levar à escola, consultas ou onde quer que eu precisasse. Obviamente, com a grande convivência e com o tempo ele se tornou muito mais que um simples funcionário e hoje ele era o mais perto que eu tinha de um avô. O amava como tal e tenho certeza que a recíproca era verdadeira, afinal não foram poucas as vezes que ele me consolou e me protegeu.

-Oi menina, como você está? Seu pai me falou que estava com dor de dente... - Questionou com um ar preocupado que deu dó.

-Eu tô bem Peter, não se preocupe. - Falei o tranquilizando.

-Isso é a sua mania de estar sempre com um chiclete na boca, eu te falei que fazia mal pros dentes e você não me ouviu, desde criança tá sempre com uma bala, pirulito ou chiclete na boca. - Comentou me repreendendo com carinho e me fazendo rir carinhosa pela sua preocupação.

-Tá tudo bem Peter, de verdade. Eu meio que menti sobre a dor de dente pro meu pai... - Confessei e Peter arregalou os olhos olhando ao redor para confirmar que ninguém mais estava por perto.

-Meu Deus menina, você não toma juízo, vai se meter em confusão de novo... Você não tá de castigo justamente por ter mentido?

-Estou e é exatamente por isso que eu te digo que esses castigos não servem de nada, só me deixam com mais raiva e mais vontade de quebrar as regras. - Peter balançou a cabeça em negativa ainda me avaliando e eu apelei para a chantagem emocional, pois se eu não conseguia mais convencer o meu pai com ela, Peter se entregava mais fácil. - Vamos lá, Peter... Você sabe que meu pai tá sendo injusto dessa vez. Eu não nego que já aprontei muito nessa vida e mereci muitos dos castigos que levei, mas dessa vez você sabe que ele exagerou, afinal, já fiz coisa muito pior e não fiquei nem metade do tempo de castigo e agora eu não posso nem ver o Miguel.

-Eu sei menina, realmente acho que foi exagerado, mas você também não precisa arranjar mais confusão por isso, você tá vendo o Miguel uma vez por semana e o tempo passa rápido... - Tentou me convencer.

-Uma vez por semana é muito pouco, nos últimos três anos nós estávamos juntos todos os dias Peter, eu sou outra pessoa perto dele... Por favor, você é meu avô e avôs mimam os seus netos e fazem todas as suas vontades... - Choraminguei apelando mais uma vez.

-Ai menina, você faz eu me meter em cada confusão... Não quero nem ver o que seu pai vai fazer se descobrir... - Me repreendeu carinhoso e visivelmente emocionado por eu tê-lo chamado de avô.

-Isso quer dizer que você vai me ajudar? - Questionei saltitando e batendo palminhas com um sorriso que já sentia rasgar meu rosto.

-Franco só retorna pra empresa às 16h hoje, vou te deixar lá e você me encontra às 15:30h ali na frente, está entendendo? Nem um minuto a mais, não podemos arriscar ser pegos.

-Sim, entendi! Muito obrigada Peter, vou fazer exatamente o que você mandar, você salvou a minha vida e eu te amo demais! - Falei animada o abraçando e distribuindo vários beijinhos pelo seu rosto que Peter aceitava tímido.

Troquei de roupa, colocando um vestidinho florido tomara que caia com a saia solta batendo no meio das minhas coxas e uma sapatilha simples, deixei os cabelos soltos, borrifei um pouquinho de perfume e logo saímos de casa, afinal quanto antes eu chegasse, mais tempo poderia aproveitar com Miguel. Não falei nada para o meu namorado sobre essa minha fugida de casa, pois queria lhe fazer uma surpresa e assim que cheguei à empresa fui informada que ele já tinha voltado para o setor administrativo, me dirigindo até lá e encontrando uma cena nada agradável.

Miguel estava sentado em sua mesa e a sua frente tinha uma mulher extremamente vulgar com uma saia minúscula e um decote que seria capaz de enxergar até a sua alma. Não bastasse isso, ela fazia questão de se inclinar ampliando o decote e a cada palavra que falava acariciava o braço do meu namorado sobre a mesa. Senti todo o sangue do meu corpo se concentrar no rosto de tanta raiva que fiquei e arranhei a garganta mostrando que estava ali. Miguel percebeu a minha presença e seu rosto se iluminou de uma forma que eu quase esqueci que estava com raiva dele, a vadia completamente esquecida me encarava de cima a baixo com um olhar de desdém que fiz questão de retribuir.

-Hey, meu amor, que saudade! - Falou me abraçando e selando os meus lábios de maneira carinhosa. - Como você conseguiu sair?

-Peter me ajudou, resolvi fazer uma surpresa, só não sei se cheguei em boa hora. - Falei irônica, olhando pra aprendiz de vadia que não parava de me encarar.

-É claro que chegou, você pode chegar em qualquer momento. Eu amei a surpresa, pode aparecer mais vezes. - Disse sorrindo.

-Não vai me apresentar a sua amiga? - Questionei irritada e Miguel pareceu voltar a notar que não estávamos sozinhos.

-Ah é, essa é a Nathália, ela é a nova estagiária aqui da empresa. - disse – Nathi, essa é a Mia, minha noiva. - Fez as apresentações e a minha raiva só crescia. Nathi?

-Oi, é um prazer conhecê-la. - Disse a tal Nathi mesmo que a cara de jararaca dela mostrasse que não era prazer algum. Eu apenas assenti em resposta e falei.

-Querida, acho que você deve procurar outra pessoa pra te passar as informações porque eu tenho um assunto muito importante pra tratar com o meu noivo agora e ele vai ficar ocupado pelas próximas horas. - Falei com um sorriso irônico e ela me dirigiu uma cara de nojo após Miguel concordar comigo e orientá-la a falar com outro funcionário.

-Aconteceu alguma coisa? Você parece irritada... - Comentou Miguel e eu fiquei com vontade de voar na cara dele. Oh, eu parecia irritada? Revirei os olhos e respondi.

-Tem algum lugar que a gente possa conversar? Aqui tem muita gente em volta... - Eu poderia estar enlouquecida de ciúmes, mas não era sem noção a ponto de fazer uma cena no seu ambiente de trabalho.

O caminho foi preenchido por um silêncio absurdo que deixou o clima ainda mais pesado entre nós. Acabamos dentro do seu carro no estacionamento, Miguel sentado no banco do motorista e eu ao seu lado.

-Pode falar, o que tem de errado? - Questionou mais uma vez e eu bufei.

-Como assim o que tem de errado? É isso que você fica fazendo na empresa enquanto eu tô presa em casa?

-Isso o que? Não tô te entendendo Mia, eu estava trabalhando. - Respondeu já perdendo a paciência com o meu tom irônico e fazendo aumentar a tensão entre nós. Ri sem humor nenhum.

-Ah eu vi como você estava trabalhando com aquela jararaca toda cheia de mãos e dedos pra cima de você!

-É o primeiro dia da menina na empresa, eu só estava ensinando como funcionava! Não fiz nada de errado, se ela tava dando em cima de mim, eu não tenho culpa, eu NÃO correspondi!

-Não correspondeu, mas também não cortou. Já tava até chamando a menina de Nathi, não é o primeiro dia dela aqui? Pra que essa intimidade toda?

-Só chamei assim porque ela pediu, disse que não gosta do nome dela.

-É claro que pediu! - bufei e revirei os olhos - Não importa se ela não gosta, ela que reclame com os pais dela, o nome dela é Nathália!

-Ok, se esse é o problema vou começar a chamá-la de Nathália! Agora podemos parar com essa discussão ridícula? Estamos perdendo um tempo precioso aqui que podíamos estar nos curtindo... - Falou com a voz mais calma e eu respirei fundo tentando recuperar a tranquilidade.

-Tudo bem, eu só acho engraçado que é o primeiro dia dela na empresa e ela vem fantasiada de pirigueti com aquelas roupas que dá pra ver até a alma dela e ainda fica cheia de sorrisos e mãos pra cima de você! Onde tá a postura profissional dessa menina? - Falei ainda indignada e Miguel riu ao meu lado.

-Deus do céu, como a minha namorada é ciumenta... - brincou colocando o banco pra trás e me abraçando de lado deixando beijinhos no meu rosto – A roupa dela era curta, é? - Assenti com os olhos fechados já hipnotizada pelos seus beijos que agora alcançavam o meu pescoço me fazendo delirar pela saudade – Nem percebi, só tenho olhos pra você que tá toda gostosa nesse vestido... - Disse levando uma das mãos por baixo da saia do meu vestido e acariciando minha coxa de maneira apertada até alcançar a minha bunda onde apertou forte me fazendo gemer e montar em seu colo para lhe beijar de maneira adequada.

A verdade é que além de estarmos nos vendo super pouco, quando estávamos juntos não tínhamos privacidade nenhuma. Sempre tinha alguém passando pela sala, quando meu pai não fazia questão de sentar no sofá do lado nos impedindo de dar sequer um beijo decente, ou seja, zero intimidade nos últimos dez longos dias que estavam me fazendo enlouquecer e subir pelas paredes de tanto desejo. Nunca tínhamos ficado tanto tempo sem transar desde que começamos e agora eu me questionava como que Miguel aguentou três longos anos me esperando.

Eu tinha as minhas mãos em torno do pescoço de Miguel o puxando em minha direção e o beijando de forma faminta, sentindo sua língua sugar a minha de maneira desesperada, mas que parecia ser insuficiente para a fome que sentíamos no momento. Eu me friccionava contra ele o sentindo duro em baixo de mim enquanto ele me apalpava por todos os lugares possíveis, subindo e descendo as mãos pelas minhas costas, acariciando de maneira pegada as minhas coxas e apertando a minha bunda. No carro era possível ouvir apenas as arfadas dos nossos gemidos que escapavam por entre nossas bocas que tentavam abafá-los sem sucesso. Eu estava desesperada e sentia a umidade ensopar a minha calcinha e descer por entre as minhas coxas, me fazendo rebolar com mais intensidade em cima do meu namorado.

-Porra Mia, desse jeito eu não vou conseguir me controlar, pelo amor de Deus... - Arfou Miguel entre um beijo e outro tentando diminuir os meus movimentos.

-O que você tá fazendo? Eu quero você amor, não me deixa de castigo também... - Falei manhosa – Isso é vingança pelos três anos que te fiz esperar? - Questionei e Miguel gargalhou.

-Não seja boba princesa, eu tô desesperado de saudades de você e dessa bocetinha gostosa... - Falou se forçando contra mim em uma demonstração do quanto ele estava duro e do quanto queria aquilo também. - ...Mas eu não tenho camisinha aqui amor, não tava esperando essa visita surpresa. Desculpa. - Completou me beijando de forma carinhosa e eu sorri voltando a me esfregar contra ele o arrancando um gemido rouco enquanto ele arfava ao enfiar uma mão entre as minhas pernas e constatar o quanto eu estava molhada. - Puta merda, vou te comer com os dedos, mas você não vai sair daqui sem gozar, seria um desperdício...

-Gatito, eu tenho camisinha, vim preparada. - Confessei já buscando a minha bolsa ao lado e retirando um preservativo dali e o entregando para Miguel que gemeu em alívio.

-Você é muito maravilhosa... - Disse pegando a camisinha das minhas mãos e abrindo-a. - Já saiu de casa com a intenção de dar gostoso pra mim?

-Óbvio bebê, eu tô desesperada por você. - Falei corando pela confissão e fazendo Miguel rir.

-O que eu faço com você? Fala safadeza e depois fica com vergonha... - Disse ao mesmo tempo em que baixava a parte de cima do meu vestido o fazendo ficar embolado na cintura e abocanhava um dos meus seios com vontade enquanto acariciava o outro me arrancando um gemido alto e me fazendo perder qualquer linha de raciocínio possível.

Miguel levou as mãos para a lateral da minha calcinha e apenas com um puxão o tecido se desfez e o barulho da peça rasgando me deixou ainda mais excitada. Abri o seu cinto e o botão da calça, baixando parcialmente sua cueca e seu membro pulou duro na minha frente, o massageei com uma das mãos e espalhei o líquido pré-ejaculatório que era liberado pela glande arrancando um gemido de Miguel.

-Chega amor, quero gozar dentro de você. - Falou parando a minha mão, colocando o preservativo e finalmente me invadindo com força nos arrancando um gemido alto. Miguel investia contra mim com força e eu descia rebolando o ajudando nos movimentos, o que fazia que as investidas alcançassem um ponto de dor exato dentro de mim que necessitava ser aplacado. Mal tínhamos começado quando eu sussurrei:

-Eu não aguento mais, vou explodir. - As nossas brincadeiras antes da transa tinham quase me levado à beira do precipício e agora eu sentia que qualquer estímulo seria o suficiente para me jogar de lá.

-Goza princesa, dá pra mim. - Me incentivou levando dois dedos à minha boca, eu os chupei e eles os direcionou ao meu clitóris, o friccionando e me fazendo delirar. Enfiei o meu rosto no seu pescoço tentando abafar o grito que nascia na minha garganta por finalmente aplacar o desespero que existia dentro de mim enquanto me desfazia em milhões de pedaços.

Sem dar tempo para que eu me recuperasse, Miguel continuava implacável, investindo contra mim e o que no início parecia ser dor pela fricção contra a minha intimidade sensível pelo orgasmo foi se tornando prazer e quando dei por mim, um orgasmo parecia se formar em cima do outro me fazendo delirar.

-Miguel... E-eu, eu... - Tentei avisar que eu não sabia o que estava acontecendo com o meu corpo, nunca tinha acontecido isso antes, mas minha voz simplesmente não obedecia ao meu cérebro e a única coisa que conseguia sair dos meus lábios eram gemidos de prazer que Miguel tentava abafar com a sua boca.

-Eu sei princesa, eu sei. Só relaxa e vem comigo. - Falou me tranquilizando e voltando a investir contra mim, chupando e mordendo o meu pescoço de forma faminta o que certamente me daria trabalho depois para esconder as marcas que ficariam.

Senti meu corpo todo contrair novamente e Miguel apertou com mais força a minha cintura, explodindo em um orgasmo absurdo junto comigo. Eu simplesmente perdi a noção de espaço ou tempo, a única coisa que passava pela minha mente era aquela sensação maravilhosa que tinha acabado de acontecer e eu não consegui ter domínio do meu próprio corpo e fazer minhas pernas pararem de tremer.

Miguel se desencaixou de mim, me fazendo arfar pela ardência que senti devido à maneira bruta que transamos, mas que valeu completamente a pena e após se livrar do preservativo me ajeitou no seu colo, beijando a minha testa e acariciando meus cabelos.

-Uau, isso foi maravilhoso! - Falou meu namorado com um sorriso lindo no rosto e ainda meio alheio ao mundo a nossa volta. - Tudo bem, bebê? - Questionou preocupado após o meu silêncio.

-Tudo perfeito! Eu só tô tentando recuperar o controle do meu corpo depois disso... Eu não consigo parar de tremer, eu acho que isso deve demonstrar o quanto foi bom - Confessei e Miguel sorriu.

-Foi perfeito. Você é perfeita. - Respondeu.

Ficamos mais um tempinho juntos, abraçados, nos curtindo e trocando beijos carinhosos. Por mais que quisesse transar de novo e desse tempo de uma rapidinha, meu corpo não aguentaria, já tinha ficado suficientemente dolorida com o que fizemos. Quando meu período de liberdade provisório acabou, Miguel me acompanhou até o carro onde Peter me aguardava se despedindo com um beijo carinhoso e dizendo que me amava. Eu tinha certeza que estava reluzindo.

-Menina, se teu pai descobrir nós estamos ralados, mas eu faria tudo novamente só para te ver com esse brilho nos olhos e esse sorriso na boca.

-Obrigada Peter. De verdade, foi muito importante pra mim. - Confessei sincera e recebi um sorriso em resposta. Nesse momento eu soube que acabava de ganhar mais um aliado nas minhas maluquices e, dessa forma, já estava preparadíssima para planejar a próxima, afinal, eu era Mia Colucci e coragem era o meu nome do meio.

................................................................

Oiiii traumadinhxs, como estão?? Mais um capítulo pra deixar o domingo de vocês mais alegre. Só pra tranquilizar o coraçãozinho de vocês, eu não vou separar mym ok? Vai sim ter alguns probleminhas na vida do nosso casal favorito, porque precisa ter enredo pra fic desenrolar, mas eles vão superar tudo juntos porque já sofremos o suficiente com eles separados na novela e lemos fic pra nos alienar e não pra passar raiva hahahaha

O que vcs acharam do capítulo? Deixem estrelinhas, comentários e sugestões.

Até a próxima, beijinhos 💙💙💙

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top