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Olá, minha alegria
Mesmo no desespero profundo
Você sempre me faz sorrir ao meu lado
Você me faz esquecer tudo por um tempo

Obrigado por ficar ao meu lado
Meu amor é somente assim
Serei sua primavera no inverno
Meu coração pode apenas dizer isso

Como uma chuva de meteoros
Serei a luz num céu escuro
Eu posso fazer tudo por você
Eu sou o que sou para você

Apenas tenho um grande coração
que quer te dar tudo
Meu coração pode apenas dificilmente
Posso escrever uma música e algumas letras
mas é tudo para você
All My Love - SEVENTEEN

🌑
Kim Seok Jin

Usando uma touca, uma máscara e um casaco com capuz, continuava me questionando se era o suficiente para passar despercebido.

Com tantos anos de carreira, as fãs me reconhecem pelo jeito que ando.

Um sorriso surgiu em meu rosto quando avistei minha namorada. Ela ainda usava o seu crachá e uma bolsa grande no ombro.

Entrou apressada no carro, jogando a bolsa no banco de trás e esfregando as mãos pálidas pelo frio que finalmente iria embora.

— Oi, velhote. — Me cumprimentou, sorrindo e mostrando as covinhas.

Eu aumentei a intensidade do aquecedor, para que não pegasse um resfriado.

— Oi, princesa. Como foi seu dia? — Perguntei, ansioso para ouvir.

Liguei o carro e segui o caminho para meu apartamento. Havia deixado o jantar pronto e o estúdio bem organizado. Era uma noite especial.

Não me importei em avisar ao CEO sobre minha atitude. Estava falando sério quando disse que isso não fazia parte do contrato.

— Estou ganhando mais reconhecimento aqui. Fui convocada pra auxiliar uma das estudantes de fisioterapia que vai estagiar nos próximos meses. Ela é um doce. — Começou a falar.

Durante toda a volta, escutei as histórias engraçadas sobre seus pacientes. De crianças teimosas demais até os velhos mal humorados.

— Acha que vou ser um velho chato? — Fiquei curioso.

Hum, não. Acho que vai ser aquele velhote que cozinha pra os netos e conta histórias de pescador. — Ji Woo brincou, rindo da minha reação chocada.

— Ei! Eu sou um pescador, mas não fico contando mentiras. — Me defendi.

Ela não pareceu convencida, o que era um enorme absurdo.

Quando chegamos em casa, pude finalmente tirar a máscara. Digitei a senha da porta e deixei que entrasse primeiro.

Fiquei satisfeito com o cheiro ótimo da comida pelo ambiente.

— Nosso próximo encontro vai ser na minha casa. Eu venho tanto aqui que sei até onde fica os copos no armário. — Declarou.

Dei risada quando tirou o tênis preto, ficando apenas com as meias fofas que sempre usava. Provando o que disse, abriu meu armário e pegou um copo.

— Ficar no seu território é bem arriscado. — Comentei. Era minha vez de tirar os sapatos e ir arrumar a mesa de jantar.

— Tem medo de mim, Seok Jin? — Perguntou, abrindo a bolsa e tirando uma cartela de remédio. Fiquei imaginando que fosse alguma vitamina.

— Sim. — Fui sincero. Ela era extremamente perigosa e atraente.

Mesmo sendo adultos, penso que o senhor Hwang me cortaria em pedacinhos se soubesse que estamos dormindo juntos com tanta frequência.

Ji Woo deu risada e se jogou no meu sofá que tanto amava, abraçando uma almofada enquanto eu preparava a mesa para nosso jantar.

— Sei que fez planos pra hoje, quais são? — Questionou pra mim.

Realmente me conhecia muito bem durante esse tempo.

— Depois do jantar você vai descobrir. — Resolvi fazer um mistério.

Como maior fã de surpresas, não perguntou nada, mas ficou calada demais. Olhei pra ela, que parecia tímida de repente.

— Não consegui tomar banho no hospital. — Suas bochechas ficaram vermelhas, lhe deixando muito fofa. — Tinha muitas enfermeiras na fila e não queria te deixar esperando, por isso vim logo.

— Não precisa ficar com vergonha. Meu quarto tem uma banheira grande, pode ir.

— Posso mesmo usar aquela banheira? — Pergunta sem jeito, mas animada.

— Pode sim, fique a vontade. — Ri de sua empolgação.

O rosto de Ji Woo parecia um grande morango de tão vermelho.

— Perguntei pra não ser inconveniente. — Resmungou. Isso me fez rir mais da situação.

— Esqueceu de quando Yoongi invadiu o nosso encontro, interrompeu o nosso beijo na cozinha e saiu rindo? Ele sim foi inconveniente, você nunca. — Tentei fazê-la entender.

Pareceu finalmente cedeu, me dando um sorriso de canto. Segurei seu rosto e lhe dei um beijo de leve na testa, por cima da franja.

— Tome um banho e volte pra jantar, okay? — A verdade é que ela poderia até mudar toda decoração desse apartamento e eu não me importaria.

Assim que Ji Woo subiu os degraus, terminei de colocar os acompanhamentos na mesa. Liguei a caixa de som, colocando uma música baixa da nossa playlist.

Sem demorar tanto, apareceu de volta na sala, me fazendo perder o fôlego. Ela usava uma blusa branca minha que ia até seus joelhos junto com uma calça moletom.

All My Love do SEVENTEEN começou a tocar, me fazendo sorrir com a linda composição. Era exatamente tudo que eu sentia naquele momento.

Eu canto essa música para você hoje à noite
Para que eu possa chegar perto do seu amor
Meu amor é somente assim
Meus sentimentos não mudarão

Mesmo que meu amor seja somente assim
Serei seu guarda-chuva quando chover
Te protegerei ao longo de todos os seus dias

Puxei a cadeira da mesa de jantar, para que ela se sentasse. Me acomodei na cadeira da frente, do outro lado da mesa. Comecei a servir nossos pratos.

Ji Woo olhou admirada para tudo que eu havia cozinhado. Tentei me esforçar para que desse certo e gostasse da receita.

Era sempre um desafio impressionar a sobrinha de um chefe famoso da culinária.

— Obrigada por isso. — Me agradeceu, parecendo realmente emocionada. Algo me dizia que não era apenas pelo jantar ou por ter tomado banho.

— Obrigado por surgir em minha vida. Eu esperei muito tempo por um amor sincero. — Confessei. Segurei sua mão e dei um beijo delicado.

Jantamos com a música agradável no fundo, ainda falando um pouco de como havia sido nosso dia de trabalho. 

O kung pao — frango xadrez com legumes — que fiz ficou perfeito com o arroz e bastante molho de soja. Além da pimenta, que deu o toque final.

— Qual é a supressa? — Ela perguntou enquanto levava os pratos pra pia.

— Vem, está no meu estúdio. — Contei, também empolgado.

Como havia somente dois pratos e as talheres, Ji Woo insistiu em lavar. Em seguida, fomos para meu estúdio. 

Esperei que notasse algo diferente.

Aigoo, tem uma foto nossa na parede agora? — Ela percebeu, apontando para o quadro que fiz. Concordei mesmo que fosse óbvio.

— Nossa história foi toda minha inspiração pra o álbum. Você foi a minha maior fonte daquele amor que compus e cantei nas músicas. — Lhe guiei para as cadeiras.

Nos sentamos e apertei play na primeira música do álbum.

Eu sabia que ela havia escutado tudo no dia do lançamento, mas escutar juntos era diferente. 

Expliquei cada detalhe e referência que fiz, que apenas nós dois entenderíamos.

— Por isso chamou a Yerin Baek? Por que ela cantou de Pousando no Amor, meu dorama favorito? — Me questionou, ainda surpresa.

Acenei em confirmação. Era tudo feito pra ela.

— Me concede essa dança? — Fiquei em pé e estendi a mão.

Ji Woo se levantou e entrelaçou nossos dedos. 

Fomos pra sala, onde o espaço era maior e começamos a dançar a música que fiz sobre nós dois, contando a nossa história nas entrelinhas.

Perdi a hora dançando com ela. Sua cabeça deitada em meu ombro, ouvindo as batidas aceleradas do meu coração. Meus braços em volta de sua cintura.

— Temos uma carta pra fazer. — Eu lembrei, sussurrando em seu ouvido.

— Só mais um pouco. — Respondeu baixinho de volta.

Entendi que estava ansiosa e com medo assim como eu. Apesar de tudo, esperava que as fãs aceitassem bem a minha decisão.

Não devo a ninguém, sei que não preciso contar nada da minha vida pessoal. Poderia negar até o fim esses rumores e a empresa não deixaria ninguém descobrir.

Mas, o quão sufocante seria viver as escondidas e ter que sempre medir minhas palavras?

— Está pronto? — Ela me perguntou, se afastando e olhando em meu rosto para conferir.

Concordei. Por fim, chega de adiar.

Nos sentamos no tapete, um ao lado do outro. Peguei o celular e comecei a escrever o anúncio. 

Conforme as palavras vinham, pensava na reação das pessoas. Queria ser direto, mas passar tranquilidade e confiança com o que dizia.

Quando terminei, corrigi e publiquei o texto, me senti em paz.

— Não acredito que fez isso. — Sorriu pra mim, radiante de alegria.

— Precisamos contar aos meninos. 

Tirei uma foto nossa e mandei no grupo, contando sobre o anúncio feito. Não demorou nada para que eles fossem comentar belas palavras de apoio.

Esse poderia não ser exatamente o nosso começo, mas era o começo da nossa liberdade. 

Em breve, o mundo inteiro saberia que uma mulher tão linda conquistou cada pedaço do meu coração e eu nunca a deixaria ir.

🌑

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