Capítulo 12.


- Boa noite. -eu ri. -Me desculpe, mas... Laura não quis ficar em casa. -falei lançando o olhar para ela no chão.

- Que ótimo que vieram, entre. -disse nos dando passagem. Ela não pareceu desapontada com a presença de Laura, pensei que seria exatamente o contrário. Bom que não foi!

   O barulho da chave chamou atenção de Laura e ela não hexitou em tentar tomá-la de Barbara.

- Oh, você quer? -perguntou pegando Laura no colo que apenas apontou para o objeto. -Toda criança gosta de chaves ou qualquer coisa que faça barulho. -disse rindo.

- Laura tem uma estranha fissura por coisas barulhentas. -comentei rindo.

-Então venha que você vai adorar Jonathan! -Barbara disse enquanto Laura mexia em seus cachinhos, sabia que ela ia grudar neles. -Jonathan,  Olha quem está aqui! -Barbara anunciou para o menino que estava rodeado de brinquedos em um canto da sala.

- Olá mocinha. -disse me fazendo rir. Ele era um garoto esperto e educado. -É o seu namorado, não é? -olhou para mim e eu para Barbara, suas bochechas coraram pouco.

- Eu sou Benjamin, pai da mocinha. -falei com um sorriso. -E você deve ser o Super Jonathan, não é?! -olhei para o super herói de brinquedo em sua mão.

- Sim, sou eu mesmo. -a essas horas eu já estava impressionado com o dialogo com um garotinho, com essa seriedade e entendimento de ironia. -Eu gostei de você, cara. Eu deixo você namorar a minha mãe.

- Jonathan!! -Barbara o repreendeu, ele riu sapeca.

- Oh tudo bem, Super Jonathan! -brinquei. Definitivamente o QI dessa criatura era acima de 90, ele era hilário.

- Bom, você já fez suas gracinhas, né Sr. Jonathan, agora quero que brinque com Laura. -disse pondo-a no chão. Ela já estava louca pelas peças de lego no chão.

- Vem, tem um mundo para a gente salvar. -disse para retomar sua brincadeira, antes, solitária.

- Ela é mais nova que você, então cuidado com as brincadeiras, certo?  -disse olhando para mim como se perguntasse  se eu concordava ou permitia, apenas assenti.

   Eles já não prestavam mais atenção em nós, Laurinha espalhava mais as peças e ele continuava salvando seu mundo imaginário com o Batman e o Homem Aranha.

- Ele é hilário.. -comentei enquanto saiamos de perto deles.

- Não ligue para suas asneiras. -fez um gesto vago com a mão e riu.

- Ele é o homem da casa! -falei rindo.

- Ele se acha o homem da casa. -disse causando risada. -Mas então, Ben... Você está mesmo bem? -perguntou e eu quase me ofendi. Ela estava insinuando  que só a procurava se estivesse com problemas.

- Sim, eu só desejava vê-la, acho que eu disse coisas que... -fiz uma pausa, nós sentamos ao sofá. -Talvez você tenha se sentido... Não sei. -era difícil de explicar .

- Eu entendo e eu me senti exatamente do jeito que você está pensando. -resolveu ser sincera. -Mas eu disse que seria profissional, lembra? -disse com uma certa tristeza nos olhos.

- Sim, mas não pode ser assim, você é um ser que sente como qualquer outro, Barbara. -queria falar mais, mas foi tudo que deu, ouvi um murmuro de Laura, mas resolvi ignorar.

- Deve ser assim, Ben. Lá no consultório deve ser assim... -ela parou.

- Você não pode fingir uma coisa que não é, omiti um sentimento...

- Ninguém é de um jeito o tempo todo, na verdade nós somos o que nos convém numa situação, você não acha?  -perguntou me fazendo pensar.

- Talvez, mas acho errado. -não era exatamente isso que eu queria dizer. -Mas aqui você é Barbara e não a psicóloga e eu queria te pedir desculpa pelo que disse, o que aconteceu entre a gente claro que foi especial... Eu que fui um tolo de depois daquilo ir falar sobre Helena e como eu me sentia.

- Eu realmente me senti mal, você dizia como se só ela fosse importante, pode até ser, eu só não queria que dissesse.

- Não é por aí. Mas... Você não entende. -não sei porque a conversa tomou essas proporções, não era o que eu havia planejado. Mas o chorinho de Laura nos interrompeu.

   Me levantei deixando Barbara pensativa e fui ver o que tinha acontecido.

- O que houve, Laurinha? -a peguei no colo  .

- Ela quer os meus bonecos! -protestou  Jonathan.

- Jonathan! -repreendeu Barbara notando o egoismo. -Empresta ao menos um a ela. -chegou até nós.

- Não, não precisa. -falei voltando com Laura para a sala. Ela já tinha parado de chorar.

- Então, Ben... -começou. Eu não queria voltar aquela conversa. -Está tudo certo, Ok?

- Espero que sim... -falei duvidando se estava mesmo.

- Nossas conversas são tão... intensas. Sempre. -ela suspirou quase rindo.

- É, eu sei. É meio estranho. -disse trocando Laura de braço.

- Hoje pode ser diferente. Que tal eu cozinhar algo para a  gente? -ela não tinha cara de quem sabia cozinhar.

- É uma boa ideia. -ri.

- Eu vou precisar de ajuda. -disse indo para cozinha, eu a  segui com Laura no colo, passamos por Jonathan e acho que seu mundo já estava salvo, ele estava deitado em meio aos brinquedos, parecia cansado.

- Ela não está com sono ? -perguntou olhando para Laura.

- Eu acho que não, já dormiu demais por hoje. -respondi.
*
*
*

  A ideia de cozinhar não foi tão boa. Laura estava sentada numa cadeira baixa enquanto Barbara tentava não se queimar com os respingos de água que saia da panela de macarrão sobre o fogão,  eu estava procurando a receita de um molho na internet, seria uma catástrofe!

- Ben, eu desisto. -Barbara suspirou. -Olha para isso! -disse decepcionada erguendo a massa grudenta com o garfo.

- Você tem um telefone e um disk pizza? -perguntei e fechei o notebook.

- Nada está perdido quando se tem o disk pizza! -largou as coisas rindo.

- Eu amo pizza!! -Jonathan deu o ar de sua graça.

- Então você pode escolher , garotão. -falei pegando Laura no colo e ele pela mão.

- Calabresa sem dúvidas!

-Bate aqui, também é a minha favorita! -ergui a mão aberta para que ele tocasse. Eu não tinha um sabor favorito de pizza.

- Sempre que minha mãe resolve cozinhar acaba em pizza. -disse rindo.

- Opa, falando de mim? -Barbara voltou com o número na mão.

   Ele gargalhou e correu para seus brinquedos.

- Ouvi dizerem Calabresa, certo? -perguntou pegando o telefone sem fio.

- Sim, a não ser que queira outra...

- Imagina, eu adoro calabresa. -disse discando o número.
   Enquanto ela fazia o pedido eu fiquei sentado com Laura, dessa vez era eu quem mexia em seus cabelos, e pensava na vida, mais preciso, naquela situação, eu estava gostando de estar alí e me surpreendi ao desejar por um momento que todos os dias fossem como aquele. 

- Só nos resta esperar. -Barbara me tirou do transe e se sentou ao me lado.

- Então Ok. -falei rindo ao lembrar do desastre na cozinha. Inconscientemente eu passei o braço ao redor de seu pescoço, ela estranhou, mas não hexitou e se encostou em meu ombro. Seus cabelos eram macios e cheirosos. Percebi Laura sair do meu colo e se sentar no sofá. Barbara suspirou relaxando, depositei um beijo em sua testa e ela sorriu.

- Que bom que está aqui. -por fim disse. 

- Que bom que eu estou aqui. -repeti mais para mim mesmo me dando conta do quão bom era ficar perto dela. Pude escutar seu risinho contido e logo a campainha.

- Deve ser o entregador. -se levantou.
***

Fiz questão de pagar a pizza. Jonathan que já estava sonolento, se sentou à mesa animado, Barbara colocava os pratos à mesa e eu com Laura no colo, a ajudava com as taças.

- Vamos comer que essa pizza está com uma cara ótima. -ela riu se sentando.

  E então servimos as crianças e nós. Comemos em silencio assistindo o Super Jonathan se lambusar todo de ketchup, Laura chegava perto de seu estado.
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   A noite avançou, Jonathan dormiu juntamente com Laura, Barbara estava no quarto pondo seu filho na cama e talvez dando-lhe um beijo de boa noite, enquanto Laura já estava aconchegada na cama da dona do apartamento.

  Eu estava na sala tentando me convencer mentalmente de que tudo aquilo era realidade e não um sonho bobo. Tentei lembrar quanto tempo eu não me sentia tão bem.

- Por fim dormiram... -ela suspirou chegando no cômodo.

- Com certeza cansados. -dispersei os pensamentos.

- Com certeza. -suspirou como se informasse que também estava. Verifiquei o relógio e chegava perto das dez da noite.

- Acho que preciso ir. -falei sem ânimo.

- Mas já? -por um momento ela pareceu uma criança falando isso, eu ri.

-Infelizmente sim, já é tarde. -disse.

- Eu entendo. Então... só queria dizer que eu gostei de tê-lo aqui, fazia tempo que eu não recebia uma visita dessas. -mexeu nos cachos. Talvez estivesse nervosa ou acanhada.

- Imagina, se eu pudesse volta sempre. -brinquei. -Eu vou pegar Laura, pois tenho um longo caminho. -nem tão longo, eu estava nervoso, droga!

   Fui até o quarto e ele era tão arrumado, cama bem forrada, todas as portas do guarda-roupas fechadas e tudo muito  limpo, faria um elogio a ela  por conta disso se não parecesse tão feminino.
Laurinha dormia despreocupada, peguei ela no colo e parecia mais pesada, meus braços teriam que aguentar até chegar em casa.

- Então eu vou indo... -voltei à sala.

- Eu te acompanho até a porta. -disse acompanhando-me.

   Parei na porta para... acho que me despedir. Odiava despedidas, pareciam nunca acabar.

- Tenha uma boa noite, Barbara. -isso foi patético.

- Você também. -sorriu. -Tchau, pequena. -deu um beijo na bochecha de Laurinha.

- E eu não recebo um beijo? -perguntei olhando-a nos olhos.

  Ela se aproximou e levantou pouco os pés, deixou um beijo bem perto da minha boca, antes que se afastasse por completo eu consegui soltar uma mão que sustentava Laura e segurei seu braço, nos aproximei mais e selei nossos lábios, ficamos por algum segundo assim , apenas sentindo a maciez de ambos os lábios, até que aprofundamos o beijo tão esperado.

- Era deste beijo que eu falava. -disse baixinho lhe arrancando o sorriso que tanto amava.
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  Enfim o capítulo chegou!  Não escrevi mais por falta de criatividade mesmo e tempo, acontece, né?
  Mas se você está aqui para ler, quero agradecer por esperar!

É de extrema importância que votem e principalmente comentem, preciso demais saber o que estão achando (até mesmo os que não estão gostando ), então ... já sabem, certo?

Beijinhos, Bye: Pri. S.

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