Água pro vinho
"Às vezes as perguntas são complicadas e as respostas simples." — The Lucky Only.
Point Of View Lorena Clarkson
Andei até o banheiro, logo tirando minha roupa e coloquei a mesma dentro do cesto, entrei no boxe. A água estava bem quente, era o mínimo para me deixar um pouco relaxada. Enquanto a água caia sobre meu corpo, eu tentava entender o motivo de Justin ter voltado pra casa. Sei que deveria estar pulando de alegria, com um sorriso no rosto... Mas, não. Era estranho ele estar aqui, para mim já estava sendo muito normal não ter por perto. E agora com a sua "volta", era estranho pensar que ele estava em casa, perto de mim. Apesar que de tanto que eu pedia a Deus que ele voltasse a ser o mesmo, e, ao mesmo tempo, desejar que ele conseguisse o que queria em sua empresa.
Senti que a água estava ficando frio, e sai do boxe, enrolando a toalha sobre meu corpo molhado. Fiz minhas higienes sem pressa e prendo meu cabelo com uma xuxinha pequena. Sai do banheiro, e fui até o guarda-roupa, logo colocando uma roupa bastante confortável. Já sentia minhas costas doerem por conta da gravidez. Sei que ainda estava no começo, mas era bem provável que doesse. Me olhei no espelho, e peguei um batom claro e passei o mesmo, minha boca estava ressecada, pego uma sandália e coloco ela. Sai do quarto, ouvindo as risadas das crianças. Assim que coloquei meus pés na cozinha, selei ambas as testas, logo me sentando em uma cadeira perto de Bryan.
— Bom dia. — falei, pegando um pedaço de bolo de chocolate. Estava viciada nesse bolo.
— Bom dia, amor. — ouvi o sussurro de Justin atrás de mim. Engulo o bolo que estava comendo, e respiro fundo. De soslaio o vi sentar ao meu lado se servindo. — Olhei na internet, e li que no terceiro mês já poderíamos ver se é menino ou menina.
— Sim, poderíamos... Falou certo. — me olhou estranho. — Não quero saber até o bebê nascer. Estamos de acordo? — estreito meus olhos em sua direção.
— Não, não estou de acordo. — resmungou irritado. Sua cara já se encontrava vermelha. No entanto, não estava ligando para ela, e sim para o bolo a minha frente. — Quando acabar iremos no seu médico para ver.
Ri irônica.
— Justin, eu aposto que você nem sabia que eu estava no terceiro mês de gravidez. — falo. — Amores, vocês poderiam subir e se arrumar para daqui a pouco irmos ao parque? — Blair sai da cozinha mandando-me uma piscada, e Bryan se retirou com um prato enorme com panquecas. — Odeio quando você começa a reclamar na frente deles!
— Eles são meus filhos, não seus, Lorena. — riu, ele já mudou de humor. — Só entende isso.
O choro já estava entalado na garganta. Mas, eu não iria chorar, não mesmo. Seu humor mudou drasticamente, como num estalar de dedos.
— Certo, se são os seus filhos, deveria educar eles, e não eu, não e? Mas, como você sempre está no seu trabalho, e eu que fico aqui, e eu que cuido deles, Justin. — eu não estava o olhando, mas sabia que me olhava. — Sou uma mulher grávida, e do seu filho que estamos falando. Ontem quando você chegou, no meio da madrugada, eu fui ao hospital, sabia?
— Hospital? Pra que? O bebê tá bem? — disparou nas perguntas.
— Sim, ele está bem e muito saudável pra dizer a verdade. — disse simples.
— Então por que foi ao hospital? — questionou, puxando meus ombros me fazendo olhar para ele.
— Porque passei mal, e desmaiei. — resmunguei.
— Só isso? — o olhei incrédulo.
Foi no momento em que soltei o choro mesmo.
— Justin...
— Lorena, desculp... — não o deixei falar mais nada, e gritei chamando os nomes das crianças, que vieram correndo, logo saímos de casa.
Tínhamos chegado no parque onde sempre íamos, e foi onde os levei pela primeira vez quando os conheci. De madrugada, Bieber estava amoroso, e agora mudou da água pro, vinho. Eu não sou perfeita. Mas, sei que ele não deveria ter me tratado daquela forma como me tratou. Aquilo me machucou de certa forma, e como machucou. Foi pior que o acidente que tive na casa. Juro que tentava o entender, mas não conseguia. Me sentia esgotada, devastada. E agora que isso aconteceu me sentia pior ainda. Ele não estava ligando para mim e sim apenas para o nosso filho. Nunca que iria pensar que ele fosse dizer tais palavras que me machucou.
Sinto uma leve dor na barriga, e coloco a mão sobre ela, tentando fazer parar. Foi por conta dessa dor que fui ao hospital, mas o doutor disse que era normal. Assim que percebo a dor diminuir tiro minha mão da barriga, e dou um sorriso de canto ao ver as crianças interagindo com as outras. Meu sorriso cresce ao ver que Blair conversava com um garotinho, que provavelmente tinha sua idade ou mais. Era meio insano pensar que Bieber estava perdendo isso.
E o trabalho dele, Lorena. — disse meu subconsciente.
Percebo que alguém tinha se sentado ao meu lado, quando senti o cheiro do perfume maravilhoso. Era um homem. Só pelo perfume. Olhei para o lado e vejo que era o meu antigo síndico. Soltei uma risada e o mesmo me olhou, franziu o cenho, e logo riu. Julgo que ele havia me reconhecido. Será que mudei tanto? Ele estava meio diferente, assim posso dizer.
— Lorena? — perguntou surpreso.
— Surpreso? — ri, vendo ele assentir. — Como vai?
Vi seus olhos um brilho. Logo vejo um sorriso se abrir em seus lábios. Ele chegou mais perto, ficando próximo a mim.
— Bem, assim posso dizer. — olhou para frente e logo seu olhar se voltou para mim. — E você? — sorri sem mostrar os dentes.
— Vou bem também. — coloco minha mão sobre minha barriga, ao sentir uma dor na mesma. — Deus! — gemi baixo.
— Você está bem? — levantei meu olhar para ele, e neguei. — 'Tá sentindo o que?
— Nada de mais... Jeová! — mordo meus lábios.
— Você está grávida? E sozinha aqui? — se levantou.
Eu queria rir de seu desespero, mas não conseguia. Ele voltou a se sentar ao meu lado e pôs sua mão sobre minha barriga. Que no mesmo instante parou de doer. Isso foi estranho e confuso. Ele começou a fazer um carinho extremamente gostoso na mesma. Coloquei minha cabeça sobre seu ombro, aproveitando o carinho. Olhei para frente e vi que as crianças estavam vindo na minha direção. E assim que chegaram, Bryan queria colo e Blair sentou ao meu lado.
— Ela não pode rapazinho. — Bryan me olhou, e assinto, mas ele me olhou com aqueles olhinhos. Não aguentei e o coloquei no meu colo, ele pôs sua cabeça sobre meu peito. — Você sabe que não pode pegar peso né?
— Claro que sei. Mas, você não viu os olhinhos dele? — perguntei. Ele riu assentindo.
Senti um incomodo e olhei para Otávio. Senti novamente e ele me olhou com um sorriso.
— Lorena, ele acabou de chutar. — coloco a mão na boca surpresa.
Era para Justin está aqui. Era para ele ter sentido isso. Era para ele ver com seus próprios olhos que nosso filho chutou. Isso era pra ser especial. Respiro fundo.
— Acho melhor irmos embora. — falei, me levantando e coloco Bry no chão pegando em sua mão, mas ele fez cara de choro. — Bry, eu não posso. — e ele abriu o choro.
— Posso levar ele, claro, se você e ele quiser. — coçou a nuca. Sorri assentindo e ele pegou o mesmo no colo, e Bry coloca sua cabeça no pescoço de Otávio. Pego na mão de Blair.
Enquanto caminhávamos em direção a casa, eu e Otávio conversávamos. Ele disse que muita coisa mudou onde morava. E que o meu apê ainda estava do mesmo jeito que havia deixado. E que também, muita gente foi morar lá, pois, ele tinha feito outros dois andares. Incrível que ele mudou muito. Otávio também reclamou que eu sempre demorava a pagar, mas eu estava apenas rindo de sua cara. Ele disse-me que muita gente reclamava do preço, pois, ele tinha aumentado já que o mesmo tinha posto mais dois andares. Mas, tudo se acalmou, pois, ele falou que poderiam pagar ao que devia a ele, mês que vem.
Bryan acabou por dormir enquanto tínhamos voltado. E por incrível que pareça, ele não ficou indiferente quando Otávio o pegou. Abri a porta de casa vendo que Ryan, Christian e Chaz estavam na sala, e um Justin sentado ao lado deles. Charles foi o primeiro a me notar, e veio correndo, dando-me um abraço bem apertado, gargalhei dele. Bieber quando me viu veio andando na minha direção, mas dei um passo para trás, o que me fez bater em Otávio.
— O que esse cara tá fazendo aqui? E com o meu filho nos braços, Lorena? Quero ele fora daqui, e agora! — gritou. Engulo o no que estava se formando, e dou mais um passo para trás.
— Cara, não grita com ela. E além do mais, ela está grávida. — Otávio deu Bry para Chaz, que saiu levando Blair junto, mas ela voltou.
— Por que você está gritando com ela? Odeio você! Justin, você mudou. — Blair perguntou olhando para seu pai, que tenta bater nela, mas entro na frente. O que me fez levar um tapa na cara. Essas palavras devem ter machucado ele, por isso de tentar bater nela. Mas, eu não deixei, e levei um tapa de brinde. Meu rosto estava ardendo, e muito. A mão de Justin era bem pesada.
— Blair sobe pro seu quarto, tá tudo bem, linda. — me abaixei e acariciei seus cabelos, ela selou minha bochecha onde o tapa foi dado, e saiu da sala.
— VOCÊ TÁ MALUCO JUSTIN? — Gritou Ryan, indo pra cima de Justin, porém, foi segurado por Christian. Charles deu Bryan para Ryan e ele e Chris subiram, deixando eu, Justin, Chaz e Otávio.
— Sem noção! Eu só vim carregando seu filho, porque Lorena não poderia pegá-lo no colo, já que está grávida. — Otávio fala, seus olhos estavam escuros. — Fica bem, tá? Vai no seu obstetra para ver a dor que você estava antes. — sorri com sua preocupação. — Adorei sentir seu bebê chutando. — antes de ir, ele selou minha testa e logo saiu.
Me virei.
— Ele chutou? — os olhos de Justin ficaram marejados.
— Sim. — sorri orgulhosa.
— Onde você sentiu a dor, Lorena? — Somers pergunta.
— Aqui. — coloco minha mão sobre a barriga. — Mas, foi bem rápida. Otávio me ajudou... Na verdade, foi só ele ter posto a mão sobre a mesma que a dor sumiu, e logo o bebê chutou. — ele sorriu.
— Precisa ir ao médico. Você já foi? — neguei e vi sua expressão mudar. — Lorena...
— Esqueceu que fui ontem e aproveitei e fui no obstetra. — pisquei. Sinto o bebê mexer, levanto a blusa e pegou a mão de Justin e coloco a mesma sobre minha barriga, e logo começa uma sessão de chutes, Charles também põe sua mãe e começa a rir.
— Isso é estranho, mas é legal. — ri dele.
Cerca de alguns minutos os garotos foram embora. Ryan disse que colocou as crianças para dormirem, e agradeci por isso. Estava cansada, e triste por Jay não ter se desculpado pelo tapa ainda. Tomei um banho, e logo fui deitar. Tinha pegado um creme para passar na barriga, enquanto passava sentia o bebê chutar. A porta do banheiro se abriu e Justin saiu vindo direto para a cama e pegou o frasco de creme e pos mais em minha barriga e começou a passar sua mão sobre ela.
— Desculpa pelo tapa. Nunca iria querer bater em você. Desculpa mesmo. Me sinto mal por ter batido em você... Sabe, eu fiquei meio magoado por Blair ter dito que me odiava, que quando ela disse isso, fiquei furioso e queria bater nela... — me olhou. — Você 'tá bem? E desculpa por não ter presenciado o bebê chutar. — sorriu triste.
— Só vou aceitar suas desculpas se você deixar fazer uma coisa. — falei.
— O que? — arqueou uma sobrancelha.
— Devolver o tapa. — disse simples e sorrindo. Ele faz uma careta e ri.
— Sério? — assinto. — Tudo bem.
— Duas vezes, em cada lado. — sorri maldosa. Essa gravidez tá me deixando louca. Ele fez bico, mas assentiu. Esfrego minhas mãos, e dou o primeiro tapa, foi um estalo tão alto, que fiquei até com medo de tê-lo machucado. Vejo a marca da minha mão em seu rosto. Dou mais um tapa, mas foi mais forte do que a outra. Essa tinha ficado bem marcado. Parece que ele tinha exagerado no blush.
— 'Tá com a mão pesada, hein. — resmungou, passando a mão sobre o rosto.
— Nunca mais me bata, ou tente bater nas crianças. Mesmo elas não sendo meus filhos, eu os trato como tal, entenda isso. E a próxima vez que você tentar fazer isso, não vai ser na cara que vou te dar. E se houver outra vez né? Não seja louco em bater na sua namorada e que está grávida. — peguei o creme e passo em seu rosto. — Não irei pensar duas vezes antes de ligar pra policia e te denunciar por agressão!
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