Capítulo 21
— Qual o seu problema? —gritou Anne ao entrar no quarto de Sarah sem a menor cerimônia, a jovem estava furiosa e seu rosto naturalmente pálido estava vermelho e transtornado, um dama nada agradável de se lidar.
— O que eu fiz agora ? — questionou Sarah retirando seus olhos das escrituras, naquela tarde estudava o livro de Isaías e meditava na profecias acerca da vinda de Cristo, naquelas palavras ela encontrava uma graça imerecedora. — Por favor, conte-me o que eu fiz de tão horrível para que a senhorita se esquecesse de demonstrar qualquer educação?
— Nasceu e resolveu atormentar minha vida — disse Anne, com a mão pousada na cintura.
— Em primeiro lugar, eu nasci primeiro. — apontou Sarah se levantando da cama e se aproximando da irmã, com cautela vez que Anne via todo ato da morena como uma ameaça, como se a noiva do Duque fosse sua inimiga. — Segundo, eu sou sua irmã mais velha e é meu papel te amar e proteger. Anne vamos deixar essas brigas de lado, por favor? Eu lhe imploro em breve seremos separadas e eu não quero viver com isso em meu coração, pense em nossos pais, por favor.
Anne revirou os olhos contrariada.
— Então pare de ser um tormento em minha vida — resmungou a jovem chorosa —, pare de fazer da minha vida em um inferno.
— Eu nunca fiz da sua vida em um inferno.
— A vovó tem razão es movida pela inveja Sarah e é por isso que está colocando todos contra mim.
— Anne como podes pensar algo assim? — Sarah lutou contras as lágrimas em seus olhos e contra a sensação de aperto em seu coração. — Eu sempre te priorizei e me preocupei com seu bem estar.
— É é por isso que achas uma boa ideia eu ser obrigada a me casar com alguém que eu nem mesmo conheço?
— Casar?
— O Vovô acha que eu deveria me casar com Jasper Harris , vais fingir que não sabe disso?
Sarah pensou no que dizer com cuidado.
— O vovô comentou que desejava a sua união com o Sr. Harris e que ele é um bom homem — informou a morena —, mas dúvido que pretenda força-lá a qualquer tipo de união e eu juro que não tenho nada haver com isso.
— E eu sou a rainha da Inglaterra — disse Anne, com um sorriso sarcástico nos lábios. — Convença o vovô a desistir dessa ideia absurda, pois não irei me casar com alguém que não seja Jake.
Sarah pensou em apontar que Jake era casado, mas sabia que discutir com a irmã só lhe traria frustamentos, então apenas balançou a cabeça impacientemente diante dessa consideração.
— Por favor — implorou Anne como uma criança mimada.
— Tenho certeza que o vovô sabe o que esta fazendo — afirmou Sarah com um nó na garganta, pois mais uma vez sua irmã a enxergava como vilã. — Dê uma chance ao Sr. Harris e quem sabe poderá se apaixonar por ele?
— Eu amo Jake — chorou Anne, suas alterações de humor causava em Sarah dores de cabeça — Como não podes me apoiar?
— Não vamos entrar nessa discussão novamente.
— Eu prefiro a morte — gritou Anne, sua voz desolada cortou o coração de Sarah e ao mesmo tempo a deixou furiosa.
Com um grunhido a mais velha fechou os olhos tentando lidar com a situação da melhor maneira possível e desejou mais do que nunca que seus pais estivessem vivos, pois sabia que seu pai e sua mãe lidaria melhor com a rebeldia de Anne.
— Ouviu?— gritou Anne — prefiro morrer do que me casar com Jasper Harris!
Naquele instante, o enorme quarto parecia abafado e fez com que Sarah desejasse fugir ou gritar, mas não podia e não devia, em um passo rápido se colocou frente a frente com Anne e segurou com força o ombro desta.
— Nunca mais repita isso na minha frente.
— Tire suas mãos de mim — exclamou Anne com ódio em sua voz e com toda sua força empurrou a irmã mais velha, que caiu ao chão em um baque silencioso — Eu não suporto te olhar nesse momento.
— O sentimento é mútuo — respondeu Sarah, com a voz mais alta do que o normal, enquanto se colocava em pé, ignorando a dor nas costas —, saia do meu quarto e não ouse entrar aqui sem ser convidada e principalmente para me dizer baboseiras como essas, cresça Anne o mundo não é como quer.
— E o que sabe sobre o mundo?
— Muito mais do que uma criança mimada que acha que o mundo gira ao redor dela — disse Sarah irritada.
Anne não respondeu saindo do quarto da mesma maneira que havia entrado, como um furacão. Sarah riu sozinha, sem humor, ainda ignorando a dor latejante em seu coração e em seu corpo, sua irmã não havia lhe machucado apenas fisicamente, mas a alma de Sarah também estava ferida.
O sentimento angustiante distraiu Sarah da dor em suas costas e ela caminhou até o papeito da janela, onde se sentou e encarou o céu estrelado. Ela desejou ter o controle das coisas, desejou que o mundo fosse mais simples e sem dores, se sentiu injustiçada diante do comportamento da irmã e o pior sentiu sua própria fé vacilar, nunca haveria apenas paz na vida dela? Pela primeira vez em sua vida sentiu que sua própria história era pesada, desejou viver na ignorância como tantas outras pessoas.
— Ah Deus o que eu estou pensando — murmurrou a jovem, constrangida de repente — , que humana pequenina eu sou em? — indicou encarando o céu, um sorriso triste nos lábios —, as vezes acabo indo a um lugar de injustiça, como se algo me fosse devido. No dia da angústica facilmente me esqueço de todas as coisas boas que me foram dadas, esqueço que se daqui em diante nada me fosse entregue ainda assim haveria mil coisas boas para agradecer ao Senhor, e a maior e a principal delas o sacríficio de Cristo na cruz, a graça que me permite estar aqui.
Sarah deu um suspiro profundo e fechou os olhos, sentindo a brisa da noite percorrer seu rosto, enquanto lentamente sua alma e coração se acalmava.
— Sarah — a voz de Maya a pegou de surpresa, pois não tinha notado que a indiana tinha entrado em seu quarto —, como estas se sentindo?
— Não deveria estar descansando? — questionou a noiva do Duque se levantando e fechando a janela do quarto.
— Eu ouvi os gritos de sua irmã e quis me certificar que estavas bem — explicou a mulher, com um semblante preocupado.
— Ela me odeia — chorou Sarah, as lágrimas que antes tinham sido engolidas retornaram com uma força impossível de ser contida, em seus pensamentos se imaginou se agarrando aos pés de Jesus para manter a paz que excedia a todo entedimento, não iria deixar que aquila história lhe roubasse seu descanso.
— É um jovem tola e apaixonada — foi a resposta da indiana, tentando consolar a amiga — , um dia vai lhe pedir desculpas por esse comportamento.
— Poderia conversar com ela? — sugeriu Sarah, esperançosa — Sabes muito mais da vida do que eu e ela juntas, conte para ela que esse não é o caminho ideal.
— Lady Anne nunca iria me ouvir. — disse Maya, revirando os olhos diante da ideia. — Porquê não faz uma oferenda ao seu deus? Uma oração para atrair sabedoria e entendimento a sua irmã, um acordo não seria uma boa ideia?
— Não funciona assim — riu Sarah, da confunsão do rosto da amiga. — Ainda que eu possa pedir ao Senhor por coisas e Ele tenha prazer em abençoar os seus, a verdade é que cada um de nós somos responsáveis por nossas escolhas, temos liberdade e Deus não é condicionado a fazer aquilo que nos desejamos ou acreditamos ser o melhor.
— Não há nada que possa entregar a Ele?
— Tudo é Dele e para Ele — indicou Sarah — , não há nada nesse mundo que eu poderia fazer para Ele me amar menos ou mais, Deus é completo em si mesmo. Não há nele qualquer sombra de variação e Ele não pode ser convencido.
— Não entendo — disse Maya se sentando no divã com uma expressão confusa — , então por qual razão eu iria orar para um deus que não pode ser convencido?
— Devemos orar de acordo com a vontade DEle e se lembrar de que o querer DEle é melhor que o nosso, que Ele nos amou antes mesmo que nós o amassemos e deu seu único filho para que toda aquele que NEle crer não pereça mais tenha vida eterna, acima de tudo devemos orar para que tenhamos um relacionamento com Ele.
— Essa sua religião é muito complicada.
— Aí que se engana — disse Sarah — , é muito simples.
— Eu devo ama-ló mesmo quando tudo na vida é ruim? Quando não recebo nada em troca? Mesmo se as minhas orações não forem respondidas? Por que?
— Porque Ele basta — foi a resposta dada pela morena — , ainda que minha noite sejam longas e que o amanhacer com alegria demore, Ele continua sendo bom, ainda que meus sonhos não se realizem e que a resposta da minha oração seja não, Ele continua sendo bom, e a maior prova de sua bondade foi dada na cruz do calvário, Ele morreu para que eu vivesse.
— Eu sempre me surpreendo Sarah — disse Maya depois de um tempo em silêncio — , não importa a tempestade em seu coração, ela nunca dura muito tempo né? Sua alma nunca fica tão agitada quanto eu imagino.
— Minha alma se agita sim e as vezes fico assustada — confessou Sarah — , de fato as vezes penso que tudo vai me sufocar, mas então eu me lembro DEle e sou dominada pela paz, não estou só e isso me dá forças para continuar, o amor de Deus é o que me fortalece Maya e o que acalma a agitação da minha alma.
— Eu daria qualquer coisa para acalmar minha alma — sussurrou Maya tão baixo que Sarah precisou se esforçar para ouvir.
— Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus. — recitou Sarah o salmos 42.11, reconhecendo a verdade daquelas palavras, Deus estava sempre com ela, ainda que sua alma gritasse, tudo o que ela precisava fazer era descansar no amor DEle.
— Que bom que tens um Deus como esse — disse Maya num tom amargurado, de raiva, que pertubou Sarah. — Nem todos tem essa possibilidade, para alguns o que resta e a tormenta de sua própria alma.
— Estas enganada — afirmou Sarah, rompendo sua surpresa ao entender um pouco a mente da amiga. — A paz, o descanso e a certeza que tenho e que me faz suportar as mais diversas situações não é exclusiva minha ou de qualquer pessoa, ela é para todos aqueles que se achegam ao Senhor.
— Todos?
— Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna — citou Sarah um dos primeiros versículos que tinha decorado ainda na infância, João 3.16. — Vê é para todos, basta crer.
— É melhor eu descer — disse Maya de repente —, como eu disse apenas vim ver como a senhorita estava.
— Maya não precisa fugir mais.
— Não estou fugindo — disse, hesitante.
— Não? O que temes?
— Não quro ficar presa — chorou Maya, de repente parecia muita mais jovem. Naquele instante Sarah reconheceu o quão perdida e machucada a indiana estava, tudo o que havia enfrentado na vida até aquele mometo tinha deixado marcas muito profundas nela.
Sarah ficou me silêncio por um breve momento, pedindo a Deus que lhe ajudasse, sabendo que o Espírito Santo era aquele que convencia o mundo do pecado.
— Cristo é liberdade Maya — disse a morena se sentando ao lado da amiga e a puxando para um abraço —, não precisa fugir mais. Ele será seu lugar seguro.
— Eu nunca tive um lugar seguro.
— Ele será seu lugar seguro e seu lar, basta crer — prometeu Sarah —, ainda que uma mãe possa se esquecer de um filho, todavia o Senhor não se esquece dos seus.
— Eu não quero fugir mais.
— Então não fuja — disse a morena. — É hora de convidar Jesus para a sua vida, Ele está a porta e bate.
— O quê?
— Vou te explicar mais tarde — garantiu Sarah —, mas agora vamos orar ao Senhor.
— Como?
— Apenas reconheça ao Senhor Jesus como seu senhor e salvador.
— Poderia orar por mim? Eu quero conhecer a Jesus e ser achada NEle.
— Eu poderia, mas por qual motivo não tenta com suas próprias palavras — orientou Sarah, sentindo que aquilo era importante para a indiana.
Ela assentiu, com o rosto manchado pelas lágrimas.
— Senhor Jesus eu sou a Maya — disse com a voz trêmula, enquanto apertava as mãos da noiva do Duque —, estou um pouco perdida, muito na verdade. Estou tão cansada desse mundo e das dores, ouvi dizer que tens me amado antes mesmo que eu existisse e acredito nisso, por favor continue me amando, pois quero te amar também. Eu sei que tenho muitos pecados, minha alma se aflinge por causa deles, mas ouvi dizer que tens paz aos aflitos, então me perdoe e seja meu salvador, não tenho nada de valor humano para lhe entregar, tudo o que tenho sou eu, mas se me receberes serei totalmente sua, salva-me Jesus da minha aflição, seja meu lugar seguro, pois corrir para todos os lugares possíveis e nenhum deles me deu sossego, seja meu lar, eu te reconheço como meu senhor e salvador, como único Deus.
— Amém.
— Achas que Ele recebeu?
— Eu tenho certeza que sim — respondeu Sarah contendo as lágrimas de alegria —, Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo é o que diz as escrituras.
— Muito obrigada — disse Maya, limpando o rosto choroso. — Obrigada por me apresentar algo tão precioso. — Sarah sorriu, ciente da verdade das palavras da amiga, o amor de Jesus era realmente precioso.
Enquanto abraçava a amiga Sarah desejou que sua própria irmã também fosse convencida, ah Senhor abre os olhos de Anne.
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