nota;; A "May" sou eu! Não confundam TT

「ᨳ᭬꩜ 」

Vinte quatro de dezembro, a neve caia com abundância do céu noturno de Seoul e trazia consigo todo o ar natalino. Debruçada na janela observava os pequenos flocos depositando-se sutilmente do outro lado da veneziana, enquanto em minha mente passava as lembranças mais calorosas e aconchegantes da minha infância nesta mesma data do ano.

Lembro claramente de quando meu pai se vestiu de Papai Noel e deixou bem ao lado da árvore de natal um embrulho enorme, que era referente a bicicleta que eu mais desejava e pedia para ele durante todo o ano.

Suspirando fundo e soltando o ar levemente, sinto uma sensação calorosa me esquentar por dentro, a época do natal me inspirava a ser alguém melhor, tanto comigo quanto com os outros, e me trazia mais esperanças para um novo ano que vinha pela frente.

Estávamos todos reunidos em mais um dia de harmonia, Jaebum junto com Minho e Bangchan tiveram a ideia de alugarmos uma casa de campo para passarmos a véspera de natal juntos como uma verdadeira família, já que muitos aqui não ia por ver a sua este ano. A casa que tinham alugado ficava à 50 quilômetro da cidade, e esta era tão fofa que me sentia dentro de um crichê americano dos anos cinquenta. Durante a tarde, a frente da casa já se encontrava carregada de neve, o telhado e a pequena varanda também, e como eu, Jaebum, Yeji, Chan, Minho e Changbin tínhamos chegado mais cedo, corremos para ajeitar toda a casa para a noite.

Montamos a mais bela árvore de natal que já vi em toda a minha vida, com enfeites do topo da estrela até à base, recheada com polaroides dos nossos momentos juntos durante o ano; também penduramos um varal de meias decorativas de natal na lareira da sala de estar; nas janelas foram colocados miniaturas de papais noeis, bonecos de neve e outros bonecos natalinos. Na porta de entrada enfeitamos com uma guirlanda com lindos enfeites, trazido por Minho.

A ideia original era juntar todo o nosso "squad" para uma ceia de natal e depois revelar nosso amigo secreto no amigo oculto. Segurando o presente no meu colo, me questiono se meu amigo secreto ia gostar do presente, não era algo caro e muito menos grande, mas junto dele estava dando o meu coração. Esta pessoa trouxe-me a vida, me deu razões para estar aqui e agora, me deu liberdade para expressar meus sentimentos, para contar a minha história e os meus sonhos, exigindo apenas que eu permitisse ser usada como um escape da vida real.

Quantas vezes o vi chorando enquanto me fazia sorrir? Quantos dias ensolarados e calorosos eu estive enquanto este enfrentava uma tempestade fria e devastadora dentro do seu peito, onde a esperança parecia ter chegado ao fim?

O relógio marcava sete e meia da noite, o peru já estava assando no forno e os meninos já começavam a preparar os outros acompanhamentos para o prato principal. Minho estava responsável pela cozinha, o chef tinha entrado em ação desde ontem, quando começou a fazer as sobremesas geladas para hoje.

Da janela avisto luzes vindo do fim da estrada, com certeza era Hyunjin com o resto da galera. Antes do carro poder estacionar, corro até a porta e a abro com rapidez, sorrindo contente ao ver meus amigos cheirosos chegando para esta noite especial. Hyunjin ficou de trazer os meninos mais novos, eles ainda não tinham carteira e não queríamos que seus pais se incomodassem em traze-los.

- Hyunjin! - Abraçei meu amigo apertado e o mesmo retribuiu com muito carinho. - Feliz natal!

- Feliz natal Soso. A mãe do Jeongin mandou isto - Ergueu um tapoer médio transparente com bolo de morango dentro.

- Isso deve estar uma delícia! - Sorri ao pegar o objeto na mão e agradeço Jeongin.

- É só um agradinho, Hyunjin falou para ela que você gostou do pudim que ela te mandou e ela ficou muito feliz. - Disse o garoto tímido e acanhado, mas esboçando um belo sorriso.

- E eu trouxe o banco imobiliário que vocês pediram no grupo. - Seungmin fechou a porta do carro e veio até nós com o jogo de tabuleiro nas mãos.

- Bem, se estão todos aqui, vamos entrando! Felix, o Minho está te esperando na cozinha. - Acariciei os ombros do loirinho enquanto ele entrava. - Nada de brigar com ele hoje, tá?

- Eu não vou brigar com ninguém hoje, estou bem calmo. Parece que está faltando alguém aqui.

- Verdade. - Franzi o cenho. - O Minho está aí, o Chan também, Changbin, Yeji, Jeongin...

- EI, DEIXA EU SAIR DAQUI! - Berrou Jisung dentro do carro. - EU SOU CLAUSTROFÓBICO, TÁ? SE EU SURTAR AQUI...

- Espera, espera que já vou te tirar dai. - Hyunjin correu para abrir o carro enquanto Jisung continuava a gritar e espernear. - CALA A BOCA.

- Eu odeio vocês, todo dia uma humilhação diferente. - Finalmente saiu do carro.

- Pelo o menos eu senti falta da sua catinga, senão teria entrado sem você.

- Que amizade em Hyunjin, passei três vezes o mesmo perfume e você falou que eu estava mais gostoso que um chocotone.

- Eu não gosto de chocotone.

- Vai pro inferno Hyunjin! - Esbravejou Jisung choroso. - Por que você me odeia?

- Mentira, eu te amo. - Fez um coração com as mãos.

A noite estava quase completa, todos estavam contentes da maneira que tinha imaginado e também bem agasalhados, tinha a sensação que este seria o melhor natal que poderia ter na vida.

- Aqui é muito grande!

- E é muito bonito. - Jeongin escorou admirado na janela junto com Seungmin, observando a neve cair.

- A gente tem que tirar várias fotos aqui, para guardar de recordação. - Hyunjin sentou na poltrona perto dos garotos e se distraia ajeitando o cachecol vermelho de Jeongin.

Observando-os enquanto terminava de ajeitar os enfeites da lareira, lembrei que ainda faltava uma pessoa para chegar, e sem ela aqui a ceia não teria sentido. Será que ela viria mesmo?

- Você quer ajuda? - Chan se sentou ao meu lado no chão e sorriu.

- Quero sim. - Lhe entreguei a caixinha de bombons e juntos os distribuímos nas meias natalinas que estavam ali penduradas.

- Ei Jisung - Changbin gritou o amigo que estava praticamente do seu lado. - Bora montar um boneco de neve lá fora.

- Bora, só deixa minha audição voltar ao normal.

- Que tal vocês ajudarem com os ajustes finais e depois todos irmos lá fora? - Minho apareceu com os braços cruzados, obrigando os dois a procurarem algo para ajudar.

(...)

O relógio marcava onze e meia da noite, e nada do último convidado aparecer. Minha ansiedade já estava difícil de controlar e todos começaram a perceber. Minho e Felix já tinham terminado tudo na cozinha, eu, Chan e Yeji tínhamos checado a decoração uma cinco vezes no máximo, Jisung e o resto do pessoal estava lá fora curtindo a neve, montando bonecos de neve, anjinhos no chão e agora estavam brincando de jogar bolinha de neve.

Os meninos mais novos conseguiram se enturmar bem com a galera, vez ou outra eles ficavam excluídos sobre os assuntos da faculdade, mas logo entravam no papo comentando algo que tinha acontecido na escola.

- Será que ela não vem? - Sentada na pequena escada da varanda, questionei Chan que estava novamente ao meu lado, só admirando todos os outros se divertindo.

- Ela te falou que vinha, não é? - Afirmei com a cabeça e bufei frustrada. - Então confia nela, ela vai aparece. - Acariciou minha mão por cima da luva de lã e me animou com um sorriso simpático. - Acho melhor todos nós entrarmos, não quero ver ninguém resfriado depois.

- Ahhh Chan hyung. - Jeongin resmungou fofo. - Deixa só mais um pouquinho.

- Se o BangChan tiver um coração dentro desse peitão dele, ele vai ouvir nosso maknae. - Jisung abraçou o garoto pelos ombros.

- Jaebum, faz alguma coisa e pare esse velho ranzinza. - Hyunjin implorava choroso aos pés de Jae, que lhe acertou uma bolinha de neve bem na testa.

- Bla bla bla, anda logo, todo mundo pra dentro. - Acertou um tapa na bunda de Changbin quando este passou por nós.

Mais alguns minutos se passaram, e para matar o tempo até a ceia Minho trouxe até a mesinha da sala de estar o banco imobiliário de Seungmin para jogarmos. O jogo sequer tinha começado e a primeira discussão já tinha vindo, Seungmin e Minho queriam a mesma cor de pião e não tinha piões suficiente para todo mundo jogar, e mesmo fazendo pedra papel tesoura para dividirmos em dois grupos não resolveu a confusão, todos queriam jogar nesta rodada.

- Dá para falarem mais baixo? Acho que a campainha está tocando. - A voz de Jaebum se sobresaiu entre todas as outras.

Imediatamente todos nos calamos, e realmente tinha alguém apertando a campainha.

- Eu atendo! - Me levantei rapidamente e foi correndo para a porta.

- É um serial killer? - Ouvi Jisung sussurrar amedrontado.

Eu não conseguia me conter de alegria, e ao abrir a porta me deparo com a pessoa que mais aguardei em ver esta noite.

- MAY, VOCÊ VEIO! - A apertei em um abraço caloroso.

- Óbvio que eu ia vir, achou que eu ia perder a oportunidade de ver tanta gente caótica no mesmo lugar? - May respondeu com dificuldade por estar enfiada em meus braços. - Acho que já pode me soltar.

- Ah, me desculpa. - Sorri envergonhada e May sorriu agradecida.

- Você existe mesmo, achei que era tudo maluquice da Sohui. - Comentou Yeji toda alegre.

Dou passagem para a recém chegada entrar e se acomodar, e enquanto levava seu presente para o pé da árvore, os outros aproveitavam para encher Mari de perguntas, formando uma roda envolta do sofá que tinha escolhido para se sentar.

- Meu Deus, mas vocês são mesmo barulhentos.

- Foi você que nos fez assim, não tem que reclamar. - Hyunjin cruzou os braços.

- Aproveitando esse assunto. - Jisung interferiu. - Tem alguma cogitação da minha pessoa... ficar rico?

- Nunca tinha parado para pensar nisso, mas acho que não, desculpe. - Jisung se jogou no chão dando birra igual criança pequena, sendo consolado por Chan que ria junto com May.

- Agora que a May chegou, que tal servirmos a janta? - Minho sugeriu se aproximando do meio da sala e todos concordaram, já que geral estava morrendo de fome.

- Então vamos logo antes que eu fique louca de fome. - Disse May.

(...)

A janta foi um sucesso, todos se deliciaram com as maravilhas que os meninos tinham preparado, Minho teria uma grande carreira como chef de cozinha caso ele quisesse. A conversa rolava a solta na mesa, e por baixo da mesma Chan e eu mantínhamos nossas mão entrelaçadas enquanto comentávamos sobre alguns filmes que odiamos.

- Galera já são meia noite e meio, bora ir pro amigo oculto. - Disse Jaebum, deixando a mesa primeiro, e logo todos o seguimos até a sala de estar.

- Eu esqueci qual presente é do meu amigo. - Jisung parou de frente para os presentes e coçava a cabeça enquanto tentava se lembrar.

- Não é esse aqui, amor? - Minho apareceu por trás o ajudando.

- Vamos logo gente, meu amigo secreto está precisando urgentemente do meu presente. - Disse Hyunjin impaciente.

- Okay, quem quer começar? - Indaguei, mas ninguém levantou as mãos. - Sério? Ninguém?

- Eu vou então. - Com um sorriso no rosto Changbin se levantava do chão apoiando na perna do namorado, ficando em pé. - O meu amigo secreto é uma pessoa chata, mas dá para suportar.

- HYUNJIN! - Jisung gritou confiante.

- CALA SUA BOCA! - Rebateu o amigo ofendido.

- Não é ele, mas poderia ser. - Respondeu. - Então, ele tem umas manias estranhas, gosta de perturbar, implica com todo mundo e se fazer de durão, mas é pior que maria mole. AH! E gosta de cheirar o próprio pé três vezes antes de dormir e usa shampoo de bebê para lavar o cabelo.

- SOU EU! Pera, sou eu mesmo? - E o brilho no olhar de Minho sumiu igual sua alegria repentina. - Desde quando eu sou chato e implicante? E faz tempo que eu parei com isso!

- Desde sempre. - Respondeu rápido e lhe entregou o presente. - Espero que goste, e se não gostar problema seu.

- Já começamos bem. - Disse Chan no meio das gargalhadas.

- Se abracem! - Pediu Yeji.

Fingindo uma falsa implicância, ambos se abraçaram rapidamente, e Minho não esperou duas vezes para se soltar do abraço e rasgar o embrulho.

- Que legal, uma bíblia e um livro de poemas melancólicos. O que você quer dizer com isso? - Perguntou irônico.

- Muita coisa, mas com o tempo você vai entender. - Changbin piscou para Minho, quase recebendo um tapa de volta.

- Fala o seu agora gatão. - Disse Jisung.

- Pera aí'. - Pegou seu presente nas mãos. - Olha, eu não tenho muito o que falar dessa pessoa não, então Seungmin vem pegar seu presente antes que eu mude de ideia e dê para o primeiro mendigo que eu encontrar.

- Não podia fazer pelo o menos um suspense? - Ironizou o pobre garoto, que se levantou para ir de encontro com o caçador. - Ah mano. - Murmurou desolado - Obrigado pelo livreto "Tudo sobre defesa pessoal, aprenda as melhores técnicas".

- Anda logo, tem mais coisas aí dentro do saco. - Apressou o menino tentando esconder que estava ansioso para ver sua reação.

- UMA CAMISETA DE SHINGEKI NO KYOJIN! - Seungmin era extremamente transparentes nas reações e até começou a pular de alegria. - Muito obrigado, pelo visto nem tudo foi em vão.

- Acho que o livrinho ali vai ser mais útil que a camiseta. - Todos os olhares se voltaram para May, até mesmo o sorriso do garoto havia desaparecido. - Ei calma aí, foi só uma brincadeira.

- Ufa... - Suspirou aliviado.

- Brincadeira tem hora, senhorita May. - Jaebum ria.

- Vai Minmin, fala o seu amigo.

- Hm, o meu amigo secreto... eu não conheço muito bem, mas é uma pessoa muito bonita e não, não é você Changbin hyung, por favor abaixa a bola aí. - Cortou logo o barato do outro. - Sempre anda muito estilosa e pelo que eu conversei com essa pessoa umas semanas atrás ela gosta de ouvir Paramore.

- Ah, eu já sei. - Jeongin comentou convencido e contente consigo mesmo.

- Tão' se comunicando por telepatia agora? - May atacou novamente.

- Não, eu li o roteiro que você fez.

- Menino safado!

May puxou da bolsa uma folha de caderno toda rabiscada e ficou longos segundos lendo, mas apenas até Chan pegar a folha e amassa-la.

- Ei ei ei ei, eu acho que é a Yeji. - Disse no meio da encrenca que os dois armaram aqui do meu lado.

- É ela mesmo. - Seungmin confirmou sem graça e tímido, ainda mantendo o sorriso no rosto enquanto acompanhava Yeji caminhar até seu encontro.

- Então quer dizer que você acha a Yeji muito bonita? - Chan provocou o menino, que ficou mais vermelho que um pimentão, principalmente quando uma onda de murmúrios surgiu na roda.

- Abre o presente aí. - Resmungou Jaebum.

- AÍ MEU DEUS! - A garota intercalava seus olhos esbugalhados no presente e em Seungmin. - Onde você encontrou isso? É a edição limitada do álbum do Paramore!

- Eu pesquisei bastante e encontrei uma pessoa na internet que estava vendendo.

- Isso porque ele acha ela bonita, imagina se gostasse. - Jisung comentou brincando.

- Muito engraçadinho você, né. - Revirou os olhos. - Muito obrigada! - Yeji puxou o menino para um abraço bem apertado.

- Sua vez, Yeji. - Disse.

- Gente, por favor esperem eu terminar. O meu amigo secreto é um ser muito estranho, sumiu por meses e apareceu do nada.

- Jaebum - Todos responderam em coro.

- Dá para ficarem quietos? Ele gosta de ficar assistindo anime nas únicas duas horas vagas que ele tem no dia e sofre por ser hétero cis numa casa onde só tem homo. - Ironizou.

- JAEBUM!

- É ELE, É ELE. - Gritou festejando e dando pulinhos.

- Obrigada amiga cis pelas belas palavras. - Se levantou e foi até a jovem, lhe dando um abraço apertado e bagunçando o cabelo dela. - Que será que é? Meu Deus, um Naruto de urzinho de pelúcia. - Começou a rir envergonhado. - Quantos anos você acha que eu tenho?

- MUITOS. - Gritei.

- Jaebum, como se sente sendo discredibilizado como um adulto de quase trinta anos por uma garota de vinte? - Indagou Hyunjin.

- Fico até feliz, estou me sentindo um adolescente de quinze. - Sorriu contente com o presente. - Foi uma boa escolha Yeji, você conhece meus gostos. Agora calem a boca que eu vou falar meu amigo.

Jaebum voltou para seu lugar e pegou ao lado da cadeira um embrulho enorme, e todos logo esbugalharam os olhos em cima da caixa bem enfeitada nas mãos de Jaebum.

- Nossa, tomara que seja eu. - Sussurrou pobre Jisung com os olhos colados no presente de alguém.

- Tomara que seja você o escambal! - Retrucou Hyunjin ao seu lado. - Interesseiro.

- Meu amigo secreto é gay. - Começou.

- Ajudou muito. - Resmungou Changbin.

- Silêncio. Ele não tem sossego, ele não sabe diferenciar "mas" de "mais", vive fazendo drama e gosta de falar da vida dos outros.

- Você? - May perguntou confusa.

- Mas tirando tudo isso... - Ignorou o comentário. - Ele é um ótimo amigo e é um verdadeiro artista, sabe atuar como ninguém e agora começou a desenhar e pintar.

-É, não é você. - Chan retrucou baixo.

- HYUNJINN!

- Ah... - Disse Jisung.

- FINALMENTE EU - Se levantou e foi correndo até o outro, pulando em seu colo como uma criança alegre.

- SAI! - Gritou. - Pronto, agora pode pegar o presente.

Hyunjin não pensou duas vezes e já começou rasgando toda a embalagem, revelando um Kit de pintura e um desenho que Jaebum tinha feito.

- Jaebum, isso deve ter sido um absurdo! - Hyunjin estava encantado com o que tinha ganhado e até lágrimas começaram a se formar no canto dos olhos.

- Que nada, você merece.

- Esse no desenho era pra ser eu? - Analisava a arte de sexta série que Jaebum tinha feito.

- Era não, é você. Não está vendo o bocão e seu cabelo loiro ressecado?

- Muito obrigado viu, adorei. - Guardou os presentes. - O meu é um puta gostoso, com todo respeito ao seu conjunte. Sempre está fazendo merda comigo e gosta de roubar minha comida da geladeira, além de que vive com um guarda costa do lado, se der um soco nele você recebe cinco e mais um chute na cabeça.

- Hmm, isso tá parecendo a sinopse da vida do Jisung. - Comentou Felix.

- Opa. - O citado deu sinal de vida. - Só pelo gostoso tenho certeza que sou eu.

- Então vem cá pegar o seu presente, cabeçudo de merda.

- Cara, você é um babaca completo. - Rindo, Jisung ergueu para todos nós vermos o livrinho que Hyunjin tinha feito a mão. - "Como ser menos idiota", isso é um sinal do universo?

- O Hyunjin só anotou as próprias experiências de vida, relaxa amor. - Hyunjin riu da afirmação de Minho.

- Tem mais coisa. - Alertou o loiro.

- Mano, nem fudendo, NEM FUDENDO AAAAAH. - Jisung tirou da caixinha uma outra caixinha, mas esta com a logo da Prada. - Cara você é muito rico, meu rim tá doendo só de pensar no valor disso.

- De nada, é só uma lembrancinha. - Respondeu calmo.

- É original? - Sussurrei pra o loiro enquanto os outros formaram uma roda para admirar a pulseira.

- Claro que não. - Respondeu. - Mas deixa ele pensar que é.

Essa era a vingança por Jisung ter comido os dois pedaços de pizza do Hyunjin sem pedir.

- Vai quokka, anda logo com isso que eu quero dormir. - Changbin desistiu de viver e deitou ali no chão mesmo.

- Estou com pena do meu amigo secreto depois disso. - Disse se referindo ao presente "caro" de Hyunjin. - Caraca, uma pulseira da Prada!

- É, da Prada. - Afirmou o amigo.

- Da próxima vez vamos estipular um limite de 100 wons para o presente, só pra não ter um azarado que dá Chanel e recebe meia. - Felix sugeriu, e Hyunjin ao meu lado começou a rir, ninguém imaginava mas com certeza a pulseira tinha sido muito menos que isso.

- Amigo secreto desculpa, mas eu quis pensar no seu futuro como estudante e quis colaborar com o seus estudos. Caso você reprovar e vier falar que é porque não teve material para estudar você vai estar mentindo.

- Nem ferrando que você fez isso Jisung... - Murmurou Changbin se segurando para não rir no chão.

- Por vozes do além fiquei sabendo que você é nerd, e em vez de comprar a saga de Star Wars para você, eu vou te dar isso aqui que é mais util. - Ergueu a caixa longa e fina para Jeongin.

- Se isso aí não for uma camiseta da Celine ou um cinto da Gucci você pode levar embora.

- E isso vai te dar futuro? Menino ingrato! - Jisung lhe entregou o pacote e acertou-lhe alguns tapinhas nas costas. - Espero que goste em, me conta depois se é de boa qualidade.

- Com certeza Jeongin é o cara que dá Chanel e recebe meia. - Hyunjin sussurrou para mim.

- Caderno de dez matérias do surfista, uma pasta amarela, três canetas azuis e três pretas, um caderno de anotação da Hello Kitty e uma caneta com pompom na ponta. - Jeongin suspirou decepcionado e todos riam do seu azar de ter sido escolhido por Jisung. - Obrigado Jisung, não é o cinto da Gucci mas é quase isso. Ano que vem a gente chega lá.

- De nada meu amigo, quando você estiver gerenciando sua empresa multimilionária você vai me agradecer, e espero que me agradeça bem.

- Pode esperar. - Respondeu enquanto balançava o pompom. - Meu amigo secreto é uma pessoa muito boa, sempre que falo dela minha mãe manda comida. Ela gosta de cantar, hm... é carismática...

- Tem problema respiratório e por conta disso ronca a noite inteira como um trator? - Perguntou Jisung, e Jeongin nega totalmente confuso.

- É a Sohui, só ela que canta aqui. - Disse Yeji.

- A mãe do Jeongin já mandou um tanto de sobremesa pra ela, é ela.

- Se vocês estão falando que sou eu, quem sou eu para negar. - Sorri feliz e vou em direção do garoto, que me entrega o presente e me deu um abraço bem forte. - Obrigada Jeongin.

- Eu não sabia o que te dar de presente, mas o Hyunjin hyung disse que você gosta muito de chocolate.

E era isso que ele tinha me dado, uma caixa cheia de chocolate e bombons, todos dos sabores que eu mais amo! E olha que a caixa não era pequena não, ia durar o resto do ano.

- Muito obrigada Jeongin! Vou aproveitar cada um deles com muito amor.

- Vai dividir com a gente? - Perguntou Seungmin brincando.

- Para de ficar gorando o presente dos outros. - Minho revirou os olhos, deixando o outro sem graça.

- Divido sim meu bem, depois você escolhe algum que você gosta. - Acariciei sua bochecha, vendo-o sorrir novamente e ouvi Minho resmungar que também queria. - Meu amigo secreto é uma pessoa muito especial para todos nós e não tem como negar, já que foi ela que nos deu a "vida". - Ri. - Essa pessoa fez de tudo por nós e finalmente deu as caras aqui junto da gente hoje.

- Como você é brega. - May resmungou rindo.

-Brega não, carinhosa, e é pra você mesmo, Maria resmungona. - Bati o pé.

Quando May se levantou, todos da roda se levantaram junto e começaram a bater palmas. Abraçar Mari foi revigorante e reconfortante, minha jornada dependia exclusivamente dela, e tenho certeza que ela estará preparando algo bom para mim.

- Vocês são tão legais, tevê para quem puxar. -Riu emocionada enquanto tentava abrir o presente. - Oh meu deus, " O Teorema Katherine", é o meu livro favorito!! - Me abraçou novamente.

- DISCURSO, DISCURSO... - Todos formamos um coro.

- Calem a boca, sou muito tímida para isso. - Resmungou novamente. - Só tenho que agradecer por terem me convidado para esse jantar de amigos, e também por terem feito parte desse ano complicado, vocês foram meu escape da vida real e juro, ela é mais chata do que a que vocês vivem.

- Que pena. - Caçoou Hyunjin.

- Quer ficar careca no próximo capítulo? - May cruzou os braços.

- NÃO, estou bem assim!

(...)

- Já está na hora de dormir! - Jaebum apareceu na sala forrada pelos colchões com seu pijama azul bebê. - Bora, bora, bora!

- Tem certeza que não vai ficar com frio a noite hyung? - Seungmin perguntou enquanto se enrolava no cobertor que dividia com Jeongin. - Aqui está um gelo.

- Claro que não, eu não sinto frio.

- Então sai de perto da lareira. - Debochou o loiro.

Mesmo de longe dava para ver Jaebum revirar os olhos, era óbvio que ele estava do lado da lareira porque estava morrendo de frio, mas não queria dar o braço a torcer e se agasalhar direito.

- A May é tão legal, devia ter ficado pra dormir com a gente. - Meus lábios formaram um bico involuntário.

- Na próxima ela fica mais tempo. - Chan se enfiou debaixo da coberta e se deitou ao meu lado, permitindo que afagasse seu cabelo.

- May te deu um presente perfeito, você está mesmo precisando fazer um tratamento nesse cabelo, e também achei fofo o colar da amizade que ela te deu.

- Eu também achei, a May deve gostar mesmo de mim. - Disse erguendo o colar metade lua que estava em seu pescoço. - Já o vale tratamento no cabelereiro não sei se era necessário.

- Era sim, seu cabelo vai cair de tanto desleixo. - Changbin disse se aproximando de nós e Chan lhe mostrou língua.

- Você gostou do presente do Felix? - Perguntei a Changbin.

- Lógico, uma garrafa de vinho, esse moleque entende a minha vibe. - Sorriu satisfeito. - Vou abrir ele no ano novo. AH, Felix mandou avisar que gostou muito do perfume que você deu pra ele Chan, acertou na mosca.

- Eu sabia que ele ia gostar. - Convencido.

- COMO ASSIM A MINHA PULSEIRA É FALSA? - Jisung entrou na sala berrando, acompanhado por Minho e Felix rindo atrás. - HYUNJINNN!

- Essa noite vai ser longa. - Changbin colocou seu tampa olho e cruzou seus braços, fingindo estar dormindo e ignorando a confusão.

- O CHANGBIN QUE DEU A IDEIA, PARA DE ME BATER. - Respondeu o outro de volta. - Isso é pra você aprender a parar de ser enxerido e interesseiro.

- Não chama meu namorado de interesseiro não! - Disse Minho já se estressando. - Muito menos de enxerido, seu abestado.

- Chama o Hyunjin de abestado não, seu ogro. - Changbin se manteve na mesma posição, só movendo boca.

- Changbinnn!! - Jisung bateu o pé no chão com força. - Por que você é mal?

- Deixa o nosso macho alfa em paz! - Chan entrou na brincadeira e acabou levando um tapa de Changbin na coxa. - AI AI.

- Agora entendi porque a May não quis dormir aqui. - Reviro os olhos rindo. - Feliz Natal, seus encrenqueiros.

(...)

Feliz ano novo pessoal!!

Era para ter postado esse bônus no natal e comemorar o aniversário da fic que foi em novembro junto, mas infelizmente eu não conseguir fazer isso e acabei atrasando tudo.

Quero agradecer por mais esse ano que estivemos juntos, esse ano muitas pessoas conheceram essa história e a amaram, queria poder abraçar cada um de vocês que tiraram um tempinho para lê-la.

Mesmo não sendo mais natal, aproveitem esse bônus ao máximo, comentem, votem, leiam quantas vezes acharem necessário, e muito obrigada por estarem fazendo parte desse momento da minha vida.

Um beijo da May e tenham um ótimo ano novo! ❤