Capítulo 11 - Ser o Parecer
POV Mia
Eu sempre amei o mar desde pequena, minha princesa favorita era a pequena sereia e eu não sosseguei enquanto meu pai não me colocou em uma aula de natação para que eu pudesse aprender a nadar como ela. Eu me identificava muito com a história, pois assim como Ariel, sonhava em ter uma vida diferente, sentia muito a falta do meu pai e imaginava constantemente como seria se a minha mãe fosse viva. Certa vez meu pai me presenteou com duas pelúcias dos amigos da pequena sereia, Sebastião e Linguado, e desde então eu carregava aqueles dois para onde quer que eu fosse, dormia abraçada a eles e entrava em desespero em não os ter por perto. Ainda hoje eles têm um lugar especial em uma prateleira no meu quarto, mesmo que estejam velhos e desbotados, sou incapaz de me desfazer daqueles que foram meus únicos amigos e que fizeram a minha infância menos solitária.
A sensação do sol esquentando a minha pele, o barulho das ondas quebrando na praia, o vento movimentando o meu cabelo e o cheiro incomparável da maresia me davam a sensação de nunca estar sozinha, me tranquilizavam de uma forma que me fazia acreditar que eu era capaz de tudo e que eu conseguiria realizar todos os meus sonhos. Nunca compreendi muito bem essa minha ligação com o litoral, hoje analisando melhor, acredito que se deve ao motivo de que normalmente as viagens que fazia com o meu pai para a praia nunca estavam relacionadas a nada da empresa e pelo menos naqueles dias eu tinha sua atenção só para mim, sem nada para competir. Contudo, independente do motivo, é inquestionável que quando eu penso em um lugar feliz, as lembranças que preenchem a minha mente têm cheiro de maresia e gosto salgado.
Talvez devido à todas essas memórias afetivas, viagens para a praia também se tornaram extremamente especiais para mim e Miguel e, mais uma vez, vivemos dias incríveis tendo aquele mar paradisíaco como plano de fundo para o nosso amor e sendo abençoados pela luz que emanava do sol durante o dia e que era substituída pela lua quando ele se punha no crepúsculo. Contudo, parafraseando um dos meus livros favoritos da minha pré-adolescência: Não importa quão perfeito seja o dia, ele sempre tem que acabar. Sendo assim, mais uma viagem maravilhosa chegava ao fim e eu tentava conter a tristeza que se apossava de mim por termos que retornar para a vida real tão rápido. Lembranças dos momentos maravilhosos que vivemos nessa viagem rodavam a minha mente enquanto eu tinha a cabeça deitada no peito de Miguel, sentindo suas caricias nos meus cabelos naqueles últimos instantes antes do avião pousar na Cidade do México. Meu peito já se contraía em saudades de ficar pertinho assim do meu namorado, sabia que logo a rotina nos atrapalharia, além do que, meu pai certamente implicaria com nossos encontros depois que descobrisse que ficamos no mesmo quarto... Suspirei mais uma vez e senti um beijinho no topo da minha cabeça me tranquilizando.
Assim que desembarcamos enxerguei meu pai e Alma nos esperando e fomos encontrá-los, percebi que estava ainda com mais saudades deles do que imaginava, no momento em que senti seus braços me rodearem em um abraço apertado. Alma estava em êxtase em nos ter de volta em casa e distribuía beijos e abraços apertados em nós três, Roberta revirava os olhos do meu lado e resmungava de como aquela cena era vergonhosa, enquanto eu e Josy aproveitávamos o carinho com um sorriso enorme no rosto.
Com muita dificuldade e com lágrimas nos olhos me despedi de Miguel que foi para casa direto do aeroporto. Seu novo apartamento era um tanto quanto distante do condomínio onde morávamos, mas ficava perto da empresa e da faculdade, o que seria extremamente útil para facilitar o seu dia-a-dia. O restante do dia foi aproveitado em um momento familiar que se tornava cada vez mais comum: nós cinco espalhados pela sala de estar comendo bobagens enquanto conversávamos. Contamos sobre a viagem, omitindo certos acontecimentos obviamente, e aproveitamos aquela sensação de paz e calmaria, empurrando para baixo do tapete todo e qualquer problema que poderia nos atrapalhar. Contudo, infelizmente eu não posso fingir para sempre e após uma boa noite de sono já estou extremamente ansiosa por ter uma conversa pendente com a minha mãe. A verdade é que por mais que eu queira resolver logo essa situação e terminar com essa angústia que me corrói, eu morro de medo de acabar discutindo com ela e comprometendo ainda mais a nossa relação que ainda é extremamente frágil.
Eu tenho consciência do que a maioria das pessoas ao meu redor pensam sobre isso, inclusive Roberta não cansa de me jogar na cara que é ridículo a forma como minha mãe é sem noção e que eu deveria parar de insistir tanto nessa convivência. Entretanto, é muito fácil julgar e opinar quando não se viveu tudo que eu vivi, quando não implorou a Deus todas as noites por dezessete anos que pudesse ter uma mãe. É fácil para Roberta julgar e até mesmo Miguel que embora evitasse opinar, concordava com ela, afinal ambos tiveram mães maravilhosas e presentes e, por isso, desconhecem o sentimento de solidão. Dessa forma, seria infantilidade da minha parte não me esforçar para construir uma relação que eu implorei, rezei e sonhei tanto para ter apenas porque minha mãe não é tão perfeita como eu havia idealizado. Pessoas perfeitas não existem e, apesar de qualquer defeito, ela é minha mãe e eu a amo incondicionalmente por isso.
Com isso em mente, peço para Alma vir até o meu quarto para conversar, afinal ela é a única pessoa com quem consigo falar abertamente sobre o assunto e que eu sei que me compreende absolutamente. É claro que Alma não é a maior fã de Marina, mas ela sabe o quanto isso é importante para mim e coloca as minhas necessidades acima das dela como sempre colocou. Assim, me orienta a marcar de vê-la, para que possamos conversar pessoalmente e esclarecer todos os mal-entendidos e, dessa forma, já poderia aproveitar para convidá-la para um pequeno jantar em família que meu pai faria na sexta à noite para oficializar o meu noivado. Não seria nada demais, apenas nosso núcleo familiar, contudo meu pai fazia questão dessa formalidade.
Soando frio e com as mãos tremendo, disco o número no celular e aguardo sob o olhar encorajador de Alma que segurava uma das minhas mãos em um carinho que dizia que eu nunca mais estaria sozinha.
Ligação On
-Alô - ouço a voz da minha mãe totalmente impessoal do outro lado da linha e minha mente já se atrapalha com tudo que eu havia planejado dizer.
-Oi mãe, é a Mia – me repreendo por essa frase ridícula, é óbvio que é a Mia, afinal quem mais chamaria ela de mãe? - E-eu voltei de viagem ontem à noite, queria saber se tá tudo certo pra almoçarmos hoje... - Nós almoçávamos juntas uma vez na semana, nas quartas-feiras, em um restaurante perto do seu apartamento que eu odiava, mas me esforçava a comer para não parecer mimada.
-Ai Mia, esqueci que você voltava ontem e já tenho compromisso pro almoço de hoje.
-Ah... T-tá bom... - Gaguejei incapaz de impedir que meus olhos nublassem de lágrimas por ela ter esquecido da única hora da semana que era minha.
-...Mas podemos jantar se você quiser... - Falou em um suspiro e foi o suficiente para ne fazer voltar a sorrir.
-Sim! Claro que quero! Te encontro onde? - Questionei empolgada.
-Te espero às 20h no Village.
-Tudo bem, nos vemos de noite então! Beijos mãe, amo você, tchau!
-Tchau.
Ligação off
Fiquei tão empolgada que vou ver a minha mãe no jantar que ignorei completamente a forma fria que ela se despediu. Alma, que acompanhava tudo ao meu lado, visivelmente tentava controlar a irritação com Marina para não estragar a minha empolgação. Eu sei que ela foi impessoal e que esqueceu do nosso compromisso, mas ela também me convidou para jantar, então porque não focar na parte positiva, não é?
O dia passou em volta dos preparativos para o jantar de noivado, como eu disse seria algo bem simples, mas queria um cardápio que agradasse a todos e óbvio que um look novo para essa ocasião especial. Alma, Josy e Roberta me acompanharam no shopping e como demorei horrores para me decidir entre dois vestidos, quando saímos de lá, Alma já me deixou direto no restaurante que eu encontraria Marina, me desejando boa sorte e garantindo que estaria há cinco minutos de distância e que com apenas uma mensagem no WhatsApp ela viria ao meu encontro.
Pensei que precisaria esperar um certo tempo, pois havia chegado alguns minutos antes e minha mãe sempre se atrasava, contudo, ao entrar no restaurante já fui capaz de avistá-la sentada em uma mesa perto da janela e instantaneamente senti um sorriso enorme partir o meu rosto. Afinal, como diz o ditado popular "ações falam mais do que palavras" e o fato de ela ter se adiantado para me encontrar pela primeira vez era o suficiente para aquecer meu coração. Me dirigi à mesa e ela não só me recebeu em um abraço caloroso, como também sugeriu que eu escolhesse o jantar, surpreendo-me mais uma vez. Sem questionar, fiz minha escolha feliz por poder comer algo que eu goste, afinal estava há horas sem nenhuma refeição devido ao tempo que levei escolhendo as coisas do noivado.
Inicialmente conversamos amenidades e contei detalhes da minha viagem, ignorando totalmente o fatídico episódio sobre o anel de noivado propositalmente, pois embora eu soubesse que em algum momento precisaríamos tocar no elefante escondido na sala não queria estragar o clima acolhedor presente ali e quanto mais o tempo passava, mais difícil se tornava introduzir o assunto. Felizmente, quando estávamos acabando a sobremesa, minha mãe levantou a polêmica em questão de uma forma assustadoramente calma.
-Filha, sinto que te devo um pedido de desculpas pelo o que aconteceu na viagem em relação ao seu noivado... Eu agi de uma maneira impulsiva e sei que deveria ter conversado com você antes.
Uau! Pelo visto hoje era a noite das surpresas. Marina estava me pedindo desculpas por algo e ainda havia me chamado de filha na mesma frase e não com o impessoal Mia que ela costumava utilizar. Mesmo que ela tenha falado a palavra noivado com uma pequena careta, fui capaz de ignorar esse detalhe frente a todas as outras mudanças.
-Tá tudo certo mãe, eu sei que foi um grande mal-entendido... Bom, a verdade é que Miguel me presenteou sim com o anel de noivado que era da mãe dele e, obviamente, um gesto desses deixa claro a seriedade do nosso relacionamento e a intenção de nos casarmos um dia, mas isso não vai acontecer nesse momento... Queremos estudar, terminar a faculdade, adquirir independência antes de tudo... - Expliquei com a maior tranquilidade que conseguia ter no momento, pois sabia que mesmo com todas essas explicações ela pensaria que nossa relação era séria demais para a minha idade e mais um monte de asneiras que ela fazia questão de repetir em quase todos os nossos encontros.
Eu queria muito que ela entendesse o meu lado, não consigo entender essa implicância gratuita com Miguel e o nosso relacionamento e por isso me esforço muito para deixar as coisas claras e tentar passar segurança de que eu não estava cometendo o mesmo erro que ela. Como já está claro para todos a minha volta, minha relação com Marina era algo da mais extrema importância na minha vida, algo que eu almejei, planejei e idealizei por anos a fio e que já havia aberto várias concessões em nome da nossa boa convivência. Contudo, indiscutivelmente, Miguel não faria parte dessas concessões de maneira alguma. Era simples: ele era a minha vida e se as pessoas quisessem fazer parte dela teriam que aceitá-lo. Por mais doloroso que fosse romper relações com a minha mãe, eu jamais desistiria de Miguel por isso.
-Você sabe que ainda é difícil pra mim entender a magnitude da relação de vocês e, bem... Já que estamos sendo sinceras aqui, você também sabe que eu e o Miguel não nos damos bem... Mas eu estou disposta a tentar ter uma relação cordial com ele. Andei conversando sobre isso com Antônio e ele me fez entender que eu deveria baixar um pouco a guarda, que deveria ao menos tentar um bom relacionamento com ele, e bem, não estou prometendo que vá funcionar e que nós dois vamos ser próximos, mas estou te dizendo com todo o meu coração de que vou tentar filha, vou tentar isso por você!
Nem nos meus melhores sonhos imaginaria a minha mãe falando algo assim. Cada palavra que ela proferia acertava um pedacinho do meu coração que ia se expandido pouco a pouco no peito e que no final parecia explodir de tanta felicidade. Felicidade essa que transbordava dos meus olhos em grossas lágrimas de emoção me fazendo tentar controlar, sem sucesso, um som esquisito – meio riso, meio choro – que insistia em sair da minha garganta.
-Obrigada mãe! Você não sabe o quanto isso significa pra mim... De verdade, não sei como te explicar o quão feliz eu estou por você tentar... - Falei em meio à soluços enquanto dava a volta na mesa para lhe abraçar.
Ela enxugou o meu rosto e com um beijo na minha testa disse:
-Mia, eu disse que vou tentar, não quero te decepcionar depois se não der certo...
-Tentar já basta pra mim mãe! É mais do que suficiente! Não se preocupe, você nunca vai me decepcionar!
-Que bom filha, eu sei que às vezes não demonstro, mas eu me importo com você, quero te ter sempre por perto, eu apenas tenho um pouco de dificuldade em entender o quanto somos diferentes e sou nova nessa coisa de ser mãe! Eu sei que me perco, mas pode ter certeza que tudo que eu faço é pensando no melhor pra você, é tentando te proteger... Antônio tem uma filha da sua idade e ele tem me dado muitos conselhos sobre a nossa relação, está me mostrando um lado que eu não conseguia ver...
-Tenho certeza que vamos conseguir mãe, o que mais importa é que nós duas estamos nos esforçando pra que dê certo... Mas agora me diz, quem é Antônio? - Questionei com uma carinha maliciosa, afinal, nunca tinha ouvido falar dessa pessoa e de repente era "Antônio pra cá e pra lá" no meio da nossa conversa.
-Ah, verdade, era isso que eu precisava te contar, Antônio e eu estamos meio que namorando – confessou com um sorrisinho de canto e eu sorri largamente a incentivando continuar – Nos conhecemos quando fui resolver as últimas pendências que tinha na Espanha, ele voltou sentado ao meu lado no avião e conversamos praticamente a viagem toda, trocamos o número do celular e mantivemos contato.
Estava feliz que minha mãe estava namorando alguém, me preocupava muito o fato dela ser tão sozinha e enfrentar tantos problemas, morria de medo que ela acabasse voltando a ter depressão e tivesse uma recaída com as drogas. Eu sinceramente esperava que esse tal de Antônio fosse alguém legal e que a fizesse feliz como ela merecia, no que dependesse de mim ele teria todo o meu apoio, afinal aparentemente ele não apenas estava fazendo a minha mãe feliz, como a tinha a transformado literalmente em uma mãe pela primeira vez desde que nos reencontramos. Isso bastava para eu aprovar essa relação antes mesmo de conhecê-lo.
-Que ótima notícia, mãe! Estou muito feliz por você e espero que ele te faça feliz como você merece!
-Ele quer te conhecer, eu tenho falado muito de você...
Meu coração erra uma batida quando ela diz que fala muito sobre mim. Se ela fala é porquê se importa comigo, não é?
-Claro, vamos marcar um dia! Na verdade, eu tenho um convite pra fazer e é um bom momento pra exercitar o que você falou sobre ter a mente mais aberta... - Comecei hesitante.
-Ai Mia, você está me deixando nervosa, o que você aprontou?
-Não aprontei nada, tenha em mente tudo que eu te falei antes, ok? Eu e Miguel não vamos nos casar agora, mas ele me deu um anel e papai quer fazer um jantar lá em casa apenas para oficializar esse momento e eu queria muito que você estivesse presente, pode levar o Antônio também, vai ser uma ótima oportunidade de nos conhecermos.
-Não sei Mia, é praticamente um jantar de noivado, não consigo achar normal uma coisa dessas, você é apenas uma menina! E o seu pai ainda a incentiva com esse tipo de atitude...
-Por favor mãe! - implorei choramingando e unindo as mãos na frente do rosto como uma criancinha faria para pedir algo – Não vai mudar nada, a nossa relação vai continuar a mesma e os planos de casamento são para o futuro, um futuro que ainda está bem distante, a única diferença é que agora eu uso um anel. Por favor, estou literalmente te implorando aqui... Vão estar só as pessoas que mais amamos e você é uma das pessoas que mais amo na vida, significa muito pra mim você estar presente, eu só... por favor... - Não sabia mais o que falar e tinha noção do total desespero que estava demonstrando.
-Ok, vou fazer esse esforço por você... - Ela nem havia terminado de falar e eu já estava em pé dando pulinhos de felicidade – Quando é esse bendito jantar? - Questionou emburrada ignorando meu ataque de felicidade, mas eu estava nem aí, nada seria capaz de estragar a minha alegria.
-Vai ser na sexta à noite, às 20h lá em casa! - informei e ela prometeu estar presente, levando também Antônio, seu novo namorado para que eu conhecesse. Sinceramente espero que ele consiga acalmar a minha mãe, pois não quero que nada atrapalhe o meu dia especial.
Normalmente após os nossos encontros Alma, meu pai ou Peter iam me buscar, porém quebrando todas as regras mais uma vez na noite, minha mãe me deixou na porta de casa dessa vez, nos despedimos com um beijo e eu entrei em casa saltitando e praticamente vomitando arco-íris de tanta alegria. Pela primeira vez desde que eu nasci, tudo se encontrava no lugar correto na minha vida: eu tinha um namorado pelo qual era completamente apaixonada, o sentimento era mútuo e estávamos na melhor fase da nossa relação até então; minha família nunca esteve tão feliz, Alma, Roberta e Josy foram acréscimos que somaram muito à minha vida e eu era incapaz de imaginar minha vida sem elas, além disso, meu pai nunca foi tão presente como agora; minha mãe estava convivendo comigo e pela primeira vez eu sentia que ela se esforçava para que construíssemos uma relação; eu estava prestes a entrar na faculdade no curso que sempre sonhei. Não havia falhas. Tudo estava perfeito e eu esperava que continuasse assim por um longo tempo.
Minha família estava na sala de estar quando cheguei. Meu pai estava sentado em um dos sofás com Alma nos braços enquanto Roberta e Josy dividiam o outro em meio a uma briga pelo último pedaço de chocolate. Entrei saltitante na sala, ciente do sorriso que rasgava o meu rosto, assim que ouviu o barulho Alma se levantou preocupada por eu não ter ligado para que ela me buscasse como o combinado e eu literalmente corri em sua direção lhe abraçando forte. Ela foi a única a entender o meu lado nessa história, era a minha melhor conselheira em todos os aspectos e eu me sentia protegida ao seu lado, então nada mais justo do que ela ser a primeira a saber do jantar.
-Querida, você está me preocupando, está tudo bem? - Questionou preocupada enquanto retribuía o meu abraço e afagava o meu cabelo, me fazendo só então perceber que, como o meu rosto estava escondido no seu pescoço, ela era incapaz de ver o meu sorriso e apenas sentia minhas lágrimas molhando o seu ombro, passando a impressão errada de como havia sido o jantar.
Me recuperei do meu pequeno surto e logo esclareci tudo que havia acontecido, sem esconder a completa felicidade que me invadia, compartilhando todos os detalhes com a minha família que estavam tão perplexos quanto eu com essa incrível reviravolta. Quando percebemos já passava da meia-noite e fomos todos nos deitar, ao chegar no quarto percebi que havia deixado meu celular na sala e retornei para buscar e, dessa forma, escutei uma parte de uma conversa feita aos sussurros entre meu pai e Alma, onde eles se demonstravam preocupados comigo caso Marina me decepcionasse mais uma vez. Eu entendia a preocupação deles, afinal, não foram poucas às vezes em que eu chorei por ela, mas eu sentia que agora era diferente e escolhi acreditar nos meus sentimentos.
Tomei um longo banho, relaxando após um dia puxado, escovei os dentes e coloquei uma das camisetas de Miguel que havia ficado comigo, sentindo saudades do meu gatito bebé ao inalar o seu perfume. Desbloqueei o celular para falar com ele, afinal a última vez que trocamos mensagens havia sido antes do jantar e me surpreendi com a quantidade de mensagens que tinha dele.
Gatito Bebé 😻
18:30h - Chegando em casa agora amor 😍
19:00h - Me avisa quando puder te ligar, saudade de ouvir a tua voz 😞
20:00h - Princesa cadê voceeee
20:30h - Mal chegou da viagem e já me esqueceu 😭💔
21:10h - Bebé é sério, estou ficando preocupado
Chamada de voz perdida de Gatito Bebé
21:30h – Vc pode me dizer pq tem celular se não atende?
21:35h - Acho bom vc ter uma boa desculpa p me fazer passar essa preocupação tda
Chamada de voz perdida de Gatito Bebé
Chamada de voz perdida de Gatito Bebé
22:00h – Finalmente consegui falar com a Roberta e descobri que vc tá viva
22:01h – Nossa Mia, obg pela consideração em avisar 👍
Olhei o relógio que marcava 00:30h e choraminguei, eu estava muito ralada.
Minha Vida ❤
00:30h - Bebé, desculpaaa
Fiquei longe do celular, mas eu tenho uma boa desculpa
Por favor, não fica brabo cmgo 🙏🙏❤❤❤
A mensagem apareceu como visualizada instantaneamente, mas como eu já imaginava, ele me ignorou com maestria e na mesma hora apareceu o horário da última visualização mostrando que ele não estava mais online. Decidida a esclarecer as coisas, fiz uma chamada de vídeo sendo ignorada nas três primeiras vezes, contudo, Miguel me conhecia bem e sabia que eu era capaz de ligar a noite inteira até ele me atender, então na quarta vez ele cedeu, embora eu tivesse certeza que foi muito mais para que eu parasse de incomodar do que por vontade de falar comigo naquele momento. Em questão de segundos meu namorado apareceu na tela do celular com sua cara demonstrando claramente o quão brabo ele estava. Ele se encontrava deitado em sua cama, sem camisa e com um dos braços atrás do pescoço enquanto o outro segurava o celular, o quarto estava com a luz baixa, mas isso não me impedia de ver o seu olhar irritado. Nesse momento me repreendi por estar com sua camiseta e não com uns dos meus pijamas sensuais que com certeza o fariam me desculpar mais rápido.
-O que você quer Mia? - perguntou seco me fuzilando com o olhar.
-Desculpa bebé, eu sei que estou errada, ok? Sei que deveria ter cuidado o celular e te avisado, mas é que o jantar com a minha mãe saiu completamente do que eu estava esperando e o meu cérebro simplesmente entrou em curto circuito e você sabe como eu fico quando envolve a minha mãe... Então, de verdade, sinto muito, juro que não vou deixar você preocupado de novo, pink promise! - Falei com voz de bebê e prometi beijando os dedos. Miguel suspirou e retirou a mão que estava atrás do pescoço a passando inúmeras vezes entres os seus cabelos, algo que ele fazia quando estava nervoso. Ele visivelmente estava muito irritado e eu tinha noção de que não iam ser meia dúzia de palavras que o fariam esquecer a raiva que ele alimentou nas últimas horas, porém esse gesto deixava claro também que ele tentava se controlar e que não estava disposto a iniciar uma longa DR por esse motivo, me fazendo crer que aquele realmente era o meu dia de sorte.
-O que eu faço com você Mia? - perguntou exasperado – Porra, sério Mia, nunca mais faça isso! Eu fiquei desesperado, não conseguia falar com ninguém da tua família, aparentemente todos resolveram ficar longe do celular hoje... Liguei na sua casa e o Peter só sabia dizer que você tinha saído as 15h da tarde e não tinha voltado ainda, até a minha mãe eu enlouqueci achando que tinha acontecido algo contigo! Quando a Roberta retornou uma das minhas milhares de ligações eu já estava a ponto de atravessar a cidade até a tua casa pra tentar ter alguma notícia.
Me desculpei mais uma vez com a voz visivelmente culpada por tê-lo preocupado tanto e ele novamente suspirou passando a mão entre os cabelos.
-Ok, só por favor, se você fizer isso de novo eu vou ficar muito puto, já estou avisando! Você vive grudada nesse celular, tá sempre postando algo no twitter, stories no instagram, só demora pra me responder se estiver dormindo... Eu surtei com esse seu sumiço, não faça mais, pelo amor de Deus!
-Não vou fazer gatito, juro!
-Ok, então agora me conta como foi o jantar... - Questionou tentando controlar sua irritação ainda evidente, mas transparecendo preocupação pelo que poderia ter acontecido. Minha expressão facial que até agora estava culpada e dengosa para que ele me perdoasse logo, se transformou em uma feliz e sorridente em questão de segundos enquanto eu detalhava cada segundo do jantar e como eu me sentia sobre isso.
Para minha surpresa, quanto mais eu falava, mais preocupada ficava a expressão do meu namorado, me deixando confusa com sua reação.
-Gatito, porque você tá com essa cara de preocupado? Sério, eu tô te dizendo, foi tudo perfeito!
Miguel deu um sorriso amarelo e após refletir alguns instantes, como se pensasse se me diria aquilo ou não, respondeu com um suspiro:
-Amor, de verdade, você sabe que a minha relação com a tua mãe é meio complicada, mas que eu sempre apoiei e sempre vou apoiar a convivência de vocês porque eu sei o quanto isso é importante pra ti, não é? - Assenti, pois, essa era a mais pura verdade, Miguel nunca escondeu que não gostava da minha mãe devido ao modo que ela tratava nossa relação, mas sempre me apoiou em todas as minhas tentativas e me consolou quando eu me frustrava com algo, sem nunca reclamar ou jogar na minha cara que havia avisado. - Então, não me leva a mal, mas de verdade... Você não acha muito estranha toda essa mudança do dia pra noite?
-Ela disse que foi esse tal namorado dela que tem uma filha da minha idade que a fez entender melhor as coisas, ela me pediu paciência, disse que é nova nisso de ser mãe e que tá aprendendo, falou que mesmo quando erra é pensando no meu bem, querendo acertar... - Repeti mesmo já tendo contado cada detalhe antes, como se tentasse provar que dessa vez seria diferente.
-Ok princesa, mas você entende que eu só tô com medo que você se machuque? - Respondeu resignado.
-Sim bebé e eu amo você por isso!
Me acomodei melhor na cama me preparando para dormir, assim como Miguel, e ficamos assim: deitados no escuro nos escarando em silêncio pela câmera do celular como apenas dois bobos apaixonados seriam capazes de fazer.
-Estou com saudade de você aqui dormindo comigo. - Confessei manhosa e Miguel sorriu com o meu drama.
-Eu também bebé... Mas tenta pensar que logo, logo é o nosso jantar e vamos passar a noite toda agarradinhos, porque eu certamente vou fugir do quarto de hóspedes no meio da noite. - Falou malicioso me fazendo sorrir. Agora que não estudávamos mais juntos, entrei em um acordo com o meu pai de que em um fim de semana Miguel dormiria aqui e no outro eu dormiria na casa dele, para que pudéssemos ficar algum tempo juntos, já que durante a semana era difícil e o máximo que conseguíamos eram algumas poucas horas. Óbvio que isso incluía quartos separados na visão do meu pai e eu manteria essa imagem enquanto pudesse, evitando problemas desnecessários. Nesse fim de semana, como o jantar seria aqui em casa, Miguel viria para cá na sexta à noite e ficaria até domingo, me fazendo contar as horas para que passassem logo.
-Estou contando as horas...
-Eu também - falou sorrindo – Princesa, eu tô morrendo de sono, vamos dormir?
-Uhuum, boa noite amor, amo você muito, muito, muito!
-Meu Deus, me diz como posso ficar brabo com essa coisa fofa por mais de uma hora? - Gargalhei com o seu comentário fazendo carinha fofa de novo - Você não tem nem vergonha na cara de me manipular desse jeito, mas mesmo assim eu sou completamente apaixonado por você! Boa noite bebé, te amo!
Atirei um beijo que ele retribuiu, desligando a chamada logo depois. Com o coração leve de tanta felicidade, me aconcheguei entre os travesseiros e dormi a melhor noite de sono em muito tempo.
............
Os dias passaram voando e quando dei por mim já era sexta-feira e eu estava surtando em meio aos preparativos. Roberta e Josy riam da minha cara dizendo que eu seria internada em um hospício quando fosse a vez do casamento, já que agora que era apenas um jantar informal com nossas famílias eu estava dessa maneira. Eu sei que elas têm razão em falar isso, contudo é muito mais forte que eu, se eu não surtasse não me chamaria Mia Colucci. Fico falando durante todo o dia com Miguel pelo WhatsApp e ele tenta me tranquilizar de que sairia tudo perfeito e que não daria nenhuma confusão com a minha mãe. Quando começa a anoitecer eu tomo um banho relaxante de banheira, ficando imersa na água quente com espuma escutando as minhas músicas favoritas e divagando sobre como seria no dia do meu casamento. Alma bate levemente na porta me avisando que a Solange já havia chego, ela é responsável por fazer minha make e cabelo desde sempre e eu não confiaria em mais ninguém para isso.
Foi tudo muito natural, minha make era simples, realçando os meus traços com contorno e iluminador, uma sombra clarinha em tons de rosa e para finalizar um delineador preto e muito rímel realçando os meus olhos como eu sei que Miguel amava. Nos cabelos apenas escovei e cacheei as pontas, os deixando soltos com eles batendo no meio das minhas costas. Meu vestido batia no meio das coxas, em renda com um decote ombro a ombro e em um rosa claro que contrastava com a minha pele que ainda estava extremamente bronzeada dos nossos dias na praia. Nós pés, uma sandália nude de salta alto e, para finalizar, coloquei um conjunto que meu pai havia me presenteado quando fiz quinze anos: composto de pequenos brincos de diamantes e um colar que trazia um único pequeno diamante luminoso no meio. Quando terminei, sorri para o espelho aprovando o resultado e logo desci para esperar Miguel, que viria com Helena e Lolly, e minha mãe que nos apresentaria o misterioso Antônio.
Mandei uma mensagem para o Miguel questionando se ele ainda iria demorar e ele respondeu que estavam entrando no condomínio, corri para esperá-los na porta, afinal, além de estar morrendo de saudades do meu namorado, ainda não havia visto Helena e Lolly após a viagem. Miguel havia usado parte do cachê do RBD para dar entrada em um carro que seria extremamente útil em sua nova rotina corrida, que conciliaria faculdade e empresa, fiquei extremamente contente com sua nova aquisição, pois assim seria muito mais fácil para nos vermos.
Assim que Miguel estaciona o carro na frente da minha casa, Lolly salta do banco de trás e vem correndo em minha direção me abraçando pela cintura. Nós tínhamos desenvolvido uma relação muito boa com o tempo, principalmente devido as minhas inúmeras férias em Monterrey, onde dividíamos o quarto e ficávamos conversando até tarde sobre os mais diversos assuntos – maquiagem e princesas da Disney eram os nossos preferidos. Algumas vezes, Miguel sentia ciúme por não darmos atenção a ele enquanto testávamos maquiagens uma na outra ou transformávamos roupas antigas em novas. A amava como minha irmã e tenho certeza que a recíproca é verdadeira. Ela era a pré-adolescente mais adorável da face da Terra, extremamente carinhosa e incapaz de fazer mal a um mosquito.
-Hey princesa, que saudade que eu estava de você! - Falei retribuindo o abraço com força - Deus do céu, como é possível você estar maior que a última vez que eu te vi?
-Oi Mia, também estava com saudades! Eu queria vir mais cedo, mas o Miguel ficou falando que você estava organizando o jantar e que eu iria te atrapalhar! - Dedurou com uma cara enfezada que me fez sorrir, enquanto eu olhava de canto para o meu namorado e o via conter o riso também.
-Deveria ter vindo se arrumar comigo! Você nunca atrapalha princesa! - Respondi com um beijo no topo da sua cabeça.
-Viu Miguel? Eu avisei, mas você não me levou a sério.
-Hey mocinha, não precisa tanto drama, eu prometi que nós três vamos passear no fim de semana para compensar, não prometi? - Ela assentiu e Miguel bagunçou os seus cabelos em uma clara provocação e foi o que bastou para Lolly gritar.
-NÃO BAGUNÇA O MEU CABELO! Você tá muito chato Miguel!
Lolly nem esperou resposta, me perguntou se poderia ir ao meu quarto arrumar o penteado e quando eu concordei ela disparou para dentro extremamente chateada pelo cabelo desfeito. Me dirigi ao meu namorado que enlaçou os braços na minha cintura, enquanto eu levava as mãos ao seu pescoço e selou nossos lábios diversas vezes, me abraçando logo após.
-Hey seu chato – falei implicando pelo que Lolly havia dito – Que saudade de você gatito!
-Você está ainda mais linda hoje amor, eu não me canso de ficar deslumbrado pela sua beleza. - Sorri e Helena logo apareceu concordando com Miguel.
-Oi querida! Miguel tem razão, você é maravilhosa, mas hoje está especialmente deslumbrante. O brilho dos seus olhos é capaz de ofuscar qualquer coisa ao seu redor.
-Nossa Helena, assim você me deixa constrangida – brinquei abraçando a minha sogra com carinho e trocando dois beijos na bochecha – Na verdade, o segredo para esse brilho nos olhos é felicidade: estou feliz! - Falei sorrindo amplamente.
Seguimos conversando amenidades enquanto entrávamos em casa e logo meu pai e Alma vieram conversar com a gente. Como namorados das minhas irmãs, Diego e Théo também estavam presentes e interagiam com Lolly em uma disputa de videogame pelo o que pude perceber. Estávamos sentados na sala e Miguel tinha um braço em torno dos meus ombros enquanto conversava e eu não conseguia parar de encará-lo, ele estava especialmente lindo hoje, com uma calça jeans escura e uma camisa social de botões azul clara, estava ciente do sorriso bobo que tinha no rosto.
-Deus do céu, tenta sorrir um pouco menos Mia, tô ficando com medo que teu rosto parta ao meio. - Brincou meu pai e a risada na sala foi geral.
-Impossível, tenho muitos motivos pra sorrir. - Falei boba me inclinando para selar os lábios de Miguel e ouvindo o "hummmmmmm" generalizado como implicância pelo nosso mel.
Eu estava tão feliz que nem percebi o horário avançar, estava conversando com Helena quando meu pai chamou Miguel para falar algo, os vi conversando preocupados e olhando em minha direção.
-Você sabe se aconteceu alguma coisa Helena? Tô achando Miguel e o meu pai tão estranhos... - Questionei franzindo o cenho e a vi dar um sorriso amarelo como de quem sabia de algo, mas não queria falar.
-Olha querida, não precisa se preocupar porque não aconteceu nada, na verdade eles estão preocupados porque já passa das nove e meia e... bem...
Sua hesitação foi o suficiente para que eu entendesse qual era o problema. O jantar estava marcado para as oito, já se passava uma hora e meia do horário marcado e minha mãe não havia aparecido. Eles estavam preocupados com a minha reação, não queriam estragar a minha alegria, isso era óbvio. Respirei fundo tentando controlar o aperto no peito e as lágrimas que nublavam os meus olhos enquanto voltei a encarar a minha sogra.
-Certo, entendi. Estava tão absorta na minha felicidade que nem senti o tempo passar.
-Eu sinto muito querida!
-Não, está tudo bem, não se preocupe Helena. Foi só o choque do momento, eu estou extremamente feliz e não vou deixar que nada estrague a minha noite e do Miguel, nada mesmo! Não é justo com ele, não é justo com a nossa história. Só preciso de alguns minutinhos para me recompor e vai estar tudo bem. - Falei em uma tentativa de me convencer daquelas palavras, sequei discretamente uma lágrima teimosa que escapou por um dos meus olhos e me dirigi ao banheiro.
Me apoiei no tampo de mármore da pia e me encarei no espelho respirando fundo várias vezes para retornar o controle do meu corpo. Alma aparece no reflexo do espelho com um rosto de pesar, mas não diz nada, apenas me abraça.
-Você quer falar algo princesa?
-Não, se eu falar vou precisar pensar sobre o assunto, e se eu me permitir fazer isso, vou desabar. Hoje é um dia especial, não vou deixar que isso estrague um momento de comemoração, nós vamos sair daqui e vamos jantar como havíamos planejado! - Falei determinada e Alma concordou comigo deixando um beijo na minha testa.
Saímos do banheiro e eu podia notar o clima de tensão mal disfarçada que todos exalavam me observando de uma maneira que eles achavam ser discreta, mas que na verdade dava muito na cara. Sorri e voltei a me abraçar em Miguel que me recebeu com todo o carinho do mundo e perguntou baixinho no meu ouvido se estava tudo bem, concordei e logo nos dirigimos a sala de jantar. Tentando bravamente cumprir ao que me propunha, eu ainda ostentava um sorriso nos lábios, mas tinha ciência de que ele não chegava aos olhos como há quinze minutos atrás. Contudo, quando estávamos todos sentados a mesa nos servindo do maravilhoso risoto de camarão preparado para o jantar, minha mãe entra na sala acompanhada de um homem de meia idade que eu deduzi que fosse Antônio.
-Desculpem pelo atraso, tivemos um pequeno imprevisto com o carro.
-Não tem problema mãe, o que importa é que você está aqui!
A abracei forte extremamente feliz por ela estar presente e de repente em questão de segundos eu voltei a sorrir. Ela me apresentou a Antônio, que se mostrou extremamente educado e receptivo e logo se entrosou em uma conversa sobre negócios com meu pai e Miguel. Quando terminamos o jantar, ainda na mesa, Miguel chamou a atenção de todos e sorrindo começou a falar.
-Há cerca de três anos atrás eu me mudei para a Cidade do México pelo motivo errado e com objetivos errados, eu era imaturo e como Mia adorava jogar na minha cara, extremamente caipira – Miguel riu e foi acompanhado de todos nós. Céus, ele nem tinha começado e eu já estava emocionada – Eu era uma confusão de sentimentos ruins que por mais que eu tentasse, não conseguia me livrar. Foi no primeiro dia de aula do Elite Way, no corredor quatro, próximo ao laboratório de ciências que eu avistei os olhos mais lindos que existem nesse mundo, e foram esses olhos cor de céu, os responsáveis por me proporcionarem os primeiros sentimentos bons que meu coração sentiu em muito tempo, esses olhos foram o farol que me guiou novamente em direção a luz, eles me salvaram da escuridão, a princesa salvou o caipira, Mia me salvou. Entretanto, como um bom conto de fadas clichê, o nosso amor à primeira vista não foi tão fácil assim de virar realidade, tivemos muitas lutas pela frente: precisamos lutar contra o passado, mentiras, intrigas, acidentes, desconfianças, mas principalmente lutar contra nós mesmos. Descobrimos que para que fosse possível viver esse amor, nós precisaríamos nos reinventar, e assim foi, nos reinventamos todos os dias um pouquinho e assim fomos superando cada obstáculo que surgiu. Mia, eu poderia te perguntar se você quer ser o meu "felizes para sempre", mas devido a todo o nosso caminho, nós dois sabemos que ninguém é feliz o tempo todo, por isso eu te pergunto: você aceita enfrentar todas as turbulências da vida ao meu lado? Você aceita ser a minha futura esposa e mãe dos meus filhos?
Deus, eu não tinha forças para responder, olho ao meu redor e vejo que Helena e Alma estavam chorando abertamente, meu pai tentava disfarçar a emoção e até Roberta parecia estar escondendo uma lágrima. Sorrio, porque se Roberta Pardo estava emocionada, ninguém esperaria que eu resistisse. Com a voz a rouca pelo choro e tentando conter as lágrimas que lavavam o meu rosto eu encaro aqueles olhos verdes maravilhosos e, sorrindo, respondo.
-Sim meu amor, tudo que eu mais quero é passar a vida toda ao teu lado, eu enfrento qualquer obstáculo desde que você esteja segurando a minha mão. Você disse que eu te salvei, mas na verdade foi o contrário, eu sempre escondi meus verdadeiros sentimentos em um casulo de falsa autoconfiança, me mostrava indestrutível por fora, quando na verdade me sentia aos pedaços por dentro. Você me mostrou que eu era capaz de me reconstruir, capaz de sentir, me mostrou que o amor está nos pequenos gestos, que a felicidade está na simplicidade. Os momentos mais felizes da minha vida foram ao teu lado.
Eu tinha planejado falar muitas outras coisas, contudo se tornou impossível com toda a emoção do momento. Miguel me enlaçou pela cintura e me beijou sob os aplausos da nossa família e assim que a comoção passou, ele se dirigiu ao meu pai e falou.
-Franco, no dia da nossa formatura eu dei a Mia o anel de noivado que um dia pertenceu a minha mãe, ela me disse que eu deveria entregar para a mulher com a qual eu sentisse o mundo congelar a minha volta e é exatamente assim que eu me sinto a todo instante com Mia. Não vi motivos para adiar o que certamente um dia viria a acontecer e peço perdão por todo o mal-entendido que essa atitude nos trouxe. Você se tornou uma pessoa extremamente especial na minha vida e sabe de todo o carinho, respeito e admiração que sinto, por isso eu gostaria de pedir a sua benção para o nosso noivado e futuro casamento.
-Mesmo se eu negasse certamente vocês dariam um jeito de fugir pra Cancún juntos – meu pai brincou arrancando risadas de todos – Mas falando sério agora, eu sou extremamente grato pela vida ter unido o teu caminho com o da minha filha, você se tornou um filho pra mim Miguel e é visível o quanto vocês fazem bem um para o outro. Eu seria um idiota se não desse a minha benção, contudo, vamos com calma, tenham um pouco de juízo, pelo amor de Deus.
Todos gargalharam pela maneira que o discurso completamente emotivo do meu pai se transformou de uma hora para a outra. Ele falou em tom de brincadeira, mas sabíamos que o aviso era real, meu pai nos achava extremamente impulsivos, dizia que não calculávamos bem o que iríamos fazer e depois não tínhamos estrutura para lidar com as consequências. Sinceramente? Errado ele não estava, mas que graça teria a vida sem um pouco de impulsividade?
-Aproveitando o momento, eu também gostaria de dizer algumas palavras – disse minha sogra – primeiramente queria agradecer ao Franco e sua família por terem acolhido tão bem o meu filho em uma cidade estranha, onde ele não conhecia ninguém, mesmo quando aparentemente ele e Mia se tratavam como cão e gato. – Falou arrancando risos de todos - Também gostaria de agradecer por Mia ter entrado nas nossas vidas as preenchendo de alegria. Querida – ela falou agora me olhando diretamente - você é luz por onde passa, nunca duvide do seu valor, porque todos que tem a oportunidade de conhecer esse coração enorme que você carrega devem agradecer por isso. Você é especial e pode sempre contar comigo para o que precisar, mesmo se for para falar mal do Miguel.
Mais risos foram arrancados e logo todos iniciaram inúmeras conversas paralelas me dando a oportunidade de beijar Miguel adequadamente.
Trouxe a cabeça de Miguel de encontro a mim e busquei seus lábios de forma apaixonada, senti o seu sorriso na minha boca entre os selinhos molhados que trocamos inicialmente. Puxei seu lábio inferior entre os dentes e senti Miguel estreitar os braços na minha cintura ao mesmo tempo que sua língua buscava a minha de uma forma apaixonada. O beijo terminou entre suspiros e ficamos nos encarando e sorrindo igual a dois idiotas, curtindo um momento espontâneo que logo foi interrompido por um flash, virei rapidamente e Roberta sorria com seu iphone em mãos tirando diversas fotos nossas.
-Vamos lá Barbie, não é você que pensa em todos os detalhes do evento? E você Miguel, não gosta tanto de fotos? Se não fosse por mim vocês não teriam nenhum registro da noite de hoje, já podem agradecer. - Falou enquanto dava um sorriso cínico em nossa direção, visivelmente querendo me provocar, contudo nada do que ela fizesse seria capaz de me tirar do sério hoje.
-Obrigada irmãzinha, realmente não sei o que seria da minha vida sem você. - Respondi a envolvendo em um abraço e beijando sua bochecha.
-Ai meu Deus Barbie, não te aguento nessa versão melosa! Por favor, reserve esse seu lado pro Miguel, comigo pode seguir com o lado implicante, obrigada!
-Nossa, você não tem sentimentos Roberta!
-Para de reclamar de mim e vamos tirar umas fotos, bati várias espontâneas de vocês, mas precisa ter algumas mais bonitinhas e tem que tirar com os convidados também.
Ficamos alguns minutos tirando fotos. Primeiro eu e Miguel abraçados e nos beijando, depois com nossos pais, irmãs e por último avistei minha mãe aguardando em um canto com Antônio me deixando sem saber como agir. Será que eu devia chamá-la para tirar foto ou isso seria forçar a barra demais? No fim, me salvando da indecisão, Antônio a puxou em nossa direção e se posicionou ao nosso lado olhando para Roberta para que ela tirasse a foto. Assim que acabamos, Antônio apertou a mão de Miguel e me deu um abraço nos parabenizando pelo noivado e agradecendo pelo convite:
-Foi um prazer conhecer vocês, precisamos marcar um jantar lá em casa um dia desse, seria uma boa oportunidade de vocês conhecerem a minha filha.
Sorri, assentindo com a cabeça em uma tentativa de parecer simpática, pois ele visivelmente estava tentando melhorar a relação entre minha mãe e eu, algo que ele não tinha obrigação nenhuma de fazer, e eu estava extremamente grata por isso.
-Filha, nós já vamos ir embora... - Olhei discretamente o relógio no pulso de Miguel e vi que ela havia ficado por pouco mais de uma hora, mas tentei não me chatear, estava feliz de ter a minha mãe nesse momento mesmo que por pouco tempo - Você organizou tudo perfeitamente, a comida estava deliciosa!
-Obrigada mãe! - Falei a abraçando apertado e falando baixinho no seu ouvido – De verdade, obrigada por vir, significou muito pra mim ter você aqui nesse momento!
-Está tudo bem, apesar de tudo, foi bom ver você sorrindo assim. - Disse retribuindo o meu beijo – Você me liga para combinarmos o almoço da semana que vem?
Assinto e os acompanho até a porta, mas logo retorno para a sala onde meu pai me aguardava para estourar um champanhe, Miguel me abraça de lado e brindamos ao nosso amor. Roberta liga uma música e diminui um pouco a iluminação da sala o que deixa o clima ainda mais agradável, era incrível a energia de se estar com as pessoas que amamos. Em certo momento, quando toca uma das poucas músicas românticas da playlist que Roberta colocou, Miguel me puxa em direção ao centro da sala e dançamos lentamente. Ao levantar percebi que estava levemente bêbada, pois quase me desequilibrei, meu namorado me abraçou forte me dando apoio e riu divertido me provocando por ser tão fraca com bebida.
-O que eu faço com você, amor? Meu Deus, você bebeu o que? No máximo umas três taças, sendo que a última está pela metade ali em cima da mesa...
-Ai gatito, eu não tô acostumada, para de implicar comigo, já me basta a Roberta. - Respondi com um riso que saiu um pouco mais esganiçado que o normal, o que só o fez achar mais graça. Roberta nem tentou ser discreta, gargalhava mexendo no celular e logo o mostrando para Josy, revirei os olhos porque certamente amanhã teria um milhão de figurinhas constrangedoras minhas no grupo.
-Se bem que eu gosto quando você está assim, mais solta, mais desinibida... Tenho ótimas recordações desses momentos... - Disse dirigindo sua boca ao meu pescoço onde distribuiu beijinhos e mordiscou o lóbulo da minha orelha me fazendo arrepiar.
-Ai bebê, não me maltrata assim que eu fico com vontade de você e não podemos agora.
Ninguém poderia me culpar por estar com tanta saudade, havia me acostumado a ter Miguel sempre comigo e agora fazia quase uma semana que eu não o via, estava desesperada, mas precisávamos ao menos esperar meu pai dormir antes de fugir para o quarto.
-Nossa, que saudade do seu cheiro... - Disse ignorando completamente o meu pedido e seguindo com seus beijos, que agora estavam mais para mordidas, no meu pescoço. Deus, eu iria enlouquecer.
-Me beija. - Pedi puxando sua boca em direção a minha e iniciando um beijo intenso. Estava morrendo de saudade de beijá-lo e não tivemos muito tempo para isso hoje, trocamos alguns poucos beijos comportados demais para me fazer matar a saudade que eu sentia. Miguel estreitou um dos braços na minha cintura e guiou a minha cabeça com o outro, suspirei emaranhando minhas mãos entre seus cabelos.
-Meu Deus heim, hoje tem!!! - Roberta praticamente gritou nos dirigindo um sorriso malicioso. Olhei em volta e vi que quase todos olhavam o nosso beijo pouco comportado. Meu pai aparentava ter uma conversa séria com Alma e evitava o meu olhar em um fingimento péssimo de que não havia visto. Ri da situação porque a bebida no meu corpo me impedia de sentir vergonha nesse momento.
Algum tempo depois, Helena e Lolly se despediram, logo sendo seguidas por Théo e Diego. As meninas logo arranjaram uma desculpa para subir, pois sabiam muito bem que era do meu interesse que a casa estivesse dormindo o quanto antes, contudo, para o meu desespero meu pai parecia ter outros planos. Ele nunca tinha conversado tanto na vida, puxava diversos assuntos aleatórios com Miguel, variando entre extremos como clima e bolsa de valores, eu já não aguentava mais e meu namorado me dirigia olhares como se pedisse socorro. Eu não estava entendendo mais nada, que vontade louca foi essa de conversar a essa hora da madrugada com o Miguel, que ele via todo o santo dia da semana na empresa e nos fins de semana aqui. Os assuntos eram tão chatos que em dado momento eu já tinha a cabeça apoiada no ombro de Miguel e lutava com todas as minhas forças para manter os olhos abertos. A única coisa que me impedia era o carinho gostoso que Miguel fazia nos meus cabelos e o arrepio que percorria meu corpo quando seus dedos escapavam até o meu pescoço, me lembrando que eu tinha planos muito melhores para terminar aquela noite do que dormir. Já sem saber o que fazer olhei para Alma claramente desesperada, ela saiu em direção ao banheiro e fez sinal para que eu a seguisse.
-Pelo amor de Deus, o que deu no meu pai? Eu não aguento mais, me socorre, pleaseee! - Exclamei com uma voz manhosa assim que nos encontramos sozinhas fazendo Alma rir.
-Seu pai está desesperado. Viu o beijo nada inocente que vocês trocaram e ouviu o comentário de Roberta e agora ele tem certeza de que você decidiu perder a virgindade hoje. Está fazendo de tudo para impedir que isso aconteça, quer vencer vocês pelo cansaço.
Não aguentei e gargalhei alto. Alma me repreendeu com o olhar, pois o lavabo em que estávamos não era muito longe da sala.
-Desculpa, mas ele chegou um pouco atrasado pra isso. - Respondi tentando conter o riso. Era engraçado pensar que meu pai tentava a todo custo proteger a minha virtude que nesse momento era praticamente inexistente, se ele soubesse os pensamentos depravados que eu tenho, morreria.
-Você ri né Mia? Mas fique sabendo que eu tive que me virar nos trinta pra acalmá-lo quando ele viu o beijo, ficou repetindo mil vezes que sabia que não deveria ter concordado com o noivado porquê você nunca tinha beijado assim antes.
-Que ele visse! - Falei e dessa vez nem Alma conseguiu conter a risada. - O que eu faço? É sério, tô morrendo de sono e não eram esses os planos que eu tinha para terminar a noite.
-Por favor, poupe-me dos detalhes – Alma falou me olhando incrédula como se tivesse visto um ET – Menina, você vira outra pessoa quando bebe, isso que foram três taças, imagina quando for mais.
-Nem queira imaginar. - Respondi rindo ao me lembrar da bebedeira que tive na viagem e tudo que eu havia feito naquele dia.
-Ok, pela sua cara eu prefiro não saber mesmo, mas como eu te disse, seu pai só vai dormir quando você estiver dormindo. Então, minha dica é: "durma" na sala e diz pro Miguel te levar pro seu quarto e ir pro dele, só assim seu pai vai desencanar.
-Ai Alma você é o meu anjo da guarda! Já disse o quanto eu te amo hoje? - Falei saltitando ao seu redor e distribuindo vários beijinhos pelo seu rosto enquanto ela ria do meu ataque histérico.
-Olha só Mia, eu tô te ajudando, mas pelo amor de Deus sejam discretos! Nós não queremos que a terceira guerra mundial estoure hoje!
Concordei e logo seguimos para a sala, escrevi no celular o plano elaborado por Alma e mostrei discretamente a tela para que Miguel conseguisse ler, vi que ele piscou para mim entendendo o planejado. Fui escorregando aos poucos no sofá até me encontrar deitada com a cabeça no colo de Miguel, ele acariciava os meus cabelos enquanto eu fingia dormir.
-Acho que já deve ser tarde, Mia está praticamente desmaiada aqui. - Comentou carinhoso como quem não quer nada. - Franco, você se importa se eu a carregar até o quarto? Dá pena de acordá-la, parece estar em um sono tão bom... - Miguel falou com uma naturalidade que impressionava e eu tive que conter o riso pela sua cara de pau.
-Realmente, ela até parece um anjo quando dorme – disse em um suspiro - Você tem razão, pode levá-la, eu também já vou me retirar.
Senti o sofá sumir abaixo de mim e aconcheguei a cabeça no pescoço do meu namorado, ele me deixou na cama apagando a luz e saindo do quarto logo após. Eu estava prestes a levantar quando ouvi a porta abrir novamente e voltei a fechar os olhos continuando a minha encenação, senti meu pai depositar um beijo na minha testa e sussurrar que me amava, o que quase me fez sentir culpa por enganá-lo. Quase.
Alguns minutos depois Miguel retornou para o meu quarto trancando a porta ao entrar, ele tinha um sorriso cínico no rosto e não demonstrava um pingo de vergonha pelo que fez.
-Você fala de mim, mas a sua atuação lá em baixo foi perfeita, até eu quase acreditei.
-Eu sabia que a recompensa iria ser boa. - Disse rindo vindo em minha direção.
-É?
-Uhuum, muito boa. Venha aqui. - Ordenou me puxando da cama ao seu encontro e após passar o nariz pelo meu pescoço e elogiar novamente o meu cheiro, buscou a minha boca com os seus lábios e deu seguimento ao beijo que trocávamos na sala, porém agora ninguém nos interromperia.
Levo as mãos a sua camisa a abrindo e sinto Miguel procurar o zíper do meu vestido sem sucesso. Sorriu da sua afobação e viro de costas afastando o cabelo para que ele visse o zíper quase invisível presente ali, meu namorado retirou delicadamente o meu vestido e sapatos, beijando cada milímetro do meu corpo como se o venerasse, fazendo com que eu me sentisse a mulher mais amada do universo.
-Gatito... - Chamei e Miguel ergueu a cabeça que estava entre os meus seios encarando-me – Eu fiquei nervosa na hora e acabei não falando tudo que gostaria... Então, eu só queria te dizer que esse é o dia mais feliz da minha vida, eu amo você e se eu vivesse um milhão de vidas mais eu diria sim a você em todas elas. Obrigada por me escolher também como tua mulher, eu sou uma pessoa infinitamente melhor porque te tenho ao meu lado. - Confessei tentando controlar as lágrimas que já se acumulavam nos meus olhos. Esse era o tanto que eu amava esse homem.
-Você é a minha vida todinha Mia, te quero perto de mim pra sempre e mesmo assim sinto que não será tempo o suficiente pra te mostrar o tanto que eu sou apaixonado por ti. - Fala erguendo uma das mãos e secando uma lágrima que escapou de um dos meus olhos.
Sem aguentar mais, puxo sua cabeça para mim iniciando mais um beijo apaixonado, calmo, que tentava transmitir todo o meu amor. O resto de nossas roupas é retirada rapidamente e após testar a minha intimidade com os dedos, Miguel coloca o preservativo deslizando lentamente para dentro de mim. Quando ele entra completamente gemo mordendo meu lábio inferior na tentativa de conter o som, ele fica parado por um instante enquanto nos encaramos rindo um para o outro.
-Não existe sensação melhor do que entrar em você princesa. Linda demais. Gostosa demais. - Fala começando a se mover lentamente e me fazendo arquear o corpo em sua direção entre suspiros.
-E eu só me sinto completa contigo dentro de mim. - Confesso.
Mesmo que hoje claramente estivéssemos fazendo amor, em dado momento foi impossível conter o desespero e os movimentos se tornaram mais rápidos e ritmados. Era muita saudade, muito tesão acumulado e muita paixão que estava ainda mais vivida após o dia de hoje. Forço o corpo, querendo girar para cima dele e Miguel facilita o meu trabalho assim que percebe a minha intenção, ele senta na cama investindo contra mim enquanto rebolo o arrancando um gemido. Aceleramos o ritmo em busca de libertação e logo alcançamos aquele que seria o primeiro orgasmo da noite. Muitos ainda estariam por vir, porque dessa vez o encanto não terminava a meia-noite. Busco a sua boca tentando transmitir em um beijo todas as sensações que se passavam no meu coração agora, era incrível esse sentimento de pertencimento, de saber que eu estava exatamente no lugar que deveria estar e com que deveria estar. Miguel era meu e eu era dele. Isso é fato incontestável e quem fosse contra teria que lutar contra as energias do universo, porque uma coisa é certa: o universo conspira ao nosso favor.
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Oiii, como estão traumadinhaxx? Sobreviveram ao dia de ontem? 😢 Porque pra mim foi difícil viu, tanto que eu precisei me refugiar nesse mundinho mym porque quem manda aqui sou eu e eles vão ficar juntos sim porque sofrimento já basta os da vida real kkkkkk
Sei que demorei, mas como expliquei no capítulo anterior as coisas não estão nada fáceis por aqui, mas não precisam se preocupar porque por mais que o tempo passe, eu sempre vou voltar quando sobrar um tempinho para escrever. E, além disso, estou recompensando a demora com esse capítulo que tem nada menos que 20 folhas do world, então mereço perdão 😂😂🙈🙈
Sobre o capítulo, o que acharam dessa relação da Mia com a Marina? Será que nossa bebê vai voltar a se magoar ou a relação delas vai deslanchar com a ajuda do Antônio? E o noivado de MyM, gostaram? ❤ Comentem bastante o que acharam do capítulo, deem dicas e deixem estrelinhas ⭐
Esse é meio que um capítulo de transição para uma próxima fase... Tá tudo muito lindo na vida deles né? Mas já diria a famosa filósofa contemporânea Samila em sua obra Efeito Borboleta: "Após a calmaria, vem a tempestade".
Boa noite 😘❤
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