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Sim, nós dois tentamos lutar contra isso
Mas nós nunca ganhamos
Nós diríamos a todos, sim
Que éramos apenas amigos
Mas quanto mais eu beijo você
Quanto menos faz sentido
E se vinte anos se passaram sem você
Eu sei que nossos sentimentos não mudariam
Nós temos esse tipo diferente de amor
Isso é mais forte que nós dois
Não importa o que
nós temos esse tipo diferente de amor
Nós temos que não temos que falar
Conhecer esse amor nunca vai parar
Different Kind Of Love - Shawn Mendes
☀️
Hye Ji Woo
Enquanto Jin está digitando a senha para abrir a porta do seu apartamento, continuo dando pulinhos animados.
Estou cheia de energia. Se eu fosse para casa, não conseguiria dormir tão cedo.
— Não acredito que estou fazendo isso. — Ele resmunga, abrindo a porta e me deixando entrar primeiro.
Me abaixo para desamarrar os cadarços do coturnos e fico apenas de meia, entrando no cômodo.
Jin acende as luzes e fico surpresa por tudo ser realmente em tons de branco e bege. É limpo e organizado.
— Caramba, olha esse sofá! — Digo animada, correndo até o móvel e me sentando, abraçando as almofadas.
— Parece que agora é definitivo. Você invadiu mesmo minha vida. — Ele ri enquanto vai até a cozinha.
Dou um pulo do sofá e o sigo, olhando todo o ambiente. Os armários são brancos e prateados.
Tem uma geladeira enorme que ocupa o maior espaço. Abro a porta e vejo que está tão cheia de comida que quase não fecha.
Me sinto a vontade aqui. Ele fez a mesma coisa quando visitou a minha casa, estou apenas retribuindo.
— O que vai fazer pra o lanche pós-jantar? — Perguntei atrevida.
— Você disse que era uma visita rápida. — Cerrou os olhos, me olhando desconfiado.
— Yaa, sou sua namorada. Não sou uma visita. — Pego uma lata de refrigerante e fecho a porta da geladeira. — Quer saber, não precisa cozinhar nada, salgadinhos servem.
Vou para sala e começo a observar todos os porta-retratos espalhados. A maioria é da família de Jin.
Reconheço seu irmão mais velho e o seu sobrinho no colo. Os dois são levemente parecidos.
Tem fotos com os meninos também em vários países. Em todas eles estão abraçados.
Continuo olhando ao redor e vejo a escada que leva para o segundo andar — imagino que onde seja os quartos.
Perto da escada tem duas portas, e uma delas tem senha. Fico pensando que deve ser seu estúdio.
A porta sem senha leva apenas para um banheiro cheiroso e todo branco.
Decido voltar para sala. E dessa vez percebo que na estante da televisão tem uma gaveta meio aberta.
Dou uma olhada e um sorriso surge em meu rosto.
Nesse momento, Jin entra na sala com uma vasilha cheia de salgadinhos e uma lata de refrigerante nas mãos.
— Já explorou minha casa o suficiente? — Me questiona, colocando a vasilha na pequena mesa de centro branca.
— Você tem jogos aqui! — Abro toda a gaveta e percebo muitos jogos que ainda nem foram lançados.
Procuro pelo aparelho e vejo um PlayStation 4 no perto da caixa de som.
— Isso é o que estou pensando? — Chego perto, percebendo o selo oficial.
— Um PlayStation? — Pergunta brincando, se sentando no sofá e abrindo a latinha.
— Claro que é um PlayStation. Estou falando sobre ser aquele da edição limitada de aniversário de dez anos. — Vou para o lado dele e pego uma mão cheia de salgadinhos.
— Como você conhece tanto sobre isso? Nunca me contou que gostava de jogos. — Ele parece surpreso.
— Não sei muito. Quando eu era adolescente, meu tio jogava com meu pai algumas vezes. Eu ficava sempre assistindo, nunca me deixavam jogar. — Acabo dando risada.
— Você sabe qual eles jogavam? — Jin se levanta e abre a gaveta, tirando um jogo. — Era esse? É bem famoso.
— Não, eu conheço League of Legends. — Tento segurar a risada. — Eles jogavam Sonic.
Ficamos nos encarando até cair na risada.
— Não acredito que seu tio e seu pai jogavam Sonic. — Ele comenta, ainda mexendo na gaveta.
— Eles brigavam, gritavam e passavam horas sem sair da frente da televisão. Era o jogo favorito deles. — Contei.
Jin parece pensar e me olha sorrindo.
— Acha que devo comprar o jogo do Sonic atualizado pra seu tio quando for visitá-lo?
Percebo que quase esqueci da visita com meu tio.
— É bom levar um presente pra ele. Da última vez que falei sobre o cara que estava interessada, ele comentou algo sobre facas. — Finjo tentar lembrar.
Vejo o rosto dele ficar pálido.
— Você não está mesmo com medo do meu tio, está? Jinnie, ele te adora. Estou apenas brincando. — Vou até meu namorado e lhe dou um beijinho na bochecha.
— Tem certeza que ele não vai começar a me odiar? — Questionou inseguro.
— No começo sim, com certeza. — Jin voltou a me olhar assustado. — Mas não vou deixar que ele te ameaçasse com nenhuma faca.
Seguro o rosto dele e dou um beijo rápido em seus lábios.
— Posso ficar aqui mais um pouco? Que tal você me ensinar algum jogo? — Fiz uma carinha de cachorrinho abandonado.
— Ji, você não pode ficar aqui até tão tarde. — Me avisou.
Nem escutava mais. Me afastei dele e fui abri a gaveta de novo. Comecei a mexer nos jogos que tinham ali.
— Esse é fácil? — Na frente estava escrito Mortal Combat.
— Não muito, mas acho que você vai gostar. — Me entrega o controle e coloca o jogo no PlayStation.
Em pouco tempo estou ouvindo a explicação de como jogar e dando play.
— Que jogo maravilhoso! — Eu digo, sem conseguir tirar os olhos da televisão.
— Mais maravilhoso do que eu? — Me pergunta convencido.
— Sim. Óbvio. — Respondi.
Ele me olha ofendido.
— Ei, Ji Woo! — Me repreendeu.
Soltei um beijo e dei uma piscada. Além de dramático, é convencido.
Passamos as horas seguintes jogando juntos. Claro que Jin é muito melhor do que eu.
Mesmo me explicando, não pega leve e fico ainda mais competitiva.
— Meu Deus, tem um besouro gigante nas costas, fica parado! — Dou um grito e largando o controle.
— O quê?! Então mata! Tira ele daqui! — Jin pula do sofá, começando a pular pela sala.
— Fica parado! — Grito de volta.
— Faz alguma coisa!
— Eu estou tentando! — Reclamei, agarrando o braço dele e usando toda minha força para mantê-lo parado.
Estendi a mão e tirei o besouro, jogando para longe.
— Ele morreu? Já tirou? — Jin pergunta impaciente.
— Pronto, tirei. Consegui. — Comemorei.
— Você é minha salvadora, Ji Woo! — Jin me abraça, me tirando do chão. Dou risada de sua alegria por causa de besouro.
— Mereço um prêmio. — Me gabei.
— Merece sim. O que você quer? — Perguntou-me. Dei um sorriso atrevido.
— Beijos. — Fiquei na ponta dos pés.
— Pensei que fosse me pedir pra comprar meias com desenhos de morangos. — Me provocou, apontando para meus pés.
Percebi que tinha colocado minhas meias da sorte.
— Quero isso também. Meu tamanho é M e tem que ser aquelas com cheirinho de morango. — Digo, sem perder a chance. Brinco com os botões da camisa dele.
O sorriso de Jin desaparece. Me puxando pela mão, sentamos de volta no sofá e não demora um segundo para que eu sinta sua boca colada na minha.
Agora não é apenas meu melhor amigo me beijando. É meu namorado. E mesmo depois de tanto tempo desde o nosso primeiro beijo, ainda me sinto viciada.
Me movo para seu colo, o surpreendendo. Perco meu fôlego quando a mão dele aperta forte minha cintura. Borboletas estão dançando na minha barriga.
Dou um suspiro satisfeito quando Jin começa a descer beijos pelo meu pescoço. Eu realmente não esperava, mas seguro firme em sua nuca, desejando isso pra sempre.
— Eu amo seu cheiro. — Sua voz rouca me deixa sem ar suficiente.
Nos afastamos para recuperar o fôlego perdido. Não precisamos ter pressa.
— Preciso te levar pra casa. — Ele murmurou. Dei um aceno, mas nenhum de nós se moveu.
— Eu falei sério sobre as meias. — Beijei o canto da boca dele, ainda lhe provocando.
Jin começou a rir, envolvendo minha cintura e me beijando mais. Nunca enjoaria disso.
— Vou comprar quantas meias você quiser. — Declarou baixinho. Juntei meus braços ao redor do pescoço dele.
O puxei pra mais perto enquanto continuamos o beijo. Dessa vez, mais devagar.
— Sabe, eu amo ser tratada como uma princesa. — Confessei, sorrindo travessa quando senti sua mão levemente apoiada em minhas pernas.
— E por isso mesmo preciso levar a princesa para casa dela, antes que fique muito tarde. — Me ajuda a levantar, ficando em pé logo em seguida.
Vou até a porta cambaleando para calçar meus coturnos. Não estou envergonhada, mas a cena nesse sofá vai se repetir por horas na minha cabeça.
Volto a ficar de pé e espero que vista seu casaco e a sua máscara.
— Converse com seu tio para marcar o jantar, ok? Não esqueça. Sei que vai para entrevista na segunda-feira. — Jin arruma meu cabelo, certamente bagunçado.
— Prometo. — Limpo o canto de sua boca, o fazendo rir.
Ele abre a porta e saímos ir para o estacionamento.
Tenho a sensação de ser observada e fico olhando em volta.
— Jin, tem alguém ali ou é coisa da minha cabeça? — Pergunto, apontando discretamente para uma pilastra. Vejo uma sombra no chão.
Meu namorado segue o olhar na direção que indico e fica assustado.
— Ok, precisamos correr. — Ele avisou de repente. Agarrou minha mão e me puxou pelo estacionamento até o carro.
Entramos apressados no automóvel e fico com medo, pensando em todas as piores opções.
Jin liga o carro e acelera. Fico esperando que me diga.
— Era algum paparazzi? — Questiono apavorada.
— Pior. — Declarou.
Fiquei com mais medo ainda.
— Quem era então? — Tenho medo da resposta.
Um instante de silêncio.
— Era o Jimin. — Revelou.
— Espera, está falando do mesmo Jimin que estou pensando? O seu donsaeng? — Franzi o rosto.
Jin afirmou. Sua expressão era realmente de terror.
— Ele e o J-Hope são os maiores fofoqueiros da Coreia. Com certeza todos já estão sabendo de você nesse momento. Eu imaginei que isso ia acontecer. — Se lamenta.
— Bem, apenas vai acelerar as apresentações. — Brinquei, tranquilizando ele.
— É um passo pra eles descobrirem sobre sua família, acredite. — Me avisou e tive que dar risada.
— Marque logo o jantar com eles. Estou ansiosa para conhecê-los. — Pedi.
Em pouco tempo, estava na frente do meu prédio. Aquela era nossa primeira despedida como namorados. Foi uma noite inesquecível.
— Tenha uma boa noite, princesa. — Me deu um beijo de leve na testa.
— Sonhe comigo. — Sorri pra ele, pegando minha bolsa e meu agasalho.
— Eu já faço isso. Espero que tenha gostado do encontro. — Seu rosto fica vermelho.
Entrelaço nossas mãos. Agora, com anéis marcando um começo.
— Foi o melhor encontro da minha vida. — Fui sincera. Com ele, eu sempre era.
— E qual foi a melhor parte? — Quis saber.
— A do besouro, com certeza. Você precisava ter visto sua cara. — Provoquei, saindo do carro.
— Yaa, sua pestinha. — Ficou rindo.
Antes de fechar a porta, soltei um beijo pra ele e me despedi.
Corri para portaria do prédio e assisti Jin buzinar uma única vez e ir embora. Meu coração apertou. Eu não via a hora de encontrá-lo de novo.
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