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Mesmo que eu conheça uma nova pessoa
E a segure em meus braços
como se eu tivesse esquecido tudo
O que há de errado comigo?
A razão é você

Eu preciso de você, amor
Se algum dia começarmos de novo
Se amarmos novamente
Você é a única

Eu estou apaixonado por você
Eu volto para você todos os dias
Saiba que você também precisa de mim
Nós nos conhecemos melhor do que ninguém

Amor, o tempo que passei com você continua
Ele se sobrepõe, não importa o que você faça
Ninguém além de você
Eu não quero ninguém além de você

But You - iKON

🌑
Kim Seok Jin

— Não acredito que estamos fazendo isso de novo. — Ji Woo ri, claramente empolgada com a nossa aventura da madrugada.

— Confesse, você amou a ideia. — Digo, guardando nossas bagagens no porta-malas do carro. 

Deve ser cinco da manhã e o sol está começando a nascer.

— Me lembra da nossa primeira viagem. Eu estava tão nervosa pra te ver, meu coração batia muito forte. — Ela coloca a mão no peito, lembrando de tudo.

Dou um aceno. Essas lembranças também me atingem. 

— Acha que seu sobrinho vai lembrar de mim? Só o vi duas vezes ano passado. Talvez ele tenha esquecido até o meu nome. — Minha namorada diz, entrando no carro.

Com tudo devidamente guardado, partimos para Anyang

Minha cidade natal, no sudeste de Seul. Toda minha infância e adolescência foram lá.

— Com o tempo, ele vai aprender seu nome, não se preocupe. — Brinquei, colocando o cinco de segurança e ligando o carro.

Ela concordou, parecendo pensativa de repente. 

Chegando perto do movimento da cidade, liguei o som. A semana foi cansativa para adiantar tudo a tempo da viagem.

— Está tudo bem? — Perguntei. Não tinha feito isso ainda hoje.

Mesmo aparentando estar animada, ela sempre está pensando em algo. Com o tratamento ficando mais intenso, preciso ser cuidadoso.

— E se a sua mãe comentar algo sobre querer mais netos? E se ela perguntar quando vamos nos casar e ter filhos?

Aquela pergunta me abalou por completo.

Devia ter pensado nisso. Numa situação como essa, não saberia o que dizer.

— Desculpa, acabei com o clima. — Ela murmura, desviando o olhar para estrada.

Aperto o volante com força, sentindo meu coração doer. Queria ser capaz de realizar todos os sonhos dela.

— Fico feliz que tenha me dividido esse pensamento. Não quero que fique se castigando, ok? — Perguntei para conferir. Ji Woo deu um aceno fraco. — Temos duas opções pra essa situação.

Percebo que consegui seu interesse. 

— A primeira opção sempre vai ser a sinceridade. Você pode contar isso pra minha família. Eles te amam, Ji Woo. Em toda ligação com meus pais, a primeira pergunta que recebo é como você está e quando vai visitá-los outra vez.

— Seus pais são maravilhosos. — Ela declara, sorrindo bem de leve.

— Sei que isso ainda é um assunto muito delicado pra você, e tudo bem se quiser esperar pra contar, mas saiba que eles com certeza vão te apoiar. — Lhe disse.

Parando no sinal vermelho, olhei pra Ji Woo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas querendo ser derramadas. Peguei em sua mão e apertei com carinho.

— Qual a segunda opção? — Quis saber, continuando a conversa.

— Colocar um sorriso falso no rosto e dizer "em breve, quem sabe". — Fui sincero. Essa era a verdade que muitos casais lidavam no dia-a-dia.

Ji Woo pareceu pensar e lhe dei o espaço que precisava. Fui batucando no volante o ritmo da música lenta que tocava. 

— Tudo bem. — Falou depois de um tempo. 

Havia um pequeno sorriso surgindo. Eu a admirava tanto. 

Sua força, sua coragem e atitude. Meu coração se encheu de orgulho por saber sua resposta antes mesmo de ouvir.

— Você sabe que temos tempo, não precisa se forçar se não quiser.

Mas eu a conhecia bem pra saber que Ji Woo nunca faria nada sendo forçada.

— Eu irei contar. Você me disse que faço parte de uma nova família agora. — Decidiu, com aquele brilho em seus olhos.

Chegamos em Anyang quase seis da manhã. 

Uma hora no trânsito fechado de Seul numa sexta-feira. Por sorte, foi bem a tempo de aproveitar todo o dia aqui.

Apesar da nossa conversa séria no começo, todo o resto foi cheio de piadas e assuntos engraçados sobre os seus pacientes.

Ji Woo encontrou no porta-luvas a câmera antiga que usamos na primeira viagem e tiramos muitas outras fotos no caminho.

Aigoo, senti tanta saudade de vocês. — Minha mãe foi a primeira a nos receber. 

Enquanto eu tirava as malas do carro, minha namorada a abraçou.

— Eu senti muita falta desse perfume de baunilha, omma. — Ela diz a minha mãe, que tem um sorriso rodeando o rosto.

— Fico feliz que esteja bem e saudável, pequena. — Apertou as bochechas de Ji Woo.

Deixei as malas na escadaria da casa, indo abraçar minha mãe.

— Estou ainda mais lindo desde a última vez, certo? — Provoquei, deixando um beijo no rosto dela. Eu amava aquele perfume doce e familiar.

— Ah sim, você está. Continue se cuidando e ficará lindo igual sua mãe um dia. — Me diz. Dou risada, procurando meu pai.

— Meu pai está na adega? — Perguntei, indo colocar as malas pra dentro de casa.

— Ele e seu irmão estão pendurando os balões na varanda. — Apontou para os fundos.

Entramos em casa e avisei minha cunhada decorando a sala.

Ela veio nos cumprimentar, contando que meu sobrinho estava dormindo e só acordaria mais tarde. Sabia que Butter amava dormir.

— E eu ansioso para entregar o presente. — Digo, seguindo para cozinha.

Está arrumada, pronta para usar. Começo a repassar a receita do bolo.

— Fiquei muito feliz por ter aceitado fazer o bolo, obrigada. — Ouço minha cunhada dizer a Ji Woo. As duas se abraçam, bem animadas.

Se algo envolve morangos, é claro que Ji Woo vai aceitar.

— Tudo pelo pequeno Butter

Ela estava mesmo pegando meu jeito de falar, como eu esperava.

— Ei, princesa. — Chamei, parando ao seu lado. — Vou cumprimentar meu pai e meu irmão, pode ir se trocar pra colhermos os morangos.

Vi seus olhos brilharem de animação quando foi em direção a mala. Minha mãe a guiou para o nosso quarto, perguntando sobre seu aniversário.

— Vocês são fofos juntos. Ela é uma pessoa incrível. — Minha cunhada diz.

— Sou um sortudo, certo? — Me gabei, fazendo-a rir.

Observei quando saiu da sala e foi conferir se meu sobrinho está bem.

Por muito tempo, esperei encontrar um amor e me decepcionei. Ter adicionado Ji Woo na minha vida é um grande passo.

Vou até os fundos da casa, encontrando meu pai e meu irmão ali. Os dois tentam pendurar os balões no alto, mas continua caindo.

Recebo abraços e muitas perguntas, por fim resolvo ajudá-los. 

Quando tudo fica pronto, Ji Woo aparece usando uma jardineira.

— Que bom te ver, Woo. Obrigado por estar nos ajudando. — Meu irmão lhe agradece.

— Eu que fico feliz pelo convite. — Ela oferece um sorriso tímido.

É extremamente fofo quando não sabe receber elogios dos outros.

— Espero que Jin esteja se comportando em Seul. — Meu pai questiona.

— Ele tem muito o que melhorar, mas está se esforçando. — Todos começam a rir de sua provocação pra mim.

Eu estava totalmente certo, ela os conquistou.

Yaa, deixem minha namorada em paz. Temos uma missão para cumprir.

— Vou te dar o meu número. Sempre que ele te irritar, me ligue. — Como um pai faz isso com o próprio filho?

Ji Woo dá risada, concordando. Seguro em sua mão para afastá-la.

Não me resta dúvidas que a amam.

— Uau, essa estufa é linda! — Vejo seus olhos brilharem quando entra.

— Pegue as luvas, vamos começar. — Lhe entreguei.

Seguimos para onde os morangos estavam mais frescos.

— Primeiro passo. Devemos cortar o morango pelo cabo. — Lhe explico.

— Olha, um morango bebê. — Ji Woo nem parecia escutar de tão encantada.

— Do seu tamanho, que fofo. — Provoquei, cortando o cabo.

Ela riu e me empurrou de leve, se agachando para cortar o outro.

— Coloque os morangos cortados aqui. Aviso quando tiver o suficiente pra o bolo. — Deixei a caixa do lado dela. 

Ji Woo concordou, animada para continuar.

— Eu sempre quis fazer isso. — O sorriso em seu rosto entregava o seu sonho.

Mesmo com dinheiro ou fama, não conseguiria realizar todos os desejos dela. Ainda assim, os mais simples, eu os tornaria especiais.

Após um tempo, com a cesta cheia, tiramos as luvas e saímos.

— Vamos, princesa. Temos um bolo pra fazer.

Ela nem imaginava que eu havia tirado uma foto sua, tão sorridente.

Pra ver essa foto todos os dias, deveria colocar como papel de parede. Eu tinha alguém especial. Uma namorada. Acima de tudo, minha melhor amiga.

Que ria das minhas péssimas piadas, que me chama de velhote, é apaixonada por morangos e canecas, tem um lindo sorriso com covinhas e me ama por completo.

A melhor escolha que fiz foi ter ido para aquela festa.

🌑

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