Depois de um instante perplexo, Nicollas evitou ao máximo olhar para mim nua na sua frente, em sinal de respeito, mesmo eu, absurdamente, apesar de ter ficado constrangida, querer que ele continuasse a me analisar com o mesmo desejo, como segundos atrás. Logo, afasto esses pensamentos de mim.

- Uau, que reencontro! - Lexy fala a rir enquanto pego a minha toalha no chão.

Não piora as coisas, Lexy!

- Preciso trocar de roupa, antes que a toalha caia novamente. - Agora eu mesma, brinco com a situação.

Vou em direção ao quarto e tento encontrar uma camisola, porém, a realidade é outra: pijamas de urso panda e bolinhas, nada broxante não é mesmo? Já que eu só tinha isso, o que eu poderia fazer? Me afundar ainda mais colocando pantufas? Exatamente!

Caminhei até à sala, e logo ouço Lexy falar ao me analisar:

- Olha, antes ter ficado de toalha mesmo. - Fala trincando os dentes.

Nicollas se vira a me olhar, e quando seus olhos me encontram, vejo-os brilharem, e, aos poucos, seus lábios formam um sorriso. Ele se levanta e vai em minha direção:

- Você está linda! - e você cego, penso. - Não mudou nada!

Não sei se encaro isso como elogio ou não.

- Já você mudou bastante, senhor empresário! - o encarei analisando suas vestes formais.

Ele abre os braços a rir.

- Vim de uma reunião do Canadá - fala - queria fazer uma surpresa para Lexy, mas acabei sendo surpreendido! - se refere a mim.

- Isso é bom?

- Você não sabe o quanto! - estende os braços para me abraçar.

Ao mesmo tempo sinto seu abraço quente e apertado, aquele abraço que dá vontade da gente morar ali, o mesmo que se prolonga, suprindo toda aquela saudade de anos.

No mesmo instante o celular de Lexy toca insistentemente, atrapalhando todo o meu momento com o Nicollas. Vejo a mesma fazer uma cara de preocupada à olhar o número no visor do seu celular, então, ela segue em direção ao seu quarto para atender a chamada.