Parte 2
Fico pasma. Minhas pernas falham, me obrigando a sentar.
— Deve ser coincidência. — Lexy diz, tentando ser otimista.
— E se não for?
— Você acha que...
— Não sei... — falo interrompendo-a, enquanto coloco as mãos na cabeça. — Mas seria coincidência demais! — continuo.
— Por que ele mandaria matar o seu pai, Megan? Não faz sentido! Eles se conhecem desde crianças!
Fico calada a analisar toda a situação.
Realmente, não faz sentido. Ele e meu pai eram tão próximos. Quando meu pai morreu, Thomas nos apoiou tanto, ajuda a cuidar do restaurante. Ele não teria o sangue frio de ter matado em segredo o marido da mulher com quem está e conseguir encara-la todos os dias. Além do mais que, Thomas o admirava, dizia que queria ser que nem meu pai um dia, que sua vida era incrível...
— É isso! — falo como se tudo começasse a fazer sentido.
— Isso o que, Megan?! — pergunta confusa.
— Ele dizia que a vida do meu pai era perfeita, que queria ser como ele um dia. Pensa bem Lexy, depois da morte de meu pai, Thomas nos apoiou demais, o que é normal, porém, ele incentivou e insistiu para minha mãe sair do Brasil, e recomeçar em um outro lugar.
— Querendo afasta-la das lembranças que aquela casa trazia em questão ao seu pai. — Ela continua.
— Sim!
— Mas espera, do mesmo jeito ela estaria voltando para Seattle, uma cidade que seus pais viveram da infância até a adolescência, traria lembranças para ela da mesma forma.
— Verdade, porém, Thomas não deve ter sugerido para ela voltar à Seattle e sim, ir para outro lugar, mas, como conheço minha mãe, se ela saísse do Brasil, não iria querer ir para um país que não conhecesse, ela é péssima em se habituar à mudanças, só veio para o Brasil, pois era um sonho que tinha desde a infância. Então, como não tinha outra opção, a não ser Seattle, preferiu incentiva-la a ir para lá, pois achou que seria melhor do que a mesma, continuar morando na casa que um dia meu pai e ela viveram.
— Qual foi o ganho de Thomas nisso tudo? — pergunta.
— A mulher, filha, restaurante... a vida que antes era do meu pai e que, agora, depois de sua morte, se tornou a de Thomas. Foi o que ele sempre quis! É a única resposta para isso tudo.
— Mas seu tio sempre amou a vida dele! Cansava de falar que, não a largaria por nada!
— Mas largou, não largou? Antes ele fedia a cachaça e cigarro e, agora, sinto cheiro de perfume caro, a jaqueta que ele usava, deu lugar à um paletó e gravata, não o vejo mais andando com sua moto, se encaixou nos padrões que antes, ele odiava! Realmente? Acho que ele não amava a vida que tinha, acho que só fingia amar, acho que invejava o meu pai. É horrível pensar nisso... — falo com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. — Mas Thomas mandou mata-lo pois, sabia que não conseguiria recomeçar sozinho, na verdade, não é que ele não conseguiria... ele tinha preguiça de tentar construir algo para ele e, preferiu fazer da vida de outra pessoa, vida essa que já estava feita e realizada... a sua.
— Megan... eu... eu sinto muito! — fala a me abraçar.
— Eu também sinto... Desde pequena convivo com ele, o amo de uma forma inimaginável, mesmo com o seu jeito de ser. É difícil pensar que uma pessoa que você ama, armou para matar o seu pai, a quem dizia ser seu melhor amigo. Me sinto traída e, essa é a pior sensação do mundo!
— Calma Megan! Ainda não temos certeza.
— Pois teremos! Imagina, se você fosse um criminoso e, armou para matar uma pessoa, porém descobre que ela está viva, e que sabe que você tentou matá-la... o que faria?
— Tentaria matá-la novamente, antes que falasse para alguém. — Assentir com a cabeça. Então, finalmente, entendeu meu pensamento. — ótima ideia Megan, você está querendo armar para Thomas ao dizer que seu pai está vivo e que sabe quem tentou contra sua vida, logo ele iria atrás do teu pai para tentar matá-lo de novo. Mas, só há um problema nisso tudo, ele não iria encontrá-lo Megan, pois, seu pai não está vivo!
— Está completamente enganada.
— Como assim?!
— Isso mesmo!
— Não, não vai me dizer que...
— Ele está vivo, Lexy! — falo sorrindo.
— QUÊ??? — sua boca forma um "o" e seus olhos ficam esbugalhados. — Você está brincando comigo?!
— Você sabe muito bem que eu não brincaria com uma coisa dessas, Lexy!
—Ah Meu Deus! Isso é ótimo!! — me abraça forte enquanto sorrimos. — Mas espera aí — solta-me enquanto me encara em completa confusão. — como ele sobreviveu?? Onde ele estava esse tempo todo??
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