Capítulo 07

🥀𝙿𝚊̂𝚗𝚒𝚌𝚘 𝚗𝚘 𝚘𝚕𝚑𝚊𝚛


Se arrependimento matasse, juro que eu estava morto nesse instante. Estava na escola, olhando para o garoto que estava enchendo meu saco com seus deboches sem noção. Já não bastava o dia de ontem que havia me feito passar raiva com as típicas ameaças de que iria me bater. O que eu não aceitei calado. Posso ser meio pequeno e magricelo, mas apanhar eu nunca aceitei pra ninguém. E não era agora que eu iria aceitar.

Os gêmeos estavam me chamando de louco quando desafiei ele dês da primeira vez. Mas uma semana já estava se passando e eu ainda tinha que estar ouvindo tudo aquilo. Já era de mais. Nem tanto não dava para me mostrar fraco, se não, onde eu estudaria, se cada escola que eu vou tem sempre um mané desses tipos com piadinhas e ameaças nojentas.

Mas o que de fato não estava acontecendo aqui, ele não estava vindo com ameaças estúpidas agora, e eu por um estante senti o meu chão sumir de baixo dos meus pés. Os meninos olharam com medo quando aquele jovem levou seu dedo indicador ao meu rosto e com um olhar que me deu nojo disse tais palavras.

— olha aqui seu foguinho. Eu já estou cansado de pegar leve com você. Vou fazer uma brincadeirinha com você mais quente.

— você nem pense nisso.

— pensar? Está achando que eu já não maquinei isso com os três. Ah, eu estou com tanta tesão acumulada que eu quero muito ter você  de quatro pra mim. E meus amigos vão adorar os seus amiguinhos junto com nós.

Foi nesse momento que minha garganta fez um nó, aquilo estava passando dos limites. Já aceitei ser chamado de apelidos ofensivos ou até de ele viver me empurrando pro chão. Mas estrupar, estava passando dos limites. Eu não consegui reagir, meu corpo entrou em Pânico, ele levou a mão ao meu queixo e me puxou para mais perto dele, fazendo eu ficar tão próximo dele. Esse ato me fez sentir nojo, me fez sentir uma ânsia e a garganta traçar lágrimas começarem a formar em meus olhos com as pupilas dilatadas em medo.

— e sabe onde vai ser esse encontro? Hum, eu pensei em ser, na casa no meio da floresta.

— o que? Não! Aquele lugar é assombrado.

Dongmyeong gritou apavorado atrás de mim, minha mente estava nublada, meu estado de pânico estava começando a me tirar de órbita.

— vamos deixar essa brincadeira ainda melhor. O que acha Seoho?

Ele levou a mão dele por meu corpo, a outra mão dele segurava meu pulso com tanta força que eu achava que ia começar a quebrar meus ossos. Meu corpo estava tremendo de medo.

— você entra comigo lá, e nós fizemos um sexo bem gostoso. E depois disso deixo seus amigos e  em paz. Aceita?

— tá maluco?

— ah, sem graça chefe.

Eu sentia ele tocando em minhas nádegas por cima das vestes e da minha boca nada saia quando ele trouxe de volta a mão no meu rosto discernindo um tapa que chegou me deixar tonto me jogando no chão.

— responde vadia. Vai ou não? Topa?

— s-sim. Pode ser. Só deixa os meninos em paz. E fora disso.

— perfeito. Sexta às dez da noite te vejo lá gracinha.

Se retirou dali, eu olhando pro chão, me fraguei no que acabará de responder e abracei meu corpo chorando. Os gêmeos se aproximaram de mim me abraçando estávamos todos assustados que naquele momento não conseguimos nem se quer responder uma resposta de solução um para o outro. Minha cabeça girava, só em saber que seria naquela casa que eu havia visto e achado que tinha algo estranho lá, e eu seria entregue a um homem, apenas por diversão.

— precisamos arranjar algum jeito de se livrar deles. Precisamos fugir disso.

— mas se fizermos isso eles vão estuprar nós aqui mesmo. Eles já estavam ficando no Seoho.

— Dongmyeong se não está ajudando.

Eu comecei a chorar mais, só em lembrar dos toques nojentos do garoto em meu corpo, do tapa que ardia, do que aconteceria comigo num lugar que eu poderia gritar se quisesse e ninguém me ouviria.

— Seoho, precisa pedir ajuda.

— pra quem? O pai dele mal da ouvidos a ele. Você viu a briga dos dois ontem. Segundo ele é filho do diretor. Ele vai poder fazer o que quiser e sair ileso também.

— Dongmyeong! Mas que bosta cara.

— eu sou realista meu irmão. O Seoho está preso na mão dele.

E o Dongmyeong tinha razão, eu estava preso nas mãos do desgraçado do filho do diretor. E a única coisa era aceitar o meu destino cruel. Me ergo do chão, como um zumbi eu caminhei de cabeça baixa em direção a sala de aula. Meu rosto vermelho do choro e do tapa que ardia chamou a atenção dos professor, mas nada eu dizia. Me sentia preso. Sufocado, nem minha voz para responder as chamadas saiam. Os meninos me olhavam e tentavam puxar assunto comigo. Mas estava sendo em vão, por que não dá me distraia dos meus pensamentos culposos e dolorosos. Do jeito que eu seria tratado, do animal indo aí abatedouro que estava sendo eu naquela noite.

Do local que seria a morte do meu ser, do meu eu, sabia que dali em diante eu não seria mais o mesmo, e que tudo que eu dissesse seria nada. Eu passaria por culpado e meu pai com certeza me humilharia como nunca fez na vida dele. O fim da aula chegou e nem se quer prós meninos eu disse algo, segui indo embora para onde eu trabalhava em total silêncio. Nem eu me reconhecia mais, parecia estar completamente hipnotizado, vagando sem rumo, mas com destino de ir a cafeteria para trabalhar.

Sem ao perceber, o que me fez voltar a tona fora quando esbarrei em alguém que caminhava apressado entre as pessoas, eu olhei para o que eu havia batido, mas não dera tempo. Pelo visto a pessoa estava com muita pressa, quando ia seguir o caminho meus olhos acabaram olhando para um colar caído sobre a calçada, me abaixei e peguei aquele pequeno objeto delicado, e sobre o pingente era uma esfera vermelha cor de sangue, na sua volta detalhes prateados, lembrava ser um colar antigo dos tempos das rainhas e dos reis. Fiquei confuso, novamente voltei a olhar para trás, mas parecia que ninguém estava interessado naquele objeto.

Dei de ombros, e pus sobre meu pescoço, caminhei em direção a cafeteria, percebendo que aquilo tudo  que poderia acontecer no dia de amanhã às dez da noite havia sumido de vez de meu peito. Como se aquilo não fosse tão importante. Fiquei um pouco confuso, meus medos havia sido reprimidos de uma forma completamente estranho, que de fato nem eu sabia.

Resolvi que não era hora de ficar lembrando daquilo, e que eu precisava focar em meu serviço, entrei no ambiente e sorrindo eu comecei a trabalhar. Mas de fato eu estava estranhando, porque sou uma pessoa transparente, sempre fui de monstra meus sentimentos, e desses atos meus, acho que minha mãe sempre desconfiava de mim. Quem sabe por eu ser uma pessoa que não conseguia esconder a raiva, tristeza e o amor, ela achava que eu poderia dar em cima do meu padrasto. Para agora eu estar nesse fim de mundo, prestes a ser entregue nas mãos dos lobos.

— Seoho? Seoho!

— hum, desculpa. Eu estava distraído.

— eu percebi, o que está acontecendo?

— nada, só estou cheio de afazeres da escola e fico pensando neles. Perdão Jisung.

Um dos meus defeitos eu não sabia mentir, e jisunse forçou a acreditar em minha mentira. Suspirei e voltei a me ficar sobre os meus atos, nem tanto precisava de toda a concentração do mundo para decorar os bolos para ir ao balcão. Era uma terapia para mim, parecia que naquele momento minha mente não ficava em mais nada a não ser em por os morangos sobre o recheio e não fazer eles caírem.

Confesso que eu também estava amando trabalhar como ajudante do Jisung, ele era muito paciente comigo e me explicava tudo devagar, ele é um ótimo professor e estava me animando durante essas semanas que parecia uma montanha russa de sentimentos. Meu pai estava numa alto bipolaridade por conta de seu serviço, que até o pobre do ratinho que roía as coisas dele levou a culpa. Eu pro outro lado, toda a vez que ele chegava soltando fogo em tudo me mandava para o quarto e de lá não saia, não queria levar um tiro e acabar sangrando. O que também, estava me afastando de meu pai cada vez mais, e os gêmeos me implorava para falar a ele sobre isso, as ameaças e até essa loucura.
Mas era algo que não estava tendo opção, eu poderia ser transparente, de vidro, porcelana, pendurar na parede ele não ia nem olhar. Meu pai estava como fez a dezessete anos atrás, apenas seguindo o serviço e família pouco importa. Então o único jeito era fugir com as minhas próprias mãos, era isso ou nada. Claro, que não tinha como um garoto de quase dois metros deixar eu fugir de suas mãos, eu teria que dar um jeito, minha vida dependia de mim.

Quando as horas do serviço passaram, eu pude pegar a minha mochila e seguir o meu caminho até o mercado da cidade, cheguei no ambiente vi a senhora Wang conversando com uma cliente.

— mulher, juro. A gente não está mais seguro nessa nossa cidade. Se o xerife disse que ia nos proteger ele está bem longe disso.

— não diga isso, além do mais, ele ainda está tentando descobrir sobre esses ataques de ursos.

É, ele nem acreditou em mim quando disse que não fora ataque de ursos. E pelo visto meu pai andava falhando sobre os casos de mortes nas matas do local, coloquei minhas besteiras no cestinho e levei até o caixa.

— boa tarde senhora Wang.

— Boa tarde meu menino. Como vão as coisas.

— a mesma de sempre. Vão se seguindo.

— seu pai anda mal não é?

— não vou dizer mal. Por que a gente nem se fala. Mas ele tá bem raivoso por dentro daquela casa.

— minha nossa, eu sinto muito.

— tudo bem. Já estou começando a voltar a minha vida rotineira.

Coloquei tudo que eu ia levar e paguei, logo me despedi delas e segui para fora, caminhando novamente pela estrada de volta para casa, e assim que parei, meus pés travaram, lá estava a cena do crime. A casa que amanhã seria entregue a minha alma, naquele momento pude até sentir um medo me dominar de uma forma sem tamanho, a ponto que sufocasse. Levei a mão ao meu pescoço a procura de ar, eu não estava entendendo o que estava acontecendo comigo, por que aquele medo estava me sufocando.

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