28 - Aquele que Alerta

Acordei com um beijo no meu rosto e quando me virei para o lado pude ver um lindo sorriso direcionado a mim.

Victor estava belíssimo com sua roupa social e de certa forma aparentava mais maturidade. Ele já não me ignorava mais e todas as noites compartilhávamos do nosso dia e nossa relação marital estava ajustada. Depois de alguns dias de casados, eu, enfim, voltei a estudar fazendo um curso técnico e Victor estava a cada dia mais atarefado com a correria da empresa. Mas, eu estava feliz com as coisas como estavam.

— Hoje a noite um carro vem te buscar para a festa. Irá começar as 20h, por favor, não se atrase — informou-me e selou nossos lábios com um beijo.

— Eu estarei pronta, querido. — Assenti com a cabeça.

— Eu a esperarei lá.

Nós demos as mãos e segui com ele até a porta. Ele se despediu e entrou no carro dando partida.

Assim que fechei a porta e comecei a caminhar para o quarto ouvi a companhia tocando. Girei o calcanhar a fim de retornar a entrada. Ao abrir assustei-me ao ver uma mulher loira na minha frente, ela deu leve sorriso para mim e disse:

— Sra. McWood?

— Sim, eu a conheço? — Semicerrei o olhar para com aquela bela mulher vestida de preto.

— Não senhora, mas eu preciso que me acompanhe.

— Acompanhar pra onde? — perguntei, desconfiada.

— Você vai precisar confiar em mim — ela disse e eu gargalhei jogando a cabeça para trás.

— Como você quer que eu confie em você se nunca nem lhe vi na vida?  — indaguei o óbvio.

— Senhora é importante! Vamos, não lhe farei nenhum mal.

Eu olhei para uma planta que ficava perto da porta e soltei o ar. Algo em mim dizia que deveria ir, mas outro lado dizia que não.

— Não temos muito tempo. Decida agora!

— Vamos! — respondi rápido para não dar tempo de arrependimento.

Corri até o quarto e troquei de roupa, coloquei um vestido, uma bota e uma jaqueta de couro preta, peguei a bolsa e segui juntamente com ela.

A viagem toda percorreu em silêncio. Eu deveria estar com medo, mas apesar de tudo eu tinha tranquilidade. O carro foi perdendo a velocidade e a mulher estacionou perto de um quiosque. Ela me mandou descer e seguir para trás do lugar.

— Você não irá comigo? — indaguei temerosa.

— Não senhora! Mas pode ir sem medo.

Eu soltei o ar e assenti. Desci do carro e caminhei para trás da casinha com teto de palha. Assim que cheguei lá havia algumas pessoas, mas uma em especial me chamou a atenção. Não acreditei no que vi.

John estava sentado em uma das mesas com um coco apoiado na mesa ao seu lado. Ele estava de óculos escuro, com uma bermuda branca e uma blusa preta, ele apreciava a paisagem.

Meus olhos marejaram ao vê-lo ali. Poxa! Ele era a única família que me restou e a lembrança mais vívida de meus pais. Era certo que muito cedo ele se afastou de nós e eu estava decepcionada por saber que ele enveredou por caminhos tão errados, mas ainda assim era meu irmão.

Aproximei-me dele e o mesmo assim que sentiu minha presença se levantou e de modo inesperado me abraçou fortemente. Eu retribui aquele gesto afetuoso.

— Senti sua falta, trouxinha! — ele brincou se afastando com um sorriso nos lábios.

— Como pôde sentir minha falta se mal convivia comigo?  — rebati.

— É... Eu sei que não fui e nem sou o melhor dos irmãos. Mas depois de tudo que me aconteceu, eu consegui pensar um pouco na vida — ele declarou e aparentava ser sincero em suas palavras.

— Eu espero que tenha pensado bem nas suas ações.

Ele sorriu de escanteio e balançou a cabeça.

— Minhas ações sempre foram bem pensadas, Sophia. Eu sempre soube o que estava fazendo. — Ele desviou o olhar para o mar a nossa frente.

— Por que apareceu agora? — perguntei sentando e ele me acompanhou.

— Precisava dizer algumas coisas e te alertar também. Mas primeiro quero desejar felicidade para com o seu casamento. Você fez bem em casar com aquele playboy.

Eu apenas concordei com a cabeça.

— Sophia — ele segurou minha mão —, você precisa vigiar sobre as pessoas que estão ao seu redor nem todas são confiáveis. Existe gente que está somente expionando e por mais que eu não quisesse uma hora ou outra tudo virá ao chão. Você tem que aprender a ser forte desde já!

Aquelas palavras me trouxeram um arrepio e certo temor.

— Eu quero que apesar de tudo, você aproveite esse tempo bom da sua vida. — Ele desejou com um sorriso.

— Eu queria que as coisas não fossem assim, John. Poxa! Você estraga a sua vida e a minha vai junto. Isso não é justo! — falei com as lágrimas já descendo sobre minha face.

— Eu sinto muito, Sophia. E não queria que as coisas fossem assim, mas são. Eu espero que entenda.

— Não é justo! — Neguei com a cabeça.

— A vida não é justa e você aprenderá sobre isso. — Ele se levantou e disse: — Eu tenho que ir, mas lembre do que eu disse e tenha cuidado.

Eu deveria abraçá-lo, pois não sabia quando o veria de novo. Porém, meu coração estava angustiado por toda aquela situação.

— Fique bem, Sophia! — Ele não pediu nada e apenas foi andando.

Em meio minha luta interna, eu o chamei:

— John!

Ele se virou e eu corri em sua direção e o abracei fortemente.

— Por favor, se cuide! — Minhas intensas lágrimas molharam sua camisa.

— Eu vou, trouxinha. — Ele riu. — Ore por mim!

Ele disse e partiu me deixando com a minha tristeza. Orar, era isso que eu deveria fazer, mas a tanto tempo eu não fazia isso. Eu contastei a minha terrível situação, eu estava sozinha diante de toda aquela calamidade.

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E aí pessoal, beleza?! Kkkk

Desculpa a demora, a minha vida estava numa correria sem fim. Mas agora estamos aí com mais um capítulo. Espero que gostem 😘

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