3° Capítulo

Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.

Merliah Lencastre
NARRANDO

Havia se passado apenas três horas desde havia pisado meus pés naquela maldita cidade e já era o segundo corpo que presenciava em minha frente.

Logo, o corpo que parecia de um garoto caiu em cima de um carro antigo fazendo seu corpo de chocar contra o parabrisa e quebrar todos os vidros, assim seu corpo rolou até o asfalto em quanto todos a minha volta estavam parados incrédulos com a cena.

Por alguns segundos meu coração se congelou por completo, todo aquele sangue me lembrou aquela maldita noite que jamais esqueceria, me lembrou meu amada Carter e fiquei praticamente congelada. Era como se o tempo estivesse parado diante de meus olhos por horas e  meu corpo fosse invadido por milhares de sensações que foram sessadas por o grito de um homem.

— Alguém o ajude! – gritou estridente.

Voltei a minha consciência tão rápido quanto a perdi e quando percebi já estava de joelhos ao lado de seu corpo junto a Christoffer.
Ali em minha frente se encontrava um garoto a beira da morte, jovem e sadio, provavelmente alguém com uma longa vida pela frente, se não fosse pelo que havia acabado de acontecer.

— Está tudo bem, meu nome e Merliah, irei garantir que sobreviva. – digo e ele segura minha mão com força e me olha assustado, seus olhos imploravam para que a morte não lhe alcançasse. Eu não tinha nenhuma experiência em salvar vidas, apenas uma base superficial relacionada as aulas ridículas de cura de Tia Harriet, mas com certeza que achariam uma completa maluca se seguisse aquela maldita aula de cura com ervas.

— Chame a droga de uma ambulância! – ordenei a Christoffer que não estava nem um pouco abalado com a cena em sua frente.

Mas é claro que não estaria o famoso Christoffer Bonneville, temido pelos menores clã de bruxos nos Estados Unidos, ele e seus guardas costumavam deixar rastros de corpos por onde passavam...

— Já chamei, estão acaminho. – avisou de maneira fria.

— Foram eles! Eles fizeram isso comigo. – sussurra desesperado o pobre garoto a beira da morte.

— Eles quem? – pergunto tentando entender o que havia acontecido com ele.

— A ordem do dragão, foram eles. – diz em um último suspiro e fecha seus olhos.

— Não! Você não vai morrer. – digo lhe dando leves tapas no rosto. — Vamos lá fique acordado. – coloco a mão sobre seu pulso e não encontro nenhuma batimento, posiciono a mão sobre seu peito e começo uma massagem cardiaca, ou algo parecido com o que custumava ver nos filmes.

Por mais que estivesse me esforçando seu pulso não voltava e naquele momento eu não estava tentando salvar aquele garoto desconhecido. Era como uma miserável sensação de agonia por não ter conseguido salvar Carter, então queria salva-lo, queria perdidamente que seu coração voltasse a bater, queria uma vez na vida conseguir salvar uma vida.

Meus momevimentos ficaram mais intensos e desesperadores a maneira em que seu coração não voltava a bater, até mesmo senti minhas mãos quebrando uma de suas costelas, mas eu não parei, continuei em uma desprezável esperança em tentar salva-lo, para preencher o vazio que estava em meu coração completamente em pedaços. E a única coisa que fez com que eu sessasse está minha loucura foram as mãos fortes e grandes de Christoffer segurando meus braços e me puxando para longe do corpo assim que a ambulância chegou.

— Ele está morto, não há nada que possa fazer! – Christoffer disse de maneira direta ainda me segurando com força, seus mãos eram quentes como fogo, mesmo que a cidade tá estivesse com um clima congelante.

— Me solta! – o encaro enojada, era um maldito Bonneville com suas mãos sobre minha pele e aquilo me dava ânsia. Pois só de lembrar aquele maldito sobrenome todas as lembranças dos piores momentos vividos na minha vida, como a morte de minha mãe e de Carter voltavam como uma visão lúcida.

— Então se controle. – me encarou no fundo dos olhos, seus olhos eram azuis escuros e sem qualquer brilho, olhos frios, penetrantes e completamente intimidadores, era como se aquilo que ele havia me dito fosse uma ordem e eu deveria obdecer.

— Estou controlada. – me levanto tentando respirar o máximo de ar que meus pulmões conseguissem consumir e limpando minha mão ensanguentada sobre a caminha do Bonneville.

— Você enlouqueceu? – questionou observando a cena.

Eu não sei o porquê havia feito aquilo, mas fiz, talvez como uma pequena vingança e um sinal súbito que eu sabia que ele era sujo, sujo com sangue de muitos.

— Controle-se! – impus imitando exatamente o tom de autoridade que ele havia usado comigo. — E apenas o sangue de um homem morto. – digo essas palavras com uma lágrima caindo sobre meu rosto.

Christoffer me encarou por alguns segundos como se eu fosse uma louca e era exatamente como estava me sentindo. Olhou para sua caminha que agora tinha uma grande carimbo de sangue marcado pelas minhas mãos e por fim deu os ombros.

— Você está bem? – questionou. — Não imaginei que uma agente agiria com tanta falta de ética.

— Sim estou. – levantei o rosto. — Só tive uma perda importante e acabei me deixando levar, não se preocupe.

— Está agora é uma cena de crime então vocês dois devem sair para que demarquemos o local e esperar para que o delegado venha pegar seus depoimentos. – um dos paramédicos de havia declarado a morte do jovem disse a Christoffer e mim

Concordei com a cabeça assim como Christoffer e saímos em silêncio da cena caminhando para o outro lado da rua. Em apenas alguns segundos que atravessavamos devo ter pensado em milhares de assuntos. Ordem do dragão, Carter, Christoffer, morte, Ordem, vingança, morte, desprezo e Carter...

— O que é a Ordem do dragão?  – perguntei a Christoffer de forma direta, eu sabia que ele iria mentir diante aos meus olhos, provavelmente uma mentira tão boa que faria com que até ele mesmo acreditasse em suas palavras, mas mesmo assim eu gostaria de saber o que ele tinha a me dizer.

— Como? – perguntou se fazendo de desentendido, mas ele havia escutado eu fui muito clara e direta e falei em bom som.

— Antes do garoto morrer ele disse que foi a Ordem do Dragão que havia feito isso com ele, o que é a Ordem do dragão? – perguntei com seriedade.

— Não sei muito. – diz confiante com a verdade instalada em seus olhos falsos. — O que sei é que são um grupo de tráfico de drogas da cidade e arredores. – admitiu uma parte da verdade.

Eu havia pesquisado muito bem antes de vir para cá e a coisa mais curiosa que encontrei foi que a Ordem do Dragão, bruxos com sangue nobre e linhagens vindas diretamente de Salem, estavam se submetendo a venda de drogas ilícitas pela cidade, drogas que aliás faziam muito sucesso e lhes permetiam bom uso do nome. Eu só não conseguia entender o porquê, não faz parte do mundo praticante de magia e isso era um fato que se chegasse aos olhos do conselho soberano dos bruxos causaria o fim de qualquer história que algum dia o clã chamado a Ordem dos dragões existiu

— Este grupo costuma causar mortes como estás na cidade na frente de todos? – faço um V com a sobrancelha.

— Saber sobre isso não está entre minhas prioridades. – deu os ombros. — Só lhe dou uma pequena dica agente, faça o que veio fazer na cidade e vá embora o mais rápido possível.

Antes mesmo que eu podesse lhe dar uma resposta a sua altura o xerife já havia abordado nós dois para ir a delegacia dar um depoimento formal e assim se fez.
Christoffer e eu nós separamos nas viaturas deixando todo aquela cena de barulho e confusão para trás.

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