Capítulo 05
🥀𝙳𝚘𝚛𝚎𝚜 𝚘𝚌𝚞𝚕𝚝𝚊𝚜
Junseo:
Acordei cedo, antes que meu filho pudesse alevantar, corri a me vestir, e assim que estava tudo pronto eu desci as escadas, comecei a mexer com a louça na cozinha e fiz umas panquecas que eu achava que ele podia gostar, fechei elas com mel e pus umas frutinhas picadas na volta, caia super bem. E assim que eu ouvi o barulho das escadas ele desceu vindo até a cozinha, mas seu olhar não era nenhum pouco amigável comigo, ele estava mesmo chateado. Não me deu bom dia, pegou uma fruta do armário e saiu da minha frente pegando a mochila dele que estava sobre o sofá da sala e saiu da porta.
Fui atrás dele, para o segurar e impedir de sair sozinho, mas quando abri a porta estava um Ford preto parado na frente da minha casa, Seoho entrava nele ainda sério e sem olhar para a casa o carro saiu direção a escola dele. Eu sabia bem que ele havia ficado chateado, e eu havia mesmo pisado na bola com ele. Porém isso não iria ficar assim, ainda teria o perdão dele. Voltei a entrar na casa e tomei meu café para ir a delegacia trabalhar.
Assim que eu acordei, eu senti o belo aroma do café da manhã, mas eu não estava nenhum pouco animado com meu pai, nem tanto, ele me fez uma promessa que estaria para jantar e me trocou pelo serviço. Não vou condenar ele, nem tanto a vida das pessoas eram super importantes, e o povo precisava dele. Mas o que custava tirar um pouco do tempo dele para passar comigo. Até o povo achava que ele não tinha família. Era isso que minha mãe sofria quando chegavam nela e falavam que o meu pai agia feito solteiro. E eu, não queria sofrer com isso. Peguei meu telefone e mandei uma mensagem para Dongju.
“Tudo certo ?”
“Não, meu pai falhou comigo e eu estou magoado com ele. Poderia pedir ao seu pai para vir me buscar por favor?”
“Claro, já falei aqui pra ele e logo chegaremos aí”
“Obrigada Ju”
Parei de mandar a mensagem e voltei a me arrumar, escovei meus dentes vendo meus olhos inchados do choro, suspirei limpando meu rosto. Não estava afim de perguntas de outros sobre minhas dores. Apenas meus amigos tinha que saber por que eu não tinha mais com quem me abrir. Peguei minhas vestes, e coloquei sobre meu corpo, ajeitei o capuz na minha cabeça e peguei meu telefone e o endereço do bistrô do senhor Kim , assim que fechei a porta do quarto desci as escadas e fui para a cozinha vendo ele ali.
Não consegui cumprimentar ele, parecia que ao olhar a vontade de chorar voltava, então optei por apenas pegar uma maçã e sair de sua frente, deixando as panquecas que eu mais amava para trás. Abri a porta da sala e peguei minha mochila saindo de casa, logo vejo o carro Ford preto vindo. Parando em minha frente sorri em ver os gêmeos no veículo, abri a porta e entrei no banco.
— bom dia senhor Lee.
— bom dia senhor Son.
— Seoho, o que houve?
— meu pai meio que me prometeu vir jantar ontem as sete da amanhã. Mas ele chegou era uma da manhã. Me fez esperar de graça e ainda por cima me mentiu. Eu fiquei muito chateado que não quis nem olhar para ele hoje. Mas sei que logo terei que falar com ele sobre isso.
— cara, seu pai é um mané. Mas fica tranquilo, ele vai te pedir perdão e espero que tudo se resolva.
— obrigado meninos. E obrigado pela carona senhor Son.
— que isso meu jovem. Me chame de Mingi.
— está bem obrigado senhor Mingi.
Acabei rindo, acompanhado dos meninos, assim que chegamos na escola nos despedimos do senhor Mingi que era um homem alto, dos cabelos loiros e olhos castanhos claros muito bonito e bem alegre. E seguimos para dentro da escola, entramos na sala e sentamos no nosso lugar. Parecia estar tudo bem, nada fora do comum para mim, as aulas iniciaram e estava bem legal o assunto das matérias. A professora ensinava super bem.
Chegada a hora de sairmos para o intervalo, começamos a caminhar devagar sobre os longos corredores da escola, eu estava distraído sobre o assunto tratado pelos gêmeos que nem percebia os olhares sobre mim, mas minha atenção voltou quando senti alguém se bater contra meu ombro com um pouco de brutalidade me fazendo perder o equilíbrio do corpo e caindo sobre o chão. Olhei para ver quem tinha sido o abençoado que fizera o tremendo favor de me colocar naquele chão sujo, mas me arrependo logo depois.
— não esta olhando para onde anda seu fogo?
— você que tropeço em mim e eu que não enxerga? Grande ironia não?!
— está zoando da minha cara seu idiota?
— não sei, se o capuz serviu.
Olhei os meninos, pareciam temerosos quando eu ainda batia boca, mas eu também de fato não sabia o que estava a fazer, nunca fui de discutir, sempre me fechava em meu capuz e saia chorando. Agora estava ali, batendo boca com um jovem de quase um metro e oitenta. Devia ser daqueles que jogam basquete, nem tanto os braços dele davam os dois meus juntos, e os músculos bem firmes dos treinos.
— Seoho, vamos embora.
Ouvi Dongju sussurrar em meus ouvidos assim que me coloquei de pé, eu concordei, não seria tolo de ficar ali e perder um dente ou ficar com um olho roxo, nem tanto sou branco de mais para isso. Seguimos então a caminhar, mas eu ainda sentia o olhar desprezível do mesmo sobre mim, parecia que ele não queria só a minha alma ele queria tudinho. Pacote completo de mim. Tentei negar e seguir parando em frente a lanchonete da escola.
— cara, o que tu fez?
— eu vou saber? Eu só sei que me deu raiva daquele Brutus.
— ele é o filho do diretor da escola, ele humilha todos mundo. Ele até bate nos meninos mais baixos.
— ah, tem sempre essa. Só por que é filho do diretor pode fazer maldade com os de mais. Como se os nosso país não fossem importantes.
— bom, ele não liga para isso. Sabe que fico ele não é amigo de rico. Eles são mais inimigos ainda. Porque um quer ser mais que o outro.
— estou vendo, que depois disso nossa paz acabou de descer a sepultura.
— pode ser que ele não venha pegar no nosso pé.
— vamos rezar para isso né.
Suspirei, mas na realidade, não entendi o motivo de eu ter me alterado daquela forma, já havia batido boca, mas todas as vezes restava eu apanhando. E novamente cometi o mesmo erro. Claro que isso também tem limites, por que essa mania nojenta de estar humilhando os outros, mesmo sendo da mesma classe social ou não, já estava sendo bem passado. Seguimos depois de comprar o lanche para a nossa sala, e até o horário de ir almoçar estava tudo indo bem.
Mas me arrependi assim que terminei de entrar, lá estava o infeliz, dito-cujo que eu havia brigado, ou eu estava mesmo com uma urucubaca em mim, ou ele já estava fazendo de propósito para me procurar. Engoli em seco, e servimos nosso almoço, chegando na nossa mesa ele veio em minha direção e para a minha grande felicidade virou tudo que eu tinha pegado por cima de mim.
No momento eu mal consegui fazer algo, as risadas de todos começaram a ecoar na minha cabeça, lá estava eu novamente sendo capacho dos que se achavam melhor que eu. Os gêmeos tentaram ir pra cima, dizendo que iam falar pro diretor, a risada aumentou mais ainda. Eu apenas me virei de costas e sai caminhando, não ajuntei bandeja e nem se quer comi algo. Apenas segui pra minha sala sem olhar para trás.
Sentando na cadeira eu desmoronei a chorar, me encolhendo escondendo meu rosto sobre meus braços. Novamente aquela sensação que eu tentei fugir em todas as escolas que eu fiquei voltou a me acompanhar, não acredito que eu iria me fechar novamente pro mundo. Ouvi os passos dos meninos que vieram correndo até a sala. Sentaram ao meu lado e ficaram a fazer carinho em meus fios e costas, dizendo que tudo logo iria ficar bem, que seria apenas hoje por que ele tinha tropeçado em. Queria eu poder acreditar nas palavras dos meninos, mas eu não acreditava nem em mim mesmo que dizia que poderia tudo ficar bem no dia seguinte.
Tentei mudar de assunto, em retirar minhas roupas e ir a procura de um emprego. Assim que o sinal bateu, não esperei por mais nada, não queria ser feito de marionete novamente, segui a passos rápidos assim que me despedi dos meninos. Fui caminhando a procura do endereço que eu havia pegado no Google. Assim que cheguei no bistrô, tentei dar uma arrumada na minha cara, através de um canto do vidro com a cortina. E assim que me ajeitei segui entrando na loja, ouvindo o sino tocar indicando a minha entrada no recinto.
— bom dia meu jovem, no que posso ajudá-lo?
Uma moça de cabelos amarrados em um rabo alto, mas solto com certeza era cumprido, e vestida no uniforme da cafeteria se aproximou de mim com um belo sorriso receptivo.
— boa tarde moça.
Ela parecia estar perdida no horário, até que de assustou. Olhou pra mim envergonhada, eu como já sou tímido acabei ficando corado de vergonha por ter corrigido ela.
— perdão.
— não, tudo bem. Deixa quieto. Eu vim por indicação do mercadinho. A mulher disse que aqui estavam precisando de atendente e eu estou procurando um emprego.
— qual a sua idade?
— dezessete, mas logo eu vou fazer dezoito anos.
— hum, me acompanhe.
Segui a mesma, girando meus olhos pude notar o local pequeno e aconchegante, e o cheiro suave dos bolos que estavam em expostos sobre o balcão, ainda mais o cheiro suave de café que emanava no ambiente. Por uma certa hora pude sentir a paz entrar em mim. A mesma parou em frente a uma porta e bateu.
— senhor Kim, um pretendente para a vaga de emprego.
— por favor, mande entrar.
Ela abriu a porta me dando a passagem assim que a voz do homem do lado de dentro ecoou. Meio nervoso entrei no ambiente pequeno, com as paredes pintadas em um azul oceano, e vários detalhes rústicos e dourados.
— não tarde meu jovem.
Minha atenção foi ao homem parado a minha frente, abri um sorriso tímido.
— boa tarde senhor. Eu vim pela entrevista de emprego. A dona do mercado me indicou aqui.
— ah, senhora Wang. Ela é uma boa mulher. Me enviou uma pessoa linda e rara neste mundo.
Acabei corando com seu comentário sobre minha aparência, a maioria me via como aberração ou quem sabe como um esquisito, porém ouvir tais palavras me deixavam um pouco fora de mim.
— obrigado senhor.
— vem, sente-se. Vamos a entrevista.
Eu concordei, me sentei na cadeira de couro a sua frente, ele se sentou na cadeira a frente e apoiou os cotovelos sobre a mesa de madeira escura com algumas folhas e canetas.
— qual seu nome?
— lee Seoho.
— sua idade?
— dezessete anos, mas já vou fazer dezoito.
— você sabe lidar com cozinha?
— sim senhor, eu cozinho dez dos meus doze anos.
— e por que quer um emprego? Se é tão jovem.
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