CAPÍTULO IV
Esse capítulo é pesado para pessoas que tem sensibilidade com ansiedade então vão com cautela!
Boa leitura!
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Chegara o dia do encontro de mestre Kim e Yoongi e tudo que o dominador sentia eram calafrios e vontade de sair correndo que nem tava na hora, faltava só 10 horas, 29 minutos e 24… 26 segundos.
Caralho, ele ia ter um ataque cardíaco.
Ele já havia arrumado tudo, com tudo eu digo uma máscara que cobria seu cabelo todo e só seu corpo ficava a mostra. Talvez ele tenha exagerado, mas atualmente havia a possibilidade de ser reconhecido pelo peitoral ou pelo pau?
Mas este narrador é mais sincero, ele assistia com muito prazer sádico enquanto o loiro segurava o celular e quando viu a foto de perfil do contato ele havia ficado duro e estava gemendo por seu apartamento.
Ele estava fudido e sabia disso, nunca havia se envolvido com outra pessoa depois de seu primeiro caso, o que fora um desastre e agora ele estava se apaixonando gradativamente.
— Caralho, eu sou muito burro! — O Kim gritou e um gato da vizinha apareceu na janela para vê-lo — Oi bonitinho, veio me ajudar e dizer que eu não sou burro?
O gato, em sua completa sabedoria e boa educação entrou no apartamento e rodou Namjoon como em um consolo.
O advogado sorriu e foi até a cozinha, pegou uma lata de sardinha e colocou um pouco em um prato. Colocou na frente do bichano, este que atacou a comida.
— Eu queria ser um gato, aí só receberia carinho e comida boa… — o outro ouviu o toque de seu celular e deixou de passar as mãos no pelo brilhoso.
Viu que era Yoon e sorriu feliz, mas o sorriso não durou muito quando se lembrou o que ia fazer. Bom, não era errado, nem um crime, mas se sentia o pior dos seres por fazer algo assim. O som de seu toque parou de tocar e alguns segundos depois uma mensagem.
“Oii, bom dia, como vai?”
Merda, o que ele ia fazer…
Ele podia contar agora, poderia ser só um “uau, eu te peguei antes daquele encontro no banheiro e tals, vamos tomar um café?!”
Céus, não, isto não é uma história de um livro barato.
Olhou para as próprias mãos e isso não ajudou muito, se lembrava do que aquelas mãos haviam feito, de como tinha se ferido…
Merda ele não precisava olhar toda vez para as mesmas cicatrizes, ele tinha certeza que sua própria cabeça havia de lembrá-lo daquele episódio pelo resto de sua vida… quando ele quase se matou por um caso.
Ele havia se relacionado com um homem muito bonito e que o apresentou ao mundo fetichista, ele foi muito cortez no início, disse tudo e o ajudou a se descobrir e fora um sub obediente, mas…
O gato começou a coçar a cabecinha nos braços do Kim, que nem havia notado quando se encostou na bancada. Lágrimas escorreram de seus olhos a medida que se lembrava de tudo; de como foi bom até que ele quis terminar, não havia mais fogo e ele achava que isso era normal, mas o homem foi até a agência que ele trabalhava e disse a todos os funcionários que ele havia sido espancado e que ele era um pervertido.
Do pior tipo.
Outra ligação soou e Namjoon atendeu sem ver quem era.
— Você está bem?
— Que, sim por quê?
Havia ainda um medo e orgulho embutidos em si o suficiente para esconder tudo, como sempre fez.
— Eu estava lendo e senti uma dor no peito, então tô te ligando…
— Uau, que coisa, mas eu estou bem, obrigado por se preocupar.
Eles ficaram em um silêncio confortável, o gatinho agora rondava o apartamento com curiosidade, qual item poderia cair de forma majestosa e nem um pouco proposital? Namjoon via isso com divertimento, mas palavras involuntárias saíram da sua boca.
— Podemos nós ver hoje? Tenho algo pra te contar.
— Podemos sim, onde?
— Na cafeteria de sempre.
Eles desligam e o loiro fica olhando a tela, não devia ter dito aquilo, ou deveria? Ele não sabia, não é a questão mais fácil do mundo decidir, talvez, quebrar relacionamento com que se via futuro.
Mas estender isto demais também não era realista, os encontros seriam estranhos, as conversas maçantes e os diálogos pouco profundos.
Porra, porque caralhos ele havia feito isso?
Ele não podia se apaixonar como uma pessoa normal e baunilha como todo mundo?
Uma bola com sino veio até os pés dele e quando levantou a cabeça o gato o encarava como se chamasse-o.
Não faria mal brincar um pouco.
…
O Min olhava a tela do celular com a dor no peito se apartando, algo tinha mudado de bom, isso o confortava mesmo a dor ainda existindo.
Era estranha a dor, veio do nada e saiu do nada, achei que poderia ser um ataque cardíaco de tão forte e repentino, por algum motivo essa dor o disse para ver como Namjoon estava.
O Kim não era apenas um amigo, ou para um noite qualquer, cada vez que pensava ou dizia algo sobre ele, seu coração palpitava de ansiedade em vê-lo.
Yoongi está conhecendo o que é amor de verdade, mas não sabia muito coisa sobre o passo do rapaz, este que com certeza escondia algo.
Já preparado para ir até a cafeteira onde haviam combinado de se ver, estava nervoso, mas não sabia o motivo ao certo, só queria abraçar o Kim e saber se ele estava realmente bem.
Descia a rua com pressa, cortando pessoas e acelerando quando viu a vitrine bonita e saborosamente doce que o lugar tinha. Entrou pela porta e os sinos haviam o anunciado com alegria. Olhando para os lados, Namjoon já estava lá, estava em uma mesa afastada da que geralmente pegavam, era uma mesa pouco iluminada e escondida.
Estranho.
O de cabelos ruivos se aproximou e quando se colocou na frente do loiro este tremeu e soltou o cardápio que estava todo amassado, suas mãos tremiam e ele inteiro parecia que enfrentava uma guerra. Suas roupas estavam todas amassadas e ele trazia um sobretudo que não combinava com nada.
O músico pegou uma cadeira e se sentou perto do outro sem perguntar, mas quando foi abraçá-lo ele recuou.
— Desculpa, eu nunca devia ter feito o que fiz, desculpa — o advogado tinha as mãos tremendo enquanto abraçava o próprio corpo.
— Te desculpar por que, você não fez nada — Yoongi exclama tentando se aproximar.
— Eu sou o dom que você encontraria hoje — o loiro tremia e lágrimas saiam de seus olhos, havia um copo de água em sua frente, ele tentou bebê-la, mas todo o líquido parou no chão quando suas mãos não tiveram força suficiente.
— Moça, dois chás de camomila por favor! — O Min pediu enquanto voltava a olhar a pessoa à sua frente, ele era o dom Kim? Será que era uma piada, não tinha como ser, ele não sabia que ele sairia com um dominador.
— Aqui está senhores, não querem trocar de mesa enquanto tiramos os cacos? — a moça olhava-os com pena e Yoongi não sabia o que fazer.
— Não, obrigado — virando para a mesa, ele pegou uma das xícaras e aproximou da boca do loiro. Ele tomava goles curtos, mas o calor parecia ajudar, a tremedeira diminuiu — Do que está falando?
— Você entrou em contato comigo querendo uma sessão e eu aceitei normalmente, mas aí começamos a sair… e você é uma pessoa incrível, eu não consegui sustentar os dois Namjons, porque os dois são eu — colocando a mão no peito, ele tentava engolir algo, como se fosse um nó, ou um pão duro de mais para passar.
Bom, aquela foi a vez do ruivo tomar alguns goles de chá, toda essa situação era horrível e a sensação de traição que sentia tornava tudo pior, como poderiam os dois ser Namjoon? Ele iria nessa sessão descobrir se o BDSM era seu gosto e propor que eles tentassem algo juntos, mas não conseguia pensar na possibilidade do Kim ser dominador, ele era uma advogado calmo e que queria ter um gato…
Ao mesmo tempo, esse pensamento parecia ladainha, o que ele era fora de uma sessão não podia definir nada, mas havia algo ali, uma certa desconfiança que não tinha antes sobre quem era Kim Namjoon e se o que ele conhecia era a verdade.
— Eu…
— Eu sei que não quer mais se relacionar comigo e eu entendo o seu lado de todos os modos, me perdoe pelo que fiz — o loiro pegou suas coisas e saiu rapidamente do local, deixando o Min sozinho.
E Min Yoongi não foi atrás, ele não poderia pois agora o momento de reflexão era dele também, ele precisava decidir o que faria depois dali. Por enquanto, o que decidiu foi pegar sua xícara e trocar de mesa.
Quando saia da mesa notou alguns papéis caídos, presos por um clipes, no chão escrito “pedido de adoção” em um, em outro havia um bloco de notas, em outro havia alguns números de leis que com uma rápida pesquisa o Min descobriu serem as leis de casamento cívil. Mas, no último papel, este em que a tinta já era gasta pelo suor, havia um cartão de visita de uma joalheria profissional.
E Yoongi chorou, chorou muito.
E bem, como está é uma fanfic escrita por seres humanos sobre humanos, ele não saiu correndo atrás de uma multidão de pessoas enquanto chovia estrondosamente após ver os papéis, ele era um adulto e ainda estava machucado demais para ainda perdoar tudo.
Mas nele havia determinação, e uma vontade de continuar indo então, quando ele saiu, ele mandou mensagem para Namjoon, eles usariam aquela pernoite, mas não para o que foi planejado inicialmente.
“Oi, estarei esperando você no local combinado, quero resolver as coisas”
Yoongi manda a mensagem e uma parte de si queria ser conciliador e a outra queria deletar a mensagem e esquecer tudo porque ele tinha o direito. Pensando bem, ele queria o loiro em sua vida, mas ele queria uma explicação muito boa para toda essa merda.
Olhando os papéis novamente, seu coração quebrava por pensar que eles poderiam dar certo, teriam um gatinho, os anéis, uma casinha confortável e lá poderiam ver filmes enquanto dividiam suéters iguais com um pote de sorvete do lado…
Que grande merda.
Levantando-se da cafeteria, ele andou algumas quadras enquanto chutava uma pedra aleatória e quando percebeu já estava na rua dos casais. Era uma rua famosa de Seul, onde podia-se arranjar encontros e conselhos por um preço bacana.
O Min foi entrando cada vez mais até que se viu de frente a um conselheiro amoroso onde a porta do lugar, além de estar estupidamente sem óleo, tinha corações correndo por cada lado.
Mas quem disse que ele estava ligando para estética no momento?
Entrando no lugar, ele entregou o dinheiro e entrou em uma sala qualquer. O lugar era bonito, tinha uma arquitetura tradicional de bambu e portas de seda enquanto, no centro da sala, um casal o olhava. A mulher tinha um cabelo preto como ébano e olhos profundos, ela vestia um kimono verde escuro que ficava bem nela. A outra mulher ao lado tinha características idênticas, mas vestia um kimono rosa claro lindo.
— Olá, eu me chamo Ji-hipum, e esta é minha namorada Jamb-haa. Como podemos ajudar você? — a mulher dizia servindo xícaras de chá.
— Eu sinceramente não sei o que estou fazendo aqui, eu só queria conversar com alguém… — o ruivo disse se sentando na almofada que ficava de frente para as duas.
— O que aconteceu? — Jamb-haa perguntou suavemente.
— Eu briguei com meu possível namorado. Ele me contou que fingiu ser algo que não era — o músico disse fechando a mão na própria perna.
— E essa mentira, foi algo ruim? — a de kimono veste perguntou segurando a xícara perto do rosto.
— Bom, toda mentira é ruim né?
— Claro, mas será que ele não mentiu por receio de como você reagiria? — a de trajes rosados exclamou inclinando a cabeça para o lado — e eu gostaria de perguntar, foi uma mentira imperdoável?
— Bom, não é que seja imperdoável, mas eu me senti traído — o Min começou a olhar a porcelana — eu quero perdoá-lo, mas não sei quando ele vai mentir de novo.
— Bom, isso é algo que vocês poderiam conversar, ele contou o que fez e imagino que esteja arrependido. Será que não há espaço no seu coração para uma segunda chance? — Jamb-haa indagou falando para o outro tomar o chá.
Yoongi bebeu o líquido e quando o terminou tem uma sobra de folhas no fundo, a mulher chamada Ji-hipum pega a porcelana e olha com atenção. A mulher ao seu lado sorria enquanto olhava a outra com carinho
— Você é um homem de grande sorte e acho que as coisas darão certo para você — as duas disseram em uníssono e após isso riram.
Yoongi se sentiu muito bem depois dessa fala, seu coração já pertencia ao Kim, talvez poderia dar uma segunda chance a ele.
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